sexta-feira, 17 de outubro de 2008

BRASIL, ÍNDIA E ÁFRICA DO SUL DIZEM "NÃO" AO ÔNUS DA CRISE

Li no site “Vermelho” o seguinte artigo de “gara.net” (Índia):

“Brasil, Índia e África do Sul acusaram os países ricos de ter provocado uma crise mundial que afetará seu crescimento e rechaçaram a idéia de que serão os países do pobres do planeta quem pagará essa conta. As três nações desconfiaram dos planos de resgate da banca dos EUA e Europa e denunciaram a "irresponsabilidade" dos especuladores que transformaram o mundo em um gigantesco cassino, enquanto nos davam lições de como governar nossos países".

Os governos dos oito países mais ricos do planeta, o G8, decidiram convocar uma reunião de emergência, em "um futuro próximo", para abordar a grave crise em que vivem os mercados financeiros.

A Casa Branca foi encarregada de anunciar que os líderes do Canadá, da França, da Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Grã-Bretanha e Estados Unidos, junto ao presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, querem "resolver junto a crise e restaurar a confiança nos sistemas financeiros". Enquanto os ricos se põem de acordo, a maior parte do planeta segue à margem das cúpulas para abordar uma crise que também lhe afeta.

Índia, Brasil e África do Sul chamaram a atenção dos países ricos por haver provocado a crise mundial que ameaça seu crescimento como economias emergentes e pediram uma "nova iniciativa internacional para acometer reformar estruturais" no sistema financeiro mundial, com a inclusão dos países em desenvolvimento na tomada de decisões. Em um comunicado conjunto, as delegações do três países, reunidas em Nova Déli, as três potências emergentes se constituíram em acusados do capitalismo financeiro.

"Em caso de recessão na Europa e nos Estados Unidos, os países do Sul se verão afetados porque somos os vendedores e eles os compradores", advertiu o presidente Lula, que pediu para que os países emergentes mantenham entre si um maior fluxo comercial, para fazer com que seus mercados internos cresçam.

O chefe de governo indiano, Manmohan Singh, expressou seu desejo de estabelecer uma estratégia coordenada entre esses países. Ele destacou a importância de assegurar a segurança alimentar dessas nações e opinou que a crise financeira pode lhes ajudar a explorar seus mercados.

O presidente da África do Sul, Kgalema Motlanthe, também criticou as "decisões de uma minoria que colocou o sistema financeiro internacional à beira de afundar".

Na declaração final da reunião, os três países sugeriram que a crise financeira "não deve ser superada com medidas paliativas. A reforma deve ser levada a cabo para incorporar sistemas mais fortes de consulta multinacional e vigilância. A ética também deve ser aplicada à economia".

Marginalizada até agora no processo de globalização, a África poderia aproveitar como uma oportunidade a crise financeira, ao dirigir menos seus investimentos aos mercados dos EUA, da Europa e Ásia, reduzindo as fugas de capitais e aumentados os investimentos locais.

Por outro lado, há também muitos países que dependem da ajuda dos países ricos, que será reduzida. Esse fato, inclusive, pode fomentar a "marcha até o Leste" da África, impulsionando o comércio com os gigantes asiáticos. O FMI crê que a África subsaariana será afetada pela crise financeira, mas que conservará um crescimento de 6,2% em 2009, após os 5,8% que deve crescer em 2008”.

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