O jornalista Paulo Henrique Amorim postou ontem no seu blog “Conversa Afiada”, com a sua característica mordacidade:
“Mino não perdoa: a Carta Capital chegou às bancas de São Paulo com o perfil implacável do empresário Gilmar Mendes, que acumula a Suprema Presidência do Supremo Tribunal Federal.
O Conversa Afiada tinha avisado aos leitores da Carta em Brasília: corram às bancas antes que os amigos de Mendes façam como ACM fazia na Bahia e não deixava a Carta circular.
Leia um trecho da reportagem de Leandro Fortes:
O EMPRESÁRIO GILMAR
A engrenagem de poder e influência que faz da escola do presidente do STF um negócio de sucesso
“Quem quiser ficar rico, não vá ser juiz”. João Batista de Arruda Sampaio, desembargador e jurista (1902-1987)
Desde que veio à tona a história do suposto grampo de uma conversa com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, galvanizou os anseios de uma parte da sociedade que enxerga nos ministros de tribunais superiores a chance de controlar o poder negado nas urnas em eleições recentes.
Como “vítima” de uma interceptação ilegal até agora não comprovada, Mendes acabou alçado à condição de paladino do Estado de Direito, dos valores republicanos e, por que não, da moralidade pública.
O episódio exacerbou uma tendência crescente do STF, a de interferir além dos limites de sua atribuição na vida dos demais poderes. Coube a Mendes chegar ao extremo, quando chamou “às falas” o presidente da República por conta da mal-ajambrada denúncia do tal grampo.
O Congresso, a Polícia Federal, os juízes de primeira instância, o Ministério Público, ninguém escapa da fúria fiscalizadora do magistrado que ocupa o principal cargo do Poder Judiciário no Brasil.
Quem tem a pretensão e o pendor para “varão de Plutarco”, presume-se, segue à risca na vida particular os padrões morais que prega aos concidadãos.
Não parece ser este o caso de Mendes. A começar pela sua participação no controle acionário do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Há de cara um conflito ético, ainda que as regras da magistratura não sejam claras o suficiente sobre a permissão de juízes possuírem negócios. Criado em 1998, o IDP organiza palestras, seminários e treinamento de pessoal, além de oferecer cursos superiores de graduação e pós-graduação. Entre 2000 e 2008, faturou cerca de 2,4 milhões de reais em contratos com órgãos ligados ao governo federal, todos firmados sem licitação. No quadro de professores contratados pelo instituto figuram ministros de Estado e dos tribunais superiores, e advogados renomados, vários deles defendendo clientes com ações que tramitam no STF presidido por Mendes”.
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2 comentários:
Infelizmente até eu passei a ficar em dúvida de certas autoridades as quais eu achava que seriam outros SERES bem mais iluminados, quase que intocáveis, donos de um saber muito além da imaginação de pessoas comuns como eu, um simples ignorante que primava em admirar pessoas de altas posições, os chamados donos do poder de julgamento e de absorver ou condenar, de ser um SER cheio de serenidade para uma análise de qualquer processo, vindo de que classe vier. Mas, depois que cheguei aos meus setenta anos, fico a pensar: Que verei mais, meu Deus, se até esses SERES que eu tinha um julgamento de perfeitos, que suas palavras nunca seriam contestadas, pois eram de SERES iluminados? Que os encarcerados pobres seriam os primeiros a serem julgados, pois se encontram presos em calabouços, sem uma luz de esperança, que sinta alguém com a mão estendida a dizer-lhe: Venha meu filho, aqui estou para lhe dizer do seu erro, mas também lhe dar uma chance. Você poderá ser até condenado, mas terá justiça no tempo exato. Não ficará no fim da fila. Então assim será: rapidez para todos!
Ah, sim meu Deus, então é por isso que hoje leio nesse blog que me faz não acreditar nos homens, pois esses SERES, não são "seres", são falíveis e até mais perigosos com o poder que exercem em sentenciar até mesmo um idoso de 70 anos por ter feito um comentário nesse blog. Não, continuo a confiar. O que está escrito não pode ser verdade.
Que eu tenha ainda um fiozinho de esperança,´pois não podemos continuar como estamos. As vezes fico a pensar, se existe falta de seriedade de certos órgãos de informação pelo excesso, talvez, de liberdade. Então, como era no passado onde nem existia imprensa para nos mostrar as coisas que já no decobrimento do país ficavam ao sabor dos poderosos, pois nós povo, somente víamos e não tinhamos como falar. Deus, tenha piedade de nós! Espero, ainda, nunca mais ter que ouvir o Rolando Boldrin declamar um poema de Rui Barbosa : TENHO VERGONHA DE MIM !
Prezado Pedro Bueno,
Muito bonito o seu texto. Conceito e forma perfeitos. Irretocável.
Obrigado pela visita
Maria Tereza
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