E SE VACCARI OU DELÚBIO TIVESSEM CONTA NO HSBC?
"Num novo capítulo do caso Swissleaks, o jornal 'O Globo' revelou que "políticos estão na lista do HSBC", assim, de modo superficial e genérico...
O nome mais importante da lista é o do tucano Márcio Fortes, que foi o pai das privatizações, no BNDES, além de ser tesoureiro de FHC, de José Serra e secretário-geral do PSDB.
Na lista, ele aparece com US$ 2,5 milhões. Se isso não bastasse, Fortes foi também o maior doador individual de campanhas tucanas. O "Globo", no entanto, decidiu diluir sua participação no caso, misturando-o na notícia com prefeitos e vereadores com contas zeradas... Seria esse o comportamento se, de repente, aparecessem contas de tesoureiros petistas, como Delúbio Soares e João Vaccari?
Do "Brasil 247"
Do "Brasil 247"
Dias atrás, uma reportagem da agência norte-americana de notícias "Reuters" revelou como funciona a blindagem ao PSDB em parte da imprensa brasileira. No rascunho de uma matéria, que foi ao ar por engano, o jornalista [da Reuter] sinalizava ao seu editor que poderia retirar uma menção negativa ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, referente ao escândalo da Petrobras ["podemos tirar FHC, se assim você julgar melhor"] (leia mais aqui).
Na quinta-feira, o jornal "O Globo" deu mais uma demonstração desse fenômeno de proteção seletiva. Ao noticiar que "políticos" estão na lista do HSBC, a publicação dos Marinho escondeu bem mais do que revelou ao público. A descoberta mais importante, por qualquer critério, é a presença de um ex-presidente do BNDES, que depois se tornou secretário-geral do PSDB e tesoureiro das campanhas de Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Ele mesmo, o ex-deputado Márcio Fortes/PSDB, que apareceu com US$ 2,4 milhões numa conta numerada, ou seja, secreta.
Ao "Globo", Fortes disse que, como presidente de uma construtora, assinou muitos papéis e que todos os seus investimentos no exterior são declarados. Mas não apresentou documentos.
O curioso é que, em 2002, ele tenha sido apontado como o maior doador individual de campanhas do PSDB, numa reportagem da [também tucana] "Folha de S. Paulo". "Eu sou um político. Ao ajudar, estou enriquecendo o partido, que vai me enriquecer [!?!] quando eu precisar de sua estrutura. Não é cifra. São votos. Eu gosto de dar para o partido", disse ele, à época.
Na quinta-feira, o jornal "O Globo" deu mais uma demonstração desse fenômeno de proteção seletiva. Ao noticiar que "políticos" estão na lista do HSBC, a publicação dos Marinho escondeu bem mais do que revelou ao público. A descoberta mais importante, por qualquer critério, é a presença de um ex-presidente do BNDES, que depois se tornou secretário-geral do PSDB e tesoureiro das campanhas de Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Ele mesmo, o ex-deputado Márcio Fortes/PSDB, que apareceu com US$ 2,4 milhões numa conta numerada, ou seja, secreta.
Ao "Globo", Fortes disse que, como presidente de uma construtora, assinou muitos papéis e que todos os seus investimentos no exterior são declarados. Mas não apresentou documentos.
O curioso é que, em 2002, ele tenha sido apontado como o maior doador individual de campanhas do PSDB, numa reportagem da [também tucana] "Folha de S. Paulo". "Eu sou um político. Ao ajudar, estou enriquecendo o partido, que vai me enriquecer [!?!] quando eu precisar de sua estrutura. Não é cifra. São votos. Eu gosto de dar para o partido", disse ele, à época.
Confira abaixo [a citada reportagem (esterilizadada) da também tucana "Folha de S. Paulo"]:
Márcio Fortes, secretário-geral do PSDB, é o maior doador do partido
"O secretário-geral do PSDB, deputado Márcio Fortes (RJ), é a pessoa física que mais dá dinheiro ao partido. Segundo a prestação de contas de 2000, ele doou R$ 245 mil ao PSDB. Neste ano, o próprio Fortes admitiu que já deu ao PSDB R$ 60 mil.
Do total doado ao PSDB em 2000 -R$ 1,125 milhão-, a contribuição do deputado representa 21%. As contas do ano passado ainda não foram apresentadas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os partidos têm até o dia 30 deste mês para entregar ao tribunal o balanço de 2001.
Segundo Márcio Fortes, 57, o dinheiro repassado ao partido vem de seu patrimônio, de sua poupança. Ele é empresário da construção civil no Rio de Janeiro e já ocupou cargos públicos como as presidências do Banerj (banco estadual privatizado) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Estadual).
"Essa pergunta [sobre a origem das doações"] deveria ser feita ao Everardo Maciel, secretário da Receita Federal". Está tudo na minha declaração do Imposto de Renda", afirmou o tucano.
Márcio Fortes afirmou que estabelece uma relação de troca com o partido: ele doa o dinheiro [um empréstimo] e recebe apoio da estrutura partidária (vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais e senadores).
"Eu sou um político. Ao ajudar, estou enriquecendo o partido, que vai me enriquecer [!?!] quando eu precisar de sua estrutura. Não é cifra. São votos. Eu gosto de dar para o partido", disse.
Na administração do dinheiro do PSDB, Márcio Fortes é considerado "pão-duro" pelos colegas. Ele mesmo disse que não é "perdulário" e que exige comprovação da necessidade de cada um dos gastos sugeridos pelos tucanos. "O dinheiro não é meu. Se fosse, eu gastava", afirmou. (LD e AM)
Agora, responda. O que aconteceria se o "Globo" descobrisse, por exemplo, nomes de tesoureiros do PT, como Delúbio Soares e João Vaccari, com contas na Suíça?"
FONTE: do portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/poder/174710/E-se-Vaccari-ou-Del%C3%BAbio-tivessem-conta-no-HSBC.htm). [Título e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
COMPLEMENTAÇÃO
EX-TESOUREIRO DE SERRA E FHC CAI NO SWISSLEAKS
"Entre os nomes de políticos citados nas contas secretas do HSBC na Suíça consta o do empresário Márcio Fortes, primeiro vice-presidente do PSDB-RJ, ex-tesoureiro de FHC e José Serra. Ele nunca declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) a existência de suas três contas internacionais. Em 2000, ele foi a pessoa física que mais doou ao partido. Durante a campanha de Serra à Presidência, em 2002, Fortes usou notas frias e o PSDB chegou a ser multado em R$ 7 milhões. O político tucano também foi capa da revista "Exame", como o presidente do BNDES que incentivava as privatizações. Além dele, também foram citados no caso [Swissleaks] o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira (PDT-RJ), o bilionário Lirio Parisotto, suplente de senador pelo PMDB-AM, duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e os filhos do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB-MG).
Do "Brasil 247"
Do total doado ao PSDB em 2000 -R$ 1,125 milhão-, a contribuição do deputado representa 21%. As contas do ano passado ainda não foram apresentadas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os partidos têm até o dia 30 deste mês para entregar ao tribunal o balanço de 2001.
Segundo Márcio Fortes, 57, o dinheiro repassado ao partido vem de seu patrimônio, de sua poupança. Ele é empresário da construção civil no Rio de Janeiro e já ocupou cargos públicos como as presidências do Banerj (banco estadual privatizado) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Estadual).
"Essa pergunta [sobre a origem das doações"] deveria ser feita ao Everardo Maciel, secretário da Receita Federal". Está tudo na minha declaração do Imposto de Renda", afirmou o tucano.
Márcio Fortes afirmou que estabelece uma relação de troca com o partido: ele doa o dinheiro [um empréstimo] e recebe apoio da estrutura partidária (vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais e senadores).
"Eu sou um político. Ao ajudar, estou enriquecendo o partido, que vai me enriquecer [!?!] quando eu precisar de sua estrutura. Não é cifra. São votos. Eu gosto de dar para o partido", disse.
Na administração do dinheiro do PSDB, Márcio Fortes é considerado "pão-duro" pelos colegas. Ele mesmo disse que não é "perdulário" e que exige comprovação da necessidade de cada um dos gastos sugeridos pelos tucanos. "O dinheiro não é meu. Se fosse, eu gastava", afirmou. (LD e AM)
Agora, responda. O que aconteceria se o "Globo" descobrisse, por exemplo, nomes de tesoureiros do PT, como Delúbio Soares e João Vaccari, com contas na Suíça?"
