GIGANTESCA CORRUPÇÃO DO PSDB: MP REAFIRMA A VERACIDADE DA “LISTA DE FURNAS”
[OBSERVAÇÃO deste blog 'democracia&política':
Transcrevo trecho de postagem deste blog, do início deste ano, em 7 de janeiro de 2014, intitulada: "A IMPUNE LISTA DE FURNAS E O CINISMO DA JUSTIÇA PARTIDARIZADA".
AINDA (HÁ 13 ANOS) IMPUNE [E ABAFADA PELA MÍDIA] A CORRUPÇÃO DO PSDB DESVENDADA PELA “LISTA DE FURNAS”
LISTA DE FURNAS: CAIXA DE CAMPANHA DE R$ 39,9 MILHÕES (valor não atualizado), RESULTADO DE FRAUDES, AINDA NÃO DEU CADEIA!!!
Por Lúcia Rodrigues, em Belo Horizonte, especial para o “Viomundo”
“Quem pensa que o ‘mensalão do PSDB’ é o único esquema de corrupção do partido que está impune, se engana. A sigla está envolvida em, pelo menos, outro escândalo de desvio de recursos que não foi julgado até agora [por coincidência, a PGR e o STF não encontram tempo para julgar crimes da direita, dos demotucanos], apesar de a Polícia Federal ter atestado a autenticidade do documento-chave para a denúncia.
O “mensalão tucano”, recorde-se, ajudou a financiar a campanha de 1998, quando Fernando Henrique Cardoso/PSDB se reelegeu ao Planalto e Eduardo Azeredo, também do PSDB, foi derrotado na disputa pelo governo de Minas Gerais por Itamar Franco.
Nas eleições de 2002, os tucanos promoveram outra forma de arrecadação de recursos para financiar suas campanhas e as de seus aliados. O esquema previa o repasse de dinheiro [público] por meio de licitações superfaturadas da empresa [estatal mineira] Furnas Centrais Elétricas S.A.
Na ocasião, Aécio Neves era candidato a governador de Minas, Geraldo Alckmin concorria em São Paulo — ambos foram eleitos — e José Serra disputou com Lula o Planalto.
A chamada “Lista de Furnas”, como ficou conhecida a estratégia de financiamento montada pelos tucanos, rendeu milhões de reais [principalmente de recursos públicos desviados] para financiar campanhas.
Denúncia da Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro classifica o esquema como criminoso.
O delator do “mensalão tucano”, Nilton Monteiro, que também é o responsável pelo vazamento de informações sobre a lista, informou à procuradora Andréa Bayão Pereira, autora da ação do MPF, que os recursos eram controlados em “um fundo” (caixinha 2).
A “Lista de Furnas”, documento de cinco páginas assinado por Dimas Fabiano Toledo, à época diretor de Planejamento, Engenharia e Construção de Furnas e operador do esquema, traz os nomes de mais de 150 políticos beneficiários, assim como uma centena de empresas financiadoras. No alto de cada folha se lê a advertência: “confidencial”.
“Esses recursos eram controlados em um fundo formado com valores obtidos junto às diversas empresas que mantinham contratos com Furnas” afirma Nilton Monteiro em seu depoimento à procuradora. Ele explica que os empresários que queriam atuar em Furnas tinham de contribuir com esse fundo. “Caso contrário, não conseguiriam realizar nenhum contrato na empresa estatal.”
O deputado estadual Rogério Correia (PT-MG), primeiro a entregar uma cópia da “Lista de Furnas” à Polícia Federal, conta como o esquema funcionava.
Ele obteve o xerox do documento com o delator do mensalão tucano. “Quando ele me passou a Lista de Furnas, eu tomei um susto”, relata.[ouvir em https://soundcloud.com/azenha/contrato-em-troca-de-financiar].
O laudo da Polícia Federal atesta que o documento é autêntico. O pedido de perícia foi feito pelo parlamentar.
