[Com capitalização, a União pretende voltar ao nível de participação que tinha antes de o governo demotucano nos anos 90 vender grande parte das ações da empresa, dentro do grande processo de estrangeirização do patrimônio da União conduzido por Collor e FHC.
A participação da União na estatal poderá vir a subir dos atuais meros 29,6% (39,8% se considerar outros proprietários nacionais) para mais de 50%, após processo de capitalização encerrado]
“A União pode elevar sua participação na Petrobras de 39,8% para mais de 50% após a capitalização, como ocorria até agosto de 2000, quando o governo FHC vendeu as ações excedentes ao controle da estatal.
As projeções do mercado consideram também as participações de BNDES, Caixa e do Fundo Soberano, e estimam diferentes cenários de demanda de minoritários.
Hoje, a União detém diretamente 29,6% do capital da Petrobras, mas, indiretamente, esse percentual já sobe para 39,8%-7,7% são da BNDESPar, e outros 2,5% são da Caixa e do BNDES.
Nas projeções do economista Ricardo Almeida, professor do Insper, se a União comprar todas as ações ON (com voto) a que tem direito e mais parte das sobras das PN (sem voto) dos minoritários, chegará a 49,1% do capital da Petrobras.
Almeida considerou a demanda pela Petrobras de US$ 22 bilhões, mesmo volume do IPO (abertura de capital) do chinês Agricultural Bank, em julho.
Na avaliação do suíço UBS, os investidores privados devem aportar não mais do que US$ 12 bilhões, dado o preço fixado do petróleo, que decepcionou os analistas [“decepcionou” porque os “analistas” (investidores e petrolíferas) estrangeiros queriam valores mais baixos, para facilitar, para eles, a compra de novas ações para a manutenção da atual participação acionária na Petrobras].
A possibilidade de utilizar instituições federais na capitalização foi aberta com a edição da medida provisória nesta semana, que deu margem para que o governo fixasse o preço do barril em US$ 8,51, acima dos US$ 6 defendidos pelo “mercado” [isto é, pelos investidores, especialmente estrangeiros].
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, com a medida provisória o governo resolveu sua "incompatibilidade" entre capitalizar a Petrobras e aumentar a fatia da União.
Isso porque, com a MP, a União conseguirá subir sua participação acionária na Petrobras sem afetar o superávit primário, já que parte da compra das ações será feita por autarquias e estatais.
Para ele, com essas condições, a fatia do governo irá superar os 50%, podendo ser maior caso o valor da ação suba até a data da oferta.
Na opinião de Pires, se a ação estiver valendo R$ 28 (atual faixa de cotação), a participação do governo oscilará entre 50% e 53%. Caso chegue a R$ 30, a fatia da União poderá salta para 55%.
Mas, se as ações da Petrobras subirem ainda mais nos próximos dias, ficando em torno de R$ 32, Pires prevê que o governo federal possa ter até 60% da Petrobras.
Quanto maior o valor das ações, mais dinheiro os minoritários precisam por para manter sua participação.
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou que o contrato de cessão onerosa com a União poderá ser revisto em quatro anos e que os preços do petróleo podem mudar em dois.
Gabrielli afirmou ainda a analistas que a produção no campo de Franco, o principal para a cessão onerosa, começará em 2015.”
FONTE: “Folha de São Paulo” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me0309201007.htm) [título e trechos entre colchetes colocados por este blog].
++++++++++++++++++++++++++++++++++
Sobre o mesmo assunto, este blog acrescenta:
PETROBRAS PAGA PARA TER ÁREAS QUE JÁ FORAM SUAS
A Petrobras aproveitou a negociação para a cessão onerosa de barris de petróleo, em seu processo de capitalização, para reaver áreas do pré-sal que já teve sob sua concessão e que devolvera ao governo por “razões diversas” [parágrafo eufêmico do jornal tucano “Folha” para referir-se às doações feitas às petrolíferas estrangeiras pelo governo demotucano FHC].
Segundo estudo feito para o Estado, os sete campos incluídos na cessão onerosa já estiveram nas mãos da estatal. Agora, a companhia pagará R$ 74 bilhões para tê-los de volta. (Págs. 1 e Economia B1) [seria motivo para CPI?]
3,1 bilhões de barris é a estimativa do campo de Franco, o principal da cessão onerosa.”
FONTE: publicado no jornal “O Estado de São Paulo” [trechos entre colchetes colocados por este blog].
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário