segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

PROGRAMA ESPACIAL TEM QUE INCLUIR AS EMPRESAS NACIONAIS, diz presidente da AEB


Por Ricardo Koiti Koshimizu

“O Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, defende a inclusão das empresas nacionais no programa espacial do governo, "pois os produtos do setor têm alto valor agregado e podem gerar oportunidades de negócios" [em muitas outras áreas]. Ele participou, na quinta-feira (1º), da audiência pública promovida pela ‘Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática’ (CCT) do Senado.

Ao destacar a importância do valor agregado, Raupp afirmou que "se um quilo de soja custa cerca de US$ 0,20 e um quilo de uma aeronave em torno de US$ 10 mil, um quilo de um satélite custa aproximadamente US$ 50 mil".

Não podemos enveredar com dinheiro público em programa ambicioso de construção de veículos espaciais sem que haja o envolvimento da indústria nacional” - reiterou ele.

Raupp observou ainda que a participação das empresas no setor "também pode resultar em capacitação da indústria para que se possa competir no mercado global".

Por outro lado, o presidente da AEB concordou com as críticas de que o programa espacial brasileiro está atrasado em sua implementação - o senador Walter Pinheiro (PT-BA), que participou da audiência, está entre os críticos. Raupp disse que, "apesar do esforço dos últimos 30 anos, o programa não vem atendendo a muitas das grandes demandas da sociedade, como é o caso da internet de banda larga para regiões de difícil acesso e o fato de que não há satélites brasileiros para previsão do tempo".

Utilizamos satélites norte-americanos para a previsão. E muitas vezes ficamos na mão” - lamentou Raupp.

Ao apontar os problemas da dependência de satélites estrangeiros, Walter Pinheiro lembrou da importância das previsões meteorológicas para o planejamento da produção agrícola. O senador também argumentou que o governo brasileiro "cometeu no passado erros grosseiros em suas decisões relacionadas aos satélites".

[OBS deste blog 'democracia&política': por exemplo, o erro da surpreendente passagem em 1998, no governo neoliberal demotucano FHC, de todos os nossos cinco satélites de comunicações, juntamente com toda a empresa EMBRATEL (Empresa 'Brasileira' (?) de Telecomunicações S.A.), para a norte-americana MCI World Com, a qual faliu e vendeu os satélites e a EMBRATEL, em 2004, para a TELMEX, do magnata mexicano Carlos Slim, sem qualquer consulta ao governo brasileiro. Assim, todas as comunicações brasileiras, sigilosas ou não, governamentais, militares, empresariais, particulares, dependem de e são gerenciadas por essa empresa estrangeira].

Apesar de reconhecer esses problemas, Raupp também citou avanços, como o desenvolvimento de satélites para a gestão de bacias hidrográficas e a geração de imagens ópticas do território nacional que permitem o monitoramento de florestas.

Marco Antônio Raupp assumiu em março a presidência da Agência Espacial Brasileira, que é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.”

FONTE: Jornal do Senado. Transcrito no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/space/noticia/3807/Programa-espacial-tem-que-incluir-as-empresas-nacionais--diz-presidente-da-AEB).[OBS entre colchetes adicionada por este blog 'democracia&política'].

Nenhum comentário: