terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

EMBRAER e TELEBRAS PLANEJAM COLOCAR SATÉLITE EM ÓRBITA GEOESTACIONÁRIA ATÉ 2014


“Nas próximas semanas, será oficialmente lançada a empresa resultante de parceria entre a TELEBRAS e a EMBRAER, criada para liderar o processo de construção e operação de um satélite geoestacionário.

Ainda neste semestre, essa sociedade colocará na rua o edital para contratação da companhia que apoiará a fabricação do equipamento. Serão dois anos de construção, com a sede da nova empresa em São José dos Campos (SP). A Embraer terá participação de 51% e a Telebras, de 49%. A previsão de lançamento é 2014. "Já temos a posição orbital definida. Esse projeto começa a ser tocado no próximo mês", diz Caio Bonilha, presidente da Telebras.

A compra dos equipamentos que compõem o satélite será feita por etapas. Para este ano, a previsão é de investir R$ 56 milhões no projeto. A construção do satélite tem a participação dos ministérios da Defesa, das Comunicações e da Ciência e Tecnologia. Para a Telebras, diz Bonilha, o equipamento servirá de apoio à disseminação da banda larga em regiões remotas que não forem alcançadas pela fibra óptica. Com o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) está prevista a cobertura de até 4,2 mil municípios por meio de cabos. Ao satélite caberá a cobertura adicional das demais 1,3 mil cidades do país. Para o Ministério da Defesa, o satélite servirá para centralizar informações consideradas críticas para o governo. "Será um tipo de ‘backup’ de informações consideradas estratégicas."

A viabilização de um satélite geoestacionário brasileiro é acompanhada de perto pela presidente Dilma Rousseff, que quer a nacionalização dessa indústria, já que os componentes que darão vida ao equipamento serão fornecidos majoritariamente pelo mercado internacional. Incluído no programa plurianual (PPA) de 2012-2015, o satélite tem previsão de investimentos de aproximadamente R$ 700 milhões. "As empresas que fabricam satélites fazem parte de grupo muito restrito em todo o mundo, e o governo vislumbrou uma oportunidade de retomar seu programa espacial geoestacionário. Faremos parte desse grupo", afirma Bonilha.

A preocupação de lançar o equipamento até 2014 se deve ao fato de que, em dois anos, vencerá o prazo para que o Brasil ocupe a reserva feita para duas posições orbitais a que o país tem direito no espaço para aplicações na área de defesa, conforme as regras definidas pela ‘União Internacional das Telecomunicações’ (UIT).”

FONTE: jornal “Valor Econômico”. Transcrito no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/space/noticia/4769/Nova-companhia-planeja-colocar-satelite-em-orbita-ate-2014).

2 comentários:

iurikorolev disse...

Muito boa essa noticia.

Ontem na posse de Graça Foster na Petrobras

" garantiu que a estatal vai cumprir seu papel de auxiliar no crescimento do país. Considerou "tolo" esperar que a empresa fique longe de sua responsabilidade para com o progresso nacional. Segundo Graça, uma prova disso seria a aprovação, pelo conselho de administração,
da política de conteúdo local e as contratações feitas pela companhia. "Afinal, temos um investimento de US$ 224,7 bilhões e uma estimativa de produção de 6 milhões de barris por dia até 2020. Então, temos a escala necessária para ver prosperar a indústria de bens e serviços no Brasil".

Acho que o Brasil finalmente vai achar seu caminho, sonho de Getulio Vargas e dos Militares.
Felizmente sem aquele pensamento tucano "o mercado tudo sabe e tudo pode" .

Unknown disse...

Iurikorolev,
Também gostei da notícia do satélite. Na década de 90, a Embraer foi solicitada pela FAB, com insistência, para entrar no setor espacial. Negava sempre. Ela estava amedrontada por ameaças (sutis, elegantes, diplomáticas) recebidas do Embaixador dos EUA pelo seu então diretor-superintendente (o Juarez). A empresa fazia a coifa do VLS e o embaixador disse que ela refletisse bem, pois o programa espacial brasileiro de lançadores de satélites não era desejado pelos EUA e aquela participação poderia causar o bloqueio das vendas de aviões (Brasília) para o mercado norte-americano. Seria a falência da empresa. Agora, ela volta para o setor, porém somente quanto ao satélite, ainda ressabiada.
Sobre a nova presidente da Petrobras, também gostei dos conceitos externados, como os do trecho que você ressaltou no seu comentário.
Maria Tereza