segunda-feira, 13 de setembro de 2010

BRASIL BOMBA, A DIREITA EXPLODE (DE RAIVA)

Brizola Neto

“Como eu disse mais cedo, o Brasil de verdade quase não sai nos jornais. Esta semana, todos – inclusive este “Tijolaço” aqui – publicaram que, pela primeira vez, mais da metade da população brasileira tinha ingressado na classe C (média) e que, somada à classe A e B, o nível de pobreza (renda abaixo de R$ 1.185) tinha se reduzido para menos de 39% da população, com base num estudo “A Nova Classe Média: o lado brilhante dos pobres”, do Centro de Estudos Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Mas hoje quero mostrar outros aspectos deste trabalho, coordenado pelo Professor Marcelo Néri. É o que trata da distribuição de renda e nos níveis de justiça social. Sem que setor algum tenha perdido renda real, o crescimento desigual fez reduzir o nível – ainda imenso – de desigualdade em nosso país.

(...) O crescimento da renda foi expressivamente mais alto entre os ‘decis’ (grupos de 10%) mais pobres da população, embora todos os segmentos tenham tido elevação em sua de renda. O resultado disso foi um crescimento de consumo que, segundo o trabalho da FGV já retomou os níveis pré-crise e, em alguns casos, como habitação, já mesmo o superou.

“O Brasil está, como se diz na gíria, bombando. No primeiro trimestre de 2010, o crescimento do Produto Interno Bruto per Capita atingiu 8% em relação ao primeiro trimestre de 2009.”, diz o estudo.

[O índice de GINI demonstra], em matéria de distribuição de renda, como as coisas têm evoluído. Quanto mais alto o índice, mais desigual é o país e, ao contrário, quanto mais baixo é, mais revela uma boa distribuição da riqueza. E o Brasil de Lula já está chegando, em matéria de distribuição de renda, ao Brasil da Era Vargas – aquela que FHC jurou sepultar. O pessoal da minha idade pode até estranhar, mas, embora houvesse muita pobreza, a concentração da renda no Brasil do passado era menor. A ditadura e os governos neoliberais a agravaram fortemente.

Concentração de renda é mais na mão de menos, e menos na mão de mais pessoas. Desconcentrar renda é o inverso, e por isso a nossa direita tem tanta raiva da ideia de que vivemos um processo que vai continuar e avançar ainda mais.

As autoproclamadas – e falsérrimas, como a gente sabe – vestais do dinheiro público gostam, mesmo, é do dinheiro do povo bem concentradinho com elas.”

FONTE: escrito por Brizola Neto e publicado no seu blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com/25986).

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