sábado, 30 de novembro de 2013

A VINGANÇA DOS MÉDICOS CONTRA O PT

 Por Eduardo Guimarães

O destino deu às entidades médicas e aos profissionais da área a oportunidade perfeita para se vingarem da derrota acachapante que o governo Dilma e o PT lhe impuseram desde que, em 8 de julho deste ano, a presidente da República lançou o programa “Mais Médicos”, enfurecendo a categoria de forma jamais vista no país e levando-a a praticar "legítimas" insanidades.

No âmbito da ofensiva massiva contra o Partido dos Trabalhadores desencadeada pela mídia e pelo PSDB a partir das prisões de algumas de suas lideranças históricas condenadas pelo julgamento do mensalão, finalmente funcionou a recomendação das entidades médicas para que a categoria empreendesse retaliação política ao governo federal e ao seu partido.

Em meados de outubro, o jornal “O Globo” já anunciava: “Médicos São orientados a pedir votos de pacientes contra Dilma” (clique na imagem abaixo se quiser ler a matéria na íntegra, ou leia abaixo o que ela tem de importante).



A matéria em si, porém, diz muito mais do que a manchete. Abaixo, alguns trechos bastante eloquentes.
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Em reação à aprovação da medida provisória que criou o programa ‘Mais Médicos’, as entidades que representam esses profissionais de Saúde preparam uma ofensiva nacional na campanha de 2014 contra a presidente Dilma Rousseff, sobretudo na população de baixa renda (…)

Além disso, há um movimento de filiações em massa dos médicos a partidos de oposição, principalmente ao PSDB e ao DEM. Segundo a AMB, pelo menos 300 médicos já se filiaram ao PSDB do Ceará, a convite do ex-senador tucano Tasso Jereissati (…)

No Mato Grosso do Sul e em Goiás, o DEM já articula um número grande de filiações até novembro. O deputado Luiz Henrique Mandetta (MS) trabalha junto ao líder do partido na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), para fazer um ato político e filiar, em um dia, cerca de mil profissionais (…)

- A gente está preparando uma data para fazer um bloco, a gente quer fazer um barulho num dia só. Estou preparando um ato político, para fazer essa marca histórica, estamos numa agenda política muito intensa (…)”
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Quem diz que a categoria médica anunciou, através de suas entidades, que passaria a atuar politicamente e em peso contra Dilma e seu partido, portanto, não é este Blog [Cidadania], mas o jornal “O Globo”.

De fato, os “Conselhos Regionais de Medicina”, a “Federação Nacional dos Médicos”, a “Associação Médica Brasileira” e o “Conselho Federal de Medicina”, mais ou menos explicitamente recomendaram a atuação política da categoria médica contra o governo federal e o seu partido.

Essa fúria dos médicos brasileiros contra Dilma e seu partido começou a tomar corpo cerca de um mês e meio após o lançamento do programa “Mais Médicos”. Em 26 de agosto, 95 médicos estrangeiros, a maioria cubanos – e negros –, foram hostilizados por cerca de 50 colegas brasileiros – todos brancos – durante manifestação contra o programa federal em Fortaleza.

Dois meses depois, a presidente da República, em cerimônia oficial, pediu desculpas ao médico negro e cubano Juan, cuja imagem sendo vaiado por médicas brasileiras brancas comoveu o país. Em resumo, Dilma pediu desculpas pelas atitudes inacreditavelmente incivilizadas dos médicos brasileiros.

De que lado ficou a maioria do país? Pesquisa encomendada pela “Confederação Nacional dos Transportes” (CNT) e divulgada no início deste mês mostrou quem venceu esse embate. Abaixo, matéria da “Agência Brasil” sobre a pesquisa:



Se não tiveram força, até aqui, para macular imagem de Dilma e do seu partido como disseram que pretendiam, a alguns dos médicos que se enfureceram com a presidente da República foi dada, recentemente, a possibilidade de “darem o troco”.

