segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
FREIO DE MÃO PUXADO NA QUEDA DOS JUROS
Por Fernando Brito
“A atitude tomada semana passada, de forma coordenada, pelos BCs do Canadá, Inglaterra, Japão e Suíça, além do Banco Central Europeu (BCE) e do Federal Reserve (FED, banco central dos Estados Unidos), de reduzirem o custo das operações cambiais e prometerem medidas para ampliar o crédito, mostra que o quadro econômico mundial deteriorou-se gravemente.
Apesar disso, nosso Banco Central andou de freio de mão puxado, baixando somente em 0,5% a taxa pública de juros, o que vai obrigar o Ministério da Fazenda brasileiro a adotar medidas mais agressivas para sinalizar reaquecimento do consumo.
Ou seja, a tibieza do BC brasileiro vai exigir mais ousadia de nosso Governo.
Redução de ‘Imposto sobre Operações Financeiras’, ampliação do prazo de recolhimento de impostos cobrados de determinados setores-chaves da economia, atuação mais agressiva dos bancos públicos e outras medidas devem compor o leque de ações do Governo para estimular o consumo.
Essa é a orientação da política econômica que se legitima na escolha eleitoral feita pelos brasileiros na eleição de há um ano atrás.
É evidente que o Banco central não deve ser um ‘office-boy’ do Governo que integra.
Mas não pode ser mais considerado heresia que ele deixe de se portar como ‘office-boy’ do mercado financeiro.
Os níveis dos juros reais brasileiros e o impacto monstruoso que eles causam sobre a saúde das finanças públicas e sobre toda a economia, quando nos obrigam a pagar as mais altas taxas reais do mundo aos rentistas – veja o gráfico acima- e, com isso, nos fazem sufocar a nossa indústria, nossa produção e o consumo, podem ser herança maldita da explosão de endividamento acontecida a partir de 1994.
Mas não podem ser presença eterna.
Cedo ou tarde, teremos de exorcizá-los.”
FONTE: escrito por Fernando Brito no blog “Projeto Nacional” (http://blogprojetonacional.com.br/freio-de-mao-puxado-na-queda-dos-juros/).
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