AS ESTRELAS CADENTES DA JANELA DO AVIÃO

Terra Magazine

“Um morador de uma cidadezinha pacata do interior do Texas acordou certa manhã com um estrondo monstruoso, algo que ele nunca ouvira antes. Levantou-se para ver o que o tinha acordado. E achou um tanque velho de foguete, feito de metal, todo queimado. Tinha literalmente caído do céu a poucos metros de sua casa.

O tanque veio mais precisamente do cinturão de lixo espacial que vaga ao redor do planeta. De tempos em tempos, um pouco de lixo é tragado pela gravidade e cai na Terra. A probabilidade de cair na cabeça de alguém é pequena, mas existe.

E se somarmos a essa probabilidade os meteoritos que caem diariamente no nosso planeta? Da última vez que cruzei o atlântico de avião à noite, reparei que durante toda aquela viagem muitas pequenas estrelas cadentes apareceram no céu imediatamente acima do Boeing 747-400. Todas foram incineradas pela atmosfera e não chegaram ao chão.

A princípio, o espetáculo foi bonito. Mas depois perguntei aos meus botões e a um amigo cientista: "e se uma pedra um pouco maior vence a camada de ar e atinge o avião?".

"Esses meteoróides atingem a Terra a milhares e milhares de quilômetros por hora, um grão de areia vira uma bola de beisebol. Mas esse fenômeno é algo que preocupa só a Nasa porque os astronautas e ônibus espaciais não têm o escudo que nós temos. A chance de um avião ser pego em vôo por um meteoro grande, embora exista, é desprezível", diz Ivan Rickard, cientista da Universidade de Sheffield.

Um parêntese: um "meteoróide" é um objeto que vaga no espaço, um "meteoro" é uma pedra que implode na atmosfera terrestre e um "meteorito" é o objeto que consegue atingir o chão.

Estima-se que de cada 10 meteoros que chegam ao planeta, apenas 1 pode cair na sua cabeça. Sabe-se também, porém, que invariavelmente a cada minuto pelo menos um meteoro adentra a atmosfera (a maioria se desfaz na mesosfera, bem longe da rota dos aviões comerciais).

Relatos de meteoritos que caíram no quintal de alguém ou amassaram carros não são tão raros.
Embora a bola de fogo seja impressionante, o objeto tinha, provavelmente, o tamanho de um criado-mudo. Não machucou ninguém porque caiu num lugar remoto.

"Nos EUA, em torno de 90 meteoritos que podem fazer estrago num avião caem por lá todo ano, você tem de ser extremamente azarado para ser atingido em pleno vôo por um desses", relata Ivan.

O Fantástico relembrou em sua última edição o mistério do avião da Varig Cargo que desapareceu no Pacífico em 1979 sem deixar vestígio. Não se sabe até hoje o que aconteceu. Seria muito "teoria da conspiração" dizer que o boeing foi atingido por uma estrela cadente? "Um meteoro talvez seja a última causa a ser levada em consideração, mas antes acreditar nessa possibilidade no que dizer que o avião foi abatido por um OVNI, quanto a isso não há dúvida".”

FONTE: artigo do jornalista Alexandre Xavier no site Terra Magazine, de Bob Fernandes, em 12/06/2009