FONTE: do portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/poder/174710/E-se-Vaccari-ou-Del%C3%BAbio-tivessem-conta-no-HSBC.htm). [Título e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
COMPLEMENTAÇÃO
EX-TESOUREIRO DE SERRA E FHC CAI NO SWISSLEAKS
"Entre os nomes de políticos citados nas contas secretas do HSBC na Suíça consta o do empresário Márcio Fortes, primeiro vice-presidente do PSDB-RJ, ex-tesoureiro de FHC e José Serra. Ele nunca declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) a existência de suas três contas internacionais. Em 2000, ele foi a pessoa física que mais doou ao partido. Durante a campanha de Serra à Presidência, em 2002, Fortes usou notas frias e o PSDB chegou a ser multado em R$ 7 milhões. O político tucano também foi capa da revista "Exame", como o presidente do BNDES que incentivava as privatizações. Além dele, também foram citados no caso [Swissleaks] o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira (PDT-RJ), o bilionário Lirio Parisotto, suplente de senador pelo PMDB-AM, duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e os filhos do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB-MG).
Do "Brasil 247"
Na lista dos mais de 8 mil correntistas brasileiros no HSBC na Suíça [os tucanos UOL e Globo monopolizam a lista no Brasil e não a forneceram nem à CPI que a pediu. Dos poucos nomes até agora seletivamente divulgados, agora] consta o tucano Márcio Fortes, ex-tesoureiro do ex-presidente FHC e de José Serra.
Segundo reportagem do ‘Globo’, o primeiro vice-presidente do PSDB-RJ nunca mencionou nas declarações de bens que enviou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) a existência de suas três contas no país helvético. Em 2006/2007, o saldo era de US$ 2,4 milhões.
Durante a campanha de Serra à Presidência, em 2002, Fortes usou notas frias e o PSDB chegou a ser multado em R$ 7 milhões. O valor das notas emitidas por uma empresa fantasma e por outra "inidônea" somavam R$ 476 mil, segundo a Delegacia da Receita Federal de Brasília.
De acordo com o jornal ‘Folha de S.Paulo’, a empresa "inidônea", desativada desde 1996, estaria registrada como sendo "Marka Serviços de Engenharia" e pertenceria ao secretário-geral do PSDB (1999-2003), Márcio Fortes.
Em 2000, o empresário foi a pessoa física que mais doou ao PSDB — o equivalente a 21% do total arrecadado. Fortes já foi presidente do BNDES (1987-1989) e secretário municipal de Obras do Rio (1993-1994).
Outros políticos de cinco partidos também foram citados no caso do "Swissleaks", como o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira (PDT-RJ), seu secretário de Obras à época, José Roberto Mocarzel, e o vereador Marcelo Arar (PT-RJ) [na época, em 2008, Arar disputou o cargo de vereador no Rio pelo PSDB. Foi eleito segundo suplente. Em 2012, conseguiu uma cadeira na Câmara (Nas declarações de bens que entregou à Justiça Eleitoral não relatou conta na Suíça)]
Segundo reportagem do ‘Globo’, o primeiro vice-presidente do PSDB-RJ nunca mencionou nas declarações de bens que enviou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) a existência de suas três contas no país helvético. Em 2006/2007, o saldo era de US$ 2,4 milhões.
Durante a campanha de Serra à Presidência, em 2002, Fortes usou notas frias e o PSDB chegou a ser multado em R$ 7 milhões. O valor das notas emitidas por uma empresa fantasma e por outra "inidônea" somavam R$ 476 mil, segundo a Delegacia da Receita Federal de Brasília.
De acordo com o jornal ‘Folha de S.Paulo’, a empresa "inidônea", desativada desde 1996, estaria registrada como sendo "Marka Serviços de Engenharia" e pertenceria ao secretário-geral do PSDB (1999-2003), Márcio Fortes.
Em 2000, o empresário foi a pessoa física que mais doou ao PSDB — o equivalente a 21% do total arrecadado. Fortes já foi presidente do BNDES (1987-1989) e secretário municipal de Obras do Rio (1993-1994).
Outros políticos de cinco partidos também foram citados no caso do "Swissleaks", como o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira (PDT-RJ), seu secretário de Obras à época, José Roberto Mocarzel, e o vereador Marcelo Arar (PT-RJ) [na época, em 2008, Arar disputou o cargo de vereador no Rio pelo PSDB. Foi eleito segundo suplente. Em 2012, conseguiu uma cadeira na Câmara (Nas declarações de bens que entregou à Justiça Eleitoral não relatou conta na Suíça)]
Lirio Parisotto, suplente de senador pelo PMDB-AM, e Daniel Tourinho, presidente nacional do PTC, além das duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), também foram citados pelo caso "Swissleaks", que abriu contas secretas do banco entre 2006 e 2007.
Os filhos do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB-MG), possuem igualmente conta na Suíça, mas justificaram por meio de documentos que os valores foram declarados.
Situação diferente é a do tucano Márcio Fortes, que não mencionou na declaração de bens que enviou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) em 1998 a existência de suas contas no país helvético.
Todos os políticos citados na reportagem negaram ilegalidades relacionadas aos bens no paraíso fiscal (leia mais).
FONTES: do portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/174655/Ex-tesoureiro-de-Serra-e-FHC-cai-no-Swissleaks.htm) e do jornal "O Globo" (http://oglobo.globo.com/brasil/politicos-de-cinco-partidos-na-lista-do-hsbc-15700236).
COMPLEMENTAÇÃO
A manchete que você jamais verá no UOL ou Globo: tesoureiro do PSDB tem conta secreta na Suíça
Ligado a Serra, Fortes aparece na lista de contas na Suíça: “mas podemos tirar se achar melhor” [fórmula editorial da Reuter usada para FHC/PSDB]
Por Rodrigo Vianna
"O que você acha que aconteceria se Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) ou João Vaccari (atual tesoureiro) aparecessem numa lista de brasileiros com contas secretas na Suíça, ao lado de vereador, suplente de senador e outros políticos de menor expressão?
Qual seria a manchete? “Políticos de vários partidos têm contas na Suíça”. Não!!! Mil vezes não.
“Tesoureiro do PT escondia 2 milhões na Suíca“, diria a "Folha". “A prova que faltava: até conta na Suíça – saiba os valores e entenda porque o PT virou um ninho de corruptos com contas no exterior”, diria a "Veja". Só no pé da matéria, haveria citação dos outros envolvidos.
Pois bem, é escandalosa a forma como [o portal UOL, do grupo tucano "Folha"] trata a presença (não fictícia, mas absolutamente real) do tucano Márcio Fortes na lista do HSBC. Não houve qualquer destaque para o fato de ele ter sido tesoureiro de campanhas de Serra a presidente (com um papel central em 2002), ou de ter sido o principal doador do PSDB.
Não! A manchete no UOL era insípida: “Políticos de 6 partidos têm elos com contas secretas” – confira aqui.
Fortes tinha um saldo de 2,4 milhões em uma das contas – que por sua vez não aparece na declaração que ele apresentou à Justiça Eleitoral quando foi candidato pelo PSDB. Ou seja: parece ser uma conta irregular, além de secreta.
Mas Fortes surge perdido na tal lista, em meio a um vereador petista e a um suplente de senador do PMDB. Não há contexto, não há qualquer destaque. O UOL quase pede desculpas por citar o sujeito na lista.
O perfil publicado no site da família Frias sequer informa que Fortes foi captador de recursos para as campanhas de Serra, ou tesoureiro do PSDB. Nada, nem uma palavra sobre isso.
Um amigo paulista, que foi filiado ao PSDB, se disse espantado: “todo mundo sabe que o Fortes é Serra, são quase uma coisa só quando se trata de campanha; o UOL nem cita que ele foi coordenador, ou arrecadador”.
O vazamento das contas secretas do HSBC (um escândalo mundial) é absolutamente controlado e seletivo no Brasil. Todos sabemos por que: estão na lista donos de jornais, artistas e (até agora) dois tucanos graúdos – Armínio Fraga e Marcio Fortes.
Lily Marinho (viúva de Roberto Marinho) e Luis Frias (dono do UOL) aparecem na relação –clique aqui pra saber mais sobre isso. Mas o fato não ganhou qualquer destaque! Tudo noticiado de forma discreta. Quase secreta (se não fosse o barulho dos blogs e das redes sociais).
Aliás, ‘O Globo’ usou o nome do primeiro marido de Lily, para tentar desvincular a família Marinho da conta secreta na Suíça. Já os Frias alegam que "não lembram de terem aberto a conta". E fica tudo em casa.
É a grande hipocrisia da elite nacional, como se os tucanos e empresários (de mídia, inclusive) dissessem: nós podemos ter conta secreta, nós podemos transgredir e sonegar. É nosso direito inalienável! e abaixo a corrupção do PT!
O Marcio Fortes, tesoureiro de Serra (que por sua vez é amigo dos Frias) não tem com o que se preocupar. A não ser… A não ser que a CPI e a internet cumpram o papel de espalhar a notícia e investigar o fato, traçando as ligações de Fortes com o senador (e eternamente presidenciável) José Chirico Serra. E mostrando que Fortes é também próximo de FHC.
Veja abaixo como o UOL deu o perfil de Fortes, evitando usar o nome de Serra e FHC (no entanto, Fernando Gabeira – que foi companheiro de chapa dele numa campanha a governador – foi citado sim).
Curioso critério jornalístico. Para os tucanos, vale sempre a regra de ouro: #podemostirartirarseacharmelhor.
===
"Do UOL:
MÁRCIO FORTES (PSDB)
Na relação de clientes do HSBC na Suíça consta ainda o nome do primeiro vice-presidente do PSDB no Rio, Márcio Fortes. Também integrante da Comissão Executiva Nacional do PSDB e deputado federal por 3 mandatos, Fortes, de 70 anos, atuou como presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banerj e foi secretário-geral do Ministério da Fazenda.
Conforme os dados do SwissLeaks, o tucano tinha o seu nome relacionado a 3 contas no HSBC em Genebra em 2006 e 2007, sendo que uma delas ainda estava ativa naquela época –com um saldo de US$ 2.413.260,28. Fortes é do ramo de construção civil e é um tradicional doador para campanhas eleitorais.
No ano 2000, por exemplo, Fortes foi a pessoa física que mais doou dinheiro ao PSDB –o equivalente a 21% do total arrecadado pela legenda nessa modalidade de financiamento.
Em 2010, Fortes concorreu ao cargo de vice-governador do Rio na chapa encabeçada por Fernando Gabeira (PV). À Justiça Eleitoral, o tucano comunicou que tinha na época um patrimônio de R$ 4.442.412,71, sendo 13 imóveis, um carro e R$ 117.342,03 na CEF. Assim como Lirio Parisotto, o peessedebista não declarou possuir conta no HSBC.
Na eleição de 2010, Fortes fez uma doação de R$ 500 mil para a campanha ao governo do Rio. Dias antes, Gabeira havia dito que os partidos aliados o apoiavam “muito mal” e que, por esse motivo, poderia “dar uma banana” se fosse necessário.
Em 2006, Fortes concorreu a deputado federal pelo PSDB fluminense. À época, sua conta identificada como “Aframfran Holdings Limited” tinha um saldo de US$ 2,413 milhões no HSBC da Suíça. Esse bem, entretanto, não aparece na declaração de patrimônio que o tucano entregou à Justiça Eleitoral."
FONTE da complementação: escrito pelo jornalista Rodrigo Vianna em seu blog "Escrivinhador" na "Revista Fórum" (http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/plenos-poderes/manchete-que-voce-jamais-vera-uol-ou-globo-tesoureiro-psdb-tem-conta-secreta-na-suica/).
COMPLEMENTAÇÃO
A manchete que você jamais verá no UOL ou Globo: tesoureiro do PSDB tem conta secreta na Suíça
Ligado a Serra, Fortes aparece na lista de contas na Suíça: “mas podemos tirar se achar melhor” [fórmula editorial da Reuter usada para FHC/PSDB]
Por Rodrigo Vianna
"O que você acha que aconteceria se Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) ou João Vaccari (atual tesoureiro) aparecessem numa lista de brasileiros com contas secretas na Suíça, ao lado de vereador, suplente de senador e outros políticos de menor expressão?
Qual seria a manchete? “Políticos de vários partidos têm contas na Suíça”. Não!!! Mil vezes não.
“Tesoureiro do PT escondia 2 milhões na Suíca“, diria a "Folha". “A prova que faltava: até conta na Suíça – saiba os valores e entenda porque o PT virou um ninho de corruptos com contas no exterior”, diria a "Veja". Só no pé da matéria, haveria citação dos outros envolvidos.
Pois bem, é escandalosa a forma como [o portal UOL, do grupo tucano "Folha"] trata a presença (não fictícia, mas absolutamente real) do tucano Márcio Fortes na lista do HSBC. Não houve qualquer destaque para o fato de ele ter sido tesoureiro de campanhas de Serra a presidente (com um papel central em 2002), ou de ter sido o principal doador do PSDB.
Não! A manchete no UOL era insípida: “Políticos de 6 partidos têm elos com contas secretas” – confira aqui.
Fortes tinha um saldo de 2,4 milhões em uma das contas – que por sua vez não aparece na declaração que ele apresentou à Justiça Eleitoral quando foi candidato pelo PSDB. Ou seja: parece ser uma conta irregular, além de secreta.
Mas Fortes surge perdido na tal lista, em meio a um vereador petista e a um suplente de senador do PMDB. Não há contexto, não há qualquer destaque. O UOL quase pede desculpas por citar o sujeito na lista.