De terça para quarta-feira, dois laudos produzidos por duas juntas médicas distintas geraram ao partido da presidente da República uma derrota na Justiça e outra no Congresso nacional. Médicos envolvidos, em maior ou menor grau, na disputa política com Dilma e seu partido emitiram pareceres que devem devolver o petista José Genoino à prisão e impedir que ele obtenha aposentadoria da Câmara dos Deputados.

Em um momento em que o PT sofre ataques por conta das prisões de suas lideranças históricas e no qual a mídia conseguiu jogar sobre si a culpa pela corrupção na prefeitura de São Paulo e no governo do Estado durante gestões do PSDB e do DEM, o golpe contra Genoino deve ter tido um sabor especial de vingança para os médicos enfurecidos.”

FONTE: escrito por Eduardo Guimarães em seu blog “Cidadania”   (http://www.blogdacidadania.com.br/2013/11/a-vinganca-dos-medicos-contra-o-pt/).

PSDB FAZ ATÉ “SHOWZINHO” PARA ABAFAR PROPINODUTO TUCANO

José Anibal, Carlos Sampaio, Aécio Neves e Aloysio Nunes. Foto: George Gianni (do site do PSDB)

Por Amauri Teixeira, especial para o portal “Viomundo”

“O PSDB, encabeçado pelo senador Aécio Neves (MG), mostra mais uma vez que está sem rumo e que gosta de se fazer de vítima quando é denunciado por envolvimento em esquemas de corrupção. 

Os tucanos gostam de um 'showzinho' para desviar o assunto, mas não conseguem explicar a enxurrada de denúncias que vêm da Justiça da Suiça e que se confirmam em documentos de ex-executivos das multinacionais Alstom e Siemens, sobre um megaescândalo de corrupção em São Paulo, envolvendo direcionamento nas licitações para aquisição e reformas de trens, construção e extensão de linhas metroferroviárias no estado. Como sempre, tentam abafar o caso com a ajuda da mídia amiga.

É quase surreal. Flagrados, com provas documentais de que há algo muito sério no mundo tucano paulista, agora querem culpar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, "por ter encaminhado documentos à Polícia Federal para que haja apuração do caso", conforme determina a lei. Tucanos de todas as plumagens estrilam, tentam confundir e não explicam nada à sociedade brasileira, pois há vinte anos, por manobras, abafam CPIs na Assembleia Legislativa de São Paulo, que poderiam desvendar redes criminosas que operam nos subterrâneos do governo paulista.

A prova maior de como procede o PSDB está no fato de nenhum deputado estadual desse partido ter assinado o pedido de CPI do Cartel da Corrupção no Metrô. A função do Legislativo é fiscalizar o Executivo. Mas, na Assembleia Legislativa de São Paulo, quem fala mais alto é o rolo compressor dos governos do PSDB. Essa intolerância à apuração da verdade caracteriza o modus operandi do tucanato, bem diferente da maneira petista de se relacionar com o patrimônio e o interesse públicos.

O PSDB GOSTA DE CPI… EM BRASÍLIA

Os governos dos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra, em São Paulo, são marcados pela política do “abafa”, a exemplo do que ocorreu nos dois mandatos de FHC, que não enfrentou nenhuma CPI, ao contrário do presidente Lula, que enfrentou várias em seus oito anos de mandato, sendo que três delas foram simultâneas, o que rendeu uma saraivada de acusações contra seu governo e também contra o Partido dos Trabalhadores.

O caso atual, dos tucanos atacando o ministro da Justiça, merece reflexões, pois mostra as diferenças nítidas entre o PT e o PSDB no cuidado com o patrimônio público e no tratamento de denúncias relativas à corrupção. Esse escandaloso desvio de recursos públicos do metrô de São Paulo faz ressuscitar um personagem de triste memória de nossa história recente: o procurador-geral da República do governo FHC/PSDB, Geraldo Brindeiro, fartamente criticado por sua falta de apetite de colocar corruptos e corruptores na cadeia, durante o período em que permaneceu à frente daquele órgão, nos anos de 1995 a 2002.

Vamos aos números: de 626 inquéritos criminais que recebeu, Brindeiro engavetou 242 e arquivou outros 217. Somente 60 denúncias foram aceitas. As acusações recaíam sobre 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e quatro sobre o próprio presidente FHC. Por conta disso, Brindeiro recebeu o certeiro apelido de “engavetador-geral da República”. Entre as denúncias que engavetou está a de compra de votos para aprovação da emenda constitucional que aprovou a reeleição para presidente, beneficiando o então presidente Fernando Henrique Cardoso [e o PSDB].

Só o comportamento do procurador-geral da República na era tucana serve para ilustrar a diferença abissal que separa o governo FHC/PSDB e o modo petista de conduzir os assuntos da Nação brasileira. Esse contraste é acentuado na forma de se acolher e apurar denúncias contra o Erário e a República. Enquanto o procurador-geral Brindeiro agia de forma facciosa, os governos dos presidentes Lula e Dilma agem de forma republicana, em obediência estrita aos mandamentos de nossa Constituição Cidadã.

INTERFERÊNCIA

Não se tem notícias de qualquer interferência governamental, de 2003 para cá, em qualquer investigação ou acolhimento de denúncia em órgão direta ou indiretamente ligado ao presidente ou a seus ministros. O exemplo mais patente é o da Ação Penal 470, que julgou e condenou injustamente diversos companheiros do Partido dos Trabalhadores.

Discordamos frontalmente dos métodos empregados e do conteúdo dessas sentenças, mas até os mais ferrenhos adversários reconhecem que não houve nenhum traço de interferência oficial para o livre desenrolar dessas ações. Não há registro de nenhuma conversa reservada de integrante do alto escalão petista com membros de outros poderes para mitigar, ou mesmo frear, o curso das investigações e o andamento processual da AP 470.

Esse é, em síntese, o modo petista de se portar à frente dos governos. Qualquer que seja sua esfera: municipal, estadual ou federal. Não à toa, os governos petistas, em números absolutos e relativos, são os que mais observam a Lei de Responsabilidade Fiscal e os que menos têm administradores investigados e condenados por atos contra a Administração Pública.

Agora, diante da tentativa do PSDB de tentar desviar o foco da denúncias sobre o propinoduto em São Paulo, que prosperou durante os quase vinte anos de governos do PSDB naquele estado, o próprio Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reafirmou a continuidade dessa linha de atuação. Disse ele que a “época do engavetador-geral da República já acabou, e que não tem nada de disputa política a investigação da Polícia Federal envolvendo as graves denúncias sobre um grande esquema de propina na compra de equipamentos para o metrô de São Paulo”.

E acrescentou, ainda, o ministro da Justiça: “É meu dever ético e jurídico encaminhar à Polícia Federal e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) qualquer denúncia que chegue até mim, não importa contra quem quer que seja, o ministro tem que pedir investigação. Senão, é prevaricação”.

O ministro Cardozo é movido pelo senso de justiça que sempre o caracterizou. No caso de São Paulo, três pontos são inquestionáveis. Senão, vejamos: O primeiro é que a multinacional Siemens confessou ter atuado em um cartel entre 1998 e 2008 com o objetivo de partilhar obras e elevar o preço das concorrências em São Paulo. Gigantes como a Alstom, a Bombardier, a CAF e a Mitsui teriam integrado o esquema. O segundo é a condenação, na Suíça, de um ex-diretor da CPTM acusado de lavar dinheiro de corrupção. Por fim, uma conta atribuída a Robson Marinho, que foi chefe da Casa Civil de Covas, foi bloqueada no mesmo país por suspeita de ter recebido propina.

As investigações do caso Alstom e Siemens começaram em 2004 na Suíça. Com o acúmulo de provas, a partir de 2008, a Liderança do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo entrou com mais de 15 representações nos ministérios públicos estadual e federal, que denunciavam direcionamento nas licitações para aquisição e reformas de trens, construção e extensão de linhas metroferroviárias no estado de São Paulo. Denunciou prática de corrupção, formação de cartel, lavagem de dinheiro, pagamento de propinas a autoridades públicas e prorrogações ilegais de contratos. O Ministério Público alemão condenou a Siemens e apontou pagamento de propinas de R$ 24,4 milhões para funcionários de alto escalão do governo do PSDB.

