domingo, 5 de setembro de 2010

LULA: CORINTIANO, NA VITÓRIA OU NA DERROTA


“Apaixonado pelo Sport Club Corinthians Paulista, que completou 100 anos quarta-feira (1º/9), o presidente Lula concedeu entrevista para o jornal “Agora” e as emissoras de rádio Bandeirante, Globo e MTV.

Todas as indagações dos jornalistas tiveram relação direta com o clube do Parque São Jorge. O presidente diz que se tornou “fiel” ao Timão ainda criança, quando chegou com a mãe Lindu e os irmãos, vindos de Garanhuns, Pernambuco. E a principal causa: a cidade tinha mais torcedores do Corinthians.

A cidade tinha na época mais torcida do Corinthians do que do próprio Santos, o Pelé ainda não havia surgido. Quer dizer, desde pequeno eu convivia com muito corintiano à minha volta. Mas eu fui me tornar torcedor mesmo em 1954, quando o Timão ganhou o título do quarto centenário da cidade de São Paulo, um título histórico, muito disputado, todo mundo queria vencer. O Corinthians tinha um time extraordinário, uma linha com Claudio, Baltazar, Luisinho, só craque”, disse o presidente Lula ao jornal Agora.

O periódico paulista perguntou se Lula pretende ser presidente do Corinthians ou ajudar o clube de alguma forma direta. Lula disse que quando deixar a Presidência de República irá ajudar da arquibancada. Ele avaliou a torcida como um espetáculo.

Pode ficar certo de que vão me ver no estádio torcendo. Eu adoro. A torcida, por si só, é um espetáculo – e a torcida do Coringão, a Fiel, é um espetáculo ainda mais extraordinário. As torcidas organizadas brigam muito entre si, eu sou do tempo que a gente sentava do lado de palmeirense, de sãopaulino. Hoje, o estádio é dividido, mas vou voltar a frequentar o campo assim mesmo, sempre atrás do meu Corinthians.

O presidente foi indagado, também, sobre as emoções vividas neste período de torcedor do Timão. Segundo Lula, em 1968, quando o time quebrou a invencibilidade do Santos de 11 anos, foi uma fase marcante. Já na Rádio Globo, ainda sobre a mesma questão, o presidente contou dos anos de dificuldades contra a equipe santista e, mais recente, no período em que o Corinthians foi rebaixado para a série B do Campeonato Brasileiro.

E eu fico emocionado com o Corinthians de qualquer jeito. Quando o Corinthians foi para a Série B, eu adorava ver jogo do Corinthians aos sábados, adorava. Ficou mais fácil, a gente ficou invicto, perdemos só um jogo. Você imagina que a gente poderia ter sido campeão invicto da Série B, campeão invicto paulista, e nós perdemos um jogo para o Bahia, por acaso”, disse na entrevista à Rádio Globo.

Lula também acrescentou o momento em que pensou em parar de torcer quando o Timão perdeu a Libertadores para o Palmeiras.

No dia em que o Corinthians perdeu a Libertadores para o Palmeiras, que o Galeano marcou aquele golzinho no final, para empatar o jogo, e no dia em que teve… aquele Marcelinho bateu o pênalti, e na minha opinião, ele foi bater de forma muito displicente, eu deitei, a Marisa começou a dormir, eu pensei que o meu coração ia parar de tanto que batia. Se eu tivesse que morrer de infarto, eu teria morrido naquele dia. Naquele dia, eu levantei pensando em parar de torcer, com raiva e… Bom, depois eu voltei a ser o mesmo corintiano de sempre.

Ele disse também que não gosta de ver a torcida xingar os jogadores. Explicou que sua geração ia ao campo para torcer e vaiar o time adversário.

Às vezes, o jogador fica até inibido de jogar porque fica com medo da reação da torcida, e a torcida tem que estar do nosso lado, ou seja, nós temos que torcer para o nosso lado quando está bom, quando está ruim, cobrar, mas cobrar dentro de casa. Afinal de contas, roupa suja se lava em casa. Não é ficar xingando jogador como foi feito quando a gente perdeu a Libertadores, que praticamente desmontou o time do Corinthians por causa daquela derrota, muita pressão em cima da torcida. Mas, com briga ou sem briga, com vitória ou com derrota, nós continuamos pertencendo à nação corintiana.

Na conversa com a Rádio Bandeirantes, definiu o que representa para ele o centenário do Corinthians:

Olha, a primeira coisa que nós temos que ter certeza absoluta é que ser corintiano é algo diferente do que ser apenas um simples torcedor de futebol. Um torcedor de futebol comum, ele torce para o seu time ganhar no final de semana, ele quer que o seu time esteja bem colocado na tabela, que seja campeão. Mas como torcedor corintiano, ele é um militante, ou seja, ele está preocupado com o seu time 24 horas por dia, ele está preocupado com o seu time estando bom ou estando ruim. O time do Corinthians talvez seja um dos poucos times do mundo que, quando o time está ruim, a torcida vai mais ao campo torcer e incentivar mais. Então, eu acho que essa é uma diferença fundamental e uma coisa prazerosa de ser corintiano.”

FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/corintiano-na-vitoria-ou-na-derrota/#more-16739).

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