As ONGs “brasileiras” WWF-Brasil, Greenpeace, The Nature Conservancy (TNC) e outras pressionaram esta semana (01/07) o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, requerendo pressa na implementação do “Pacto pela Valorização da Floresta” e pelo “Fim do Desmatamento na Amazônia Brasileira”.
A principal reivindicação foi “a elaboração de um processo democrático e participativo para a aplicação e gestão dos recursos internacionais que o Brasil receberá para o fundo criado pelo governo para evitar o desmatamento” (“site Carta Maior”, 03/07).
É lógico e obrigatório que os brasileiros usufruam de maneira racional, planejada, sustentada, tanto da Amazônia, como do cerrado, da caatinga, da Mata Atlântica, do Pantanal. Creio que ninguém de boa fé discorda disso. Estranhamente, as grandes potências e as milhares de ONGs estrangeiras legais e clandestinas que atuam no Brasil somente se interessam pelo ecossistema amazônico e pela sua intocabilidade.
Este blog tem a convicção (não é mais preconceito) de que essa enorme avidez “pura e nobre” sobre a Amazônia brasileira e a sua manutenção como intocável, campanha essa por parte dos governos das grandes potências, das ONGs estrangeiras e de muitas congêneres ditas “brasileiras”, normalmente também encobre interesses espúrios.
Por exemplo, há risco de que esteja ocorrendo aquilo que escrevemos metaforicamente neste blog em 30 de junho passado, na postagem intitulada “G-8 (em 27/06): BRASIL "PRECISA DE AJUDA" CONTRA DESMATE NA AMAZÔNIA (sic)”. Lá escrevemos:
“O Ex-premiê britânico Tony Blair disse, durante apresentação ao G-8 de relatório sobre mudança climática em Tóquio, na última sexta-feira (27/06), que a comunidade internacional precisa “apoiar o país” [o Brasil] na conservação da Amazônia.
(...) Este blog não vê com simpatia essa atitude magnânima, desinteressada, das grandes potências em relação à nossa Amazônia. Em uma analogia grosseira, mas correta, seria um rico e poderoso magnata “dar uma ajuda”, “prestar um apoio” financeiro e assistência gerencial para possibilitar à linda e cobiçada mulher do vizinho a comprar vestidos e jóias que permitam preservar aquela beleza.”
Vejo, na recente pressão das ONGs sobre Carlos Minc, o tal magnata querendo “prestar a assistência gerencial para possibilitar à linda e cobiçada mulher do vizinho a comprar vestidos e jóias que permitam preservar aquela beleza”, porém dizendo isso em palavras muito mais bonitas e refinadas: ele diz que quer “um processo participativo (com ele) para a aplicação e gestão dos recursos”. Foi o que as ONGs estrangeiras (e "brasileiras") esta semana reivindicaram com urgência ao Ministro do Meio Ambiente.
Vejo pior. Percebo há muito tempo brasileiros inteligentes, intelectuais de direita e de esquerda, jornalistas, ambientalistas, antropólogos, sociólogos, juízes, e muitos outros embarcarem inocentemente nessas belas canoas furadas estrangeiras, todas enfeitadas com palavras bonitas.
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