É falacioso dizer, como fez o senador Aécio Neves (PSDB-MG) , que "tudo não passa de uma reedição do episódio dos “aloprados”, quando petistas foram presos com dinheiro que seria supostamente usado para comprar um dossiê contra Serra".

A atuação das bancadas estadual e federal se pauta dentro das prerrogativas do trabalho parlamentar, entre as quais se inclui a função de fiscalizar as ações do Executivo, diferente de como age o governador tucano Geraldo Alckmin que, ciente das denúncias que apresentam fatos relevantes e robustos sobre a existência de cartel, desconsiderou o Ministério Público e criou uma "Comissão de Notáveis" que, até o momento, não apresentou nenhum resultado.

Foi ótimo os deputados do PSDB se pronunciarem sobre as tentativas do PT de politizar as denúncias do propinoduto do metrô de São Paulo. Os fatos, por si sós, estão agora desmentindo mais claramente todos os discursos que os tucanos vêm fazendo aqui e em São Paulo. Os órgãos de investigação de São Paulo e os de nível federal já têm provas suficientes para fazer o elo entre as empresas corruptoras e os altos escalões do tucanato.

As justiças da Suiça e da Alemanha vão na mesma linha. As falas dos tucanos só podem ser justificadas por uma questão de desespero, pois eles sabem que é questão de tempo o esclarecimento das perigosas e danosas relações do PSDB paulista com o refinado esquema de corrupção que está vindo à tona.”

FONTE: escrito por Amauri Teixeira, especial para o portal “Viomundo”. O autor é Deputado federal (PT-BA) , vice-líder do partido na Câmara Federal   (http://www.viomundo.com.br/denuncias/amauri-teixeira-a-operacao-abafa-do-propinoduto.html).

PT DEFENDE CARDOZO E APONTA "GAVETAS VAZIAS"


Do “Brasil 247”

“Página do Partido dos Trabalhadores no ‘Facebook’, que usa a imagem da presidente Dilma Rousseff, defende a conduta do ministro José Eduardo Cardozo na polêmica do chamado propinoduto dos trens. "Com a ajuda de certa mídia que lhe presta serviços diários, o PSDB tentou estabelecer uma discussão bizantina sobre a competência de o ministro da Justiça cumprir a lei!", diz o texto "Gavetas vazias", que também critica os anos FHC/PSDB, quando o procurador-geral, Geraldo Brindeiro, era chamado de "engavetador-geral da República"

O Partido dos Trabalhadores saiu em defesa do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na polêmica do chamado propinoduto tucano, em São Paulo, com o editorial "Gavetas Vazias" distribuído pelo ‘Facebook’. "O PSDB, simplesmente, pretende transformar em escândalo o fato de o ministro da Justiça ter enviado à Polícia Federal uma carta entregue a ele pelo deputado estadual Simão Pedro (PT), em maio passado. A carta contém denúncias de envolvimento de tucanos com o esquema de cartel no metrô de São Paulo, em diversas administrações tucanas. A partir daí, com a ajuda de certa mídia que lhe presta serviços diários, o PSDB tentou estabelecer uma discussão bizantina sobre a competência de o Ministro da Justiça cumprir a lei!", diz o texto.

O mesmo editorial condena ainda os anos FHC/PSDB, em que o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era chamado de "engavetador-geral da República".

Leia abaixo o editorial do PT sobre a polêmica dos trens:

GAVETAS VAZIAS

"No Brasil, entre os anos de 1995 e 2002, o tucano Fernando Henrique Cardoso lançou uma poderosa sombra sobre a verdade pública, tanto e de tal forma, que o operador dessa lamentável ação de governo tinha o oportuno apelido de “Engavetador Geral da República”. Tratava-se, lamentavelmente, de uma referência a Geraldo Brindeiro, procurador-geral nomeado e renomeado por FHC ao longo desse período para agir como se num mundo bizarro vivesse.

Responsável pela fiscalização da aplicação das leis e por zelar pelos interesses dos cidadãos, Brindeiro dedicava-se ao triste mister de esconder as muitas denúncias surgidas contra o consórcio neoliberal que governava – e quase faliu – o País de então.

Não por outra razão, foi preciso que, a partir do primeiro governo do PT, em 2003, fosse injetado no Ministério Público Federal largas doses de republicanismo a fim de reverter a imagem degenerada herdada das gestões tucanas anteriores.

Feito isso, o Brasil passou a conviver com a dinâmica das investigações, a transparências dos atos, a independência das instituições em relação ao governo central. O Ministério Público passou a ter relevância e a Polícia Federal, antes uma milícia paroquial partidária, passou a ter protagonismo como polícia judiciária que é.

Ou seja, houve um tempo que o maior escândalo de corrupção do Brasil não era a corrupção em si, mas o sistema oficial que fora montado para escondê-la. Foi assim com as compras de votos para a reeleição de FHC/PSDB, em 1998. Foi assim com a privataria que vendeu incontáveis bens da União e do povo brasileiro a preço de banana.

Somente em um País onde a mídia acostumou-se a atuar à margem da realidade se pode, portanto, conceber o tratamento inverso e disfuncional que o noticiário tem dado aos atos e declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no que diz respeito ao caso do “Trensalão Tucano”, em São Paulo.

O PSDB, simplesmente, pretende transformar em escândalo o fato de o ministro da Justiça ter enviado à Polícia Federal uma carta entregue a ele pelo deputado estadual Simão Pedro (PT), em maio passado. A carta contém denúncias de envolvimento de tucanos com o esquema de cartel no metrô de São Paulo, em diversas administrações tucanas.

A partir daí, com a ajuda de certa mídia que lhe presta serviços diários, o PSDB tentou estabelecer uma discussão bizantina sobre a competência de o ministro da Justiça cumprir a lei!

A primeira manifestação do ministro sobre o caso foi mortal para a alma tucana: “A época de engavetador-geral acabou”.

Hoje, em coletiva à imprensa, arrematou: “É curioso. Aquele que pede investigação, na lógica deles (dos tucanos), tem que se defender. É a investigação do mensageiro, independentemente da mensagem. O ministro da Justiça é mensageiro da ocorrência de eventuais crimes. É um vil pretexto para criar uma cortina de fumaça”.

O Brasil precisa saber como funcionou o propinoduto de duas décadas de governos do PSDB em São Paulo.

Eles podem contar como essa triste mídia que, em tempos recentes, tentou transformar uma bolinha de papel em ataque terrorista.

O resultado vai ser o mesmo: um vexame histórico.”

FONTE: do jornal online “Brasil 247”   (http://www.brasil247.com/pt/247/poder/122370/PT-defende-Cardozo-e-aponta-gavetas-vazias.htm). (Correção: a página https://www.facebook.com/SiteDilmaRousseff é administrada pelo Partido dos Trabalhadores. O Facebook da presidente Dilma Rousseff é  https://www.facebook.com/PalacioDoPlanalto).

“Consultores” da “Folha” criam o inédito: ‘MAIOR CAMPO DE PETRÓLEO DO MUNDO É “PROBLEMA” PARA A PETROBRAS!...


Por Fernando Brito, no blog “Tijolaço”

“Ontem, a ‘Folha de S. Paulo’ “descobriu” o que este ‘Tijolaço’ vem afirmando há um mês.

Que “o campo de Franco sozinho teria reservas maiores do que Libra, leiloado em outubro, que teria entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris”.

Mas, ao contrário do que aconteceria em qualquer jornal do mundo, diante do maior campo de petróleo da face da Terra, hoje, essa informação vem lá no meio da matéria.

E pior, como um “problema” para a empresa que detém 100% dos direitos exploratórios sobre ele, ainda que limitados contratualmente a pouco menos da metade de um volume que deve superar os 10 bilhões de barris.

Isso, apesar de o próprio contrato já prever opções de reavaliação de valores e volumes, prevista para o ano que vem.

