Li ontem à noite, no portal UOL, a seguinte notícia publicada pelo jornal “Valor”, produzida pela Agência Brasil:
“O setor de máquinas, autopeças e automóveis pesados ainda não sofreu impactos da crise financeira internacional - o que houve até agora foi alguma redução do processo de crédito para os prazos mais longos e um aumento dos juros, natural em momentos desse tipo para o consumidor. A afirmação foi feita hoje pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, ao participar da 1ª Feira Especializada em Peças, Equipamentos e Serviços para Veículos Pesados e Comerciais - Automec Pesados e Comerciais, no Pavilhão do Anhembi.
Segundo o ministro, o governo tomará as providências necessárias à medida que os problemas forem surgindo.
Ele reforçou que não há pacotes, mas sim medidas pontuais. "Não podemos fazer um pacote em relação a um processo que não se sabe exatamente qual é. Portanto, agiremos de acordo com a circunstância, pontualmente, em relação ao que estiver acontecendo." Miguel Jorge disse que o governo tem plena capacidade de agir para corrigir os problemas que surgirem por causa da crise internacional.
A ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o Banco Central execute as medidas necessárias para proteger o país da crise está dentro do que deve ser feito, afirmou. "O Banco Central recebeu reforço institucional para que possa agir com mais independência e força nesse processo." Sobre a alta do dólar em relação ao real, o ministro ressaltou que a moeda em alta pode ser benéfica para que o país importe menos neste momento, ao mesmo tempo em que ajuda os exportadores, mas sem ser um grande problema. Ele reafirmou que o crédito não será interrompido no país.
"Não faltará crédito - e não é o ministro quem diz isso, quem diz isso é o presidente da República." O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori, considera que a disparada do dólar é boa para o setor e para quem produz no Brasil, além de viabilizar as exportações. Ele espera que câmbio estacione acima de R$ 2. "Tivemos este ano déficit comercial ano estimado em US$ 2 bilhões, déficit que nunca houve (no setor).
Acredito que, com a subida do dólar e a situação em que estamos agora, o déficit seja um pouco menor do que o estimado. Para o ano que vem, se o patamar for próximo de R$ 2, acredito que tenhamos superávit. Butori reforçou que o setor ainda não sentiu nenhum problema mais grave quanto ao crédito e disse que o governo está muito atento aos possíveis efeitos da crise. "É a primeira vez que enfrentamos uma crise com uma robustez tão grande e tão bem preparados." Para ele, tanto o Banco Central quanto o Ministério da Fazenda e o presidente Lula estão interessados em evitar que a crise afete profundamente o país.
Para Butori, os empresários só vão cancelar ou adiar investimentos se a crise for muito longa. "Não acredito que será longa, mas, se for, poderá afetar algum investimento". Ele ressaltou que as decisões sobre investimentos são estudadas por muito tempo e, depois de tomadas, raramente são canceladas. "A não ser que haja um problema muito grande, que mude a razão do investimento, mas não vejo esse problema aqui no Brasil."
O presidente da Usiparts Sistemas Automotivos, Flávio Del Soldato, disse que ainda avalia quais os impactos da crise para o setor de sistemas automotivos. Segundo ele, ainda não há nenhum fato que demonstre uma ligação entre a economia real e a crise. "Está todo mundo na expectativa, porque quem sabe hoje não sabe."
Para Soldato, os pronunciamentos do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mostram que eles estão no caminho certo. "A crise nos encontra em um momento excepcional, porque outras crises menores do que essa repercutiram muito fortemente", destacou.
Soldato afirmou que o ano de 2008 já está garantido para o setor automobilístico e que, com o volume de faturamento e os pedidos já fechados, deve chegar a 3,5 milhões de veículos. Mesmo que o crescimento no próximo ano seja de 3,5% a 4%, isso servirá para acomodar os gargalos de produção existentes. "Se ficarmos em um bom patamar e com um pequeno aumento no ano que vem derivado da crise, ainda assim será bom", concluiu.
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