[A Amazônia já está em grande parte intocável, em decorrência da crescente pressão de governos e ONG estrangeiras pela implantação de terras indígenas (em vermelho) e unidades de conservação (em amarelo e azul)]
EM DEFESA DA AMAZÔNIA
Por RIBAMAR FONSECA
"Quem apenas leu a manchete da “Folha” – e muita gente tem esse hábito – deve ter concluído de imediato que o Brasil é favorável ao desmatamento, motivo pelo qual não assinou o documento da ONU
Reunida em Nova Iorque esta semana, por iniciativa do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, Ban-ki-moon, a Cúpula do Clima lançou a "Declaração de Nova Iorque sobre florestas", em que os líderes mundiais se comprometem a reduzir a emissão de gases na atmosfera até 2020. Entre os seus objetivos está a redução do desmatamento a zero, com os países europeus destinando US$ 1,2 bilhão para as nações que conseguirem alcançar essa meta. Ban-ki-moon afirmou que o documento "tem por meta reduzir mais poluição climática a cada ano do que os Estados Unidos emitem anualmente".
O Brasil, representado na cúpula pela presidenta Dilma Rousseff, não avalizou o documento porque, segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, não foi consultado, nem participou da sua elaboração. Ela disse ainda que existem leis em nosso país que permitem o manejo sustentável da floresta, estabelecendo, porém, limites para a sua exploração, não podendo por isso aderir ao desmatamento zero. A [tucana] "Folha de São Paulo" publicou a notícia com a seguinte manchete: "Brasil não adere a acordo mundial para reduzir desmatamento". E acrescentou no subtítulo: "O Brasil não aderiu à Declaração por discordar do compromisso do desmatamento zero".
Quem apenas leu a manchete da "Folha" – e muita gente tem esse hábito – deve ter concluído de imediato que o Brasil é favorável ao desmatamento, motivo pelo qual não assinou o documento. E alguns comentaristas, que nunca pisaram o solo da Amazônia e só conhecem os seus problemas por ouvir dizer, se apressaram em deitar falação sobre a posição brasileira na Cúpula do Clima, com críticas à presidenta Dilma Rousseff que, na visão dos seus adversários, é hoje culpada até pela estiagem que assola algumas regiões do país, com o evidente objetivo de prejudicá-la na busca de votos para a sua reeleição.
O governo brasileiro, na verdade, está certo ao decidir pela não adesão à "Declaração de Nova Iorque" por vários motivos – e não apenas por não ter sido consultado e por existirem leis que regulam o manejo sustentável da floresta. O documento pretende pressionar o Brasil para que mantenha a floresta amazônica intocável, já que ela é considerada "o pulmão do mundo", principal responsável pela saúde do planeta. Por conta disso, alguns líderes mundiais já se manifestaram favoráveis a uma proposta de transformar a Amazônia em "patrimônio da Humanidade", administrada por um organismo formado pelos países mais ricos. O ex-vice-presidente americano Al Gore, por exemplo, chegou a declarar que, "ao contrário do que pensam os brasileiros, a Amazônia não é deles, mas de todos nós".
A cobiça internacional pela região, que cresce à medida que se exaurem as riquezas naturais do resto do mundo, evidencia a cada dia a ameaça de sua internacionalização. E isso não é fantasia, como dizem alguns brasileiros mal informados. Com a disseminação da idéia de que a sobrevivência da Terra depende da floresta amazônica, cada notícia sobre desmatamento na área é divulgada com estardalhaço pela imprensa internacional, aumentando o pânico mundial quanto às mudanças climáticas, o que amplia a pressão sobre o Brasil e reduz o seu poder de negociação para preservar a nossa soberania. O general Augusto Heleno Pereira, quando comandante militar da Amazônia, declarou certa vez que o vazio de poder na região agravava os riscos de internacionalização.
O fato é que, ao invés de adotar medidas para obrigar os grandes poluidores, como os Estados Unidos, a reduzirem a emissão de gases responsáveis pelo buraco na camada de ozônio e o efeito-estufa, com o "desmatamento zero" os signatários da "Declaração de Nova Iorque" simplesmente criarão dificuldades para o Brasil explorar a sua riqueza natural, de forma controlada, racional e sustentável, em favor dos habitantes dessa imensa área, que ainda vivem em condições primitivas, sem acesso aos benefícios proporcionados pelos avanços da tecnologia em todos os setores.
