Vejamos a seguinte notícia do portal UOL ontem (18 set) (http://www1.folha.uol.com.br/poder/800594-marina-se-confunde-e-pede-voto-no-numero-45.shtml):
“MARINA 'SE CONFUNDE' E PEDE VOTO NO NÚMERO 45
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva (PV), confundiu o número de seu partido em um discurso (18 set), em Vitória (ES). Ela pediu votos para o 45, número do PSDB e do candidato José Serra (PSDB). O número dela e do PV é 43.”
Todos nós sabemos que isso é “ato falho”. A candidatura de Marina à Presidência teve a única finalidade (para a oposição, a grande mídia e a direita em geral) de sugar votos de Dilma e, assim, contribuir para levar Serra para o 2º turno. Em troca do apoio, ela deve se comportar e falar como uma perfeita laranja de Serra, direitista.
Em diversas postagens, já externamos esse conceito. Por exemplo:
Domingo, 12 de setembro 2010, postamos no artigo “INPUTS /OUTPUTS”:
“Marina Silva está cada vez mais afiada na arte de dizer aquilo que a mídia demotucana programou para sair de sua boca. Nesse ambiente pavloviano de adestramento político, a candidata verde recebe contrapartidas correspondentes ao desempenho. Caso a caso, como recomenda a boa técnica de laboratório. Migalhas, em acertos menores. Menosprezo, nos erros maiores.”
Em 14 de junho 2010, publicamos:
“MARINA, COITADA, TUCANOU COMPLETAMENTE...
“MARINA QUER PEGAR CARONA NO FACTÓIDE TUCANO DO FALSO DOSSIÊ
Candidata à Presidência pelo Partido Verde (PV) e preocupada com a tendência de polarização do pleito entre Dilma e Serra, a senadora Marina Silva buscou uma carona no factóide criado recentemente pelo tucanato em torno de um suposto dossiê contra Serra que [de acordo com a mídia e a oposição] “estaria sendo preparado pelos partidários de Dilma Rousseff”.
Ela criticou o suposto dossiê que [acusa Marina] “teria sido elaborado pelo PT”, e disse que "arapongagens" devem ser duramente punidas.
A candidata do PV, que ainda não disse a que veio, parece desinformada sobre o noticiário mais sério sobre o tema. O tal dossiê, que ninguém sabe ninguém viu, foi negado pela direção do PT e tudo indica que é uma invenção plantada pelo PSDB para ver se reverte a queda livre e sem pára-quedas do candidato José Serra nas pesquisas de opinião.
Marina também andou namorando com os Estados Unidos em matéria de política externa ao criticar “as relações de amizade e solidariedade que o Brasil mantém, no governo Lula, com a Venezuela e com Cuba” [sic].
Em postagem de sábado, 4 de setembro de 2010, intitulada “EMIR SADER: MARINA NO COLO DA DIREITA”, escrevemos:
“[Marina] saiu, e incutiram na sua cabeça, que teria condições de fazer carreira sozinha, com a bandeira supostamente transversal da ecologia. Saiu supostamente com criticas de esquerda ao governo, mas não se deu conta – pela visão despolitizada da realidade que tem – da forte e incontornável polarização entre o bloco dirigido por Lula e pelo PT e o bloco de centro direita, dirigido pelos tucanos. Caiu na mesma esparrela oportunista de Heloisa Helena de querer aparecer como “terceira via”, equidistante entre os dois blocos, ao invés de variante no bloco de esquerda.
Foi se aproximando do bloco de direita, seguindo as trilhas do Gabeira – que tinha aderido ao neoliberalismo tucano, ao se embasbacar com as privatizações, para ele símbolo da modernidade – e foi sendo recebido de braços abertos pela mídia, conforme a Dilma crescia e o fantasma da sua vitória no primeiro turno aumentava.
(...) O episódio da tentativa golpista da mídia e do Serra é definidor.
Qualquer um com um mínimo de discernimento político se dá conta do caráter golpista da tentativa de impugnação da candidatura da Dilma – diante da derrota iminente no primeiro turno – com acusações de responsabilidade da direção da campanha, sem nenhum fundamento. Ficava claro o objetivo, típico do golpismo histórico – que vinha da UDN, de Carlos Lacerda, da imprensa de direita e que hoje está encarnado no bloco tucano-demista, dirigido ideológica e política pela velha mídia.
Marina, ao invés de denunciar o golpismo, se somou a ele, tentando, de maneira oportunista, tirar vantagens eleitorais, dizendo coisas como “se a Dilma (sic) faz isso agora, vai saber o que faria no governo”. Afirmações que definitivamente a fazem cair no colo da direita e cancelam qualquer traço progressista que sua candidatura poderia ter até agora. Quem estiver ainda com ela, está fazendo o jogo da direita golpista, não há mais mal entendidos possíveis.
Termina assim a carreira política da Marina, que causa danos gravíssimos à causa ecológica, de que se vale para tentar carreira oportunista. Quando não se distingue onde está a direita, se termina fazendo o jogo dela contra a esquerda.”
Por fim, cito que, já no ano passado, publicamos, em 2 de setembro de 2009: “O PV É O NOVO PPS DOS TUCANOS: A NOVA LARANJA”.
Assim, Marina se mostrou coerente e verdadeira ao pedir votos ontem (18 set) para Serra, em seu discurso em Vitória.
Agora, neste final da campanha, não se iluda Marina. Se ela por acaso ameaçar ultrapassar Serra e realmente tiver probabilidade de ir para o 2º turno com Dilma, antes disso ela será atropelada por avassaladora campanha da mídia contra ela. A cada dia, surgirão escândalos ocorridos durante a sua gestão no Ministério do Meio Ambiente, no IBAMA. Contudo, em última instância, se Marina for para o 2º turno contra Dilma, somente restará à direita apoiar a já tucanófila Marina.
Por fim, como escreveu Brizola Neto hoje em seu blog "Tijolaço", a direita "acha que pode fazer dela a máscara verde de seus interesses marrons. Ela se prestará a servir à gente que sempre a considerou uma simples serviçal?"
FONTE: este blog
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