Claro está que a “Folha”, antes disso, trata da questão vital para o desenvolvimento do país, que é, ao que parece, sabermos se sai um reajuste de sete ou oito centavos no litro de gasolina, menos do que já varia conforme o posto que você abasteça.

Mas, regressemos à questão. A “Folha” vai ouvir dois consultores, ambos adversários da Petrobras.

O primeiro é o inefável Adriano Pires, homem da ANP no Governo Fernando Henrique/PSDB, durante o qual, aliás, a Agência pediu [ínfimos] R$250 mil reais apenas, para entregar uma área que hoje é parte do campo gigante de Libra.

Pires, um gênio, diz que “para ficar com o excedente, a empresa (Petrobras) teria que pagar à União algo em torno de R$ 44 bilhões”.

Bem, se o excedente for de cinco bilhões de barris - e isso é um cálculo modestíssimo, ainda mais se consideradas as outras áreas nas mesmas condições, onde já se descobriu muito petróleo – o custo seria de menos de R$ 9 por barril. O que, convenhamos, é muito pouco, se sabemos que o preço no mercado petroleiro passa de 100 dólares por barril.

Mesmo com o cálculo aloprado de extração que Adriano passou a sua pupila Miriam Leitão outro diaUS$ 45 por barril – ainda seria um baita negócio.

Ainda mais porque isso seria pago, como prevê o contrato de cessão onerosa, à medida que a extração fosse sendo processada.

E mais vantajoso ainda: porque metade ou pouco menos do investimento para explorá-lo já está em plena execução.

O segundo é um consultor da Câmara dos Deputados, Paulo César Ribeiro Lima, que é de outra linha: aquela que usa o ótimo como inimigo do bom e, por isso, acaba resultando no ruim.

Lima diz que tudo é muito vantajoso para a Petrobras e ruim para o Estado.

Os R$ 44 bilhões de Pires, para ele, serão só R$ 4 bilhões. “Há margem para manobras que podem fazer a Petrobras pagar pouco na revisão, em torno de R$ 4 bilhões”, diz ele à “Folha”.

Ele acerta ao dizer que a Petrobras vai precisar de nova capitalização, porque é impossível uma empresa triplicar seu tamanho sem capitalizar-se.

Mas erra grosseiramente ao dizer que a capitalização de 2010 “já foi pelo ralo”. A menos que ele chame [de "ralo"] 28 navios sonda, um dúzia de superplataformas navais, dezenas de poços, gasodutos, linhas de produção, bilhões de investimento e centenas de milhares de empregos diretos e no parque de fornecedores; [tudo isso, de] "lixo". E, sobretudo, seja lixo termos recuperado para o Estado 8% do capital da Petrobras, um quarto do que Fernando Henrique/PSDB dissipou na Bolsa de Nova York.

Pires e Lima, como dois homens que dão a volta ao mundo em sentidos opostos, acabam por se encontrar no mesmo ponto de lesão ao interesse brasileiro: bloquear, com razões diversas, o papel decisivo que o petróleo do pré-sal e a Petrobras começam a jogar na transformação deste país.

Eles, como a imprensa, se servem do intervalo de alguns anos em que esse desafio exige para ser vencido, para afirmar que "tudo é um desastre". O “investidor” que Pires defende é aquele que compra e vende ações da Petrobras ao sabor das manchetes. Já Lima “defende” o Estado dizendo que tudo poderia ser bem melhor do que a Petrobras faria.

E quem faria?

As empresas estrangeiras, que querem nossas jazidas, não estão absolutamente interessadas em comprar equipamentos no Brasil, em empregar brasileiros, em acelerar nossa atividade econômica e, muito menos, em arcar com pesadíssimos e lentos investimentos em refino, para ter de vender a preços baixos, como faz a Petrobras, embora o furor fiscal dos Estados e as margens de lucro na distribuição camuflem essa verdade aos olhos de muitos.

Então, estamos diante de um problema inédito no mundo: temos muito petróleo. E a Petrobras, diante de outra novidade “problemática”: detém jazidas gigantescas de óleo.

