“Durante o fim de noite de quinta (23/09) e o dia inteiro de sexta (24/09), foi noticiado, pelos quatro cantos do mundo, o retumbante sucesso do processo de capitalização da Petrobras. A operação, de R$ 120,36 (US$ 70 bilhões), foi o maior processo de capitalização de uma empresa na história do capitalismo, transformando-a numa das dez maiores corporações do mundo.
Renato Rabelo*
Para se ter uma noção, até hoje, a maior capitalização da história havia sido a da japonesa NTT, que movimentou US$ 36,8 bilhões em 1987.
A questão-chave neste momento não está somente na divulgação dos vários índices e números à disposição. Esse cotejamento de dados está amplamente difundido na imprensa, inclusive a partidária. O momento é o de adentrarmos na superfície do processo e percebermos que isto está ocorrendo justamente no momento em que o mundo está repleto de incertezas no cenário econômico. Num momento em que o capitalismo internacional ainda respira os ares de uma devastadora crise financeira e quando os “pacotes de reação” vão desde induções macroeconômicas (China, EUA e Brasil) até sanções ultraliberais (França e Grécia).
Por outro lado, é mais uma expressão do momento que o Brasil vive, em que as forças empreendedoras da nação estão a movimentar-se no sentido da construção de um país forte e uma nação sadia. O Estado brasileiro, que detinha somente 40% das ações da empresa, passou a contar agora com 48%.
As ladainhas dos problemas advindos de um aumento de participação do Estado não resistem à prova da ciência lógica, para a qual esse processo de capitalização só demonstra que uma empresa – seja estatal, privada ou de capital compartilhado –, na medida em que sua gestão aponta no sentido de uma quase certa liquidez estratégica só tem a ganhar. É a vitória sobre aqueles que desde 1953 apontam a incapacidade de nosso país em ser uma grande nação e que entre 1995 e 2002 tudo fizeram para liquidar nossa indústria, inclusive a Petrobras.
Fizeram muito também para estirpar novas formas de financiamento e, consequentemente, de gerir nossa independência financeira. Com esta capitalização de sucesso, o mercado de capitais nacional passou ao leme do processo de financiamento abrindo imensas possibilidades para nossas empresas e para a diminuição de nossa dependência externa. Percebamos e vejamos no estratégico: o capitalismo nacional entra em uma nova fase de desenvolvimento, onde as ações de suas empresas passam a ter mais segurança financeira para serem geridas não nas bolsas de Nova Iorque ou Londres e sim na Bolsa de Valores de São Paulo. Isso tem um significado estratégico pouco percebido até o momento. É a fase do desenvolvimento amplamente boicotada pelos mesmos que hoje se vestem de paladinos da “moralidade” e da “ética” e que na verdade estão aí - nos partidos conservadores e na imprensa – para colocar os destinos de nossa nação em concordância com os rumos de uma nação estrangeira. São os mesmos que levaram ao suicídio Getúlio Vargas e passaram as últimas semanas passando recibo num processo de especulação financeira envolvendo as futuras ações a serem negociadas neste vitorioso processo de capitalização.
O Brasil e seu povo estão vencendo. A Petrobras é um símbolo de um novo e dinâmico país. País que se afiança na capacidade empreendedora e criativa de seu maravilhoso povo.
FONTE: escrito por Renato Rabelo, presidente Nacional do PCdoB, e publicado no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=137879&id_secao=1).
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