O perfil publicado no site da família Frias sequer informa que Fortes foi captador de recursos para as campanhas de Serra, ou tesoureiro do PSDB. Nada, nem uma palavra sobre isso.
Um amigo paulista, que foi filiado ao PSDB, se disse espantado: “todo mundo sabe que o Fortes é Serra, são quase uma coisa só quando se trata de campanha; o UOL nem cita que ele foi coordenador, ou arrecadador”.
O vazamento das contas secretas do HSBC (um escândalo mundial) é absolutamente controlado e seletivo no Brasil. Todos sabemos por que: estão na lista donos de jornais, artistas e (até agora) dois tucanos graúdos – Armínio Fraga e Marcio Fortes.
Lily Marinho (viúva de Roberto Marinho) e Luis Frias (dono do UOL) aparecem na relação –clique aqui pra saber mais sobre isso. Mas o fato não ganhou qualquer destaque! Tudo noticiado de forma discreta. Quase secreta (se não fosse o barulho dos blogs e das redes sociais).
Aliás, ‘O Globo’ usou o nome do primeiro marido de Lily, para tentar desvincular a família Marinho da conta secreta na Suíça. Já os Frias alegam que "não lembram de terem aberto a conta". E fica tudo em casa.
É a grande hipocrisia da elite nacional, como se os tucanos e empresários (de mídia, inclusive) dissessem: nós podemos ter conta secreta, nós podemos transgredir e sonegar. É nosso direito inalienável! e abaixo a corrupção do PT!
O Marcio Fortes, tesoureiro de Serra (que por sua vez é amigo dos Frias) não tem com o que se preocupar. A não ser… A não ser que a CPI e a internet cumpram o papel de espalhar a notícia e investigar o fato, traçando as ligações de Fortes com o senador (e eternamente presidenciável) José Chirico Serra. E mostrando que Fortes é também próximo de FHC.
Veja abaixo como o UOL deu o perfil de Fortes, evitando usar o nome de Serra e FHC (no entanto, Fernando Gabeira – que foi companheiro de chapa dele numa campanha a governador – foi citado sim).
Curioso critério jornalístico. Para os tucanos, vale sempre a regra de ouro: #podemostirartirarseacharmelhor.
===
"Do UOL:
MÁRCIO FORTES (PSDB)
Na relação de clientes do HSBC na Suíça consta ainda o nome do primeiro vice-presidente do PSDB no Rio, Márcio Fortes. Também integrante da Comissão Executiva Nacional do PSDB e deputado federal por 3 mandatos, Fortes, de 70 anos, atuou como presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banerj e foi secretário-geral do Ministério da Fazenda.
Conforme os dados do SwissLeaks, o tucano tinha o seu nome relacionado a 3 contas no HSBC em Genebra em 2006 e 2007, sendo que uma delas ainda estava ativa naquela época –com um saldo de US$ 2.413.260,28. Fortes é do ramo de construção civil e é um tradicional doador para campanhas eleitorais.
No ano 2000, por exemplo, Fortes foi a pessoa física que mais doou dinheiro ao PSDB –o equivalente a 21% do total arrecadado pela legenda nessa modalidade de financiamento.
Em 2010, Fortes concorreu ao cargo de vice-governador do Rio na chapa encabeçada por Fernando Gabeira (PV). À Justiça Eleitoral, o tucano comunicou que tinha na época um patrimônio de R$ 4.442.412,71, sendo 13 imóveis, um carro e R$ 117.342,03 na CEF. Assim como Lirio Parisotto, o peessedebista não declarou possuir conta no HSBC.
Na eleição de 2010, Fortes fez uma doação de R$ 500 mil para a campanha ao governo do Rio. Dias antes, Gabeira havia dito que os partidos aliados o apoiavam “muito mal” e que, por esse motivo, poderia “dar uma banana” se fosse necessário.
Em 2006, Fortes concorreu a deputado federal pelo PSDB fluminense. À época, sua conta identificada como “Aframfran Holdings Limited” tinha um saldo de US$ 2,413 milhões no HSBC da Suíça. Esse bem, entretanto, não aparece na declaração de patrimônio que o tucano entregou à Justiça Eleitoral."
FONTE da complementação: escrito pelo jornalista Rodrigo Vianna em seu blog "Escrivinhador" na "Revista Fórum" (http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/plenos-poderes/manchete-que-voce-jamais-vera-uol-ou-globo-tesoureiro-psdb-tem-conta-secreta-na-suica/).
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