domingo, 14 de setembro de 2014

VOTE NAS LÁGRIMAS DE MARINA E VOCÊ TAMBÉM CHORARÁ




"...Há muito trouxa no Brasil capaz de votar em lágrimas ou em viúvas de araque que chegam a fazer [sorridente] “selfie” sobre o caixão do “cônjuge” recém-saído desta para melhor".

Vote nas lágrimas de Marina e quem vai chorar por último será você

Por Eduardo Guimarães, no "Cidadania"

A eleição presidencial começou mesmo em 13 de agosto último, nem duas horas após o anúncio da morte de Eduardo Campos – o irmão dele já se oferecia para ser vice na chapa de Marina Silva, quem, no mesmo dia, já começava a fazer seus cálculos políticos.

A partir dali, a mídia transformou Marina em viúva-honorária do falecido. Durante mais de uma semana, TV, internet, rádio, revistas, jornais e o que mais se puder imaginar inundaram a sua vida, leitor, com imagens da viúva política de Campos ostentando expressão de dor que só ela sabe afetar.

E, de quebra, vestindo preto.

Por alguma razão que este que escreve jamais compreendeu, Globo, Folha, Veja e Estadão acreditaram que a disparada de Marina se daria às custas dos votos de Dilma e não dos de Aécio, porque a pessebista seria “de esquerda” como a petista.

Tolinhos…

Marina, porém, como foi previsto aqui tantas vezes, tornou-se problema imediato de Aécio, não de Dilma. Assim, tal qual vampira sugou os votos do tucano até deixá-lo literalmente exangue, eleitoralmente.

Fico só imaginando a cara desses apalermados da mídia corporativa ao perceberem o tiro de bazuca que haviam dado no próprio pé.

Eis, então, que, confiante na estupidez do eleitorado, a mídia desanda a espancar aquela em quem ainda não confiava – justamente por caírem na dela e acreditarem-na “de esquerda” –, na esperança de ressuscitar o tucano abatido em voo baixo.

Volto a ver, em pensamento, a expressão abobalhada que se estampou nas fuças dos “doutores” em tudo que infestam a imprensa brasileira.

Agora, os “geniais” apalermados e abobalhados barões da mídia tiveram mais um plano infalível: transformar em agressão torpe, baixaria, golpe abaixo da cintura Dilma meramente travar o debate político sobre as propostas vacilantes da adversária.

Querem impedir que Dilma reaja ao que fez Marina no debate da Band, que aconteceu não faz nem um mês, quando a verdinha espancou os dois principais adversários enquanto estes se encolhiam ante a agressão de alguém recém-canonizada.

Apesar dos fatos sobre quem começou a troca de críticas, a capa da 'Veja' desta semana e as da 'Folha de São Paulo' dos últimos dias inventaram uma santinha esmagada pela truculência de uma Dilma mostrada como destemperada, covarde e todos os outros adjetivos necessários à caricatura.

Será que vou precisar resgatar a montanha de matérias da própria grande mídia reconhecendo que quem começou a pancadaria foi Marina no debate da Band ou a mídia golpista de direita prefere reconhecer já que Marina chorar agora por simplesmente ser criticada, logo após ter partido para cima dos que só revidam, não passa da mais pura vigarice?

Quão trouxa é o eleitorado brasileiro? Já se viu que não tanto quanto pareceu no momento da passagem de Eduardo Campos.

Aos poucos, as pessoas foram se posicionando – mais rapidamente no lado de Marina e mais lentamente no lado de Dilma –, e o país se dividiu em igualdade de partes. Como se disse aqui tantas vezes, esta eleição será decidida por margem exígua, talvez por uma casa decimal.

Nesse quadro, a eleição pode caminhar para uma loteria. Afinal, há muito trouxa no Brasil capaz de votar em lágrimas ou em viúvas de araque que chegam a fazer “selfie” sobre o caixão do “cônjuge” recém-saído desta para melhor.