É claro que o governo brasileiro não quer desmatar a Amazônia – e por isso tem ampliado a fiscalização para impedir a sua devastação – mas não basta a ação repressora e, muito menos, a aplicação de multas, que são ignoradas pelos madeireiros. O momento exige a urgente elaboração de uma política específica para a região amazônica, capaz de promover o desenvolvimento sustentável, assegurando-se a ocupação estratégica da área, a exploração racional de todas as suas riquezas naturais e a melhoria da qualidade de vida da sua população. Há que se encontrar uma fórmula que concilie a preservação do ecossistema com o desenvolvimento regional, impedindo-se ao mesmo tempo a interferência estrangeira.
O Brasil, na verdade, precisa dar mais atenção à Amazônia, de maneira a frustrar todas as tentativas de internacionalização, fortalecendo a nossa soberania na região. Faz-se urgente, portanto, ampliar a presença do Estado, com todos os seus serviços, inclusive aumentando o efetivo das Forças Armadas nessa imensa área de cinco milhões de quilômetros quadrados, onde o bravo caboclo amazônida tem sido o seu guardião. Defender a Amazônia da ameaça estrangeira, no entanto, deve ser tarefa de todos os brasileiros."
FONTE: escrito por Ribamar Fonseca, jornalista, membro da Academia Paraense de Jornalismo e da Academia Paraense de Letras. Tem 16 livros publicados. Artigo transcrito no jornal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/154700/Em-defesa-da-Amaz%C3%B4nia.htm).[Imagens do google e legenda em azul acrescentados por este blog 'democracia&política']
COMPLEMENTAÇÃO
Os falsos ecologistas e verdadeiros colonialistas
Por RIBAMAR FONSECA
"Quem apenas leu a manchete da “Folha” – e muita gente tem esse hábito – deve ter concluído de imediato que o Brasil é favorável ao desmatamento, motivo pelo qual não assinou o documento da ONU
Reunida em Nova Iorque esta semana, por iniciativa do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, Ban-ki-moon, a Cúpula do Clima lançou a "Declaração de Nova Iorque sobre florestas", em que os líderes mundiais se comprometem a reduzir a emissão de gases na atmosfera até 2020. Entre os seus objetivos está a redução do desmatamento a zero, com os países europeus destinando US$ 1,2 bilhão para as nações que conseguirem alcançar essa meta. Ban-ki-moon afirmou que o documento "tem por meta reduzir mais poluição climática a cada ano do que os Estados Unidos emitem anualmente".
O Brasil, representado na cúpula pela presidenta Dilma Rousseff, não avalizou o documento porque, segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, não foi consultado, nem participou da sua elaboração. Ela disse ainda que existem leis em nosso país que permitem o manejo sustentável da floresta, estabelecendo, porém, limites para a sua exploração, não podendo por isso aderir ao desmatamento zero. A [tucana] "Folha de São Paulo" publicou a notícia com a seguinte manchete: "Brasil não adere a acordo mundial para reduzir desmatamento". E acrescentou no subtítulo: "O Brasil não aderiu à Declaração por discordar do compromisso do desmatamento zero".
Quem apenas leu a manchete da "Folha" – e muita gente tem esse hábito – deve ter concluído de imediato que o Brasil é favorável ao desmatamento, motivo pelo qual não assinou o documento. E alguns comentaristas, que nunca pisaram o solo da Amazônia e só conhecem os seus problemas por ouvir dizer, se apressaram em deitar falação sobre a posição brasileira na Cúpula do Clima, com críticas à presidenta Dilma Rousseff que, na visão dos seus adversários, é hoje culpada até pela estiagem que assola algumas regiões do país, com o evidente objetivo de prejudicá-la na busca de votos para a sua reeleição.
O governo brasileiro, na verdade, está certo ao decidir pela não adesão à "Declaração de Nova Iorque" por vários motivos – e não apenas por não ter sido consultado e por existirem leis que regulam o manejo sustentável da floresta. O documento pretende pressionar o Brasil para que mantenha a floresta amazônica intocável, já que ela é considerada "o pulmão do mundo", principal responsável pela saúde do planeta. Por conta disso, alguns líderes mundiais já se manifestaram favoráveis a uma proposta de transformar a Amazônia em "patrimônio da Humanidade", administrada por um organismo formado pelos países mais ricos. O ex-vice-presidente americano Al Gore, por exemplo, chegou a declarar que, "ao contrário do que pensam os brasileiros, a Amazônia não é deles, mas de todos nós".