Infelizmente, não é “non-sense” que o fato de que o nosso país tenha, agora, os dois maiores campos de petróleo do mundo seja tratado com tom lamurioso.

São interesses.

A exploração de jazidas de petróleo que vão nos colocar na quinta ou sexta colocação mundial não é como organizar uma festinha de aniversário, onde a gente pode decidir se é melhor comprar os docinhos ou fazê-los em casa. As decisões terão repercussão imensa na vida da sociedade brasileira, que não se resume à (importantíssima) destinação dos royalties à educação e à saúde. Vão determinar se teremos emprego, investimento, fábricas, tecnologia, progresso sustentável.

Ou, então, se vamos faturar um dinheirinho para pagar aos rentistas sedentos, como fizeram por anos, sem que isso nos tirasse do endividamento e do atraso.”

FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog “Tijolaço” (http://tijolaco.com.br/blog/?p=10608).

A OPINIÃO PÚBLICA COMO GADO


O documentado condomínio entre o PSDB, cartéis e a prática sistêmica de sobrepreço nas licitações do metrô paulista era do conhecimento da mídia desde 2009.

Por Saul Leblon

A régua seletiva da emissão conservadora vive mais uma quadra de exibição pedagógica.

Vísceras, troncos e membros do grupo proprietário do Hotel Saint Peter, em Brasília, no qual trabalhará o ex-ministro José Dirceu, por apreciáveis R$ 20 mil, diga-se – se fossem R$ 5 mil ou R$ 10 mil as suspeitas seriam menores?-- estão sendo trazidos a público em cortes sugestivos.

Chegam desossados e moídos.

Salgados e pré-cozidos, basta engolir, sendo facilmente digeríveis em sua linearidade.

Sem guarnição, recomenda o chef.

Assim costuma ser, em geral, com as informações que formam o cardápio de fatos ou acusações relacionados ao PT.

Uma farofa seca de areia com arame farpado.

E assim será com o exercício do regime semiaberto facultado ao ex-ministro.

A lente da suspeição equivale desde já a um segundo julgamento.

Com as mesmas características do primeiro.

Recorde-se o jornalismo associado ao crime organizado que não hesitou em invadir o quarto de hotel do ex-ministro, em Brasília, para instalar aparelhos de escuta, espionar gente e conversas no afã de adicionar chibatadas ao pelourinho da AP 470.

O cenário esquadrejado em menos de uma semana –o emprego foi contratado na última 6ª feira— diz que não será diferente agora.

O dono do hotel é filiado a partido da base do governo (PTN), revela a “Folha”. Tem negócios na área da comunicação. Uma de suas emissoras, a “Top TV”, com sede em Francisco Morato (SP), conquistou recentemente o direito de transferir a antena para a Avenida Paulista.

Suspeita.

A Anatel informa que não, a licença foi antecedida de audiência pública. Sim, mas a “Folha” de 5ª feira argui tecnicalidades, cogita riscos de interferência em outros canais etc

Não só.

Dono também de rádios, o empregador de Dirceu operou irregularmente uma antena instalada em terraço do “Saint Peter”, diz o jornal ainda sem mencionar o andar.

Deve ser o 13º.

A mesma “Folha” investiga ainda encontros do empresário --membro de partido da base aliada-- com o ministro Paulo Bernardo, da Comunicação. A esposa do ministro é pré-candidata ao governo do Paraná.

Vai por aí a coisa.

Alguém com o domínio de suas faculdades mentais imaginaria que o ex-ministro José Dirceu, um talismã eleitoral lixiviado há mais de cinco anos no cinzel conservador, obteria um emprego em qualquer latitude do planeta sem a ajuda de aliados ou amigos?

O ponto a reter é outro.

Avulta dessa blitzkrieg uma desconcertante contrapartida de omissão: quando se trata de cercar pratos compostos de personagens e enredos até mais explosivos, extração diversa, impera a inapetência investigativa.

O braço financeiro da confiança de José Serra, Mauro Ricardo, seria um desses casos de inconcebível omissão se as suas credenciais circulassem na órbita do PT?