“Na época, o Nilton Monteiro, e até hoje provavelmente, não ficou satisfeito comigo. A intenção dele não era entregar (a lista) à Polícia Federal. Ele tinha aquilo para fazer suas negociações com o lado de lá”, afirma ao se referir às tentativas do delator de arrancar vantagens dos ex-aliados tucanos.
Nilton Monteiro, que trabalhou com o empresário Sergio Naya, ex-deputado federal por Minas Gerais, operava nos bastidores da política do estado e tinha intimidade com figuras importantes do ninho tucano nas Alterosas.[ouvir em https://soundcloud.com/azenha/pf-e-mpf-comprovam].
DESVIO DE MILHÕES DE REAIS [DOS COFRES PÚBLICOS]
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, então candidato ao cargo, o ex-governador José Serra, que disputava a Presidência da República, e o senador Aécio Neves, à época candidato ao governo de Minas Gerais, foram os principais beneficiários do esquema de corrupção milionário do PSDB.
Pela lista, Alckmin foi quem mais recebeu recursos: R$ 9,3 milhões, R$ 3,8 milhões distribuídos no primeiro turno e R$ 5,5 milhões repassados no segundo [valores não atualizados]. Serra foi beneficiado com R$ 7 milhões, R$ 3,5 milhões vieram no primeiro turno e o restante no segundo. Aécio aparece como beneficiário de R$ 5,5 milhões, quantia repassada em uma única parcela. [ouvir em https://soundcloud.com/azenha/movimento-de-um-dinheira-o].
Alckmin e Aécio foram eleitos, Serra perdeu a eleição para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) e o deputado federal José Aníbal (PSDB), que disputavam uma cadeira no Senado pelo Rio e por São Paulo, respectivamente, receberam R$ 500 mil cada um.
Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas e então candidato ao Senado, recebeu R$ 550 mil. Já o candidato a outra vaga no Senado por Minas, Zezé Perrella (PSDB-MG), pai do deputado estadual Gustavo Perrella, dono da empresa proprietária do helicóptero apreendido pela Polícia Federal, no Espírito Santo, com quase meia tonelada de cocaína, foi beneficiado com R$ 350 mil. Ao lado do nome de Zezé Perrella e do montante repassado, aparece a informação entre parênteses: “autorização de Aécio Neves”. Esse é o único caso em toda a lista em que se encontra esse tipo de justificativa.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (então PSDB), candidato a deputado federal à época, foi beneficiário de R$ 250 mil. O ex-prefeito de São Paulo,Gilberto Kassab (PSD), que também disputava uma cadeira na Câmara dos Deputados, recebeu R$ 100 mil.
Luiz Antonio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo, eleito na época deputado federal pelo PTB, também se beneficiou do mesmo valor. Quantia equivalente foi entregue ao filho do ex-delegado da Polícia Federal Romeu Tuma, o ex-deputado federal Robson Tuma (PTB-SP), assim como ao ex-presidente da Força Sindical e ex-deputado federal Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP). Ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) foram destinados R$ 50 mil.
Antonio Carlos Pannunzio, eleito em 2012 prefeito de Sorocaba, aparece na lista como recebedor de R$ 100 mil para sua campanha a deputado federal.
O delator do mensalão petista, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), também foi beneficiado pelo esquema de corrupção tucano. Recebeu R$ 75 mil [ele confirmou esse recebimento, em público].
Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão petista, recebeu R$ 250 mil do PSDB por meio do desvio fraudulento de recursos.
O capitão do Exército e deputado federal pelo Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (PP), crítico dos direitos humanos e árduo defensor da ditadura militar, foi beneficiado com R$ 50 mil do esquema corrupto desencadeado pelos tucanos.
Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves, também recebeu R$ 695 mil, para repassar a comitês e prefeitos do interior do Estado de Minas Gerais.
O deputado Rogério Correia explica que, além do laudo da Polícia Federal atestando a veracidade da Lista de Furnas, há também o relatório da Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro, de janeiro de 2012, que chegou à mesma conclusão por outras vias. [ouvir em https://soundcloud.com/azenha/pf-e-mpf-comprovam.
