segunda-feira, 16 de junho de 2014

O PAPELÃO DOS VIPs DA DIREITA PAULISTA NO ITAQUERÃO


[Flagrante da Tribuna VIP do Itaquerão: burguesia paulista mandando a Presidente "tomar no ...". Esse papelão da "elite brasileira" [sic], que envergonhou os demais brasileiros perante o mundo, foi logo apoiado pela direita e seus escolhidos Aécio e Campos. Alguns fingiram arrependimento depois, quando viram que os xingamentos foram reprovados pelo povo]


Sobre a imprensa e a campanha contra Dilma

Por Heitor de Assis, em comentário ao post "Para os que celebraram as baixarias contra Dilma" publicado no "Jornal GGN"

"Mesmo o Nassif parece confundir a transbordante personalidade de Lula com algum aparelho institucional de comunicação. Dilma não é Lula, e Lula não é Dilma. Não foi o aparelho de comunicação do Presidente Lula, que ele não teve, que impôs sua presença no noticiário durante seus mandatos, ainda que a contragosto dos barões da comunicação. Foram sua inteligência, seu faro político e sua personalidade, atributos impossíveis de serem escondidos atrás de uma porta.

Quem tenta corroer a credibilidade do Governo, quem tenta esconder as ações do Governo, quem achincalha, dia sim e dia também, o país, são as mesmas mídias imprensa e televisiva cevadas pela Ditadura de 1964, e que continuaram existindo mesmo após a posse de Sarney, atravessaram a Constituinte incólumes e só encontraram alguma resistência após a renúncia de Collor. Itamar Franco foi tratado como se petista fosse, até que os meios de comunicação e a imprensa achassem que o tinham destruído. Com a chegada de Fernando Henrique/PSDB-DEM à Presidência, ficou aberto o caminho para o retrocesso do país, e deles.

Por outro lado, a carranca de FHC e seus comentários sobre os aposentados, por exemplo, tiveram tratamento benevolente da mídia, quase folclórico, ao longo dos seus mandatos. 




Enquanto seu desastrado atrelamento e descarada submissão aos dogmas neoliberais, suas escolhas de assessores como José Serra e Armínio Fraga entre outros, todos eles artífices e porta-vozes variados - por aqui - do apocalipse que se revelou ao mundo a partir de 2006 e explodiu em 2008, foram tratadas pelo baronato como "grandes formuladores e gestores". 

A alienação do patrimônio público, a compra da reeleição, as sucessivas e incompetentes administrações do Banco Central em seus mandatos, foram mostradas a leitores e telespectadores do país inteiro como ações e atitudes na "luta para salvar um país" que eles mesmos estavam a destruir. E a mídia, vendo tudo o que ocorria como inevitável, mero acidente da natureza, que a nós apenas cabia suportar passivamente.

Estratégia usada para manter FHC/PSDB-DEM no poder (Mídia, PF, MP, PGR e STF fingiram até hoje que nada sabem)

A prudência e a sabedoria do Presidente Lula o levaram a avaliar o quanto hostil era o ambiente em torno de si, o que lhe garantiu a condição de ser noticiado no início de seu mandato, quando pareceu domesticado. Mas a campanha para impedir sua reeleição começou tão feroz quanto a dos dias atuais. Mais uma vez, sua argúcia pessoal calou os adversários e abriu caminho para a reeleição. O sucesso do segundo mandato - a diminuição da pobreza, os investimentos na educação, a projeção do Brasil no exterior, os bons resultados da economia - abriram-lhe as portas para que escolhesse e fizesse sua sucessora.




O primeiro mandato de Dilma ocorre ao mais ou menos ao mesmo tempo em que Barack Obama inicia a reação norte-americana contra os BRICS, usando o que chamam de "softpower", a alternativa às espalhafatosas e caríssimas - política e economicamente - invasões militares para obter a deposição de governos hostis ao que consideram seus interesses econômicos e geopolíticos.


Insuflando a Venezuela. Idem Brasil

Trata-se de insuflar os ânimos de cidadãos desavisados dos países alvos, quando em luta na defesa de seus desejos e necessidades não atendidos pelos governantes da vez, para, em seguida, infiltrar nesses movimentos até então reivindicatórios, mercenários e baderneiros pagos para instalar o caos e desestabilizar o governo. Tais recursos foram usados pela primeira vez pelos sérvios - até onde eu sei - na luta pela dissolução da Iugoslávia. Aquela guerra, necessária para abrir caminho para as forças da OTAN aproximarem-se das fronteiras russas, está agora na Ucrânia, na Síria, na Venezuela e outros lugares, e talvez no Brasil.

O desconhecimento pela mídia da recente inauguração de um trecho da Ferrovia Norte-Sul, de 1400 km, solenemente ignorado por todos os noticiários escritos e televisados é, ou poderá ser, a síntese do tratamento que Dilma recebe de seus inimigos. A omissão de muitos fatos, a invenção de outros tantos, o tratamento sempre desdenhoso, as mentiras e distorções dos fatos econômicos, são os meios disponíveis nesta nova etapa da luta contra o país, travada diuturnamente pelo imperialismo hegemônico e seus acólitos, que querem ser, para todo o sempre, o que hoje são. Uns, no andar de cima desfilando suas desumanidades, os subservientes a comer migalhas no andar de baixo, e a grande maioria desamparada no subsolo.




A ascensão dos BRICS e suas políticas não hegemônicas, inéditas no cenário internacional; da China como maior economia do mundo; o gás russo e o Pré-Sal brasileiro; o redescobrimento da Índia e da África do Sul, são as verdadeiras razões que levaram o que chamamos de "elite brasileira" [sic] ao papelão que ela fez no Itaquerão.

O papelão dos oportunistas Aécio Neves e Eduardo Campos, cuja chancela aos xingamentos dos VIPs presentes no estádio - convidados de empresas beneficiárias das rupturas institucionais em todos os países que são objeto de insaciável cobiça - revelam o caráter - tosco, chauvinista, burro e arcaico - de suas personalidades e o desapreço pelas mulheres e, previsível, pelo que acham que seja o resto.

A Presidenta Dilma Rousseff usou seu mandato para aprofundar as conquistas do governo Lula, continuar as gigantescas obras de infraestrutura iniciadas pelo antecessor, aperfeiçoou políticas sociais e criou outras, aparentemente ignorando a campanha midiática que nunca lhe deu trégua. Na minha opinião, se tivesse reagido antes, seu mandato teria sido reduzido a uma batalha contra o baronato. Se a Presidenta lançasse a campanha pela regulação da mídia em qualquer momento de seu mandato, no mínimo, teria lançada contra si o que se viu no Itaquerão.

A campanha feroz da banca das finanças, da indústria, dos ruralistas, de políticos de todos os matizes que não enxergam um palmo adiante dos seus interesses de classe e pessoais, que ora expõe tais interesses sem qualquer escrúpulo, está com seus dias contados em boa medida. O horário eleitoral, a presença de Lula, as propostas indefensáveis dos opositores, a discussão da Lei dos Meios, do financiamento público de campanha e outros temas fundamentais para uma agenda progressista chegará às ruas. O resto, as urnas o farão."


FONTE: escrito por Heitor de Assis, em comentário ao post "Para os que celebraram as baixarias contra Dilma" do "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/sobre-a-imprensa-e-a-campanha-contra-dilma).[Título, imagens do google e suas legendas acrescentadas por este blog 'democracia&política']

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