Roberto Jefferson Monteiro Francisco, ex-presidente nacional do PTB. Traiu e acusou o PT de praticar o "mensalão", mas se desdisse perante a Justiça
POR QUE O PARTIDO DE ROBERTO JEFFERSON DEFECCIONOU?
Por ANTONIO LASSANCE, cientista político (originalmente publicado na Carta Maior)
"Dirigentes do PTB atribuem a reviravolta de sua posição na disputa presidencial ao lado obscuro da política, ou seja, o financiamento privado de campanha
De todos os partidos aliados à reeleição de Dilma, até agora, a única defecção foi o PTB.
Ao declarar apoio a Aécio Neves, o PTB provocou uma reviravolta surpreendente em sua posição, considerando-se que compõe o governo desde a presidência Lula.
A decisão, já antecipada pelo presidente do Partido, Benito Gama, será referendada no próximo dia 27, na convenção nacional que o partido realizará em Salvador-BA.
Alguns dirigentes do próprio partido atribuíram a guinada ao "lado obscuro" da política, o que significa dizer acordos em torno de algumas candidaturas nos estados e que envolveriam, claro, generosos acertos para o financiamento privado de campanha - aquele assunto que o ministro do STF, Gilmar Mendes, teima em dizer que pode ficar para depois.
O PTB tem várias disputas regionais com outros partidos aliados e, também, algumas rusgas profundas em relação a questões firmadas pelos governos de Lula e Dilma.
Em Roraima, o senador Mozarildo Cavalcanti nunca perdoou a decisão do Governo Lula favorável à demarcação da reserva indígena de Raposa Serra do Sol. Dilma, por sua vez, vetou o projeto de Mozarildo que regulamentava a criação novos de municípios.
No DF, as desavenças maiores foram com o Senador Gim Argelo, que recentemente teve sua indicação ao TCU frustrada por denúncias de lavagem de dinheiro.
Gim, que está com Aécio e não abre, articula-se aos opositores do governador petista do DF, Agnelo Queiroz. Depois de ter sido defenestrado na indicação ao TCU, o plano de Gim é concorrer à reeleição ao Senado com o apoio dos ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda (pivô do mensalão do DEM).
Há suposições de que o próprio ex-presidente do partido, Roberto Jeferson, embora preso, tenha sido consultado e mandado seu recado ao PTB, em meio a visitas feitas por sua filha.
O PT considerava que a relação com o PTB estava acertada principalmente pelo apoio à candidatura do senador petebista Armando Monteiro ao governo do Estado de Pernambuco. Enganou-se.
A decisão do PTB nacional deve rachar o partido ao meio, nos estados. Não será o único. Em várias unidades da federação, a briga entre Dilma e Aécio provocará estragos difíceis de serem depois plenamente remendados.
Os velhos partidos tendem a chegar em 2015 em frangalhos, tomados pela autofagia e com mais uma penca de denúncias relacionadas ao financiamento privado de campanha.
Enquanto isso, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, anuncia que entrará com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz Marlon Reis, autor do livro "O Nobre Deputado".
Reis, que encabeça o "Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral", criou um personagem "fictício", um deputado, que revela a prática costumeira de compra de votos e de financiamentos espúrios em campanhas eleitorais para o Congresso.
Esqueceu-se de reproduzir a famosa frase: "esta é uma obra de ficção".
Por ANTONIO LASSANCE, cientista político (originalmente publicado na Carta Maior)
"Dirigentes do PTB atribuem a reviravolta de sua posição na disputa presidencial ao lado obscuro da política, ou seja, o financiamento privado de campanha
De todos os partidos aliados à reeleição de Dilma, até agora, a única defecção foi o PTB.
Ao declarar apoio a Aécio Neves, o PTB provocou uma reviravolta surpreendente em sua posição, considerando-se que compõe o governo desde a presidência Lula.
A decisão, já antecipada pelo presidente do Partido, Benito Gama, será referendada no próximo dia 27, na convenção nacional que o partido realizará em Salvador-BA.
Alguns dirigentes do próprio partido atribuíram a guinada ao "lado obscuro" da política, o que significa dizer acordos em torno de algumas candidaturas nos estados e que envolveriam, claro, generosos acertos para o financiamento privado de campanha - aquele assunto que o ministro do STF, Gilmar Mendes, teima em dizer que pode ficar para depois.
O PTB tem várias disputas regionais com outros partidos aliados e, também, algumas rusgas profundas em relação a questões firmadas pelos governos de Lula e Dilma.
Em Roraima, o senador Mozarildo Cavalcanti nunca perdoou a decisão do Governo Lula favorável à demarcação da reserva indígena de Raposa Serra do Sol. Dilma, por sua vez, vetou o projeto de Mozarildo que regulamentava a criação novos de municípios.
No DF, as desavenças maiores foram com o Senador Gim Argelo, que recentemente teve sua indicação ao TCU frustrada por denúncias de lavagem de dinheiro.
Gim, que está com Aécio e não abre, articula-se aos opositores do governador petista do DF, Agnelo Queiroz. Depois de ter sido defenestrado na indicação ao TCU, o plano de Gim é concorrer à reeleição ao Senado com o apoio dos ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda (pivô do mensalão do DEM).
Há suposições de que o próprio ex-presidente do partido, Roberto Jeferson, embora preso, tenha sido consultado e mandado seu recado ao PTB, em meio a visitas feitas por sua filha.
O PT considerava que a relação com o PTB estava acertada principalmente pelo apoio à candidatura do senador petebista Armando Monteiro ao governo do Estado de Pernambuco. Enganou-se.
A decisão do PTB nacional deve rachar o partido ao meio, nos estados. Não será o único. Em várias unidades da federação, a briga entre Dilma e Aécio provocará estragos difíceis de serem depois plenamente remendados.
Os velhos partidos tendem a chegar em 2015 em frangalhos, tomados pela autofagia e com mais uma penca de denúncias relacionadas ao financiamento privado de campanha.
Enquanto isso, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, anuncia que entrará com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz Marlon Reis, autor do livro "O Nobre Deputado".
Reis, que encabeça o "Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral", criou um personagem "fictício", um deputado, que revela a prática costumeira de compra de votos e de financiamentos espúrios em campanhas eleitorais para o Congresso.
Esqueceu-se de reproduzir a famosa frase: "esta é uma obra de ficção".
Possivelmente, porque não seja mesmo."
FONTE: escrito por ANTONIO LASSANCE, cientista político, no jornal "Brasil 247" (originalmente publicado na Carta Maior) (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/144485/Por-que-o-partido-de-Roberto-Jefferson-defeccionou.htm). [Imagem do google e sua legenda acrescentadas por este blog 'democracia&política'].
FONTE: escrito por ANTONIO LASSANCE, cientista político, no jornal "Brasil 247" (originalmente publicado na Carta Maior) (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/144485/Por-que-o-partido-de-Roberto-Jefferson-defeccionou.htm). [Imagem do google e sua legenda acrescentadas por este blog 'democracia&política'].
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