quarta-feira, 30 de setembro de 2015

BRASIL E DILMA SÃO VÍTIMAS DO PMDB E PSDB (da "Folha", por Janio)






Um bom tumulto 

Por Janio de Freitas, na "Folha de São Paulo" [e é jornal radicalmente tucano. Como seria este artigo, se não fosse...]

"Ainda que paradoxal, na existência já de mais de 30 partidos, a criação de outro –a ser decidida [esta semana]– é capaz de levar a um necessário tumulto no panorama partidário. Se autorizado pela Justiça Eleitoral e cumpridos os acordos para adesão de deputados, o "Partido Liberal" [PL] resultará, mais do que no fortalecimento de Dilma Rousseff, no enfraquecimento do PMDB. E enfraquecer o PMDB é uma necessidade do país.

Desde a volta ao regime civil, o PMDB tem usado a sua preponderância parlamentar como fator desestabilizante. Essa é uma afirmação contrária à ideia estabelecida, mas coincidente com os fatos rememoráveis. Saído da ditadura com a aura de "representante da luta e da reconstrução democráticas", o PMDB se posicionou como força orientadora e incontrastável. Cabe-lhe a responsabilidade por grande parte dos fracassos administrativos e da intranquilidade política no governo Sarney, sem que isso fosse reconhecido na época, nem depois.


Ulysses Guimarães, instigado pelas correntes da divergência interna no PMDB, e sempre desejoso de ser o líder de todas, foi o portador impositivo de reivindicações e ambições peemedebistas incessantes. A essas juntaram-se as manobras de Sarney para criar áreas de domínio seu no governo, de tudo decorrendo um governo inviável. Com penosas consequências para o país como um todo e sobretudo para as classes carentes. O PMDB não governou, porque não era governo, mas também não fez oposição consequente, porque se supunha e agia como o verdadeiro governo. O poder tinha que ser do PMDB.

Foi de Collor. Graças ao PMDB. A imposição do plano anti-inflacionário tresloucado só foi possível porque o PMDB garantiu-o no Congresso. Todos os desatinos que se seguiram foram apoiados ou consentidos pelo PMDB. Mesmo quando a exacerbação dos problemas de Collor, em torno dele e no governo suscitou animosidade nacional, o PMDB tergiversou o quanto pôde, acompanhado pelo PFL (hoje DEM). O país não teria passado pela maior parte do acontecido no período Collor, não fosse a garantia inicial dada pelo PMDB, com seu longo comprometimento.

Fernando Henrique/PSDB hoje posa, uma especialidade, de "vestal udenista". Em seu governo, entregou-se ao PMDB, mas não só: também se entregou ao PFL. O método pesado de Sérgio Motta, com as mãos nos bolsos, e, depois, a eficiência sutil de Luís Eduardo Magalhães não evitaram a sucessiva entrega ao PMDB de ministérios, de pedaços do governo, de muitas verbas altas e outras vantagens pacificadoras. Dos muitos bilhões do PROER às privatizações, ou aos bloqueios à CPI da compra de votos para reeleição e a outras CPI, o governo Fernando Henrique pagou altos preços pelo apoio ou pelo consentimento do PMDB. Sem os quais Fernando Henrique e o governo não se aguentariam com tais escândalos, mesmo sob a proteção midiática.


O primeiro mandato de Lula foi um entregar dos pontos para todos os lados. Menos para aqueles com os quais o próprio Lula e o PT tinham o seu compromisso existencial. A CPI do mensalão e o subsequente processo apenas alargaram as portas para o alheio. No centro desse enclave invasor, o PMDB -antecipando o que seria a forte "base aliada" do segundo mandato.

O governo Lula não foi erodido por crises, passado o mensalão. Mas, em grande parte, porque o toma-lá/dá-cá com o PMDB foi executado com muito mais habilidade, talvez como contribuição da experiência de Lula nas batalhas sindicais. Mas a herança de Lula para Dilma começou e terminou na entrega da faixa presidencial. O PMDB faz com Dilma o que fez com Sarney, em situações política e econômica também semelhantes. Não é preciso mencionar o que o PMDB das pautas-bombas tem feito. É suficiente chamar atenção para o verdadeiro sentido da ação do PMDB: Dilma é vítima apenas circunstancial, do PMDB como do PSDB, porque a verdadeira vítima é o país.

Se o PL nasce e recebe as adesões já combinadas, tornará possível uma aliança partidária que se equipare em número ao PMDB. Sem efeito direto sobre a crise -que a fraternidade PMDB-PSDB, com auxílio dos demais seguidores de Eduardo Cunha, é bastante para manter. Mas a nova aliança quebraria a perniciosa predominância parlamentar com que o PMDB se faz operador de crises, tanto políticas como de governabilidade. Contra o país."


FONTE: escrito por Janio de Freitas, na "Folha de São Paulo   (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2015/09/1687758-um-bom-tumulto.shtml). [Título e entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

PROGRAMA DO PSDB NA TV DEVERÁ TER "ERRAMOS"




[PROGRAMA DO PSDB NA TV DEVERÁ TER "ERRAMOS", POR GRAVES OMISSÕES]

10 AUSÊNCIAS NO PROGRAMA DO PSDB

"O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) relacionou dez pontos que não foram mencionados no programa de segunda-feira do PSDB. Entre eles, explicações sobre os 124 voos do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em jatos oficiais para o Rio de Janeiro, a crise de abastecimento de água, em São Paulo e o projeto de José Serra que abre o pré-sal a empresas estrangeiras.

Do "RS 247"

"O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) listou, em sua página no Facebook, 10 assuntos que não serão vistos no programa do PSDB veiculado esta semana nas emissoras de rádio e TV. 

Confira a lista de temas omitidos pelos tucanos, segundo o parlamentar:

1) Explicação sobre os 124 voos particulares de Aécio com dinheiro público;

2) Defesa do financiamento privado de campanha, apontado por especialistas como a principal causa da corrupção;

3) Sob gestão tucana, o estado de São Paulo sofre diariamente com a crise da água;

4) Por que eles querem privatizar o Pré-Sal, a maior jazida de petróleo do mundo, retirando bilhões da saúde e da educação dos brasileiros;

5) Explicação sobre a propina de R$ 5 milhões recebida por Aécio, segundo depoimentos da Lava Jato;

6) Como o Senador Aécio Neves usou recursos públicos para construir um aeroporto particular em propriedade familiar;

7) Explicação sobre a compra de votos para a PEC da Reeleição de FHC;

8) Por que FHC extinguiu a comissão especial para apurar a corrupção no Brasil;

9) Na era FHC, o Brasil era recordista na criação de impostos;

10) Sem perspectiva de voltar a governar o país pelo voto do povo, o PSDB é a favor do Golpe."

FONTE: do "RS 247" e "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/rs247/198762/Pimenta-lista-10-aus%C3%AAncias-no-programa-do-PSDB.htm).

PETROBRAS DESCOBRE NOVO MEGACAMPO DE PETRÓLEO NO PRÉ-SAL




Mais petróleo no pré-sal. Área de Carcará indica ser novo megacampo

Por FERNANDO BRITO

"O anúncio, segunda-feira à noite, das descobertas do terceiro poço perfurado na área denominada Carcará do bloco BM-8 da Bacia de Santos tem tudo para ser a confirmação de que se a área pode ser um novo megacampo de petróleo, semelhante ao de Lula, o maior já em exploração do pré-sal brasileiro, situado cerca de 50 km a leste.

Tanto o tipo de rocha, as características do petróleo (leve, 31 graus API), a pressão, profundidade e espessura da coluna de acumulação encontrados indicam que é o mesmo reservatório encontrado nos dois primeiros poços, com espessura entre 320 e 470 metros (Libra tem pouco mais de 300 m, por exemplo) estão em linha do que o pessoal da área de petróleo já suspeitava desde 2012, como registrava uma nota da Agência [norte-americana de notícias] "Reuters" em agosto daquele ano e confirmada poucos meses depois:

A expressiva coluna de Carcará tem potencial para colocar o prospecto no mesmo patamar das maiores descobertas do Brasil, ao lado de campos como Lula e Guará (Nota do "Tijolaço": Guará é hoje denominado Sapinhoá e onde estão os mais produtivos poços, na faixa de 40 mil barris/dia, cada), localizados na mesma região.“

Evidente que não se pode ser preciso sem todos os estudos geológicos, mas isso indica expectativas na casa de alguns bilhões de barris. Mas a turma especialista da Petrobras, pelas características que se listou, tem uma boa capacidade de estimar o potencial.

E a posição do terceiro poço, assim como a do segundo, sugere que a formação possa estender-se mais para o Norte, em área ainda não licitada nos leilões "de concessão". Carcará foi leiloado em 2000 [governo PSDB/FHC], na segunda rodada de leilões, por um valor, na época, de apenas R$ 51 milhões. Atualizado em dólares, cerca R$ 140 milhões, hoje.

