terça-feira, 12 de abril de 2011

"GASTO MILITAR" NA AMÉRICA DO SUL


[OBS INICIAL DESTE BLOG:

Não faz sentido a comparação dos “gastos militares” do Brasil com os de outros países. Isso porque não são confrontos com os mesmos critérios.

No caso brasileiro, eles englobam não somente armamentos, mas gastos com pessoal civil e militar, da ativa e aposentadorias e pensões, o que não ocorre nas divulgações de valores da maioria dos outros países. Dentro do próprio Brasil, a comparação não faz sentido, pois, por exemplo, os gastos na “área de saúde”, de “educação”, ou na área de “ciência e tecnologia”, não abrangem os gastos do INSS com os aposentados nessas áreas.

Comparando-se gastos em defesa de diversos países de modo homogêneo, com os mesmos parâmetros, já foi divulgado que o Brasil, há muitas décadas, despende menos em relação ao PIB e menos ainda em gastos per capita em segurança que a maioria dos outros países. Menos, até mesmo, que o Estado do Vaticano].

Vejamos, a seguir, a seguinte reportagem da "Folha de São Paulo", que trata de comparações discutíveis, entre valores heterogêneos, feita por instituto da Suécia:

“BRASIL PUXA ALTA DE GASTO MILITAR NA AMÉRICA DO SUL”

PAÍS RESPONDE POR 80% DO AUMENTO DAS DESPESAS DA REGIÃO, DIZ INSTITUTO

SEGUNDO SIPRI, GASTOS GLOBAIS, ENTRETANTO, CONTINUAM DOMINADOS PELOS EUA; CHINA FICA EM DISTANTE 2º LUGAR

A América do Sul foi a região do mundo em que os gastos militares mais cresceram em 2010, e o Brasil foi responsável por 80% desse aumento, de acordo com um relatório divulgado pelo SIPRI (Instituto Internacional de Estudos da Paz de Estocolmo).

O instituto atribui o fenômeno à recuperação econômica da região, uma das menos atingidas pela crise global de 2008. Destaca, também, o projeto de reequipamento das Forças Armadas brasileiras, que neste ano foi desacelerado pelos cortes orçamentários na Defesa.

"O Brasil está buscando projetar seu poder e influência para além da América do Sul, por meio da modernização militar", constata [julga] o SIPRI.

Os gastos militares mundiais, que atingiram US$ 1,63 trilhão em 2010, continuam amplamente dominados pelos EUA, responsáveis por 43% do total. O país é seguido de longe por China (7,3%) e potências tradicionais como a França (3,6%).

O Brasil ficou em 11º lugar no ranking mundial das despesas militares. Mas, como proporção do PIB, seus gastos foram [relativamente muito baixos] de 1,6%, pouco mais do que em 2009 (1,5%). O número é inferior aos de EUA (4,8%), China (2,1%) e Índia (2,7%), entre outros.

Os dados do Brasil são baseados no Orçamento de 2010 [antes dos cortes] e incluem despesas com salários e pensões [que não são incluídos pela maior parte dos outros países], que consomem 70% do total estimado em US$ 33,5 bilhões, em valores correntes. O aumento é de 9,3% em relação a 2009.

Na América do Sul, também se destacam os aumentos do Peru (16%) e da Colômbia (7,2%). O da Argentina subiu 6,6%, mas a diferença foi basicamente para o pagamento de soldos [da ativa].

A Venezuela é destaque, mas em sentido contrário. Depois de incrementar as despesas entre 2004 e 2009, com a compra de aviões caça e outras armas russas, o país reduziu-as em 27,3%.

O SIPRI ressalta, no entanto, que parte do pagamento por essas armas pode não ter sido incluído no orçamento público [de alguns países].

O crescimento do gasto sul-americano, de 5,8%, foi bem superior à média anual entre 2001 e 2009 (3,7%).

O SIPRI critica as despesas bélicas numa região "com carências sociais mais urgentes" e recomenda que os países levem adiante a promessa de maior transparência, inclusive no âmbito da UNASUL (União de Nações Sul-Americanas).

EUA x CHINA

Apesar de terem desacelerado seu orçamento militar, que aumentou 2,8% contra 7,4% entre 2001 e 2009, os EUA sozinhos foram responsáveis por 95% de tudo o que o mundo gastou a mais com o setor em 2010, na comparação com 2009.

Os americanos gastam seis vezes mais do que a China, que vem aprimorando sua Marinha para tentar reduzir a dominância militar dos EUA nas áreas do Pacífico perto da sua costa.

Na África, os responsáveis pela alta de 5,2% nas despesas foram Angola, Nigéria, Argélia e Marrocos.”

FONTE: reportagem de Claudia Antunes publicada na Folha Online e transcrita no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/defesa/noticia/534/Brasil-puxa-alta-de-gasto-militar-na-America-do-Sul) [observação inicial e outros trechos entre colchetes e imagem do Google adicionados por este blog].

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