domingo, 6 de julho de 2008

A IV FROTA NUCLEAR DOS EUA “É PARA COMBATER O NARCOTRÁFICO E DESASTRES NATURAIS” NA AL (sic)

O Jornal do Brasil (JB) de ontem, sábado, em texto de Márcio Falcão, tratou da estranha iniciativa bélica dos Estados Unidos de armar uma poderosa frota, inclusive com porta-aviões nuclear, para operar na América do Sul. A justificativa norte-americana seria: “Segundo os Estados Unidos, trata-se de um ajuste operacional sem intenções agressivas, para melhorar a capacidade operacional no combate ao narcotráfico, manejo de desastres naturais e trabalhos de cooperação”.

Em 9 de maio último, a revista Carta Capital, em texto de Maurício Dias, informou sobre a IV Frota: “A informação circulou timidamente no fim de 2007 e, em seguida, mergulhou num expressivo esquecimento. O álibi do Pentágono desta vez – à falta do pretexto de armas químicas, como no Iraque – foi a de que a medida visava combater o terrorismo e as atividades do narcotráfico...”

Este blog já se preocupara com o intrigante assunto em 28 de abril último. Naquele dia, postamos o artigo “EUA destinam porta-aviões nuclear ‘contraterrorismo’ na América Latina!

Relembro partes daquela postagem:

“A Marinha norte-americana anunciou que está recriando sua “Quarta Frota”, que será responsável pelos navios, submarinos e aeronaves dos EUA em operação na América do Sul, Central e no Caribe. A esquadra somente existiu na década da Segunda Guerra Mundial, entre 1943 e 1950. A nova força deverá ser liderada por um porta-aviões nuclear.

O governo dos EUA já externou que considera a nossa região de Foz do Iguaçu (onde está Itaipu), a "tríplice fronteira", como "foco de terrorismo". Em 2002, ano da eleição de Lula, o Pentágono considerou a hipótese de lançar um grande ataque de surpresa naquela região, segundo divulgado em 2004 pela nossa grande mídia (ver artigos da nossa série "Guerras recentes dos EUA").

Todavia, é um exercício de imaginação desafiador até para especialistas da área conceber como um porta-aviões nuclear e uma poderosa esquadra poderão ser empregados em ações “contraterrorismo” aqui na América do Sul. É óbvio que o objetivo não é esse.”

Vejamos o artigo do JB de ontem (05/06):

IV FROTA ESTÁ DE VOLTA. E ASSUSTA

SENADORES CONDENAM O RETORNO AO ATLÂNTICO SUL

“A reativação da IV Frota da Marinha americana, que reapareceu na terça-feira nas águas da América Latina - quase 60 anos após ter sido desativada - não agradou às autoridades brasileiras. A cúpula do governo, deputados e senadores querem explicações. Nos bastidores do Congresso, parlamentares reconhecem que a volta da frota deixa o país em alerta em relação à soberania da Amazônia e às reservas de petróleo da costa brasileira.

Uma comissão de senadores deve procurar, na próxima semana, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, para discutir o tema. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também pediu ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que solicitasse à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, informações sobre os objetivos desta IV Frota.

– É um erro diplomático – avalia o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). – E nós vamos dizer isto ao embaixador.

O senador afirma que em conversa com lideranças americanas foi informado que o objetivo da medida seria controlar países da região com governos considerados incômodos por Washington.

– Não consigo notar razões específicas para a volta da frota - completa o pedetista. - Vivemos em uma região pacífica.

Para o senador Pedro Simon (PMDB-RS) é curioso o fato da frota ter sido reativada em meio às descobertas de imensas reservas de petróleo na costa brasileira. As reservas americanas do óleo estão no fim, devendo durar cerca de quatro ou cinco anos, caso sejam utilizadas.

– Agora, nós sabemos que temos petróleo em toda a costa marítima brasileira, a 300 quilômetros, e nós temos direito de saber o que está acontecendo – afirmou Simon.

O peemedebista disse ser radicalmente contra a reativação da frota, afirmando ter as "piores recordações" – relativas à participação do governo americano na deposição do então presidente brasileiro João Goulart, em 1964.

A IV Frota, criada em 1943 diante da ameaça nazista para patrulhar submarinos nazistas nas águas da região da América Latina, foi desativada em 1950. Porta-vozes militares americanos afirmam que a reativação da IV Frota não significa uma mudança de estratégia do país. Segundo os Estados Unidos, trata-se de um ajuste operacional sem intenções agressivas, para melhorar a capacidade operacional no combate ao narcotráfico, manejo de desastres naturais e trabalhos de cooperação.”

Um comentário:

Bruno Moreira Lima disse...

É... Vamos nos preparar para a guerra...