Tomando a produção de um campo como o de Lula e mesmo com o valor baixo do petróleo hoje, daria o equivalente ao faturamento bruto de dois a três dias de produção.

É a isso que os espertíssimos defensores do fim da partilha do petróleo [capitaneados por Serra/PSDB] querem voltar, sob o argumento de que "a Petrobras não tem recursos para investir"...

Para bom negócio, garantido como o petróleo – e não o “pode ser” que arrebentou a Shell no Ártico – sempre há dinheiro."


FONTE: escrito por FERNANDO BRITO no seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/mais-petroleo-no-pre-sal-area-de-carcara-indica-ser-novo-megacampo/).

COMPLEMENTAÇÃO

Do blog "Fatos e Dados", da Petrobras:

Pré-sal: perfuração confirma potencial de petróleo de boa qualidade em Carcará



A perfuração do terceiro poço na área de Carcará (Bloco BM-S-8), localizado em águas ultraprofundas da Bacia de Santos, confirmou a descoberta de petróleo leve e de boa qualidade (31º API) nos reservatórios do pré-sal. O poço 3-SPS-104DA (nomenclatura Petrobras), informalmente conhecido como Carcará Noroeste, está situado na área do Plano de Avaliação da Descoberta do poço descobridor 4-SPS-86B (Carcará) e se localiza a 5,5 km a noroeste do poço descobridor, em profundidade de água de 2.024 metros, a cerca de 226 km do litoral do estado de São Paulo.

Dados de pressão comprovam tratar-se da mesma acumulação dos outros dois poços anteriormente perfurados na área, confirmando a extensão para oeste da descoberta do poço 4-SPS-86B. O poço está situado em reservatórios carbonáticos com excelentes características, situados logo abaixo da camada de sal, a partir de 5.870 metros de profundidade, e constatou expressiva coluna de 318 metros de óleo, não tendo atingido o contato óleo/água dessa acumulação.

Nos próximos dias, serão iniciadas operações previstas no Plano de Avaliação de Descoberta (PAD) para a avaliação da produtividade dos reservatórios do pré-sal por meio de testes de formação no poço 3-SPS-105, cuja perfuração foi recentemente concluída. O Plano de Avaliação da descoberta de Carcará aprovado pela Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) tem término previsto para março de 2018.

Operamos (66%) o consórcio em parceria com a Petrogal Brasil (14%), Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás (10%) e Queiroz Galvão Exploração e Produção S.A. (10%)."

FONTE da complementação: do blog "Fatos e Dados", da Petrobras   (http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/pre-sal-perfuracao-confirma-potencial-de-petroleo-de-boa-qualidade-em-carcara.htm).

O PREJUÍZO QUE O PSDB IMPÔS AO BRASIL (Delfim Neto)



       [Reunião de infantis e irresponsáveis]


O custo que o PSDB impôs ao Brasil


Por Antonio Delfim Netto, no jornal "Valor Econômico"

A saída: fazer do limão uma limonada!

"As votações dos deputados nas sessões da Câmara, nas últimas semanas, foram aulas práticas sobre a psicologia humana. Confirmaram a velha tese de Mencken (H.L.Mencken ­- "The Smart Set", 1919): "Ninguém merece ilimitada confiança. Na melhor das hipóteses, a traição depende da tentação suficiente".

É evidente que o alicerce que sustenta nossas crenças no comportamento de qualquer grupo político é um fato histórico. É a observação do seu passado que determina o que esperar dele no presente, uma vez que se supõe que ele seja consequência de princípios e valores que os distinguem e fazem sua diferença específica.

O comportamento da bancada do PSDB que, com uma única exceção, votou pela rejeição dos vetos que Dilma aplicou, corajosamente, às maluquices aprovadas pelos deputados, foi uma enorme frustração para a sociedade brasileira e diminuiu a dignidade da atividade política! A quem atendeu, afinal? À mesma plateia de sempre: uma minoria fortemente organizada instalada em Brasília, que tem arrancado, sistematicamente, privilégios imorais do ponto de vista republicano, que são pagos pela maioria difusa e impotente.

O custo para o país do comportamento insensato foi enorme: aumentaram as incertezas; pioraram as expectativas de desemprego; o dólar e os juros foram aos píncaros, o que exigiu forte e competente intervenção da autoridade monetária; aumentou o chamado "risco Brasil"; perdeu-se o grau de investimento; prosseguiu a destruição do valor das empresas privadas e acentuou-se a descrença nas empresas públicas. Mas tudo isso é passado...

E agora, do que se trata? De ver o PSDB, quarta-feira, aprovar, sem envergonhar-se, os seis vetos que restaram da semana passada. É difícil calcular o aumento anual de despesas de tal "pauta­-bomba" que, alegremente, alguns piromaníacos fantasiados de bombeiros aprovaram em sucessivos festivais demoníacos. E é triste ter que reconhecer que eles só se tornaram realidade pela absoluta perda de vigor do Executivo depois da reeleição. O que resta aprovar talvez seja [despesa] da ordem de R$ 60 bilhões (que é duas vezes o que se pretende obter com a CPMF).

É mais do que evidente que a rejeição desses vetos seria uma tragédia nacional de proporções inimagináveis. Seria a anomia, pois destruiria a crença da sociedade também no Legislativo e Judiciário. Aparentemente, os riscos são pequenos. Na semana passada votaram, em média, 387 deputados e, mesmo com o irresponsável e infantil comportamento do PSDB, 204 (53%) apoiaram os vetos. Os votos do PSDB vão diminuir-­lhe a humilhação e reforçarão a crença da sociedade na [in]sanidade do Legislativo.

Ficará claro que o tumor de fixação dos que desejam destruir o caminho da volta à harmonia e ao desenvolvimento social e econômico do Brasil não passa de 1/3 na Câmara dos Deputados. Merecem ser fartamente nominados para que seus eleitores possam confirmar se é isso mesmo o que esperam deles.

Será, entretanto, grande equívoco do Executivo supor que possui na Câmara dos Deputados uma base equivalente a 2/3 dos votos. A maioria desses votos foi para dar-­lhe algum tempo para que encontre a melhor saída para o problema financeiro crônico (implícito em alguns dispositivos da Constituição) e com o qual convivemos de 1988 a 2011. Ele revelou o seu caráter "estrutural" a partir do exagerado intervencionismo voluntarista do governo, de 2012-­2014, quando a taxa de crescimento do PIB foi reduzida de 2,7%, entre 1988 e 2011, para 1,6%, em 2012-­2014, e a relação dívida bruta/PIB saltou de 51%, em dezembro de 2011, para 59%, em dezembro de 2014!

O provável é que a maioria tenha dado um aparente voto de confiança à presidente para evitar o mal maior que seria uma desintegração fiscal que levaria o país ao caos econômico e social. Mas -­ e isso é da maior importância -­ nada obsta que ela aproveite o novo instante de oportunidade para recuperar o seu protagonismo. Que formule e apresente ao Congresso um programa sério, enxuto e bem focado, apenas quatro ou cinco medidas, certeiras e profundas. Talvez: 


1) idade mínima para aposentadoria;
2) eliminação das vinculações, que retiram poder também do Legislativo e destroem a boa governança; 
3) acabar com os vestígios de todas as indexações; 
4) enviar a proposta da CUT sobre a livre negociação salarial sob o controle dos sindicatos; e 
5) remeter o projeto do novo ICMS. 

E, fundamental, que vá à rua enfrentar o seu panelaço para demonstrar que está apenas reduzindo extravagantes benefícios. Explique que precisa de um aumento provisório de imposto (use a imaginação para escolhê-­los: precisam harmonizar o estímulo ao consumo e ao investimento e tornar mais equânime a tributação do trabalho e a do capital) para ter algum tempo até que as medidas sugeridas sejam, com cuidado e inteligência, aperfeiçoadas no Congresso.

Com isso, deve acender-se uma pequena luz no horizonte. Ajudada pela substituição das importações industriais (e, depois, pelas exportações), talvez iluminem o "espírito animal" dos empresários, sem o qual o "ajuste" fiscal pode arrastar-­se por anos..."


FONTE: escrito por Antonio Delfim Netto, professor emérito da FEA-­USP, ex­-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Publicado no jornal "Valor Econômico" e transcrito no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/o-custo-que-o-psdb-impos-ao-brasil-por-delfim-netto). [Título e legenda da foto acrescentados por este blog 'democracia&política']. 

PMDB e MARTA, FARSA e COMÉDIA (Vídeo com Bob Fernandes)




PMDB e Marta, farsa e comédia

Por Bob Fernandes, na TV Gazeta

PMDB e Marta, Farsa & Comédia. Dilma e mais poder para PMDB…Tragédia




"Segue o Reality Show da Política. Fatos & Farsas, Tragédia & Comédia...Show pós-moderno, interação multimídia de atores e platéias.

Espetáculo por vezes grotesco, cenas de hipocrisia e cinismo. No sábado, Marta Suplicy filiou-se ao PMDB.