Para conhecer a lista completa, com os 156 beneficiados com o esquema tucano de corrupção, ver a postagem deste 'democracia&política de 12 de janeiro de 2012 intitulada "CAIXA DOIS" TUCANA DE FURNAS: http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2012/01/caixa-dois-tucana-de-furnas.html
Vejamos a seguir a postagem do "Conversa Afiada" de ontem, sábado, 19 de dezembro]:
MINISTÉRIO PÚBLICO REAFIRMA: "LISTA DE FURNAS" É AUTÊNTICA! (gigantesco "caixa 2" tucano, e com dinheiro público!!!)
"E Rogério Correia é inocente. Aécio será ? 'Cerra' será ?
O portal "Conversa Afiada" reproduz informação sobre a Lista de Furnas, que sumiu, como tudo o que mexe com os tucanos (em Minas, em São Paulo, no Paraná).
O mensalão tucano, lembram ?
Evapora-se tudo.
Entre a PF do zé, o MP e o PiG, a Lista de Furnas, verdadeiríssima!, vira tudo uma nuvem passageira.
E os três processos que correm contra o Aécio ?
Mas, onde já se viu prender tucano ?
Só morto.
DECISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ARQUIVA DENÚNCIA CONTRA ROGÉRIO CORREIA E REAFIRMA AUTENTICIDADE DA LISTA DE FURNAS
Uma decisão da promotora Raquel Ribeiro Pacheco de Souza, do Ministério Público de Minas Gerais, proferida no último dia 26 de novembro, arquivou o inquérito civil instaurado pelo PSDB em 2011 contra o deputado Rogério Correia. O processo tucano acusava Correia de ter participado ativamente da suposta falsificação da Lista de Furnas, já comprovada legítima pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. A lista traz o nome de 156 políticos, entre tucanos e aliados, que teriam recebido dinheiro publico através de um esquema de caixa dois nas eleições de 2002.
O documento que traz a decisão de arquivamento da promotora Raquel Pacheco desconstrói todos os argumentos utilizados na acusação contra Rogério Correia, baseando-se principalmente na ausência de provas. Para a promotora, “embora tenham tido os representantes oportunidade de indicar testemunhas e/ou apresentar documentos esclarecedores dos fatos que narraram, nada trouxeram aos autos que pudessem efetivamente demonstrar a prática dos atos de improbidade alegados”.
A representante do MP lembrou ainda que já existe prova técnica que dá pela autenticidade da Lista de Furnas. Portanto, se não há lista falsa, não houve qualquer operação falsificadora que pudesse ser atribuída ao deputado Rogério Correia.
A respeito da acusação de que Rogério Correia teria contratado com dinheiro público os advogados que defenderam o lobista Nilton Monteiro, a peça da promotora afirma que “o fato de alguns advogados de Nilton Monteiro conhecerem o deputado Rogério Correia e até mesmo com ele manterem relações profissionais não é, por si só, prova de que foi o dinheiro público que pagou os honorários dos mesmos advogados”. Em outra parte do documento, é lembrado ainda o fato de que o próprio deputado remeteu à justiça a avaliação contábil das contas do mandato no ano de 2006, quando teria ocorrido a falsificação da Lista de Furnas.
Quanto à acusação de que o gabinete do deputado Rogério Correia teria recebido Nilton Monteiro, sua advogada, bem como um militante do PT, para tratar de assuntos relativos à Lista de Furnas, a promotora afirma que “situações como essas são características inerentes à atividade parlamentar, especialmente por ser o representado um deputado de oposição que, nessa condição, levou aos órgãos públicos e à imprensa as notícias sobre a mencionada lista”.
A peça conclui, então, que “não se justifica o prosseguimento das apurações e nem o ajuizamento de ação civil pública”.
Decisão do MP anexa.
FONTE: do portal "Conversa Afiada" (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/12/19/a-lista-de-furnas-e-autentica/). [Título e observação inicial entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
Nenhum comentário:
Postar um comentário