Se o pior suceder, se ficar provado que a maioria do povo brasileiro é composta por trouxas e se, assim, os trouxas vencerem a eleição presidencial, quem irá chorar por último serão eles. Muito poucos irão ganhar em um governo de banqueiros e barões da mídia."

FONTE: escrito por Eduardo Guimarães em seu blog "Cidadania"  (http://www.blogdacidadania.com.br/2014/09/vote-nas-lagrimas-de-marina-e-quem-vai-chorar-por-ultimo-sera-voce/).[Título e legenda (extraída do texto) da foto adicionados por este blog 'democracia&política']

COMPLEMENTAÇÃO

Sem argumentos, Marina agora apela para chororô



"A candidata Marina Silva deflagrou, no sábado, uma nova estratégia política. Quer vencer as eleições de 2014 com uma nova arma: suas lágrimas. Á 'Folha de S. Paulo', ela se derramou em prantos ao mencionar críticas que o ex-presidente Lula teria feito a ela. Ao 'Estado de S. Paulo', também chorosa, disse: "parem de tentar me destruir". A capa de 'Veja' deste fim de semana faz parte desse mesmo contexto. Ao apelar para a encenação, Marina cria um personagem curioso. Ela se julga apta a acusar o PT de colocar diretores "para assaltar a Petrobras", mas se enxerga como vítima de baixarias quando é contestada por suas próprias contradições. Questionada, a presidente Dilma Rousseff ironizou: "Não sou contra chorar. Chorar é intrínseco ao ser humano"

Do "Brasil 247"


Marina Silva, candidata do PSB à presidência da República, esgotou seu arsenal de argumentos lógicos e racionais. Agora, sua arma para tentar vencer as eleições presidencial de 2014 é inusitada: o choro. Sim, Marina quer colocar suas próprias lágrimas a serviço de uma estratégia política.

O plano consiste em criar um novo mito: a guerreira frágil, que estaria sendo esmagada pela máquina de difamação e baixarias do Partido dos Trabalhadores.

A interlocutores escolhidos a dedo, Marina chorou aos borbotões nas últimas horas. À 'Folha de S. Paulo', ela chorou ao falar de Lula, que, segundo ela, a teria atacado. "Eu não posso controlar o que Lula pode fazer contra mim, mas posso controlar que não quero fazer nada contra ele", disse Marina, com a voz embargada, à repórter Marina Dias (leia aqui).

Marina se referia a um discurso de Lula em que nem foi citada. Em Recife, o ex-presidente apenas afirmou que "tem gente querendo acabar com o pré-sal". Em seguida, afirmou que, se fosse preciso, ele próprio saltaria no fundo do mar para buscar esse petróleo. A crítica de Lula era apenas política e decorria do fato de Marina ter negligenciado o pré-sal em seu programa de governo.

Uma reportagem do jornal 'Estado de S. Paulo' de sábado também retrata uma Marina chorosa, que estaria se sentindo injustiçada. "Parem de querer me destruir", disse ele. "Nunca imaginei, por mais criativa que eu fosse, depois de 30 anos lutando no PT, depois de ter enfrentado jagunço e depois de ter lutado pelo Lula, que seriam eles que iriam fazer de tudo para me destruir", afirmou.

Em 'Veja', a capa é também uma peça de campanha que visa a reforçar o mesmo mito: o da frágil Marina atacada pelo PT.

No entanto, Marina se diz atacada, mas considera absolutamente legítimo dizer que o PT nomeou "diretores para assaltar a Petrobras". Será que ela não deveria estar preparada para, em vez de apelar para o chororô, retrucar com argumentos as críticas que lhe são feitas?

No sábado, ao ser questionada sobre a nova estratégia de Marina, a presidente Dilma Rousseff saiu pela tangente: "Não sou contra chorar. Chorar é intrínseco ao ser humano", disse ela, no Twitter."


FONTE da complementação: do jornal digital "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/poder/153339/Sem-argumentos-Marina-agora-apela-para-chororô.htm).

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