Tendo ao lado Eduardo Cunha e Renan Calheiros, Marta disse querer "um Brasil livre da corrupção". E tratou Sarney como "gigante da política".

E a platéia ainda aplaudiu e pediu bis, em coro: "Marta pra São Paulo e Temer pro Brasil". O vice de Dilma fez a habitual cara de paisagem.
Fernando Henrique opinou na Folha: "Dilma tenta vender a alma ao diabo para governar. E não vai governar, vai ser governada".

Fernando Henrique tem razão. Entregar a Saúde e mais quatro ministérios ao PMDB para tentar seguir no Poder é grotesco.

Fernando Henrique sabe o que diz. Fez pactos semelhantes, com os mesmos.

Renan foi seu ministro da Justiça, Eliseu Padilha, dos Transportes, Jáder Barbalho presidiu o Congresso... E muito mais.

Fernando Henrique foi presidente amarrado a ACM e PFL. Duas vezes presidente do Congresso, ACM foi "dono" dos ministérios da Previdência e Minas e Energia.

Pouco antes de morrer, via fax, Sergio Motta aconselhou o amigo: "Presidente, não se apequene...".

Fernando Henrique diz faltar "narrativa convincente" para um impeachment. Mas falta, também, coesão ao PSDB.

Aécio quer pra já. Alckmin sabe que sua chance é 2018. Serra joga para ser com Temer o que Fernando Henrique foi com Itamar.

O PSDB segue votando contra seu ideário, e hesita. Por temer pegadas e DNA na História, espera que seja o PMDB a comandar a derrubada.

Perdendo prefeitos, parlamentares, e Poder, o PT encolhe. Começa a pagar pelos erros.

Teve grandes acertos, mas cometeu erros fundamentais. Inclusive o da corrupção, que com razão sempre criticou nestes adversários.

O PMDB foi à TV e rádio para seu Reality Show: Eduardo Cunha, Renan, Padilha, Romero Jucá... com Temer, e por Temer, em nome dos "sonhos" e da "verdade".

FONTE: "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/pmdb-e-marta-farsa-e-comedia-por-bob-fernandes).

O PODER MUNDIAL E O BRASIL (por Adriano Benayon)




O PODER MUNDIAL E NÓS

Por Adriano Benayon, doutor em economia pela Universidade de Hamburgo-Alemanha 

"Defino o 'capitalismo' como um sistema econômico e político no qual capitais privados vão sendo cada vez mais concentrados nas mãos de poucos oligarcas dominantes. Isso lhes permite conquistar não só as grandes empresas financeiras e produtivas, mas também o Estado.

2. Isso acontece sob regimes abertamente fascistas e também sob regimes aparentemente democráticos, em que o dinheiro e a mídia, a serviço dos oligarcas, controlam o sistema político e o resultado das eleições.

3. O capitalismo nos países centrais, mercê notadamente de guerras que envolveram os aspirantes à hegemonia, tornou-se, ao longo dos últimos 350 anos, um sistema de poder mundial, sob a hegemonia do capitalismo britânico, que depois consolidou sua associação com o norte-americano, formando o império anglo-americano.

4. Atualmente, restam duas potências não subordinadas ao império, China e Rússia, capazes de propiciar equilíbrio na balança do poder mundial. Sem esse equilíbrio, não há como país algum, no mundo, desenvolver-se.

5. Veja-se a anomia prevalente no cenário mundial, do início dos anos 1990 até há pouco, período em que o império anglo-americano cometeu colossais genocídios: na Iugoslávia, seguindo-se Iraque, Afeganistão, novamente Iraque, Líbia, para citar só alguns. Agora, em pauta, a Síria.

6. O auge da tirania imperial [norte-americano] corresponde no Brasil aos governos Collor e PSDB FHC. Na Argentina, ao de Menem, e mais exemplos vergonhosos mundo afora.

7. O enfraquecimento e dissolução da União Soviética haviam deixado o planeta à mercê do império, secundado por seus satélites.

8. Mas a China vem ganhando poder em todos os campos, e a Rússia reafirma-se como potência nuclear e balística de grande porte.

9. Isso lhes dá autonomia nas decisões políticas e econômicas, e limita um pouco a tirania exercida pelo império anglo-americano em âmbito global.

10. Se se tivessem mantido abertos à influência do império, não teriam alcançado o status de potências mundiais. Para tanto, precisaram de regime centralizado e fechado.

11. As histórias da Coreia do Sul e de Taiwan ilustram a mesma constatação: para se desenvolverem, tiveram governos militares nacionalistas, devido a circunstâncias especiais: a presença do comunismo na China e na Coreia do Norte, com apoio do Exército Vermelho da China de Mao Dze Dong. Este havia empurrado os partidários de Chiang Kai Chek para Taiwan (Formosa), onde se instalaram sob a proteção da esquadra norte-americana.

12. Em suma, os EUA precisavam deixar fortalecer-se aqueles dois países, empobrecidos pela exploração colonial e pela ocupação japonesa, além de devastados por guerras, antes e durante a 2ª Guerra Mundial. Do contrário, seus povos seriam reunidos a seus compatriotas sob governos comunistas.

13. Em nossa história, como na da Argentina, houve progressos para o desenvolvimento, exatamente sob regimes autoritários, no período entre-guerras da 1ª metade do Século XX e durante a 2ª Guerra Mundial.

14. O senador Severo Gomes, desaparecido no mar, em 1992, comentava que a arrancada para o desenvolvimento da Argentina e do Brasil fora possível graças ao relativo isolamento comercial propiciado pela 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e pela depressão dos anos 1930, seguida da 2ª Guerra Mundial (1939-1945).

15. A melhora das estruturas econômica e social só se pode realizar sob condições de poder central forte, como, no Brasil, as dos anos subsequentes à Revolução de 1930 e no Estado Novo (1937-1945), mercê da consciência nacionalista do Exército e da visão esclarecida e habilidade do presidente Vargas.

16. Como tenho exposto, Vargas foi injusta e incessantemente acoimado de "ditador" por agentes do império, horrorizado com a perspectiva de o País atingir o desenvolvimento econômico e social.

17. Por isso, não cessavam de injuriar o presidente os adeptos do império anglo-americano, fosse fascinados pela democracia de molde ocidental, fosse a soldo daquele império.

18. Tive, com frequência, ocasião de trocar ideias com Severo Gomes, empresário e antigo ministro da Indústria e Comércio (MIC) no governo do general Geisel. Também, com outros grandes brasileiros: o general Andrada Serpa, o físico Bautista Vidal (secretário de Tecnologia Industrial do MIC com Severo Gomes e criador do Programa do Álcool, Energia da Biomassa), e o Dr. Enéas Carneiro.

19. Todos tinham consciência plena de que o desenvolvimento só é possível com autonomia nacional e que um dos requisitos para essa existir é a autonomia industrial e tecnológica, inclusive com domínio da energia nuclear aplicada à defesa.

20. O que precede significa que, para o Brasil, é vital ter estratégia que:

1) contemple estarem as potências hegemônicas intervindo permanentemente em nosso País;

2) acompanhe a balança do poder em âmbito global, avaliando a medida em que o império se veja obrigado a concentrar recursos e atenção em outras regiões.

21. Dado o nosso recuo econômico, financeiro e tecnológico – crescente nos últimos decênios - a chance de êxito que possa ter o projeto de sobrevivência do País depende de unir o máximo possível das forças nacionais.

22. Essas têm sido agudamente divididas em direita e esquerda, ao longo dos últimos 85 anos. O marco foi a Revolução de 1930, a qual abriu a perspectiva de desenvolvimento do País.

23. Em seguida, o império anglo-americano fomentou novos separatismos e passou a investir mais intensamente em cooptar e corromper locais, notadamente na mídia, como Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, dono dos "Diários Associados", a maior cadeia jornalística da época.

24. Já no mandato de Vargas assumido em 1951, indagado Chatô, por que atacava o presidente e abria total espaço na TV a Carlos Lacerda, seu virulento e audacioso adversário, respondeu: “se ele desistisse de criar a Petrobrás, eu passaria apoiá-lo e lhe daria espaço em minha rede de comunicação”.

25. Outro, foi o notório Roberto Marinho, dono de "O Globo"  desde 1931. Esse, desde 1964, recebeu favores oficiais e fartos recursos norte-americanos para tornar-se dominante na comunicação social.

26. Mais tarde, o império declarou, através de Henry Kissinger, que "não poderia tolerar o surgimento de uma potência no Hemisfério Sul". Assim, foram cavados profundos fossos ideológicos entre brasileiros e n outros modos de intervenção.

27. Em 1932, Londres fomentou a falsamente denominada "Revolução Constitucionalista", em São Paulo, que se poderia ter transformado em guerra separatista do Estado onde a industrialização despontava promissora.

28. A constitucionalização real veio em 1934, preparada por Vargas desde antes daquela teleguiada “revolução”. A insurreição comunista, em 1935, tempo de grande polarização esquerda/direita, reflexo do cenário europeu antecedente à 2ª Guerra Mundial.

