sexta-feira, 24 de outubro de 2008

POR QUE O PIG PASSOU A FALAR EM “ESTATIZAÇÃO”?

O blog “Conversa Afiada” do jornalista Paulo Henrique Amorim postou ontem o seguinte texto:

"What's in a name? That which we call a rose by any other name would smell as sweet."

“O que há numa palavra ? Se chamássemos a rosa de qualquer outro nome, ela continuaria a ser doce, do mesmo jeito.” Diz Julieta a Romeu.

O que há em “estatização”?

Por que o PiG [Partido da Imprensa Golpista] se recusava a falar em “estatização”, quando a Inglaterra de Gordon Brown e os Estados Unidos de Henry Paulson decidiram criar as condições para fazer uma estatização parcial e temporária dos bancos?

O PiG não falava em “estatização”. Falava em “injeção”, em “capitalização” dos bancos.

Quando era na Inglaterra e nos Estados Unidos, “estatização” era uma palavra maldita, porque os nossos provincianos neoliberais se recusavam a admitir a hipótese de ainda haver espaço para algum tipo de “estatização” em sociedades capitalistas maduras.

Agora, quando o Governo brasileiro faz a mesmíssima coisa, e abre espaço para uma “estatização” temporária e parcial, o PiG está uma fera.

A Miriam Leitão bufa.

Veja só no blog da Miriam:

“A MP de hoje aumenta muito o risco no Brasil. O risco de o Banco do Brasil e a Caixa serem usadas de forma indevida para que, aproveitando-se da crise, o governo aumente a estatização por motivos ideológicos. Porque o atual governo acredita em estatizar.”

E tem mais: a Miriam, aflitíssima com o avanço do comunismo fala em “paranóia” do Governo; em “aventura”.

Quer dizer que a “estatização” de Brown e Paulson é uma “injeção” e a “estatização” brasileira é movida por uma “ideologia exótica”, como diziam os militares que a Miriam, na Idade Média, combatia ?

“What is in a name”?

No emprego da palavra “estatizar” se verifica, nessas plagas tropicais, dominadas pelo obscurantismo de um jornalismo de quinta categoria, todo o peso do preconceito.

“Estatizar” é o que faria Lord Keynes, para salvar o capitalismo.

O PiG se esquece de que o Capitalismo não tem ideologia.

Capitalismo não vive de idéias.

O Capitalismo vive do lucro.

Se, para obter lucro, for preciso “estatizar” ou ”injetar”, tanto faz,

Desde que capitalismo per se sobreviva.

Quem precisa de idéia é quem pretende oferecer uma alternativa a esse capitalismo genial, dos neoliberais.

Que deixaram o mercado correr solto e quebrar o Capitalismo ...”

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