terça-feira, 13 de abril de 2010

LULA RESPONDE SOBRE DESIGUALDADES REGIONAIS, PRODUTOR RURAL E PESQUISAS CIENTÍFICAS


"O Presidente Responde

José Zilmar Miranda, 42 anos, zelador de condomínio de São Paulo (SP) - Não está na hora de regionalizar a colocação de pessoas no mercado de trabalho? Ou seja, de implantar empresas nas diversas cidades brasileiras?

Presisente Lula -
Mais do que na hora, José. Mas isso já está acontecendo, graças aos investimentos que estamos fazendo nas regiões mais pobres, para equilibrar o desenvolvimento do país. Não apenas em grandes obras estruturantes, mas também em universidades, escolas técnicas e programas de qualificação profissional.

Veja que de 2003 a 2009, os empregos com carteira assinada no Brasil cresceram 41%. E em praticamente todos os estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste o crescimento foi bem acima da média. Exemplos: Ceará, 51%; Mato Grosso, 57%; Tocantins, 62%; Rio Grande do Norte, 63%; Amazonas, 75%.

Essa caminhada no rumo da eliminação das desigualdades regionais é uma das coisas que mais me orgulham no governo. Nós não podemos decidir onde as empresas devem se instalar, mas estamos fazendo a nossa parte, à medida que investimos em grandes obras de infraestrutura em todo o País.

Estamos cortando todo o interior do Brasil com ferrovias. A Norte-Sul, de 2.245 km, ligará o Norte ao Sudeste. A Oeste-Leste ligará Tocantins a Ilhéus, na Bahia. A Transnordestina fará a conexão do Piauí com os portos de Suape (PE) e Pecém (CE).

Empreendimentos de vulto se espalham pelo País, como a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e as refinarias que serão construídas no Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte.

Luiz Humberto de Oliveira Guimarães, 47 anos, pecuarista de Goiânia (GO) - Por que no Brasil, o produtor rural é marginalizado, ao contrário de outros países?

Luiz, o produtor rural não é marginalizado. Se existe preconceito por parte de alguns setores da sociedade, tem a ver com o desmatamento. Mas é uma visão equivocada, que precisa ser esclarecida. Nós, do governo, sabemos muito bem o quanto sua atividade é fundamental para a eliminação da fome, o aumento das exportações e para o desenvolvimento do nosso País. Por isso mesmo, temos dado todo apoio ao setor. Multiplicamos por quatro o volume de crédito rural, que passou de R$ 24,7 bilhões na safra 2002/2003, para R$ 107,5 bilhões na de 2008/2009. Fizemos também a renegociação das dívidas do setor agrícola. Diversas obras do PAC, como ferrovias, rodovias, hidrovias vão facilitar e baratear o escoamento da produção. Lançamos também o 'Mais Alimentos', linha de financiamento que está revolucionando a agricultura familiar. Com estas e outras iniciativas, o Brasil já é um dos maiores produtores de alimentos e um dos principais exportadores mundiais de soja, suco de laranja, café, carne, frango e milho.

Michel Augusto Siqueira, 20 anos, impressor de Franca (SP) - O Sr. poderia nos dizer comparativamente entre Brasil e Índia, qual a diferença em números no orçamento de cada país em pesquisas científicas?

As pesquisas científicas são tão importantes para o País que nós lançamos em 2007 o 'Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (PACTI) 2007-2010', construído com a participação da comunidade científica, que aprovou o programa por consenso. Os recursos federais para a execução do PACTI neste período são de R$ 41,2 bilhões. Destacam-se também recursos oriundos do BNDES e dos ministérios da Saúde, Educação, Minas e Energia e da Agricultura. Nos três primeiros anos, foram investidos cerca de R$ 30 bilhões, quase 70% do total. No campo de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o Brasil investiu 0,9% do PIB em 2004 e em 2008 já tinha aumentado para 1,09% do PIB. A Índia ficou abaixo do Brasil, investindo em P&D 0,89% do PIB em 2008. Os cálculos são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os nossos investimentos já estão rendendo frutos: em 2008, ultrapassamos a Rússia e a Holanda no número de artigos publicados em revistas científicas."

FONTE: publicado hoje (13/04) no Diário do Nordeste.

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