29. Era muito pequeno o número de operários organizados, e a geopolítica dava chances nulas de êxito aos comunistas brasileiros: poder naval do império britânico absoluto no Atlântico Sul, e proximidade dos EUA.

30. Sendo incipiente o desenvolvimento do poder militar da União Soviética (URSS), não havia como essa apoiar o levante comunista no Brasil. Ademais, Stalin dava prioridade à infraestrutura industrial da URSS. Não apostava na revolução internacional, ao contrário de Trotsky, alijado do poder.

31. Entre os comandados de Prestes, infiltraram-se agentes do "Intelligence Service", o "M16" britânico, e os planos dos ataques eram previamente conhecidos das forças legalistas.

32. O resultado da insurreição de 1935 foi exacerbar a polarização ideológica, de interesse exclusivo do império anglo-americano.

33. Pior, sua memória tem servido à irracionalidade que faz reprimir, atribuindo-se-lhes ser "comunistas", os que se opõem ao império anglo-americano ou não fecham os olhos aos crimes desse.

34. Seguiu-se o golpe de 1937, que instituiu o Estado Novo, repressor de comunistas e outros. A geopolítica e a influência da finança anglo-americana determinaram a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial: bases no Nordeste para as FFAA dos EUA e envio da Força Expedicionária à Itália, vinculada a comando norte-americano.

35. Entretanto, o império não hesitou em patrocinar o golpe de 1945 e as intervenções subsequentes, que prosseguem até hoje, e vêm logrando seus objetivos desde agosto de 1954:

a) desnacionalizar e a desindustrializar o Brasil, impedindo o desenvolvimento de tecnologias controladas por empresas nacionais, tanto privadas como estatais;

b) enfraquecer as Forças Armadas e a capacidade estratégica do País, indústrias básicas, infraestrutura e o domínio da energia nuclear;

c) desinformar e abaixar o nível de educação dos brasileiros, investindo na anticultura e na demolição dos valores éticos indispensáveis à evolução de nação próspera e equilibrada;

36. Esse processo tem sido realizado não só durante governos claramente subordinados aos interesses financeiros anglo-americanos (Café Filho, JK, Castello Branco, Collor e FHC).

37. Também, durante os demais, que, no essencial, cederam às pressões imperiais, não obstante terem tido, setorialmente, patriotas voltados para o desenvolvimento nacional.

38. Destaque-se, ademais, que eleições dependentes de dinheiro grosso e grande mídia levaram a desastres de origem parlamentar, inclusive a presente Constituição e emendas."

FONTE: escrito por Adriano Benayon, doutor em economia pela Universidade de Hamburgo e autor do livro "Globalização versus Desenvolvimento". Artigo publicado no site "Patria Latina"  (http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e&cod=15854).

O BRASIL NÃO É O PAÍS DAS BANANAS



O Brasil não é o País das bananas, a "crise" é da mídia — Golpe, não!

Por Davis Sena Filho. editor do blog "Palavra Livre"

"Evidentemente que o Brasil não é um País das Bananas, apesar do pensamento equivocado, colonizado e perverso da "casa grande", que sonha, eternamente, manter a senzala intacta, ou seja, submissa e ignorante, porque somente assim as "elites" poderão eternizar suas vantagens, seus benefícios, bem como o acesso ao dinheiro e ao poder.

É o que se denomina de "olhar imperial" de uma casta poderosa, dominadora dos meios de produção e controladora do Estado, que serve como instrumento para que a grande burguesia realize seus negócios com segurança e a ditar as regras econômicas e políticas para o restante da sociedade, que é a maioria composta pelo proletariado e pela pequena burguesia, também conhecida como classe média — a tradicional e alta. Estas sem o controle dos meios de produção, e, por sua vez, empregadas do empresariado, que a utiliza como gerenciadora de seus negócios, pois de origem universitária.

A base do sistema capitalista, no que concerne à repercussão, à propaganda e à defesa dos valores e princípios burgueses é a classe média, muito mais que o proletariado, que é bombardeado, no decorrer de toda uma vida, sobre as maravilhas do capitalismo, sem, no entanto, ter acesso a esses "privilégios", porque, na verdade, esse grupo social e de trabalhadores é mão de obra barata, morador dos guetos, das comunidades carentes, dos alagados, dos morros, dos bairros longínquos e da periferia das cidades.

A mão de obra barata que afrouxa o cinto e só passa a respirar um pouco quando governantes populares, que as "elites", para desqualificá-los, os chamam de "populistas", conquistam o poder central e, com efeito, passam a efetivar políticas públicas, que se baseiam, notadamente e no mundo inteiro, no fortalecimento do mercado interno por intermédio dos programas de inclusão social e nas atividades de projetos de construção civil, de infraestrutura e logística, a ter como propulsoras do desenvolvimento as empresas estatais.

Somente o Estado é capaz de distribuir renda e riqueza. A iniciativa privada não o faz; e, se o fizer, realiza a distribuição de forma tímida e pontual. As empresas privadas trabalham para o enriquecimento de seus proprietários. Ponto. Contrata empregados, mas paga salários baixos e destina os maiores para seus executivos, que cumprem metas muitas vezes sobre-humanas. Contudo, e apesar do salário alto, são poucas essas pessoas, que, quando demitidas, dificilmente se recolocarão no mercado, no mesmo cargo e com o salário que perdeu. É fato.

O Estado é o indutor do desenvolvimento, como ficou comprovado nos governos de Getúlio Vargas, de perfis desenvolvimentistas e estruturalistas, bem como tentou dar continuidade ao projeto nacional dos políticos trabalhistas o presidente deposto em 1964, João Goulart, além de Luiz Inácio Lula da Silva, que, principalmente a partir de 2006, direcionou seus projetos para o crescimento econômico com inclusão social, ao ponto de criar mais de 10 milhões de empregos e levar, em dado momento, o Brasil se tornar a sexta economia do mundo.

Os inúmeros programas sociais do Governo Lula, juntamente a tocar esse projeto generoso para o País, a chefe do Gabinete Civil, Dilma Rousseff, fomentaram a economia interna, o que impulsionou a geração de empregos e a distribuição de renda. Vale ressaltar que, a mover essa engrenagem de crescimento, a política externa do presidente Lula, à frente o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que se empenhou, com competência, para que o Brasil se tornasse referência no que tange a realizar novas parcerias e a concretizar os blocos econômicos e políticos já existentes.

Blocos como o Mercosul, a Caricom, a Cepal, a Unasul, além de criar os BRICS e incrementar as relações Sul-Sul, que viabilizou e aumentou o comércio brasileiro com os países africanos, o que cooperou, dentre outras questões, como o mercado interno brasileiro, que fez com que o Brasil não sentisse em demasia a crise mundial de responsabilidades dos países ricos europeus e dos Estados Unidos. Nunca se viu tanta irresponsabilidade e roubalheira por parte do grande empresariado e dos banqueiros desses países. Praticamente, ninguém foi preso, a despeito dos suicídios e das falências de milhares de pessoas. Impunidade!

Ah, Lula fez uma grande favor ao Brasil e à América do Sul: mandou a ALCA dos estadunidenses para o espaço, sendo que o México se estrepou e até hoje tenta se recuperar. O PSDB tem um projeto de atrelar o Brasil à ALCA e, consequentemente, entregar à gringada esperta, protecionista e nacionalista o gigantesco mercado interno brasileiro, além de vender o que restou das estatais, a começar pela Petrobras e o Pré-Sal, que, por lei, destina grande some de recursos financeiros e orçamentários para a saúde e a educação. A Chevron dos gringos agradece, penhoradamente, e comemora com champanhe a doação de brasileiros colonizados, entreguistas, subservientes e traidores da Pátria, a exemplo de José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, privatistas crônicos e entreguistas apátridas. Amigos do Mickey e admirados pelos coxinhas patetas.

Por causa dessa engrenagem social controlada pela burguesia temos, em certos períodos da história, especificamente a do Brasil, a quebra do monopólio do poder político e estatal. Esse rompimento, que não é completo, pois negociado, acontece com a ascensão de governos populares, de caracteres nacionalistas e possuidores de programas e projetos que têm por finalidade efetivar o desenvolvimentismo, que começou, de forma mais ampla e consistente, na Era Vargas, o construtor do Estado nacional e o edificador da industrialização do Brasil, que, para industrializar o País, efetivou a criação e a promulgação das leis trabalhistas. Enfim, o Brasil começou, de fato, o caminho da civilização.

Até então, esta Nação era agrária, exportadora de produtos primários e importadora de produtos manufaturados. Esse sistema, quase escravocrata, era um benefício só para a casa grande, que até hoje, em pleno ano de 2015, sente nostalgia dos tempos de escravidão, porque sua vocação para a exploração, juntamente com seu sectarismo anacrônico, são os combustíveis fundamentais para a máquina que move o sistema que a beneficia e faz seus privilégios vicejarem não pare nunca de funcionar.

Todavia, a irresponsável e golpista oposição (leia-se imprensa de mercado, PSDB e seus aliados, setores da Justiça, do MP e da PF e segmentos empresariais) ficam a bater, diuturnamente, na tecla do golpe. Golpe, sim. Ponto. Derrubar uma mandatária que venceu as eleições de forma legítima, a se subordinar ao Estado de Direito e ao jogo democrático é golpe. Impeachment é golpe, sim senhor! E não deveria nem ser discutido, se a oposição não fosse tão bisonha, tacanha, provinciana e de alma secularmente golpista. E por quê? Respondo com uma indagação: você leu o que está escrito no texto acima? Se leu, é exatamente por isso.

Homens experientes, vividos politicamente e que se consideram cosmopolitas, a exemplo de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I ou o Príncipe da Privataria —, a acompanhá-lo nessa sordidez e infâmia figuras derrotadas e inconformadas, como Aécio Neves e José Serra, que guardam seus rancores e ódios no freezer, depois os liberam para tentar fazer do Brasil uma republiqueta, porque como representantes da casa grande, não aceitam que a Nação brasileira se torne independente, emancipada, instruída e dona de seu destino.

De forma alguma essa gente tucana e seus apoiadores se comprometem com a democracia e com a igualdade de oportunidades, pela razão de serem antidemocráticos. A verdade é a seguinte: o Brasil enfrenta uma crise política, muito mais do que econômica. As notícias sobre a crise econômica, que não é do tamanho que a imprensa de negócios privados mostra, são superdimensionadas, propositalmente direcionadas e perversamente manipuladas para que o povo brasileiro jamais eleve sua autoestima.

A estratégia da mídia porta-voz da direita e dos ricos, como os magnatas bilionários de imprensa, é baixar ao máximo a autoestima do cidadão, dar uma conotação de um País sem rumo e com um Governo recalcitrante, e, principalmente, apagar da memória do povo brasileiro as conquistas que ele obteve nos últimos 13 anos, sob a batuta de governos e governantes trabalhistas, que, tais quais aos governos de Getúlio Vargas, efetivaram um ciclo econômico de desenvolvimento social e econômico. E essas realidades, sem sombra de dúvida, não constam nos programas e projetos da direita brasileira — a casa grande. É isso aí."


FONTE: escrito por Davis Sena Filho. editor do blog "Palavra Livre". Publicado no portal "Brasil 247'  (https://www.brasil247.com/pt/colunistas/davissena/198850/O-Brasil-n%C3%A3o-%C3%A9-o-Pa%C3%ADs-das-bananas-a-crise-%C3%A9-da-m%C3%ADdia-%E2%80%94-Golpe-n%C3%A3o!.htm).

ÍNTEGRA DO DISCURSO DE PUTIN NA ONU 2ª FEIRA


Russian President Vladimir Putin addresses the 70th session of the United Nations General Assembly at U.N. headquarters on Monday, Sept. 28, 2015.

Discurso de Putin na Assembleia Geral da ONU


Tradução não oficial do texto original   (http://www.mcclatchydc.com/news/nation-world/world/article36860463.html)

(...), "Senhoras e senhores.

O 70º aniversário da ONU é boa ocasião para considerar a história e falar de nosso futuro comum.

Em 1945, os países que derrotaram o nazismo reuniram esforços para lançar fundações sólidas para a ordem mundial do pós-guerra. Permitam-me lembrar-lhes que as decisões chaves sobre os princípios que guiaram a cooperação entre estados e o estabelecimento da ONU foram tomadas em nosso país – em Yalta, na Crimeia – onde se reuniram os líderes da coalizão anti-Hitler.

O "sistema de Yalta" nasceu de fato em ação. Nasceu ao custo de dez milhões de vidas e de duas guerras mundiais que varreram o planeta no século 20. Sejamos justos – o sistema de Yalta ajudou a humanidade a atravessar eventos turbulentos, muitas vezes dramáticos, das últimas sete décadas. E salvou o mundo de levantes em grande escala.

A ONU é única em sua legitimidade, representação e universalidade. É verdade que, em tempos recentes, a ONU tem sido amplamente criticada por supostamente não ser suficientemente eficiente e pelo fato de que a tomada de decisão em questões fundamentais resulta paralisada por diferenças insuperáveis – em primeiro lugar entre os membros do Conselho de Segurança.

Mas gostaria de lembrar que sempre houve diferenças na ONU ao longo desses 70 anos. O direito de vetar sempre foi exercido pelos EUA, pelo Reino Unido, pela França, pela China, pela União Soviética e pela Rússia em pés de igualdade.

É absolutamente normal que seja assim, numa organização representativa e tão diversa. Quando a ONU foi constituída, os fundadores de modo algum supuseram que sempre haveria unanimidade. De fato, a missão da ONU é buscar e alcançar consensos, sempre, claro, com concessões. A força da ONU advém de levar em consideração diferentes visadas e opiniões.

Decisões debatidas na ONU podem ser convertidas em Resolução, ou não. Como dizem os diplomatas, elas "passam ou não passam". E todas e quaisquer ações que um estado empreenda sem considerar esses procedimentos são ações ilegítimas, colidem com a Carta da ONU e desafiam a lei internacional.

Todos sabemos que, depois do fim da Guerra Fria, emergiu no mundo um centro de dominação. E então, os que se viram naquele momento no topo da pirâmide foram tentados a crer que, "se somos tão fortes e excepcionais, então sabemos mais e melhor o que fazer, que o resto do mundo; assim sendo, por que, afinal, teríamos de reconhecer a ONU, a qual, em vez de automaticamente autorizar e legitimar decisões que pareçam necessárias, tantas vezes cria obstáculos ou, em outras palavras "mete-se no caminho?".

Já se tornou lugar comum dizer que, no formato original, a organização tornou-se obsoleta e já teria cumprido sua missão histórica.

Claro, o mundo está mudando, e a ONU tem de ser consistente com essa transformação natural. A Rússia está pronta a trabalhar com todos os parceiros, à base de consenso amplo, mas consideramos extremamente perigosas as tentativas para solapar a autoridade e a legitimidade da ONU. Podem levar ao colapso de toda a arquitetura das relações internacionais. Aí, não nos restariam outras leis, se não a lei do mais forte.

Poderíamos chegar a um mundo dominado pelo egoísmo, não pelo trabalho coletivo. Um mundo cada vez mais caracterizado pela violência, não pela igualdade e por democracia e liberdade genuínas. Um mundo no qual estados verdadeiramente independentes seriam substituídos por número crescente de protetorados de fato e territórios controlados de fora para dentro.

O que é, afinal, a soberania do Estado? A soberania tem a ver, basicamente, com liberdade e com o direito de cada pessoa, nação ou estado escolher livremente o próprio futuro.

Na mesma direção, caminha a chamada "legitimidade da autoridade do Estado". Não se deve brincar com elas, nem manipular as palavras. Na lei internacional, nos negócios internacionais, cada termo deve ser claro, transparente, interpretado por critério uniformemente compreendido por todos.

Todos somos diferentes. E todos devemos respeitar as diferenças. Ninguém tem de encaixar-se num único modelo de desenvolvimento que outro, em algum momento, tenha decidido, de uma vez por todas, e para todos, que seria o único modelo correto.

Todos devemos lembrar o que nosso passado nos ensinou. Também recordamos alguns episódios da história da União Soviética. “Experimentos sociais" para exportação, tentativas de impor mudanças dentro de outros países baseadas em preferências ideológicas, quase sempre levaram a consequências trágicas e à degradação, não ao progresso.

Parece, contudo, que longe de aprender com os erros dos outros, tantos agora se põem, exatamente, a repeti-los. Por isso, continua a exportação de revoluções, agora chamadas "democráticas".

Para ver que assim é, basta examinar a situação no Oriente Médio e Norte da África. Claro que naquela região os problemas sociais já se acumulavam há longo tempo. Claro que as pessoas queriam mudanças.

Mas no que realmente deu tudo aquilo? Em vez de promover reformas, uma interferência estrangeira agressiva resultou na visível destruição de instituições nacionais e, até, de estilos de vida. Em vez de algum triunfo da democracia e de mais progresso, o que obtivemos foi mais violência, mais miséria e um desastre social. E ninguém dá qualquer atenção a qualquer dos direitos humanos, inclusive ao direito de viver.

Não posso me impedir de perguntar aos que causaram essa situação: Os senhores dão-se conta do que fizeram? Mas temo que ninguém responderá minha pergunta. Na verdade, nunca foram abandonadas as sempre mesmas políticas baseadas na arrogância, na cega confiança na própria "excepcionalidade" e 'correspondente' total impunidade.

Já é agora óbvio que o vácuo de poder criado em alguns países do Oriente Médio e Norte da África levou à emergência de áreas de anarquia. As quais, imediatamente, passaram a encher-se de extremistas e terroristas. Dezenas de milhares de militantes combatem hoje sob os estandartes do chamado "Estado Islâmico". Naquelas fileiras há ex-soldados iraquianos desmobilizados e jogados à rua depois da invasão do Iraque em 2003. Muitos dos recrutados também vêm da Líbia – país onde o próprio Estado foi destruído, na sequência de grosseira violação da Resolução nº 1.973 do Conselho de Segurança da ONU.

E agora as fileiras dos radicais são inchadas por membros de uma chamada "oposição síria moderada", sustentada, mantida, por países ocidentais. Primeiro, os radicais são armados e treinados; imediatamente depois, desertam e unem-se ao Estado Islâmico.

Mas o próprio Estado Islâmico, ele tampouco surgiu do nada, de lugar algum. O Estado Islâmico foi forjado inicialmente como ferramenta a empregar contra regimes seculares indesejáveis. Em seguida, depois de ter estabelecido uma base no Iraque e na Síria, o Estado Islâmico pôs-se a se expandir ativamente para outras regiões. Agora, busca dominar o mundo islâmico. E tem planos para avançar ainda além disso.

A situação é mais do que perigosa. Nessas circunstâncias, é atitude hipócrita e irresponsável pôr-se a fazer 'declarações' sobre a "ameaça do terrorismo internacional", ao mesmo tempo em que os mesmos 'declarantes' fingem que não veem os canais por onde caminha o dinheiro que financia e mantém terroristas, inclusive o tráfico de drogas e o comércio ilícito de petróleo e de armas. Também é igualmente irresponsável tentar 'manobrar' grupos extremistas e pô-los a seu próprio serviço para que 'colaborem' na busca de objetivos políticos só dos supostos 'manobradores', na esperança de "negociar com eles" ou, dito de outro modo, sob a certeza de que, "depois", poderão matá-los facilmente.

Aos que têm procedido assim, gostaria de dizer: "Caros senhores, não duvidem: os senhores estão lidando com gente dura e cruel, mas não são pessoas 'primitivas' ou 'atrasadas'. São exata e precisamente tão espertos quanto os senhores. Na relação com eles, ninguém jamais saberá quem manipula quem. Perfeita prova disso está nos dados recentes sobre destino final do armamento doado àquela oposição suposta "moderada".

Os russos acreditamos que qualquer tentativa de 'jogar' ou 'brincar' com terroristas – e de armar terroristas, então, nem fala! – não é só comportamento de pessoas sem visão, mas é criar pontos de alto risco de fogo, do tipo que iniciam grandes incêndios. É comportamento que pode resultar em aumento dramático na ameaça terrorista, e que se alastre para outras regiões – dado, especialmente, que o Estado Islâmico reúne em seus campos de treinamento militantes de muitos países, inclusive de países europeus.

Infelizmente, a Rússia não é exceção. Nós não podemos deixar que esses criminosos que já provaram o cheiro de sangue voltem aos seus países, para continuar suas práticas assassinas. Ninguém quer que tal coisa aconteça, suponho.

A Rússia sempre se opôs firme e consistentemente, sempre, contra o terrorismo em todas as suas formas. Hoje, damos assistência militar e técnica ao Iraque e à Síria, que enfrentam grupos terroristas.

Entendemos que é erro enorme e grave recusar-se a cooperar com o governo sírio e suas forças armadas, que valentemente lutam cara a cara contra o terrorismo. É mais que hora de reconhecer afinal que ninguém, além das forças armadas do presidente Assad e das milícias curdas estão dando real combate ao Estado Islâmico e a outras organizações terroristas na Síria.

Caros colegas, devo notar que a abordagem direta e honesta da Rússia foi recentemente usada como pretexto para nos acusar de estarmos alimentando ambições crescentes (como se os que nos acusam fossem libertos de todas as ambições...).

Mas a questão não são as ambições russas. A questão é reconhecer o fato de que já ninguém pode continuar a tolerar o atual estado de coisas no mundo.

Na essência, estamos sugerindo que nos façamos guiar por valores comuns e interesses comuns, não por ambições. Temos de unir esforços, considerando a lei internacional, para enfrentar os problemas que estão diante de todos nós, e criar uma coalizão ampla e genuinamente internacional contra o terrorismo.

Semelhante à coalizão que se constituiu anti-Hitler, a nova coalizão dever unir gama ampla de forças que desejem resolutamente resistir contra os que, exatamente como os nazistas, semeiam o mal e o ódio contra a humanidade.

Evidentemente, os países muçulmanos têm papel chave a desempenhar na coalizão, tanto mais que o Estado Islâmico não é só ameaça contra a sobrevivência deles, mas, além disso, ativamente agride e ofende, com suas práticas sanguinárias, uma das maiores religiões do mundo. Os ideólogos daquela militância zombam do Islã e pervertem todos os valores verdadeiramente humanistas do Islã.

Gostaria de me dirigir aos líderes espirituais muçulmanos, porque sua autoridade e orientação são agora ainda mais profundamente importantes. É essencial impedir que jovens recrutados por militantes tomem as mais desgraçadas decisões sobre a própria vida. E também os que já se tenham envolvido, que já foram enganados e que, pelas mais diferentes circunstâncias da vida, vejam-se hoje vivendo entre terroristas, esses também precisam de ajuda, para que consigam voltar à trilha da vida normal, para que deponham as armas e ponham fim ao fratricídio.

A Rússia, como atual presidente do Conselho de Segurança, convocará em breve uma reunião ministerial para que se faça análise ampla das ameaças que cercam o Oriente Médio.

Em primeiro lugar, propomos que se discuta a possibilidade de construir uma Resolução que vise a coordenar as ações de todas as forças que já estão resistindo contra o Estado Islâmico e outras organizações terroristas. Mas uma vez: essa coordenação terá de basear-se nos princípios da Carta da ONU.

Esperamos que a comunidade internacional será capaz de desenvolver uma estratégia ampla de estabilização política e, também para a recuperação social e econômica do Oriente Médio. Isso feito, não será preciso criar novos campos para concentração de refugiados.

Hoje, o fluxo de pessoas forçadas a deixar a terra natal já literalmente inundou a Europa. Há centenas de milhares deles agora e não demorará para que sejam milhões. De fato, é grande e trágica migração de pessoas. E é dura lição para os europeus.

Quero destacar: refugiados precisam, sem dúvida, de nossa compaixão e apoio. Mas o único meio de resolver esse problema em nível mais fundamental é restaurar o Estado, em todos os pontos onde foi destruído; reforçar as instituições de governo onde elas ainda existam ou estejam sendo restabelecidas; prover ajuda ampla – militar, econômica e material – a países em situação difícil; e, com certeza, também aos que não abandonarão suas casas, não importa quais sejam os padecimentos.

Claro que qualquer assistência a estados soberanos pode e deve ser oferecida, nunca imposta; e única e exclusivamente de acordo com a Carta da ONU. Em outras palavras, tudo nesse campo está sendo ou será feito em obediência ao disposto na lei internacional e com o apoio de nossa organização universal. Tudo que infrinja disposições da Carta da ONU deve ser rejeitado.

Acima de tudo, creio que é de máxima importância ajudar a restaurar as instituições de governo na Líbia, apoiar o novo governo do Iraque e prover assistência ampla ao governo legítimo da Síria.

Colegas, garantir a paz e a estabilidade regionais e globais continuam a ser os objetivos chaves da comunidade internacional, com a ONU no comando.

Acreditamos que isso implica criar um espaço de segurança igual e indivisível, não para uns poucos seletos, mas para todos. Sim, é tarefa desafiadora, difícil e que exige tempo, mas simplesmente não há via alternativa.

Porém, o pensamento de bloco dos tempos da Guerra Fria e o desejo de explorar novas áreas geopolíticas ainda persistem em alguns de nossos colegas.

É de lastimar que alguns dos nossos colegas tenham, até aqui, escolhido outra via – a via de explorar predatoriamente novos espaços geopolíticos.

Primeiro, continuaram sua política de expandir a OTAN e sua infraestrutura militar. Depois, ofereceram aos países pós-soviéticos uma escolha falsa: pôr-se ao lado do ocidente ou ao lado do oriente.

Essa lógica de confrontação está fadada, mais cedo ou mais tarde, a desencadear uma grave crise geopolítica. É precisamente o que foi feito na Ucrânia, onde o descontentamento da população com as autoridades foi usado, e se orquestrou um golpe militar de fora para dentro do país; e esse golpe disparou uma guerra civil.

Temos certeza de que só mediante a plena e fiel implementação dos Acordos de Minsk de 12/2/2015 poderemos pôr fim ao banho de sangue na Ucrânia e encontrar saída para aquele impasse.

A integridade territorial da Ucrânia não pode ser assegurada por tratados e sob armas. Indispensável ali é consideração genuína pelos interesses e direitos do povo na região do Donbass e respeito pelo que escolherem. É preciso coordenar com eles, como fazem os Acordos de Minsk, os elementos chaves da política do país.

