quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

CHEIAS E MORTES EM SP: DEM CULPA O PSDB, QUE CULPA O DEM

Nos bastidores, PSDB e DEM trocam acusações

"O caos provocado pelas chuvas ontem aumentou a tensão entre PSDB e DEM em São Paulo. Os partidos já vinham se desentendendo por conta do aumento do IPTU da capital.

Reservadamente, tucanos e democratas trocavam acusações sobre qual ente federativo tinha mais responsabilidades pelas enchentes: se o Estado, comandado pelo PSDB, de José Serra, ou o município, nas mãos do DEM, de Gilberto Kassab.

Políticos ligados ao ex-governador tucano Geraldo Alckmin, derrotado por Kassab na eleição de 2008, e ao ex-secretário municipal das Subprefeituras Andrea Matarazzo, também tucano, criticam o prefeito por "falhar na manutenção da cidade", deixando lixo acumulado, o que favorece inundações, inclusive no Tietê, que teria ficado sem a limpeza de dutos, galerias e piscinões auxiliares.

A entrevista coletiva do prefeito, no final da manhã, também foi vista com descontentamento pelos tucanos. Na visão deles, Kassab se concentrou apenas em defender as próprias obras, deixando de lado o esforço do Estado no rebaixamento da calha do rio Tietê.

Do lado de Kassab, as críticas miram justamente as obras na calha, vitrine da gestão Alckmin (2001-2006). Na avaliação do DEM, o aprofundamento deveria ter deixado a marginal Tietê à prova de enchentes, o que garantiria condições mínimas de tráfego na capital.

Como isso não aconteceu, haveria um evidente erro no projeto executado por Alckmin e agora comandado por Serra.

Segundo a expressão de um secretário da gestão Kassab, foi instaurada informalmente ontem uma "CPI interna" para apurar as causas do novo transbordamento do rio Tietê.

No âmbito político, kassabistas e alckmistas travam uma disputa pela indicação do candidato do PSDB à sucessão de Serra, caso o governador dispute a presidência.

Kassab trabalha para que Aloysio Nunes Ferreira, secretário da Casa Civil paulista [e apontado na Operação da Polícia Federal "Castelo de Areia", segundo divulgado pela imprensa há poucos dias, com tendo recebido propina da empreiteira Camargo Correa], seja o candidato, e não Alckmin.

FONTE: reportagem de JOSÉ ALBERTO BOMBIG, MARIANA BARROS E FERNANDO BARROS DE MELLO publicada na Folha de São Paulo de hoje (09/12) [título e entre colchetes colocados por este blog].

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