RESERVA TEM 11,5 BILHÕES DE TONELADAS DE MINÉRIO DE FERRO, E DEPÓSITO DE 430 MILHÕES DE TONELADAS DE FOSFATO
"É o nosso pré-sal", disse o governador Silval Barbosa; depósito de minério de ferro pode ser o maior do mundo
O governo de Mato Grosso anunciou em 1º set a descoberta do que pode ser o maior depósito conhecido de minério de ferro no mundo.
A reserva fica na região leste do Estado e, segundo levantamento do Serviço Geográfico Nacional feito ao longo de um ano, contém aproximadamente 11,5 bilhões de toneladas do minério.
O valor é superior ao de Carajás, no Pará, tida como a maior mina do mundo. Segundo a Vale, empresa que a opera, sua reserva é de 7,2 bilhões de toneladas.
Mas o depósito em Mato Grosso tem um teor de ferro inferior ao do Pará: 41%, ante 67% de Carajás.
Esse teor indica quanto do produto será aproveitado efetivamente. Exemplo: a cada 100 toneladas de minério extraídas na jazida de Carajás, há 67 toneladas de ferro.
Além do minério, foi achado, na mesma área de 4.300 hectares, um depósito de 430 milhões de toneladas de fosfato, substância utilizada na produção de fertilizantes agrícolas, disse o governo.
Essa quantidade, de acordo com o anúncio oficial, é suficiente para sustentar por mais de 700 anos a demanda local de fertilizantes, hoje atendida por importações.
"NOSSO PRÉ-SAL"
"É o nosso pré-sal", disse o governador Silval Barbosa (PMDB), candidato à reeleição, sobre os dois depósitos, que ficam no município de Mirassol D'Oeste.
Os direitos de pesquisa da área pertencem à GME4 do Brasil Participações e Empreendimentos S.A., empresa que tem como sócio majoritário o grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas.
No relatório da Operação Satiagraha, a Polícia Federal afirma existir "indícios de lavagem de capital" nas atividades de mineração do grupo Opportunity, que nega as suspeitas de irregularidades.
Procurada, a GME4 não se manifestou sobre o achado anunciado ontem.
Waldemar Abreu, chefe do Serviço Geológico Nacional em Mato Grosso, disse que a área não apresentará dificuldades técnicas de exploração. "Há um afloramento do minério na região. Logo, não haverá necessidade de mineração subterrânea, o que reduz o custo do trabalho."
Mas Paulo Camillo Penna, presidente do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração), lembrou que dois fatores determinarão a viabilidade econômica dessa exploração: a construção de meios para escoar o minério e a evolução do preço do minério.
"Hoje, a logística naquela região é precária", disse. "De qualquer maneira, se o anúncio for confirmado, é um anúncio auspicioso. Mostra a importância de se fazer mais pesquisas no país".
FONTE: reportagem de Rodrigo Vargas e João Carlos Magalhães publicada na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me0209201022.htm).
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