Na Cisjordânia palestina, invadida militarmente e ocupada por Israel contrariando várias resoluções da ONU, agora são criados santuários "patrimônios de Israel", guarnecidos por soldados israelenses. Grande parte da imprensa internacional estranha porque os palestinos ficaram "irritados". Esses palestinos são uns terroristas rebeldes, irritadiços, não compreendem como os invasores do seu território são bonzinhos e querem rezar...
Vejamos a seguinte notícia publicada na Folha de São Paulo hoje (24/02):
"Lista de santuários israelenses irrita palestinos
Inclusão de túmulos localizados na Cisjordânia em rol de patrimônios de Israel gera até chamado a intifada
A decisão do governo de Israel de incluir dois disputados santuários religiosos situados em território ocupado da Cisjordânia na lista do patrimônio nacional do país provocou críticas da ONU e alertas dos palestinos para o risco de um novo ciclo de confrontos.
Rachada por profundas diferenças internas, a liderança palestina em Gaza e na Cisjordânia reagiu com indignação, acusando Israel de um plano para apropriar-se de locais sagrados para o islã.
Os dois locais bíblicos, o Túmulo dos Patriarcas de Hebron e o Túmulo de Raquel, em Belém, são considerados sagrados por judeus e muçulmanos e constituem foco constante de tensão. Ambos ficam em áreas controladas por Israel que os palestinos reivindicam como parte de seu futuro Estado.
O anúncio que irritou os palestinos foi feito no domingo pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu. Ele atendeu ao pedido do partido ultraortodoxo Shas e de grupos de colonos judeus de adicionar locais de culto do Velho Testamento a um programa de reformas do patrimônio nacional.
No dia seguinte, palestinos entraram em choque com soldados israelenses em Hebron. Em Belém foi decretada greve geral de três dias.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse ontem que por trás do anúncio de Netanyahu há um plano israelense de "roubar" o legado palestino. "É uma provocação séria, que pode levar a uma guerra religiosa", alertou.
Na faixa de Gaza, um dos líderes do grupo radical Hamas, que controla o território, pediu uma nova intifada (rebelião).(...)"
FONTE: a parte entre aspas é reportagem de MARCELO NINIO, de JERUSALÉM, publicada hoje (24/02) na Folha de São Paulo.
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