segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

IMPRENSA ESCONDE PREFEITO DO PSDB CASSADO POR CORRUPÇÃO




Tucano é cassado. Cadê a mídia?

Por Altamiro Borges

"No domingo passado (7), o empresário Omar Najar (PMDB) venceu as eleições para a prefeitura de Americana, município com 226 mil habitantes no interior de São Paulo. A mídia chapa-branca, servil ao governador Geraldo Alckmin, deu pouca atenção para o pleito fora de época. O motivo é simples: o prefeito Diego De Nadai, do PSDB, foi cassado por graves denúncias de corrupção


Na sua seletividade, a chamada "grande imprensa", sempre tão “neutra e imparcial”, prefere encobrir escândalos envolvendo caciques tucanos. As manchetes são garrafais apenas para os políticos de esquerda. Dessa forma, a mídia hegemônica estimula na sociedade o ódio doentio, quase fascista, ao PT e ao chamado “lulopetismo”.

Durante várias semanas, a cidade de Americana ficou acéfala. Na ausência do prefeito, sacos de lixos se acumularam nas ruas, prontos-socorros ficaram fechados e a merenda não foi entregue nas escolas. A população sofreu e os protestos viraram rotina no município, a 127 quilômetros da capital paulista. 


Os jornalões e as emissoras de rádio e televisão, porém, não deram maior atenção a esse sofrimento. O prefeito cassado sempre foi ligado ao governador Geraldo Alckmin/PSDB. Sua cassação foi uma verdadeira novela, apesar das provas de irregularidades na prestação de contas da eleição de outubro de 2012. Desgastado, o PSDB preferiu não lançar candidato e, oportunista, apoiou o industrial eleito. Pobre Americana!

São inúmeros os casos de políticos tucanos cassados ou envolvidos em corrupção que não merecem as manchetes da mídia “imparcial”. Em abril passado, o governador Siqueira Campos, do Tocantins, renunciou ao cargo para escapar da cassação. Pesavam sobre o histórico chefão do PSDB várias denúncias de desvio de recursos do Estado. A renúncia foi uma manobra para garantir a candidatura de Eduardo Siqueira Campos, filho do tucano, ao governo estadual. Ele justificou a manobra alegando que a medida foi tomada “com o propósito de continuar servindo ao bravo povo tocantinense, respeitando as normas sobre inelegibilidade definidas pela Constituição Federal”. A mídia nunca fez alarde com esse caso bizarro!

A seletividade é a regra. O deputado Carlos Alberto Lereia, do PSDB de Goiás, foi flagrado em negociações com o mafioso Carlinhos Cachoeira. A Câmara Federal até cogitou sua cassação. Em abril passado, ele foi suspenso e o caso sumiu do noticiário. 


Já o ex-governador e ex-senador Eduardo Azeredo [ex-presidente nacional do PSDB], que inaugurou o esquema do “mensalão” com o publicitário Marcos Valério, renunciou ao mandato de deputado federal para evitar seu julgamento no STF. Na sequência, ele também desapareceu da mídia – que sempre tratou o escândalo de “mensalão mineiro” – e não tucano. Cadê o tal “jornalismo investigativo” da grande imprensa? Cadê as suas famosas campanhas moralistas de linchamento público?



E tem gente que acredita que Globo, Folha, Estadão e Veja ainda farão uma investigação isenta sobre o “trensalão tucano” em São Paulo ou sobre o “aecioporto” em Minas Gerais. A mídia hegemônica nunca investigou a fundo as denúncias de corrupção no processo da privataria tucana – até porque ela sempre defendeu a privatização das estatais. Ela também evitou dar continuidade às apurações sobre a compra de votos na reeleição de FHC/PSDB – que sempre foi seu protegido. 

A escandalização da política, com suas manchetes garrafais e diárias, servem apenas para atacar os que não rezam da sua cartilha. Não há qualquer imparcialidade ou isenção no jornalismo. A mídia tem dono e defende sua classe!"

FONTE: escrito por Altamiro Borges no seu "Blog do Miro"  (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/12/tucano-e-cassado-cade-midia.html). [Título e imagens do google acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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