Esses passos garantirão que a Ucrânia desenvolverá um estado civilizado, como elo essencial na construção de um espaço comum de segurança e cooperação econômica ao mesmo tempo na Europa e na Eurásia.

Senhoras e senhores, falei propositadamente de espaço comum de cooperação econômica. Não há muito tempo, parecia que na esfera econômica, com suas objetivas leis de mercado, aprenderíamos a viver sem linhas divisórias. Que construiríamos regras transparentes e de comum acordo, que incluiriam os princípios da Organização Mundial de Comércio, que estipulam a liberdade de comércio e investimento e a livre concorrência.

Mas hoje já é quase lugar comum impor sanções unilaterais que burlam o que determina a Carta da ONU. Além de perseguir objetivos políticos, essas sanções são visível manobra mal-intencionada, para eliminar concorrentes comerciais.

Quero apontar ainda mais um sinal de crescente "autismo econômico". Alguns países escolheram criar associações econômicas como clubes fechados e "exclusivos", cuja fundação está sendo negociada na clandestinidade, ocultada até dos próprios cidadãos daqueles países, do público em geral e da comunidade empresarial.

Outros estados, cujos interesses podem vir a ser afetados não são informados, tampouco, de coisa alguma. Parece que estamos a um passo de ser confrontados com um fato consumado, de que as regras do jogo foram mudadas a favor de um poucos privilegiados, sem que a OMC tenha sido jamais ouvida. Assim se desequilibra completamente o sistema comercial e desintegra-se o espaço econômico global.

Essas questões afetam os interesses de todos os estados e influenciam o futuro de toda a economia mundial. Por isso, propomos que essas questões sejam discutidas dentro da ONU, dentro da OMC e dentro do G-20.

Ao contrário da política de "exclusividade", a Rússia propõe harmonizar os projetos econômicos regionais. Refiro-me à chamada "integração de integrações", baseada em regras universais e transparentes do comércio internacional.

À guisa de exemplo, quero citar nossos planos para interconectar a "União Econômica Eurasiana" e a iniciativa da China, do "Cinturão Econômico da Rota da Seda". Ainda acreditamos que harmonizar os processos de integração dentro da União Econômica Eurasiana e a União Europeia é movimento altamente promissor.

Senhoras e senhores, as questões que afetam o futuro de todos os povos incluem o desafio da mudança do clima global.

É do nosso interesse fazer da Conferência da ONU sobre Mudança Climática, em dezembro, em Paris, um sucesso. Como parte de nossa contribuição nacional, temos planos para reduzir para 70-75% a emissão dos gases de efeito estufa, até 2030, de volta aos níveis de 1990.

Mas sugiro que tomemos, sobre essa questão, visada muito mais ampla. Sim, podemos aplacar as dificuldades, por algum tempo, definindo quotas de emissões venenosas, ou tomando outras medidas que, contudo, são medidas apenas táticas. Mas, por esse caminho, nada resolveremos.

Precisamos de abordagem completamente diferente. Temos de nos focar em, fundamentalmente, introduzir novas tecnologias inspiradas pela natureza e que não causarão dano ao meio ambiente, e conviverão em harmonia com ele. Além disso, elas restaurarão o equilíbrio entre a biosfera e tecnofera, alterado pelas atividades humanas.

É desafio, realmente, de escopo planetário. Mas tenho confiança de que a humanidade tem potencial intelectual para enfrentá-lo.

Temos de unir esforços. Refiro-me, em primeiro lugar, aos estados que têm sólida base de pesquisas e que têm obtido avanços significativos em ciência fundamental.

Propomos organizar um fórum especial, sob os auspícios da ONU, para discussão ampla das questões relacionadas ao esgotamento de recursos naturais não renováveis, à destruição do meio ambiente e à mudança climática. A Rússia está pronta para copatrocinar esse fórum.

Senhoras e senhores, foi em Londres, dia 10/1/1946, que a Assembleia Geral da ONU reuniu-se para sua primeira sessão. Zuleta Angel, diplomata colombiano, e presidente da Comissão Preparatória, abriu a sessão oferecendo, entendo eu, uma definição concisa dos princípios básicos que a ONU deveria seguir em suas atividades: defender o livre arbítrio, desafiar os conluios e trapaças e preservar o espírito de cooperação.

Hoje, essas palavras ainda soam como orientação para todos nós.

A Rússia acredita no enorme potencial da ONU, de dever ajudar-nos e evitar uma confrontação global e a nos engajar em franca cooperação estratégica. Juntos com outros países, trabalharemos empenhadamente para fortalecer o papel da ONU, de coordenação central.

Confio que, trabalhando juntos, conseguiremos fazer do mundo lugar pacífico e seguro, e asseguraremos condições propícias para o desenvolvimento de estados e nações.

Obrigado."

FONTE: tradução do "Vila Vudu". Tradução não oficial do texto original   (http://www.mcclatchydc.com/news/nation-world/world/article36860463.html). Transcrito no site "Patria Latina"  (http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=2c6037040bf5058a44be4c0397611909&cod=15847).

BILIONÁRIOS COMANDAM A PSEUDO "DEMOCRACIA" AMERICANA




As primárias dos bilionários

"Trump vai provavelmente fracassar, mas não sem ter esclarecido, à sua maneira, o funcionamento do sistema político local: “Sou um homem de negócios. Quando [os candidatos] me pedem, eu dou. Se preciso de alguma coisa dois ou três anos depois, eu peço a eles, e eles estão lá para mim

Por Serge Halimi, no "Le Monde Diplomatique"

Em 2012, Barack Obama e Mitt Romney consagraram cerca de US$ 1 bilhão cada um ao financiamento de sua campanha presidencial. Em vez de doar a um candidato, o bilionário nova-iorquino Donald Trump decidiu ele mesmo entrar na arena: “Ganho US$ 400 milhões por ano, então que diferença isso faz para mim?”. Outro bilionário, Ross Perot, prometia desde 1992 “comprar a Casa Branca para devolvê-la aos norte-americanos que não podem mais pagar por ela”.

Trump vai provavelmente fracassar, mas não sem ter esclarecido, à sua maneira, o funcionamento do sistema político local: “Sou um homem de negócios. Quando [os candidatos] me pedem, eu dou. Se preciso de alguma coisa dois ou três anos depois, eu peço a eles, e eles estão lá para mim”. Ex-senadora por Nova York e candidata às primárias democratas, Hillary Clinton também esteve “lá”: “Eu disse a ela para vir ao meu casamento, e ela veio. Vocês sabem por quê? Porque doei dinheiro para sua fundação”. A fim de obter um presidente incorruptível, sugere Trump, escolham na lista os corruptores!


                          Donald Trump

Uma decisão da Suprema Corte suprimiu em 2010 a maioria das restrições às doações políticas dos indivíduos e das empresas privadas. [1]. Desde então, as grandes fortunas estampam sem pudor seus favores. Para explicar o número sem precedentes de candidatos republicanos à Casa Branca (dezessete), o "New York Times" ressalta que quase cada um pode contar “com o apoio de um bilionário, o que significa que sua campanha não tem mais nenhuma relação real com sua capacidade de levantar fundos se dirigindo aos eleitores”. Jeb Bush já redefiniu a natureza das “pequenas doações”. Para a maioria dos candidatos, é menos de US$ 200; para ele, menos de US$ 25 mil...

Três bilionários – Charles e David Koch, e Sheldon Adelson – se tornaram assim os grandes padrinhos da direita norte-americana. Os irmãos Koch, que execram os sindicatos, pretendem doar US$ 889 milhões às eleições do ano que vem, quase tanto quanto cada um dos grandes partidos. O governador do Wisconsin, Scott Walker, está entre seus favoritos, mas três de seus concorrentes republicanos deferiram sua convocação com a esperança de conseguir também alguma doação.[2]

Walker também tenta cativar Sheldon Adelson, oitava maior fortuna do país e adorador do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.[3] Nesse caso ainda, ele não é o único a bajular o bilionário octogenário. [4] Há dois anos, Adelson estimava que os Estados Unidos deveriam expedir mísseis nucleares para o Irã em vez de negociar com seus dirigentes. Os dezessete candidatos republicanos talvez tivessem essa apreciação em mente quando debateram entre si em 6 de agosto passado. Em todo caso, todos se opuseram ao acordo recentemente fechado entre Washington e Teerã."

NOTAS:

[1] Ler Robert W. McChesney e John Nichols, “Aux États-Unis, médias, pouvoir et argent achèvent leur fusion” [Nos Estados Unidos, mídias, poder e dinheiro concluem sua fusão], Le Monde diplomatique, ago. 2011.

[2] Marco Rubio, Ted Cruz e Rand Paul, respectivamente senadores da Flórida, do Texas e do Kentucky.

[3] Ler “Netanyahou, président de la droite américaine?” [Netanyahu, presidente da direita norte-americana?], La Valise diplomatique, 4 mar. 2015. Disponível em: www.monde-diplomatique.fr.

FONTE: escrito por Serge Halimi, diretor de redação do periódico "Le Monde Diplomatique (França). Ilustração: André Ducci. Transcrito no site "Patria Latina"  (http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=61c68ac879a7ec23b78912aa04f59d78&cod=15852).[Título acrescentado por este blog 'democracia&política'].

terça-feira, 29 de setembro de 2015

PROGRAMA DO PT HOJE NA TV (Veja vídeos)




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Lula promete continuar lutando sempre pelo País

Veja os vídeos acima

"Um País que fez tanto em tão pouco tempo tem que acreditar na força de seu povo. Foi por isso que lutei e vou continuar lutando hoje e sempre", afirma Lula

Hoje tem PT na TV. Lula promete continuar lutando sempre pelo País.Veja os vídeos

O PT vai exibir nesta terça-feira, 29, em rede nacional de TV, duas inserções publicitárias.

Em uma delas, o partido questiona os interesses dos políticos de oposição que tentam desestabilizar o governo. 

"Uma pergunta para todos os brasileiros: os políticos que querem desestabilizar o governo estão pensando no bem do País ou em si mesmos? Estão interessados em beneficiar a população ou só querem tirar proveito da crise?", questiona a propaganda.

A peça publicitária se baseia em pesquisas internas que apontam dúvidas em setores expressivos da população quanto aos motivos e desdobramentos decorrentes de um eventual impedimento de Dilma. A própria presidente tem apontado em seus discursos a existência de um setor da oposição que aposta no "quanto pior, melhor".

Na propaganda, o PT fala sobre o risco de desestabilização democrática. "Afinal, quem garante um caminho mais seguro? Um governo eleito democraticamente ou aqueles que querem chegar ao poder custe o que custar?", pergunta a peça ambientada na região central de São Paulo.

Na outra inserção a estrela é Lula. Também embasada em pesquisas internas que apontam a crise econômica é o motivo de desgaste de Dilma junto ao eleitorado historicamente petista, a propaganda mostra os avanços obtidos nos governo petistas como exemplo de que o País pode superar a crise.

"Pensem comigo: um País que em apenas 12 anos saiu do mapa da fome da ONU, colocou mais de 40 milhões de brasileiros na classe média, bateu recordes na geração de empregos e fez programas como Minha Casa, Minha Vida, o Prouni e o Fies, é capaz de vencer qualquer crise",  diz Lula."

FONTE: do blog "Os amigos do Presidente Lula"  (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2015/09/hoje-tem-pt-na-tv-lula-promete.html).

MULTINACIONAIS E EMPRESÁRIOS BRASILEIROS ROUBARAM R$ 170 BILHÕES


Porto do Rio de Janeiro: muitos empresários subfaturam exportações, causando prejuízos bilionários ao País (Foto: Tânia Rêgo / ABr)

MAIS UM DOS GOLPES DOS EMPRESÁRIOS PARA ROUBAR DINHEIRO PÚBLICO (E NÃO QUEREM A CPMF...)

Manobras empresariais ilícitas tiram US$ 170 bilhões do País em 10 anos

"Subfaturar exportação e superfaturar importados permitem evasão de divisas e sonegação. Brasil tem o 7º maior fluxo ilícito, diz estudo internacional

Por André Barrocal, na revista "CartaCapital"

O Brasil vive um drama orçamentário, com o governo a propor a volta da CPMF para fechar as contas do ano que vem sem ter de cortar programas sociais como Bolsa Família ou subsídios à moradia popular (Minha Casa Minha Vida) e a universitários pobres (FIES). É um problema que beira o incompreensível, diante da revelação de certos hábitos do empresariado local capazes de desfalcar os cofres públicos em bilhões.

Na década compreendida entre 2003 e 2012, o Brasil foi ponto de partida de um fluxo financeiro ilícito de 217 bilhões de dólares, uma média anual de 21 bilhões. Este fluxo abrange dinheiro de corrupção e tráfico de drogas, entre outros crimes. A maior parte (cerca de 80%, ou 172 bilhões de dólares), contudo, resulta de procedimentos adotados por empresas para pagar menos impostos e disfarçar evasão de divisas. Casos mais comuns: subfaturar exportações e superfaturar importações.

Quase metade da movimentação ilícita total se deu entre 2010 e 2012. Foram 100 bilhões de dólares no período, uma média de 33 bilhões anuais. Pelo câmbio atual, seriam 130 bilhões de reais por ano, o dobro do problema orçamentário de 2016. O projeto de orçamento foi ao Congresso com um rombo de 30 bilhões de reais, mas o governo espera reverter sua própria proposta e obter uma sobra de 34 bilhões.

Os valores do fluxo financeiro ilícito brasileiro foram estimados por uma entidade chamada "Global Financial Integrity" (GFI), ou "Integridade Financeira Global", em tradução literal. Trata-se de um "think tank", uma “usina de ideias” financiada pela "Fundação Ford" e localizada em Washington, a capital do Estados Unidos. Seu propósito é autoexplicativo pelo nome.

Os dados constam de um estudo feito em 2014 pelo economista-chefe da GFI, Dev Kar, um indiano com 32 anos de Fundo Monetário Internacional (FMI) no currículo. Foram calculados a partir de dados do Banco Mundial (BIRD). E fazem parte de um livro lançado na terça-feira 22, a reunir estudos semelhantes sobre a situação na Índia, no México, na Rússia e nas Filipinas.
Os cinco protagonistas do livro estão entre os principais pontos de partida do fluxo financeiro ilícito no período de 2003 a 2012, segundo a GFI. Em um ranking de 145 países, a Rússia é o segundo (973 bilhões de dólares), o México é o terceiro (514 bilhões), a Índia é o quarto (439 bilhões), o Brasil é o sétimo (217 bilhões) e as Filipinas, a 15ª (93 bilhões).

O subfaturamento de exportações é o mecanismo mais usado pelos empresários brasileiros para transferir capital para o exterior ilicitamente”, diz o estudo de 2014. As firmas vendem para o exterior com preço abaixo dos valores de mercado “para reduzir o lucro que declaram no Brasil”. E fazem isso “geralmente com base em um acordo tácito com o importador no sentido de que ele remeta o valor restante para uma conta offshore [no exterior] controlada pelo titular da empresa”.

Alguns estudos indicam que subfaturar exportação é um meio de a empresa ter patrimônio em um paraíso fiscal para investi-lo posteriormente nela mesma no Brasil. Esse investimento disfarçado de "investimento estrangeiro" proporcionaria novos prejuízos aos cofres públicos: aumento da dívida externa e geração de gastos nas companhias que podem ser abatidos da tributação delas.

O superfaturamento de importações serve ao mesmo objetivo. Pagar por um importado acima do valor de mercado permite às firmas manter uma reserva financeira em paraíso fiscais.

De 1960 a 2012, a GFI estima que o fluxo financeiro ilícito a partir do Brasil tenha atingido 400 bilhões de dólares. Desse total, as manobras das empresas em transações de comércio exterior representaram de 80% do total.

Temos observado, há muitos anos, uma hesitação por parte do Brasil em atacar, efetivamente, problemas relacionados à fuga de capitais e a saídas ilícitas de recursos do país”, afirma a GFI, a destacar que o País deveria apertar as multinacionais. “O governo deve fazer muito mais para combater tanto o subfaturamento de exportações como o superfaturamento de importações, adotando, proativamente, medidas dissuasivas adicionais em vez de punições retroativas.

Em seu estudo, a entidade faz algumas sugestões para o governo coibir o fluxo financeiro ilícito. Aprovar lei criminalizadora do subfaturamento de exportações e superfaturamento de importações. Obrigar exportadores e importadores, inclusive seus dirigentes, a assinar termos declarando que os valores de suas transações são reais. Capacitar contradores e auditorias para vasculhar a contabilidade de comércio exterior das companhias.

Diz ainda que o Brasil deveria seguir o exemplo recente de Reino Unido e França e passar a exigir que as empresas informem às autoridades o nome de todos os seus controladores pessoas físicas e de titulares beneficiários. “Torna muito mais difícil a lavagem de produtos de crimes e da corrupção, facilita muito a identificação de relações ocultas entre parceiros comerciais e torna bem menos onerosos os requisitos de vigilância de clientela por parte de bancos”, afirma.

Com tal potencial arrecadatório inexplorado, resta a perplexidade entre observadores do debate orçamentário atualmente em curso no País. “As grandes empresas, principalmente as multinacionais, se aproveitam de uma arquitetura global que permite uma série de manobras e fazem evasão de divisas”, diz Grazielle David, do Instituto de Estudos Sócioeconômicos (INESC). “E com essa evasão, a conta vai sobrar para alguém: os pobres e a classe média.”


FONTE: escrito por André Barrocal, na revista "CartaCapital"   (http://www.cartacapital.com.br/economia/manobras-empresariais-ilicitas-tiram-us-170-bi-do-pais-em-10-anos-5162.html).