A cobiça internacional pela região, que cresce à medida que se exaurem as riquezas naturais do resto do mundo, evidencia a cada dia a ameaça de sua internacionalização. E isso não é fantasia, como dizem alguns brasileiros mal informados. Com a disseminação da idéia de que a sobrevivência da Terra depende da floresta amazônica, cada notícia sobre desmatamento na área é divulgada com estardalhaço pela imprensa internacional, aumentando o pânico mundial quanto às mudanças climáticas, o que amplia a pressão sobre o Brasil e reduz o seu poder de negociação para preservar a nossa soberania. O general Augusto Heleno Pereira, quando comandante militar da Amazônia, declarou certa vez que o vazio de poder na região agravava os riscos de internacionalização.
O fato é que, ao invés de adotar medidas para obrigar os grandes poluidores, como os Estados Unidos, a reduzirem a emissão de gases responsáveis pelo buraco na camada de ozônio e o efeito-estufa, com o "desmatamento zero" os signatários da "Declaração de Nova Iorque" simplesmente criarão dificuldades para o Brasil explorar a sua riqueza natural, de forma controlada, racional e sustentável, em favor dos habitantes dessa imensa área, que ainda vivem em condições primitivas, sem acesso aos benefícios proporcionados pelos avanços da tecnologia em todos os setores.
É claro que o governo brasileiro não quer desmatar a Amazônia – e por isso tem ampliado a fiscalização para impedir a sua devastação – mas não basta a ação repressora e, muito menos, a aplicação de multas, que são ignoradas pelos madeireiros. O momento exige a urgente elaboração de uma política específica para a região amazônica, capaz de promover o desenvolvimento sustentável, assegurando-se a ocupação estratégica da área, a exploração racional de todas as suas riquezas naturais e a melhoria da qualidade de vida da sua população. Há que se encontrar uma fórmula que concilie a preservação do ecossistema com o desenvolvimento regional, impedindo-se ao mesmo tempo a interferência estrangeira.
O Brasil, na verdade, precisa dar mais atenção à Amazônia, de maneira a frustrar todas as tentativas de internacionalização, fortalecendo a nossa soberania na região. Faz-se urgente, portanto, ampliar a presença do Estado, com todos os seus serviços, inclusive aumentando o efetivo das Forças Armadas nessa imensa área de cinco milhões de quilômetros quadrados, onde o bravo caboclo amazônida tem sido o seu guardião. Defender a Amazônia da ameaça estrangeira, no entanto, deve ser tarefa de todos os brasileiros."
FONTE: escrito por Ribamar Fonseca, jornalista, membro da Academia Paraense de Jornalismo e da Academia Paraense de Letras. Tem 16 livros publicados. Artigo transcrito no jornal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/154700/Em-defesa-da-Amaz%C3%B4nia.htm).[Imagens do google e legenda em azul acrescentados por este blog 'democracia&política']
COMPLEMENTAÇÃO
Os falsos ecologistas e verdadeiros colonialistas
Por Fernando Brito
"Os Estados Unidos boicotaram, durante décadas, o Protocolo de Kyoto, sobre emissão de poluentes.
São, aliás, o único país do mundo que participou de sua discussão, em 1997 e jamais o ratificou, até o seu término, em 2012.
Agora querem que, em um mês, o Brasil e outros países assinem um protocolo de “desmatamento zero”.
Não se enfiam decisões assim goela abaixo de um país com a segunda maior área florestada do mundo.
Até porque é muito bomito dizer que vai fazer ”desmatamento zero” em áreas que já quase nem tem o que desmatar.
Apenas 27 países assinaram esse documento, que é – em bom português – uma piada.
É uma declaração de intenções e sabe Deus quão sinceras, a começar porque recebe também assinatura de empresas, como a Cargill (sementes e rações), a Unilever, o McDonald’s e os bancos Barclays e Deutsche Bank, além da notória Nestlé e Johnson & Johnson.
Depois de terem devastado suas florestas no século 19, é fácil à Europa e aos EUA dizerem “não toquem em uma árvore”.
Fomos capazes de reduzir e somos capazes de zerar o desmatamento ilegal.
Aliás, fomos capazes de tornar a caça de animais silvestres ilegal, o que os Estados Unidos e alguns países europeus até hoje não fizeram.
Pagando, em nome da “conservação”, você está livre para matar.
Dispensamos, portanto, lições ecológicas de quem acha adequado matar “em condições controladas”, mas nos quer negar o direito de aproveitar, em condições racionais e com um preservacionismo do qual não foram capazes até hoje, o nosso território."
FONTE da compementação: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/blog/?p=21482).
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