quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

MÍDIA "PATRIÓTICA" PRESSIONA PELA QUEDA DOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS





Petrobras, “quebrada”, vai recuperar em um ano as perdas de seis anos?

Por Fernando Brito

Começaram as pressões para que a Petrobras, num gesto “patriótico”, reduza os preços dos combustíveis.

Curiosamente, daqueles mesmos que, poucos meses atrás, diziam que os preços deveriam ser aumentados em nome do “espírito empresarial”.

E qual é a razão?

Hoje, o [jornal] "Valor" [propriedade da Globo e Folha] e a colunista Míriam Leitão, batem na mesma tecla: a queda no preço do petróleo – que no longo prazo é um desastre para o planeta – pode, num horizonte breve, gerar enorme excedente de receita para a petroleira brasileira, aliviando suas necessidades de tomar dinheiro no mercado para seguir seu plano de investimentos.

Diz o "Valor":

Mantidos os atuais parâmetros de câmbio e preços dos derivados, analistas projetam que, até o fim de 2015, a Petrobras poderia recuperar o que perdeu nos últimos seis anos com a venda no mercado doméstico de gasolina e diesel mais baratos do que pagou para importar. Outra possibilidade aberta pelo barril do óleo cru no nível de US$ 50, no entanto, é usar a margem de lucro mais alta para eventual redução no preço dos derivados, o que poderia ajudar a inflação a permanecer no teto da meta em 2015.”

E Miriam, cujas previsões você deve sempre acompanhar de três batidas na madeira:

Ontem, circulou a hipótese, depois negada, de que a Petrobras pudesse diminuir o preço da gasolina.”

É impressionante como pretendem que alguns dos insumos mais importantes da economia – gasolina e diesel – possam variar de preço como um pé de alface da horta, que fica barato ou caro de acordo com a chuva da semana.

E é claro que sabem que não pode ser assim num país com as distâncias continentais do Brasil, dependente de rodovias, sem tradição – e com carências enormes no transporte coletivo – e, como péssima cereja de mau bolo, ainda às voltas com uma crise hídrica que põe as termelétricas a trabalhar a pleno vapor.

Mas o “livre mercado”, o santo, considera uma heresia não seguir os preços do mercado internacional.

Na gasolina, no açúcar, no óleo de soja.

Menos, é claro, nos juros – que são o “preço do dinheiro” – que estão baixinhos ou negativos lá fora.

Aí, não.

Quebrar a Petrobras, sim. Derrubar os lucros imorais do sistema financeiro, jamais!"

FONTE: escrito p
or Fernando Brito em seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/?p=24158).[Título acrescentado por este blog 'democracia&política'].

Nenhum comentário: