"O ministro da Defesa, Nelson Jobim, participa de audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). A pedido do senador Renato Casagrande (PSB-ES), o ministro se dispôs a explicar aos congressistas os acordos feitos entre os governos brasileiro e francês, que prevê a construção de submarinos e a compra de aeronaves e helicópteros para as Forças Armadas.
Segundo enfatizou o ministro, "o Brasil não está comprando armas, está se capacitando tecnologicamente".
Lula justificou a decisão de renovar as aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) citando a necessidade de o país proteger a Amazônia e as reservas de petróleo encontradas na camada pré-sal.
O ministro Jobim atribui ao "preço" a preferência de Lula pelos caças franceses: "O presidente Sarkozy disse a Lula que haveria uma oferta de preço, para tornar o valor competitivo". Segundo a FAB, havia grande diferença de preço.
Os acordos, apresentados na visita do presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil, incluem a construção de quatro submarinos convencionais Scorpéne e um submarino nuclear, com transferência total de tecnologia e ainda o treinamento de engenheiros brasileiros junto a fábricas francesas.
Segundo o acordo, serão comprados, para montagem no Brasil, 50 helicópteros, de 1,899 bilhão de euros, e 36 caças Rafale. O negócio envolverá cerca de 8,5 bilhões de euros. A aquisição eleva o Brasil à categoria de potência, na avaliação feita pelo ex-embaixador do Brasil na França, Marcos Azambuja, a Terra Magazine. (Leia aqui).
"Os acordos industriais contarão com a participação de empresas nacionais", explica o ministro para depois ressaltar que será desenvolvida a tecnologia de engenharia para isto no Brasil.
- Sarkozy assegurou que faria a transferência irrestrita de tecnologia - diz Jobim.
Um dia depois de o presidente Lula comunicar em nota conjunta com seu homólogo francês Nicolas Sarkozy a intenção de comprar 36 aviões de combate franceses, o Ministério da Defesa anunciou que o processo de escolha do novo caça da Força Aérea ainda não está concluído. Ainda seria preciso a avaliação da FAB.
Em nota assinada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, o ministério informou que seguirá negociando com as três finalistas do programa FX-2 -a norte-americana Boeing, com o caça F-18 Super Hornet; a sueca Saab, com o Gripen NG; e a francesa Dassault, com o Rafale."
FONTE: reportagem de Marcela Rocha publicada hoje (16/09) no portal Terra Magazine, do jornalista Bob Fernandes.
Terra Magazine
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2 comentários:
A hora da TV paga
Merece muita atenção o Projeto de Lei 29 que, desde 2007, recebeu centenas de alterações e tem agitado lobbies fortíssimos no Congresso. Os debates já completaram dois anos e prometem chegar a 2010 sem resolução.
Há muitos temas envolvidos, mas dois especialmente importantes: as formas de comercialização dos pacotes e o estabelecimento de cotas de exibição para produções brasileiras em canais pagos.
Pacotes – A falta de liberdade de escolha, impingindo ao consumidor um grupo restrito de possibilidades fechadas, viola a proibição da “venda casada” prevista no Código de Defesa do Consumidor. Os canais são produtos isolados, com materiais próprios, criados por empresas diferentes. Ninguém deve ser obrigado a pagar por um canal que jamais assiste. Os preços devem ser proporcionais às necessidades do assinante.
Cotas - O assinante de TV paga já não tem “liberdade” alguma, a não ser para mudar canais; o oferecimento de atrações alternativas só contribuiria para a heterogeneidade das opções disponíveis. E a defesa da “qualidade” dos produtos estrangeiros é espúria, pois a esmagadora maioria dos programas pagos não passa de lixo anglófono, filmes inclusive. As cotas de exibição existem em todos os países preocupados com a sobrevivência das produções nacionais perante a brutal (e muitas vezes desonesta) concorrência norte-americana. Dentre as outras regulamentações urgentes que ainda precisam ser impostas à TV paga, esta é a menos controversa.
As discussões do PL já tiveram alguma visibilidade, mas recentemente mergulharam num perigoso silêncio. A imprensa assobia, os exibidores bravateiam, os produtores cochicham e os artistas correram para a praia, capachos espertos que são. É sinal de que alguém andou metendo caroço no angu. No mínimo criando instrumentos para fortalecer do monopólio de produção e comercialização de Globo Filmes e afiliadas.
Prezado Guilherme Scalzilli,
Ótimo comentário. Concordo com os seus conceitos. O assunto é muito importante. Penitencio-me por nunca haver postado nada em defesa do original PL 29.
Se me autorizar, eu começaria postando o seu comentário.
Maria Tereza
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