domingo, 5 de setembro de 2010

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS EXPORTOU TANTO QUANTO O PARANÁ OU O URUGUAI


SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA

“São José dos Campos (SP) é um dos mais importantes e prósperos municípios do Brasil. Está localizado no centro do Cone Leste Paulista, na região conhecida como Vale do Paraíba. Está distante por rodovia 90 km da capital São Paulo, e 330 km do Rio de Janeiro (RJ). A cidade de São José dos Campos é considerada um dos mais importantes centros da tecnologia do país, com amplo reconhecimento no cenário internacional.

Situada a uma altitude média de 600 m acima do nível do mar, muito próxima do litoral norte do estado e das montanhas da Serra da Mantiqueira, São José dos Campos possui um clima ameno e agradável durante quase todo ano, com temperatura média anual de 21º C, apresentando invernos secos e verões chuvosos, característicos do clima tropical.

Em São José dos Campos o verde da vegetação farta convive em plena paz e harmonia com áreas de intensiva produção industrial e desenvolvimento tecnológico. Cerca de 63% da extensão territorial do município encontra-se em Área de Proteção Ambiental (APA). De acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), da ONU, São José dos Campos encontra-se entre as 25 cidades brasileiras que oferecem as melhores condições de vida para a sua população.

A economia da cidade é baseada atualmente na atividade industrial com destaque para os setores aeroespacial e da defesa, metalúrgico, telecomunicações e no setor de serviços. De acordo com o IBGE, São José dos Campos é o 30º município mais populoso do Brasil (cerca de 610 mil habitantes) e possui o 21º maior PIB municipal do país.

Em 2008, São José dos Campos exportou 7 bilhões de dólares, valor inferior apenas ao município de São Paulo e equivalente ao estado do Paraná e ao Uruguai.

De janeiro a julho deste ano o valor das exportações foi de 2,6 bilhões de dólares, estando atualmente São José dos Campos na quinta colocação das cidades brasileiras que mais exportam. A cidade perdeu posição na lista de cidades exportadoras devido à desvalorização do dólar e da crise internacional da aviação que afetou as vendas da indústria aeronáutica local.

As instituições de ensino superior que estão localizadas na cidade, de acordo com o último Censo da Educação Superior do MEC (2008) oferecem 23 mil vagas, consideradas insuficientes para qualificar a mão de obra especializada necessária para alimentar o sofisticado parque industrial e tecnológico local. Existe um fluxo permanente de talentos chegando à cidade, que são recrutados em conceituadas escolas nacionais e até mesmo do exterior.

São destaques no setor aeroespacial e de defesa na cidade a presença do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, nova denominação do antigo CTA), órgão público subordinado ao Comando da Aeronáutica (COMAER), e que reúne em seu campus uma série de institutos de ensino, pesquisa e desenvolvimento; o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão ligado ao Ministério de Ciência e tecnologia (MCT); e a EMBRAER (Empresa Brasileira de Aeronáutica), empresa de economia mista e maior fabricante de aviões do hemisfério sul. Completam esse quadro a AVIBRAS e a MECTRON, empresas com projeção internacional que desenvolvem produtos e sistemas de interesse para o mercado de Defesa, e cerca de 50 pequenas e médias empresas administradas pelo CECOMPI (Centro para a competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista), compondo o ‘Arranjo Produtivo Local Aeroespacial e de Defesa’.

São José dos Campos é considerada uma cidade estratégica por uma série de atributos: (a) devido à localização geográfica privilegiada do município, situado no meio do caminho entre os dois maiores centros do país (São Paulo e Rio de Janeiro); (b) pelo seu clima ameno e propício para atividades intelectuais e produtivas; (c) por possuir um mercado promissor graças aos lucros advindos do seu parque industrial, de números expressivos; (d) por sediar um complexo industrial-militar voltado para defesa e especialmente ao setor aeroespacial.

A Estratégia Nacional de Defesa (EsNaDe, Decreto 6.703/2008) estabelece que "o complexo tecnológico e científico sediado em São José dos Campos continuará a ser sustentáculo da Força Aérea e de seu futuro". Entretanto, norteia a preparação para uma progressiva "desconcentração geográfica de algumas das partes mais sensíveis do complexo" para enfrentar o problema da "vulnerabilidade estratégica".

Independentemente da diretiva prevista na EsNaDe, a indústria voltada para o setor de defesa, e especialmente a focada no setor aeroespacial, ao longo dos últimos anos, tem se fixado em outros pontos do território nacional além da região de São José dos Campos.

São vários os motivos dessa dispersão a destacar a presença de pólos tecnológicos fortes nas regiões escolhidas, a proximidades de institutos de nível superior de saber conceituado e atividades produtivas, a existência de boas pistas de pouso e incentivos públicos. São os casos de cidades como São Carlos (SP), onde encontramos a AGX Tecnologia, que fabrica veículos aéreos não tripulados (VANT) e a Opto Eletrônica; Itajubá (MG), sede da nova fábrica da Helibrás; Porto Alegre, com a Aeroeletrônica (AEL); e Campo Grande (MS), que recebe uma nova instalação da Santos Lab, também fabricante de VANT com aplicações na área de defesa.

O crescimento vertiginoso da EMBRAER levou o esgotamento das suas instalações em São José dos Campos, que já sofreram várias obras de expansão. A alternativa encontrada para acomodar novas linhas de produção foi o investimento em outra unidade fabril localizada em Gavião Peixoto (SP), distante 300 km da capital, e estrategicamente distante da sede. A nova unidade aeronáutica deverá receber em um futuro próximo a linha de montagem do cargueiro militar KC-390, em fase de desenvolvimento e com decolagem prevista para 2014.

Em 2009 foi criado em São José dos Campos o Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento (IPPLAN), entidade privada, sem fins lucrativos, e qualificada como Organização Social (OS) por decreto municipal, e já tendo firmando parceria com a administração local.

Um dos objetivos do IPPLAN é promover estudos, pesquisas científicas, capacitação, desenvolvimento tecnológico e inovação em prol do planejamento e gestão pública. Segundo Ângela Tornelli, diretora-geral do IPPLAN, "o instituto poderá prospectar para o município cenários de futuro nos aspectos econômicos, sociais e ambientais, analisar seus reflexos na estrutura urbana atual e propor soluções para que o crescimento da cidade ocorra de forma ordenada".

O IPPLAN aparece em boa hora e no momento certo podendo contemplar em suas salas de criação um futuro racional para o desenvolvimento de São José dos Campos, e principalmente acomodar nesse contexto a sua indiscutível vocação industrial, as potencialidades do seu pólo tecnológico na área de defesa e aeroespacial, evidenciadas pela EsNaDe, e os compromissos da região fortemente comprometida com o desenvolvimento nacional.”

FONTE: publicado no site “Brasil Wiki!” e no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=04/09/2010&page=mostra_notimpol).

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