terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ALDO REBELO: INTEGRAÇÃO DOS ÍNDIOS, NÃO SEGREGAÇÃO


Aldo lança livro sobre polêmica demarcação da Raposa Serra do Sol

Tirar os índios do Brasil da área que ocuparam tradicionalmente é como renegar a importância deles na formação da cultura brasileira. É esse o conceito que o deputado Aldo Rebelo (PCdoB–SP) defende em seus ensaios no livro Raposa Serra Do Sol - O Índio e a Questão Nacional (Ed. Thesaurus), que será lançado nesta quarta-feira (24), na Câmara, em Brasília, e no dia 4 de março, em São Paulo.
Gab. Dep. Aldo Rebelo

Os dois ensaios inéditos reforçam a importância do índio. O primeiro ressalta a contribuição dos indígenas à formação da cultura e do idioma brasileiros. Já o segundo questiona a vertente antropológica, chamada por ele de “colonial e neocolonial”, que procura isolar o índio da sociedade nacional, substituindo a integração pela política de segregação posta em prática nos últimos tempos. Aldo Rebelo é a favor da demarcação das terras indígenas, mas sem deixar de lado as pessoas que vivem lá há muitos anos e sem isolar os índios do restante do país, como se fossem estrangeiros.

O livro Raposa Serra do Sol reúne ainda artigos e entrevistas sobre o processo de demarcação de terras indígenas na reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, que levou a União a expulsar os não índios da região e criou uma área contínua de 1, 7 milhão de hectares para cinco tribos indígenas, o que considera “um erro geopolítico do Estado brasileiro”.

Aldo defende que as áreas ocupadas pelos índios devam ser demarcadas, mas sem a exclusão de outros brasileiros e sem que isso ameace a soberania nacional. Ele adverte para os riscos da tese de autodeterminação dos indígenas: “Se prosperar esta doutrina de que os índios têm direito à autodeterminação em seu território, como parece estar prosperando, amplia-se uma vulnerabilidade que expõe larga faixa do território brasileiro à influência de organismos internacionais e ao manejo de organizações estrangeiras”.

Trechos dos artigos

“Sobressai no noticiário a caricatura de um enfrentamento polarizado entre índios não aculturados e capitalistas-tubarões-predadores, mas, em verdade, também são protagonistas do problema os caboclos, pequenos agricultores, pecuaristas, comerciantes e até o Exército, impedido de exercer a sua missão constitucional de vigiar extensas faixas de fronteira com a Guiana e a Venezuela. (...) A demarcação da reserva deveria, portanto, ter levado em conta os interesses legítimos dos diversos estratos sociais ali presentes.”

“Agora, fala-se em ‘povos indígenas’, ‘nações indígenas’, ‘autodeterminação indígena’, como se as tribos constituíssem nacionalidades independentes em territórios emancipados. Chegamos ao paroxismo de tuxauas barrarem a circulação de generais do Exército em faixa de fronteira.”

“Eu sou tributário da minha formação marxista, da luta pela igualdade. Hoje, há uma grande parcela da esquerda que, depois de capitular diante das dificuldades para transformar o mundo, dedica mais esforço a cultuar e a reforçar a diferença, em vez de buscar a igualdade.”

“Menos mal que a maioria dos índios e suas lideranças vive distante do mundo das ONGs urbanas e ligadas ao financiamento e aos interesses externos. Ainda é tempo de o Estado Nacional estender as mãos aos irmãos indígenas e neutralizar as influências nefastas de aproveitadores.”

“O ambientalismo e o indigenismo de inspiração externa constituem uma forma de guerra comercial contra o Brasil, dirigida principalmente contra dois objetivos: a expansão da fronteira agrícola e a ampliação da fronteira mineral do País.”

Lançamento em Brasília:
Quarta-feira (24 de fevereiro), às 17h, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados

Lançamento em São Paulo:
Quinta-feira (4 de março), às 19h, no Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Rua Genebra, nº 25 – Bela Vista)"

FONTE: publicado no portal "Vermelho" [título colocado por este blog].

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