Hoje (01/04), a agência estadunidense de notícias Reuters divulgou a seguinte reportagem, publicada na Folha de São Paulo:
"Afeganistão é maior produtor mundial de maconha, diz ONU
Provedor de 90% do ópio -a matéria-prima da heroína- do mundo, o Afeganistão tornou-se também nos últimos anos o maior produtor de maconha, que é cultivada em 17 de suas 34 Províncias, segundo relatório do UNODC (agência antidrogas da ONU) revelado ontem.
Com a produtividade por hectare mais de três vezes maior que a do Marrocos -outro grande produtor-, o país é responsável por colocar de 1.500 a 3.500 toneladas da droga por ano no mercado mundial.
Segundo o UNODC, o cultivo da planta se estende por entre 10 mil e 24 mil hectares, sobretudo na conflagrada região sul afegã, alvo de ofensiva da Otan -a aliança militar ocidental- por conta da predominância de insurgentes ligados ao Taleban.
"O relatório mostra que o problema da droga no Afeganistão é mais complexo do que o tráfico de ópio", disse Antonio Maria Costa, chefe do UNODC. Como no caso do ópio, o tráfico de maconha financia a insurgência, que cobra taxas de produção e permite o trânsito seguro da droga pelo país."
MUITO ESTRANHO
Este blog já expressou sua estranheza na postagem de 7 de novembro de 2008, intitulada: "SERÁ QUE O OBJETIVO ESCUSO É O CONTROLE E O AUMENTO DA PRODUÇÃO DE DROGA!?!
Escrevi na referida postagem:
"Em 22 de março deste ano (2008), este blog postou o artigo: FATOS MUITO ESTRANHOS NA GUERRA DOS EUA CONTRA O AFEGANISTÃO”. Transcrevo parte dele:
“COISAS MUITO ESTRANHAS - O NARCOTRÁFICO
"Sempre achei que havia no ar coisas muito estranhas, incoerentes. Muitas delas até hoje perduram ou se repetem. E ainda não as compreendo.
Por exemplo: o regime Taleban baniu do Afeganistão o cultivo do ópio, do qual é extraída a heroína. A produção caiu a zero em julho de 2001, dois meses antes do atentado às torres gêmeas de Nova Iorque.
O comércio mundial daquele produto, que somente nos EUA move mais de dois bilhões de dólares por ano, ficou arrasado, com preços disparando, inviabilizando a sua comercialização e causando o desespero dos seus comerciantes e dos consumidores, principalmente norte-americanos. A dimensão econômica do 'negócio' é gigantesca. Em 2008, o comércio de narcotráfico (heroína e outros) movimenta 1,75 trilhões de euros no mundo.
Alguns meses depois da invasão norte-americana, na caça ao terrorista Bin Laden, os EUA devastaram com poder impressionante o Afeganistão, com milhões de toneladas de bombas e mísseis moderníssimos. Até o seu subsolo, suas cavernas, suas montanhas foram explodidos por novas e poderosas bombas que tudo esfarinhavam como um grande terremoto.
Aquele país atacado, cujos progresso e infra-estrutura o assemelhavam ao interior do Piauí, e o seu centro comercial era semelhante a uma feira livre da periferia de Caruaru, foi completamente destroçado, com dezenas de milhares de inocentes civis afegãos mortos. Até hoje, está totalmente ocupado pelas numerosas, modernas e poderosíssimas Forças Armadas dos EUA e de seus aliados.
Contudo, o surpreendente e incompreensível para mim é o Afeganistão, mesmo policiado palmo a palmo por forças que se entitulam com o nobre direito de combater o terror e o narcotráfico no mundo, ter rapidamente recuperado, e gigantescamente aumentado a lavoura, a produção e a exportação do ópio, hoje já respondendo por quase 100% da produção mundial. Os preços e o suprimento da heroína já baixaram e estão normalizados nos EUA e nos demais grandes mercados consumidores.
Fico perplexo, nada entendendo.
Apenas para exemplificar esse incongruente quadro, relembro trechos de um artigo da BBC Brasil, de 03/09/2006, que trata desse surpreendente e exponencial crescimento da produção de papoula, ópio e heroína após a invasão norte-americana:
“CULTIVO DE ÓPIO NO AFEGANISTÃO AUMENTA 59% NO ANO” (2006)
“O cultivo de papoulas no Afeganistão - matéria-prima para a produção de ópio - deverá aumentar em 59% neste ano, representando 92% da produção mundial da droga, de acordo com as Nações Unidas.”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário