Há pouco tempo recebeu destaque na nossa mídia o combate do governador do Distrito Federal (DEM) ao excesso no uso do gerúndio, especialmente em documentos oficiais: “vou estar mandando” em vez de “mandarei” etc.
Outro uso desmedido tem passado despercebido. É o excesso que também acomete a nossa mídia, nos últimos cinco anos, de uso abusivo das conjunções e locuções conjuntivas coordenativas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante, ainda assim, por outro lado...
Essas conjunções agora têm sido empregadas sempre associadas à uma boa notícia.
Esse uso abusivo, contrariamente ao gerundismo, parece-me ser incentivado pelas redações dos grandes jornais brasileiros escritos e falados. Até mesmo, obrigatório.
Exemplos de hoje e ontem:
1) O Estado de São Paulo: ..."De 2005 a 2006, o Brasil reduziu a mortalidade infantil e passou do 86% para o 113% lugar num ranking de 194 países feito pelo Unicef. De 1990 a 2006, as mortes de crianças caíram pela metade no país. Mas o Brasil ainda tem anualmente 74 mil mortes de menores de 5 anos e foi incluído pelo Unicef entre os 60 países prioritários para o combate à mortalidade infantil".
2) Jornal do Brasil- “O mercado brasileiro reagiu bem à decisão do Federal Reserve de cortar, em reunião extraordinária, a taxa básica de juros dos Estados Unidos para estimular a economia, mas as incertezas com o futuro do país ainda preocupam.”
3) Correio Braziliense: “O Brasil melhorou 27 posições no ranking da redução da mortalidade infantil divulgado pelo Unicef. O estudo alerta, porém, para a saúde das mães. Ranielle de Souza, 14 anos, passou por gravidez de risco para dar à luz Gabriella e Grazielly”.
E assim por diante. Basta ler os jornais diários e escutar os noticiários das TV que encontraremos centenas de outros exemplos semelhantes.
Será uma orientação recebida pelos redatores e repórteres?
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