"Amorim defende redução de arsenais
"Para chanceler, desarmamento é precondição para não-proliferação
Em clara antecipação da posição do Brasil em dois importantes eventos internacionais sobre a área nuclear, o chanceler Celso Amorim declarou ontem que somente a redução dos arsenais existentes poderá impedir a disseminação de tecnologia atômica para fins militares. "A verdadeira não-proliferação só ocorrerá quando houver desarmamento", receitou Amorim ao deixar um seminário que debateu temas internacionais durante o 4º Congresso do PT.
Sobre o caso iraniano, principal tema de proliferação nuclear da agenda internacional, Amorim foi taxativo: "Não queremos que o Irã tenha - ou que desperte o temor de que tem - armas nucleares."
O chanceler deixou claro que o Brasil argumentará em favor de um compromisso mais efetivo sobre a eliminação de armamento na Cúpula Global sobre Segurança Nuclear, que se dará em Washington entre os dias 12 e 13 de abril, e a Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), de 3 a 28 de maio, na ONU.
Para Amorim, trata-se de uma "base adequada" para a solução do atual impasse. EUA, França e Grã-Bretanha tentam fazer com que o Conselho de Segurança da ONU aplique novas sanções ao Irã, mas, para o Brasil, essa saída não forçaria Teerã ao diálogo. Ao contrário, aprofundaria seu isolamento e posições radicais. A adesão da Rússia a esse grupo, para Amorim, é uma "dedução" e não estaria clara.
"Queremos contribuir para o diálogo porque essa é uma situação que inspira cuidado no mundo. Não desejamos a proliferação nuclear", afirmou.
Pela terceira vez em menos de uma semana, Amorim voltou a sugerir que o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, chame negociadores iranianos para tirar dúvidas sobre o acordo que está sob a mesa de negociações e também sobre a capacidade de enriquecimento de urânio do Irã em teores mais elevados, como 80% ou 90%.
O chanceler terá a oportunidade de apresentar essa sugestão diretamente em breve, durante visita de Amano ao Brasil."
FONTE: reportagem de Denise Chrispim Marin publicada hoje (19/02) na Folha de São Paulo.
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