quinta-feira, 9 de setembro de 2010

TODOS OS ERROS DO SERRA. A COMEÇAR PELA PRIVATIZAÇÃO


Serra passa a Light nos cobres


Serra e Landau, a privatização era uma festa!

O “Conversa Afiada” aceita sugestão da amiga navegante Tânia e publica essas fotos históricas: Zé Baixaria privatiza a Light e cumprimenta a Rainha da Privatização, Elena Landau (*).

Tânia também sugeriu a re-exibição do vídeo em que Farol de Alexandria conta que o Zé Baixaria foi quem mais insistiu para privatizar a Vale.

Aí vai: http://www.conversaafiada.com.br/antigo/?p=23211

(Se o Zé Baixaria soubesse quantos votos em Minas lhe custou essa privatização da Vale …)

Conversávamos sobre “como foi possível o Zé Baixaria errar tanto?”

Primeiro, porque ele não se deu conta de que a matriz do pensamento conservador, os Estados Unidos, precisa se recompor.

O Império está em crise – de idéias também.

Dali, por algum tempo, não vai sair nenhuma Escola de Chicago que germine os Chicago Boys do Pinochet, aqui reproduzidos com fidelidade pelo Farol de Alexandria.

O fogo está morto, provisoriamente.

Isso significa que a Direita sumiu.

Ninguém no Brasil quer ser de Direita.

Nem os DEMOs, que, com a Direita, sumirão nessa eleição.

Mas, diz um sábio interlocutor, ninguém nasce em São Paulo impunemente – assegurava o Dr. Tancredo.

Por isso, o segundo erro de Serra foi não ter ido para a convenção do PSDB.

Zé Baixaria tinha mais de 50% de chance de ganhar, com o peso da grana de São Paulo, que Aécio não podia confrontar.

Ele ganhava as prévias e se legitimava.

Não começava anêmico.

Não ficava como candidato de si próprio, de sua própria ambição solitária, como disse o Lula ontem na televisão [“Lula diz a Serra que baixaria é falta de voto”].

O terceiro erro fatal foi insistir no Aécio.

Se ele tivesse um mínimo da perspicácia que os paulistas pensam que ele tem, Zé Baixaria teria percebido que Aécio só seria vice se fosse inteiramente imbecil.

O Zé Baixaria confiou na pretensa autoridade moral, paternal do Farol sobre o Aécio.

O Aécio sempre tratou o FHC com deferência e respeito.

Mas, não leva ele a sério, como o avô.

O Farol tentou convencer o Aécio dezenas de vezes.

E educadamente ouviu um “não”.

Terceiro, Zé Baixaria não tinha plano “B”.

Era o Aécio ou nada.

E acabou por escolher esse tal de Índio, que não significa nada – ou melhor, significa tudo.

Geralmente, o vice vem de pólo oposto ao do candidato a presidente.

Lula, o metalúrgico, escolheu um empresário, José Alencar.

Collor, nordestino, um mineiro, Itamar.

FHC, paulista, um pernambucano – Maciel que, se bobear, perde a eleição em Pernambuco.

Serra escolheu um do Sudeste, onde ele fica.

Somou zero a zero.

Ainda por cima, um Índio sujo com as merendas do Rio.

Um falso ficha limpa.

E o mais grave de todos os erros.

Foi não sair da armadilha de 2002.

Zé Baixaria não soube se era discípulo do Farol ou não.

Uma dúvida cruel, que só revelou indecisão, fragilidade.

Ele não tinha saída.

Ele tinha que vestir a casaca surrada do Fernando Henrique e sair por aí como o campeão da privatização.

Mesmo que se saiba que o Farol não dá um voto.

Mas, ele seria, ao menos, coerente.

A indecisão mostrou inépcia.

Quem manda o PSDB não encontrar uma linguagem colada ao povo – como diz o Eduardo Campos.

Quem manda o PSDB, ancorado no paulistismo, não perceber o que se passa em Suape, em Marabá, em Rio Grande, no Pavão-Pavãzinho, no rio São Pão Francisco, na Trans-Nordestina, nas Mães da Paz.

O PSDB de São Paulo acredita nas reportagens do avião do jornal nacional.

E o PSDB de São Paulo leva o Fernando Henrique a sério.

O Dr. Tancredo nunca levou.”

(*) Com Daniel Dantas, o passador de bola apanhado no ato passar bola, Elena Landau privatizou a CEMIG. O Itamar, depois de presidente – por que o FHC jamais se candidatou a nada, depois de presidente ? – o Itamar, governador de Minas, foi lá e mandou o Daniel e Elena embora. A CEMIG voltou a ser uma grande empresa – estatal de Minas.”

FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2010/09/08/todos-os-erros-do-serra-a-comecar-pela-privatizacao/).

2 comentários:

Anônimo disse...

Esses personagens Serra e Elena Landau, foram atores principais da época em que se privatizou a preço de banana, que se preparou com incompetência desvelada o apagão elétrico-econômico de 2001, que se concretizou lucros enormes para alguns com prejuízos gigantescos, inclusive o desemprego, para a população brasileira. Ver esse senhor José Serra abraçado com essa senhora Elena Landau causa-me asco, nojo e a lembrança de um periodo infeliz e sem esperanças. Segundo a Wikipédia, essa senhora Elena, "Juntamente com Armínio Fraga, Persio Arida, Gustavo Franco, André Lara Resende, Francisco Lopes, Winston Fritsch, Pedro Bodin e Edmar Bacha fez parte do grupo de economistas da PUC-Rio que dirigiu os destinos do Brasil no final de década de 1990 e início de 2000.

Namorada, e depois esposa de Persio Arida - ex-presidente do BNDES e do Banco Central do Brasil no governo FHC, e ex-sócio do Banco Opportunity - era a diretora de desestatização do BNDES, de onde comandou as privatizações, e onde foi a principal responsável pela elaboração do modelo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, tendo sido então acusada de tomar decisões contrárias ao interesse nacional.

Elena Landau foi uma das representantes do grupo Southern Eletric Participações do Brasil – consórcio formado pela Southern, AES e do grupo Opportunity, que adquiriu também - com financiamento obtido junto ao BNDES - 33% das ações da Companhia Energética do Estado de Minas Gerais (CEMIG) em 1997. Entre 17 de julho de 1997 e 30 de abril de 2000, Landau foi representante do consórcio no conselho de administração da CEMIG.

(...)

Muitos setores da sociedade questionam fortemente esse movimento de ir e vir entre funcionários públicos e as empresas privadas, sobretudo quando o emprego na iniciativa privada é obtido exatamente naquelas empresas cujos termos de venda incumbia aos funcionários públicos fiscalizarem.

Levantam também dúvidas sobre o eventual uso que possa ter sido feito de informações privilegiadas a que têm acesso os funcionários públicos, - especialmente os que ocupam cargos de diretoria e de presidência de bancos como o BNDES e o Banco Central - que poderiam ter sido usadas em proveito das empresas privadas privatizadas para as quais foram imediatamente contratados, logo após deixar seus postos no funcionalismo público."

A MEU JUIZO, são pessoas que deveriam ser processadas pelo estado, no mínimo, por crime lesa sociedade, por prevaricação e pela falta de moral no exercício de funções públicas.

Espero que gente dessa laia jamais retorne ao poder.

Unknown disse...

Chico Cerrito,
Muito bom o seu comentário. Retrata bem aquela época trágica para o Brasil. Causavam-me repulsa aquelas medidas antinacionais sendo conduzidas em clima de festa com todo o apoio e aplauso da grande mídia e das "elites" imbecilizadas. Também espero que nunca mais voltem ao poder.
Maria Tereza