sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O TAL CONVITE A LULA PARA DEPOR



Ministro da Justiça


As instituições de “brincadeirinha” do Brasil

Por Fernando Brito

"Estamos sabendo, desde quarta-feira, pela "Folha", que ”a Polícia Federal tenta há sete meses ouvir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas investigações instauradas a partir de novos depoimentos dados em 2012 pelo operador condenado no mensalão, o empresário Marcos Valério de Souza”.

Os repórteres da "Folha" esclarecem que ”não é uma intimação”, mas “um convite”.

Ou seja, nada, coisa alguma.

Não tem sentido “bater um papo” sobre acusações a sua honra. Ou há acusações com um mínimo de evidências que justifiquem um depoimento ou não se leva ninguém – menos ainda um ex-presidente da república – a depor numa delegacia, na base do “ouvi dizer”.

Quer ver como isso é obvio?

O que a imprensa diria se Fernando Henrique Cardoso fosse “convidado” para um “papinho” sobre as acusações de compra de votos para a reeleição, denúncia que está feita, documentada e publicada? 

Ou sobre o que seria a “bomba atômica” referida por André Lara Resende, chefe econômico da campanha de Marina Silva, sobre a tentativa de favorecimento do grupo de Daniel Dantas na privatização das teles [por FHC/PSDB]?

Afinal, uma acusação da "Veja" deve ter mais ou menos a credibilidade de um Marcos Valério, não é?

Mas a "Folha" passou todo o dia de ontem sustentando a história, plantada por “fontes” da Polícia Federal.

Mesmo depois de o próprio Lula dizer que “nunca fui convidado, notificado, nem pela Polícia Federal, nem pelos meus advogados”, o jornal não dá o braço a torcer.

Insiste na armação, dizendo que o convite tem sido reiterado desde fevereiro e que Lula não o atende por achar que se trata de exploração eleitoral.

O que, aliás, é obvio.

Marcos Valério prestou declarações acusatórias em setembro de 2012. Por que se teria esperado um ano e meio, até a véspera da eleição, para “convidar” Lula, se é que convidaram?

Se a Polícia Federal está com esse ânimo de “Vamos Conversar?”, bem que poderia chamar o senhor Apolo Santana Vieira, que responde a um processo por contrabando, e perguntar-lhe como e por que comprou um jato para Eduardo Campos e Marina Silva.

Assim, sei lá, só por curiosidade...

Mas isso não é “republicano”, na visão sabuja do Ministro da Justiça do Brasil."


FONTE: escrito por Fernando Brito no seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/?p=21469).

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