“O debate entre os candidatos a presidente promovido pela CNBB, foi morno, sem grandes novidades.
Assim como na Rede TV!, José Serra (PSDB/SP) foi quem se saiu pior.
O "destaque" foi quase uma vídeo-cassetada, quando o demo-tucano se atrapalhou todo com uma pergunta sobre financiamento público de campanha e voto em lista. Pediu para repetir a pergunta várias vezes, saiu do lugar, se atrapalhou todo. Mas isso é o de menos, isso é apenas prosaico e não é o importante.
Importante foi a resposta, pois muita gente não conhecia a real posição do demo-tucano.
Serra se declarou contra o financiamento exclusivamente público de campanhas e a favor do financiamento privado.
É uma posição neoliberal e conivente com a raiz da corrupção na política.
O financiamento privado geralmente é uma forma de lobby do poder econômico, quando não é corrupção direta.
Candidatos populares, que têm base social para se eleger, conseguem exercer seus mandatos com independência, mesmo recebendo financiamentos privados, mas candidatos que só se elegem na base da propaganda maciça e milionária, ficam reféns de quem financia a campanha, tendo que retribuir no exercício do mandato, sucumbindo ao lobismo ou à corrupção.
É melhor e mais barato que as eleições sejam financiadas exclusivamente com dinheiro público (como já é financiada a própria justiça eleitoral, e parte das campanhas, com fundos partidários e pagamento pelos horários eleitorais), do que o contribuinte passar quatro anos vendo o dinheiro público sendo desviado, através de esquemas de corrupção, para financiadores inescrupulosos.
Obviamente, financiamento público pressupõe campanhas mais austeras e com recursos mais padronizados para todos os partidos.
Além disso, o financiamento público torna possível trabalhadores, professores, líderes comunitários, funcionários públicos, disputarem mandato de igual para igual com pessoas ricas, com trânsito entre a elite econômica, e contra oligarcas.
A resposta de Serra mostra que ele prefere que tudo continue como está, com estes esquemas de lobby de banqueiros, empreiteiras, empresas de transporte, empresas de comunicação, concessionárias, planos de saúde, financiando bancadas de deputados e conseguindo nomear em postos chave gente que depois agirá e votará contra o interesse público da maioria população.
Serra foi muito mal também na resposta sobre o pré-sal. Mostrou em parte desconhecimento e falta de um projeto nacional, mas também transpareceu que está querendo esconder sua verdadeira posição neoliberal e entreguista sobre o assunto. Pena que foi o Plínio e não a Dilma quem teve o direito de comentar a resposta.
Dilma teve o ponto mais alto no debate quando falou com propriedade sobre o combate à corrupção, não apenas com blá-blá-blá de político, mas matando a cobra e mostrando a cobra morta, explicando os investimentos na Polícia Federal, na CGU, no portal da transparência, as punições doa a quem doer, e a nomeação de um Procurador Geral da República independente, que não é engavetador, obedecendo a indicação feita por eleição pelos próprios membros do Ministério Público.
Diante de uma provocação de Plínio, dizendo que Dilma "estaria em situação difícil diante das denúncias no noticiário", Dilma fulminou: "Eu não estou em nenhuma situação difícil, eu tenho 25 anos de vida publica, jamais fui acusada de qualquer ato indevido".
Dilma também foi muito bem ao falar dos programas de inclusão social, que tiraram milhões da pobreza, e outros milhões de brasileiros subiram para a classe média.
No mais, Plínio e Marina foram os de sempre, sem apresentar novidades.”
FONTE: blog “Os amigos do Presidente Lula” (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2010/09/em-debate-serra-se-declara-favor-das.html).
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