terça-feira, 11 de outubro de 2011
BRASIL LIDERA RANKING DE COMBATE À FOME PELA 3ª VEZ
“O Brasil lidera pela terceira vez o levantamento da organização não governamental (ONG) ‘ActionAid’, divulgado ontem (10), que lista os países que mais combatem a fome. Desta vez, o anúncio de mais investimentos para a agricultura familiar levou o Brasil ao topo do ranking. Malauí, Ruanda, Etiópia e Tanzânia completam as cinco primeiras posições.
O relatório lista resultados do ‘Programa Fome Zero’, que levou à redução da desnutrição infantil em 73% entre 2002 e 2008, e elogia a inclusão do direito à alimentação na Constituição Federal em fevereiro de 2010.
A iniciativa mais recente do país no combate à insegurança alimentar, segundo a ONG, foi o anúncio de R$ 16 bilhões para o ‘Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012’, para investimentos na produção de alimentos, geração de renda no campo e organização econômica de agricultores familiares, assentados da reforma agrária e povos e comunidades tradicionais.
Segundo ele, pode ser compartilhada com outros países a experiência brasileira em iniciativas de transferência de renda e políticas de proteção social e segurança alimentar, como os programas de merenda escolar e de construção de cisternas em regiões semiáridas.
Na avaliação global, o levantamento aponta que, apesar de recentes avanços no combate à fome e à insegurança alimentar, o mundo está prestes a enfrentar agravamento da crise de oferta de alimentos. Entre as causas estão os efeitos das mudanças climáticas e a perspectiva de aumento de preço dos alimentos, que deverá levar mais 44 milhões de pessoas à pobreza. De acordo com a ‘ActionAid’, a demanda de terras para a produção de biocombustíveis deve continuar inflacionando o preço dos alimentos.
De acordo com Campolina, a crise econômica também deve frear os esforços internacionais de combate à fome. “Em ambiente de crise há menos recursos disponíveis tanto para a ajuda externa quanto para o investimento doméstico em agricultura, o que pode levar a diminuição dos recursos que poderiam ser destinados à agricultura familiar e sustentável. Apesar que boa parte do que se ouviu até hoje sobre promessa de ajuda dos países ricos não constitui novos recursos”, acrescentou.
A ONG sugere que o G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) inclua a crise alimentar na pauta de sua próxima reunião, em novembro, em Cannes, na França, e se comprometa, por exemplo, a garantir investimentos às pequenas propriedades dos países pobres e a frear a especulação de terras para a produção de biocombustíveis.
“O G20 tem que tomar as medidas concretas para cumprir a prioridade de combater a fome. A prioridade não pode ser salvar grupos financeiros que especulam com ‘commodities’ agrícolas ao custo da fome das populações pobres. É preciso investir em pequenos agricultores que produzem alimentos para consumo local e dinamizam mercados domésticos, apoiar a criação de estoques de alimentos nacionais e regionais e controlar a especulação financeira com produtos agrícolas”, defendeu o coordenador.”
FONTE: informações da Agência Brasil publicadas no portal do PT (http://www.pt.org.br/index.php?/noticias/view/brasil_lidera_ranking_de_combate_a_fome_pela_terceira_vez) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’]
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Um comentário:
Josué de Castro vive entre nós!!
13/10/2011: Fome é a maior arma de destruição em massa, diz Lula nos EUA
Ex-presidente recebeu prêmio dado a pessoas que combateram fome.
'Pobres gostam de comer bem, não gostam de miséria', disse sob aplausos.
Do G1, em Brasília
Após receber, na noite desta quinta-feira (13), o World Food Prize nos Estados Unidos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a fome é "a maior arma de destruição em massa que a humanidade já inventou" e que os governantes, em vez de guerras, devem "lutar pela vida, não pela morte".
"Ela [a fome] não mata inimigos, ela não mata terroristas. Ela mata crianças, e às vezes, no útero da própria mãe, que não teve direito de comer as calorias necessárias ao nascimento de uma criança".
O ex-presidente foi um dos agraciados neste ano pelo prêmio, criado em 1970 para prestigiar personalidades que contribuíram para a diminuição da fome no mundo.
Durante o discurso de agradecimento, que durou cerca de 12 minutos, Lula disse que democracia não é apenas poder "dizer que está com fome... é a gente poder comer, de manhã, de tarde e de noite". Ele mencionou o Bolsa Família e destacou a obrigação de o dinheiro ser entregue à mulher, "mais responsável por levar comida para dentro de casa".
Ele pregou que não basta aos governantes um diploma de universidade para conduzir um país. "É preciso que ele governe com sentimento, como uma mãe", disse. Depois arrancou risos e aplausos ao dizer que "os pobres gostam de comer bem. Pobre não gosta de miséria".
Em seu site, a organização do prêmio disse que Lula, antes mesmo de chegar à Presidência, deixou claro que o combate à fome e à pobreza seria a maior prioridade de seu governo. O texto lembra frase do ex-presidente de que trabalharia para possibilitar que todo brasileiro tivesse três refeições por dia.
Há elogios ao programa Fome Zero e seu desdobramento no Bolsa Família, no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que compra alimentos de pequenos produtores, e do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Na viagem a Des Moines, Lula foi acompanhado do ex-ministro José Graziano, que entre 2003 e 2004, coordenou o Fome Zero. Em junho deste ano, Graziano foi eleito diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Na fala, Lula disse que dividia o prêmio com o ex-ministro.
Prêmio
O World Food Prize foi criado pelo cientista e prêmio Nobel da Paz de 1970 Norman E. Borlaug, um dos principais responsáveis pela “revolução verde”, com tecnologias e técnicas agrícolas que aumentaram a produção de alimentos no mundo.
Neste ano, Lula dividiu o prêmio com o ex-presidente de Gana, John Agyekum Kufuor. Sob seu governo (2001-2009), a população pobre reduziu de 51,7% para 26,5% do total de habitantes. A fome caiu de 34% para 9%.
Antes de Lula, dois brasileiros já haviam recebido o prêmio. Em 2005, a entidade laureou o agrônomo Edson Lobato e o ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, por pesquisas e políticas de desenvolvimento do cultivo no Cerrado.
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