sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

ARRANHAR O INTERESSE ECONÔMICO? NÃO!

Ainda sobre a reflexão anterior, atitudes de esquerda e de direita, agora assistimos outro caso típico. O fim da CPMF, inegável e explicitamente, beneficiou em muito maior escala aqueles que mais movimentam dinheiro: empresários, instituições financeiras, bancos, sonegadores, corruptos.
Sobre esses dois últimos grupos citados, alto representante da Receita Federal já havia comentado que cerca de 60 dos 100 maiores movimentadores de dinheiro no Brasil somente foram descobertos e taxados graças à CPMF, pois eles se declaravam isentos...
A grande mídia brasileira e eufóricos políticos de partidos de oposição, nos dias seguintes à derrota do governo, alardearam que o beneficiado seria o povo, pois aquele "perverso imposto em cascata" encarecia muito tudo. "Agora, os preços despencarão, significando forte aumento na renda para todos os trabalhadores".
Nesse contexto de "benefícios para o povo", segundo a grande imprensa em geral, a hora seria de "não inchar a máquina pública com novos concursos, nem aumentar a gastança do governo com aumentos salariais. Seria a oportunidade de retornar à política do Estado ínfimo e de o empresariado sofrer cada vez menos impostos".
Quando o governo apresentou algumas medidas que levemente arranham o interesse econômico (IOF e CSLL), para ao menos compensar pequena parcela dos danos ao país, surgiu forte reação daqueles mais beneficiados com o fim da CPMF e dos partidos que os representam.
Um exemplo foi a matéria de hoje, 11/01/2008, no jornal Gazeta Mercantil:

"O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fabio Barbosa, voltou a criticar a elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras e o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compensar a perda de arrecadação com o fim da CPMF. "É lamentável que, no momento em que o crédito tem colaborado de forma notável para o crescimento do País, o governo tome decisões que implicam redução no ritmo de expansão do consumo e do investimento." (páginas 1, A7 e B1)

Mesmo com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), a carga tributária deverá cair este ano. A estimativa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) é de que a carga que as empresas deverão suportar este ano deverá cair de 36,02%, em 2007, para 35,52% do Produto Interno Bruto (PIB). O motivo é o fim da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Mas, mesmo assim, a carga continua pesada, segundo especialistas. "O País cresceu mais em 2007 do que em 2006, porém menos do que os demais países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), que têm carga menor do que o Brasil", diz o jurista Ives Gandra da Silva Martins. "

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