sábado, 1 de janeiro de 2011
BOLSA CRESCEU QUATRO VEZES NO GOVERNO LULA
“BOLSA TEM ALTA REAL DE 295% NOS ANOS LULA
[Um dos mais parciais jornais da direita, o tucano Folha de São Paulo, atribui esse mérito da alta da bolsa e outros, não ao governo Lula, mas à abstrata “conjuntura global”. Esquece, inclusive, que o governo Lula foi atingido, enfrentou e venceu a grande crise mundial de 2008, a maior dos últimos séculos (maior que a de 1929). A crise de 2008, a maior de todas, foi iniciada pelos EUA e continua quebrando a economia de muitos países, inclusive antes ricos europeus, prejudicando nossas exportações. O Brasil, com as rápidas medidas de proteção adotadas pelo governo, foi relativamente pouco atingido e rapidamente livrou-se de seus efeitos danosos.
A ‘Folha’, cinicamente, enaltece o governo demotucano FHC e justifica os bons resultados de Lula com frases como: “A subida se deve mais à conjuntura global do que a estímulo ao mercado acionário, no qual 210 empresas captaram R$ 353 bilhões”, “Embalada na alta de commodities, Bolsa rendeu mais do que aplicações em renda fixa no atual governo”.
Vejamos como a ‘Folha’ tenta entortar a verdade para dar essa notícia do grande crescimento da Bolsa nos últimos oito anos]:
“O presidente Lula encerra seus oito anos de governo como o presidente da República que viveu o período mais longevo de exuberância na Bolsa, que se tornou uma alternativa de financiamento do setor privado.
Nos últimos oito anos, a Bolsa teve um ganho real (descontada a inflação pelo IPCA) de 295% no Ibovespa, o termômetro acionário brasileiro, permitindo a 210 empresas captar R$ 352,6 bilhões com a venda de ações.
A valorização da Bolsa, porém, foi mais o resultado de uma conjuntura global ímpar de excesso de capital e de valorização de commodities agrícolas e minerais -várias exportadas pelo Brasil- do que de um esforço de governo para fomentar negócios no mercado de capitais.
O ganho da Bolsa sob Lula é mais do que dez vezes o ganho real de 26,8% da Bolsa no governo FHC, que enfrentou sucessivas crises [relativamente pequenas comparadas com a grande de 2008]: México (1995), Ásia (1997), Rússia (1998), Brasil (1999) [esta crise "Brasil" foi provocada pelo próprio governo FHC que, para não perder popularidade e possibilitar a sua reeleição, demasiadamente atrasou urgentes medidas econômicas de ajuste], crise da internet (2000), da Argentina e atentados em Nova York (2001).
Sob Lula, a Bolsa subiu em sete dos oito anos de governo -só não em 2008, quando a maior crise desde 1929 impôs queda de 41,2% [no Brasil, então sob governo conservador de Washington Luis].
O feito brasileiro, porém, repetiu-se em toda a América Latina e nos demais países emergentes. De 2002 a 2010, as Bolsas de Peru, Colômbia e México tiveram desempenhos superiores à brasileira, com alta acima da inflação local de 1.207%, 575% e 346%, respectivamente, segundo a Economática [o maior tamanho da Bolsa brasileira dificulta comparações com a desses citados países].
"O governo Lula coincidiu com um grande ciclo de valorização das commodities puxado pela urbanização da China. É difícil comparar com o período FHC, que não tinha a presença chinesa", disse Einar Rivero, autor da pesquisa da Economática.
"São dois mundos diferentes. A China só passa a existir para o mercado de capitais após sua entrada na OMC, em 2001", disse Jason Vieira, do Banco Cruzeiro do Sul.
RENDA FIXA
A Bolsa rendeu tanto no governo Lula que superou até as aplicações em renda fixa, que seguem os juros da dívida pública brasileira, os mais altos do mundo.
Nos últimos oito anos, o CDI (juros dos bancos, que espelham a taxa básica da dívida brasileira) rendeu 90,6% acima da inflação -uma média anual de 8,4% que, somada a um IPCA médio de 5,9%, chega-se a juros anuais de 14,3%.
Com FHC, quando os juros nominais chegaram a [estratoféricos!] 45%, essas aplicações somaram 218,6% acima da inflação.
"O Lula, que era radical e temido pelo mercado, foi o melhor presidente para a Bolsa. FHC acabou com o "tag along" [extensão do prêmio de controle para os minoritários] para privatizar a Telebrás, que foi uma chaga para o mercado", disse Eduardo Rocha Azevedo, ex-presidente da Bovespa e criador da antiga BM&F.
"Market friendly" não é uma boa descrição do Lula. Não porque ele teria sido o oposto -certamente não foi "unfriendly". A preservação [e o retorno] da estabilidade [mesmo tendo recebido o Brasil quase falido e com inflação galopante em 12% em 2002 e apontando em sua curva para 25% ao fim do ano] foi uma constante e ajudou. Fora isso, certas medidas tomadas no período Palocci [ex-ministro da Fazenda] ajudaram muito na parte microeconômica", disse Alexandre Schwartsman, economista do Santander.
Nos anos Lula, o dólar desceu de R$ 3,53 para R$ 1,66 -queda de 69,7% descontada a inflação; com FHC houve alta real de 108,1%.
Para o estrangeiro, aplicar no Brasil rendeu duas vezes: na aplicação local (ações e juros) e na alta do real, que subiu 56,4% descontada a inflação nesses oito anos.
Em dólares, a Bolsa rendeu 1.204% desde 2003.”
[Ufa! Que contorcionismo da Folha!].
FONTE: publicado na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me3112201002.htm) [título, imagem e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
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