terça-feira, 13 de abril de 2010

FOGUETE BRASILEIRO LANÇADOR DE SATÉLITES DECOLA EM 2014


VLS-1 será lançado da Base de Alcântara, assim como o Cyclone 4

"Por dentro do foguete brasileiro

Lançador de satélites do Brasil decola em 2014 e outro, fabricado em parceria com ucranianos, em 2012

O ano de 2014 está marcado como aquele em que o Brasil vai mandar para o espaço um lançador de satélites com tecnologia 100% nacional. Sete anos depois da explosão no Centro de Lançamento de Alcântara (Maranhão), que matou 21 pessoas e deu duro golpe no programa espacial do País, a Agência Espacial Brasileira (AEB) mostra sinais de recuperação. Em 2012, o Brasil deve colocar em órbita outro foguete, em parceria com a Ucrânia.

Segundo o diretor de política espacial e investimentos da AEB, Himilcon Carvalho, o foguete 100% nacional será conhecido como Veículo Lançador de Satélite 1 (VLS-1). Trata-se de uma versão atualizada do modelo que era desenvolvido quando aconteceu o acidente do Centro de Lançamento de Alcântara.

MODELO MAIS SEGURO

“Olhando de fora, os modelos parecem iguais. A configuração é a mesma, mas houve várias alterações em sistemas internos, elétricos e computadores de bordo, que transformam o novo foguete num modelo mais seguro”, explica Himilcon. Segundo ele, o VLS-1 terá a capacidade de levar satélites de tamanhos pequeno e médio, com carga aproximada de até 200 kg. O primeiro a ser levado deverá ser o satélite universitário Itasat.

Até o lançamento do VLS-1, estão previstos testes no ano que vem e em 2013. Uma maquete em tamanho real da plataforma já está sendo erguida. Antes de tudo isso, porém, outro foguete brasileiro pode chegar ao espaço, desenvolvido em parceria com a Ucrânia: o Cyclone 4. A previsão é que equipamento leve para o espaço, já no ano que vem [ou 2012], a nova versão do satélite CBERS, decolando a partir da Base de Alcântara. A versão atual do CBERS, desenvolvida em parceria com a China, já faz o monitoramento da Amazônia.

Apesar de o Brasil não ter pretensões de realizar exploração de outros planetas, segundo Himilcon os últimos avanços fazem com que o Brasil já seja visto como uma nação respeitada no cenário da pesquisa espacial.

“O CBERS já fez a distribução de mais de um milhão de imagens, a maior do mundo. A capacidade de observação do espaço já é importantíssima para apoiar políticas públicas, como prevenção a desastres e controle do desmatamento, e estamos avançando muito nisso. Dá para dizer no exterior que o Brasil entrou na corrida espacial”, afirma.(...)

A CAMINHO DO ESPAÇO SIDERAL

DIMENSÕES DO VLS-1

Primeiro foguete totalmente construído por cientistas brasileiros, o VLS-1 terá 19 metros de comprimento e um de diâmetro. Ele pesará 50 toneladas e poderá levar satélites de até 300 kg.

CYCLONE 4 SERÁ MAIOR

Já o Cyclone 4, parceria entre Brasil e Ucrânia, terá 40 metros de comprimento, 4 de diâmetro, pesará 200 toneladas e poderá colocar em órbita um satélite com até 5,3 toneladas .

NOVOS PROTAGONISTAS

Recentemente, outros países além de EUA e Rússia têm se destacado nas pesquisas espaciais. Em 2003, a China fez o seu primeiro voo tripulado para o espaço, tornando-se o terceiro país a conseguir este feito. Índia e Japão também têm conseguido vários avanços.

TAXI LUNAR

Na sexta-feira, a Nasa informou alguns de seus planos, apesar de cortes em verbas: vai focar na viabilização da ida do homem a Marte e ajudar empresas privadas a criarem serviços de transporte orbital, além de lançar satélites para monitorar mudaças climáticas."

FONTE: reportagem de João Ricardo Gonçalves publicada em 11/04 no jornal "O Dia".

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