Terra Magazine
"O economista e ex-secretário de Política Econômica Luiz Gonzaga Belluzzo considerou acertada a decisão do governo federal de autorizar o aumento da participação estrangeira no capital do Banco do Brasil dos atuais 12,5% para 20% e afirma que a capitalização é fruto do papel decisivo da instituição no enfrentamento da crise. Para ele, o banco vai ser um ator importante no Pré-Sal e precisa tornar seus papéis mais atraentes.
"Foi uma decisão acertada da direção do banco. E importante. Os bancos públicos foram decisivos na forma como o Brasil enfrentou a crise. Eles é que seguraram, na verdade, inverteram a tendência de queda do volume do crédito. O banco público mudou muito a forma de combater a crise, foi uma das razões de a crise não ter sido aguda aqui no Brasil", disse Belluzzo.
O equilíbrio do BB, para o professor, foi fundamental. "Esse equilíbrio que o banco manteve entre a expansão dos empréstimos, a queda dos juros e a sua rentabilidade, é que atrai muito. Foi o BB quem fez as ações do banco ficarem apetitosas", afirma o professor titular aposentado da Unicamp.
Belluzzo ressaltou também que o BB terá um papel decisivo no pré-sal e precisa se fortalecer como banco internacional. "o Brasil vai acumular reservas por conta do pré-sal lá na frente e o Banco do Brasil vai ser um dos atores principais, como um banco internacional. Então, todas essas razões justificam que você aumente a participação estrangeira, e torne as ações do banco muito mais atraentes", afirmou.
O presidente Lula assinou o decreto autorizando o aumento da capitalização estrangeira nesta quarta-feira e o banco a anunciou ao mercado nesta quinta, pouco antes da abertura dos mercados. O efeito foi imediato. Horas depois do anúncio, os papéis do banco na Bolsa de Valores de SP já registravam aumento de 3,52%. "O mercado entende bem qual é a perspectiva que o banco tem", comentou o professor sobre a reação instantânea.
O governo também autorizou a instituição a emitir ADRs (American Depositary Receipts) lastreados em ações ordinárias de sua emissão e o banco lançará, em breve, um programa de ADR.
Com 19,76% do mercado após a aquisição da Nossa Caixa, Belluzo entende que o BB é um banco que "pode definir" e que a instituição precisa de um certo tamanho, pois "funciona como um orientador do mercado".
Para o professor, a capitalização está dentro da legislação. "É bastante razoável isso. essa capitalização é normal. o controle do banco vai continuar com a União. O peso do banco no mercado subiu muito e as perspectivas do banco também são boas", concluiu."
FONTE: publicado ontem (18/09) no portal Terra Magazine, do jornalista Bob Fernandes.
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