sábado, 12 de julho de 2008

HERALD TRIBUNE: BRASIL BRILHA MAIS QUE CHINA E ÍNDIA EM FUNDOS DE MERCADO

O jornal internacional Herald Tribune (IHT), que era sediado em Paris-França desde 1887, recentemente foi comprado pela “New York Times Company”-EUA. Esse jornal hoje publicou um artigo de Judith Rehak muito elogioso para a economia e o governo brasileiros. Li a reportagem do IHT no portal UOL. Transcrevo:

BRASIL BRILHA ENQUANTO OUTROS FUNDOS DE MERCADO EMERGENTES AMARGAM UM SEGUNDO TRIMESTRE RUIM

"Os fundos de mercado emergentes tiveram, em geral, um péssimo segundo trimestre, liderados nesta tendência por ex-favoritos dos investidores, como Índia e China, que viram uma ampliação das quedas presenciadas no primeiro trimestre. Mas há uma notável exceção: os fundos do Brasil, que não só suportaram os surtos globais de volatilidade, mas também apresentaram ganhos robustos.

As carteiras de títulos offshore do Brasil ganharam em média 14,7% no segundo trimestre, segundo o grupo de pesquisa de fundos Morningstar.

E qual foi a fórmula vencedora do Brasil? Parte do sucesso deve-se ao preço estratosférico do petróleo, que valorizou as ações da Petróleo Brasileiro, conhecida como Petrobras, que também beneficiou-se com a descoberta de enormes reservas de petróleo ao largo da costa brasileira.

Um outro fator é a demanda constante, especialmente da China, por minerais e metais brasileiros, o que fez subir as ações de companhias como a Gerdau, a produtora de minério de ferro e aço.

Em abril surgiram mais notícias boas, com a elevação do Brasil a grau de investimento (investment grade) pelas agências de classificação de riscos Standard & Poor's e Fitch.

Dina Ting, gerente do iShares Brazil ETF, que acompanha o índice MSCI Brazil, observa que essa elevação reduzirá o custo dos empréstimos e atrairá investidores institucionais que só compram dívidas com grau de investimento.

Ainda que a Petrobras e a Vale do Rio Doce, a gigante do setor de mineração, dominem o índice, os investidores têm encontrado uma maior diversidade no mercado brasileiro, sustentada por uma próspera classe média, pronta para gastar dinheiro, bem como pelas políticas anti-inflacionárias do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que colocaram sob controle a inflação que já foi muito alta no Brasil.

"As finanças estão apresentando um desempenho histórico muito bom, e têm se beneficiado dos custos menores dos empréstimos", afirma Ting.

Considerando que o setor bancário vai muito bem, Thomas Gerhardt, diretor do fundo DWS Brazil, afirma: "Atualmente o mercado está perguntando quem está exposto à crise das hipotecas subprime, e obviamente os bancos brasileiros não estão, de forma que podem se concentrar nas questões econômicas básicas".

Ele é dono do Banco Bradesco, a instituição de maior prestígio do setor, e do Unibanco Brasileiros, que é tido como um possível candidato a uma fusão.

As taxas de juros mais baixas e a forte demanda dos consumidores por moradias também revitalizaram o setor de imóveis.

"As companhias imobiliárias brasileiras estavam quase falindo, já que a taxa de juros era de 18%. Mas agora ela caiu para 12%", explica Gerhardt.

A estratégia dele é manter um pequeno conjunto de ações do setor imobiliário, incluindo as de companhias como a Rossi Residencial, uma construtora, e a Cyrela Brazil Realty, uma imobiliária.

As empresas de alimentos compõem um novo setor que prospera tanto no mercado doméstico quanto no de exportações. Uma grande parcela da carteira do DWS é destinada ao frigorífico JBS, cujas ações mais do que dobraram neste ano, e Gerhardt tem tido sucesso com ações que se beneficiam de um boom no setor de exportações, que engloba diversos produtos, como carnes e minério de ferro. O fundo é dono da ALL (America Latina Logística), uma companhia ferroviária, e da Santos Brazil, uma empresa portuária.

Segundo Ting, as fornecedoras de energia elétrica são uma outra categoria forte. "Elas estão se beneficiando da demanda dos consumidores e do maior número de companhias que precisam de mais eletricidade", diz ela. As ações da Eletrobras subiram 20% no segundo trimestre.

É bem verdade que o Brasil continua sendo uma aposta arriscada, mas esses gerentes têm se mostrado compreensivelmente otimistas.

"A inflação é sempre uma preocupação, mas Lula está bastante determinado a combatê-la", diz Ting.

"Outro risco seria uma queda significativa do preço do petróleo e das commodities. Mas o meu maior temor é que, caso haja uma liquidação global de ações, os investidores comecem a vender aqueles títulos das suas carteiras que apresentam o melhor desempenho, e isto significaria as ações brasileiras", afirma Gerhardt."

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