A isso se denomina jornalismo de rabo preso com o leitor?

Tido como personalidade arestosa, algo soberba, Mauro Ricardo reúne predicados e rastros que o credenciariam a ser um ‘prato cheio’ do jornalismo investigativo.

O economista acompanha Serra desde quando o tucano foi ministro do Planejamento (1995/96); seguiu-o na pasta da Saúde (1998/2002), sendo seu homem na FUNASA, de cujos funcionários demitidos Serra ganharia então o sonoro apelido de ‘Presidengue’, na desastrosa derrota presidencial de 2002.

Nem por isso Mauro Ricardo perdeu a confiança do chefe, sendo requisitado por Serra quando este assumiu a prefeitura de São Paulo, em 2004/2006, ademais de acompanhá-lo, a seguir, no governo do Estado.

Quando o tucano foi derrotado pela 2ª vez nas eleições presidenciais de 2010, Mauro Ricardo voltou ao controle do caixa da prefeitura, sob a gestão Kassab.

Esse é o trajeto da caneta que mandou arquivar as investigações contra aquilo que se revelaria depois a maior lambança da história da administração pública brasileira: o desvio de R$ 500 milhões do ISS de São Paulo, drenados ao longo do ciclo Serra/Kassab por uma máfia de fiscais sob a jurisdição de Mauro Ricardo.

O que mais se sabe sobre esse centurião?

Muito pouco.

Seus vínculos, eventuais negócios ou sócios, círculos de relacionamento e histórias da parceria carnal com o candidato de estimação da mídia conservadora nunca mobilizaram esforço investigativo equivalente ao requisitado na descoberta de uma antena irregular num terraço do Hotel Saint Peter, em Brasília.

Evidencia-se a régua seletiva.

Que faculta ao tucano Aécio –e assemelhados- exercitar xiliques de indignação ante as evidências de uma fusão estrutural entre o tucanato de SP, cartéis multinacionais e a prática sistêmica de sobrepreço nas compras do metrô paulista - desde o governo Covas.

Dados minuciosos do longevo, profícuo matrimônio, são conhecidos e circulam nos bastidores da mídia, de forma documentada, desde 2009.

Quem confessa é o jornal “Folha de SP” de 5ª feira.

Repita-se, o repórter Mario Cesar Carvalho admite, na página 11, da edição de 28/11/2003 do jornal, que se sabia desde 2009 da denúncia liberada agora pelo ‘Estadão’ –cujo limbo financeiro pode explicar a tentativa de expandir o universo leitor com algum farelo de isenção.

Por que em 2009 esse paiol não mereceu um empenho investigativo ao menos equivalente ao que se destina aos futuros empregadores de José Dirceu?

O calendário político da “Folha” responde.

Em 2010, havia eleições presidenciais; o jornal preferiu investir na ficha falsa da Dilma a seguir os trilhos do “caixa 2” tucano em SP.

No seu conjunto, a mídia tocava o concerto do ‘mensalão petista’. Dissonâncias não eram, nem são bem-vindas.

Transita-se, portanto, em algo além do simples desequilíbrio editorial.

Temas ou versões conflitantes com a demonização petista mereceram, ao longo de todos esses anos, o destino que lhes reserva a prática dos elegantes manuais de redação: ouvir o outro lado, sem nunca permitir que erga a cabeça acima da linha da irrelevância.

Assim foi, assim é.

Só agora – picados e salgados os alvos em praça pública-- o pressuroso STF lembrou-se de acionar o Banco do Brasil para cobrar o suposto assalto aos ‘cofres públicos’ da AP 470.

Pedra angular das toneladas de saliva com as quais se untou os autos do maior julgamento-palanque da história brasileira, só agora, encerrado o banquete, cogita-se do prato principal de R$ 70 milhões esquecido na cozinha?

O esquecimento serviu a uma lógica.

Até segunda ordem, perícia rigorosa providenciada pelo BB ofereceu uma radiografia minuciosa de recibos e provas materiais dando conta do uso efetivo do dinheiro nas finalidades de patrocínio e publicidade contratadas.

O documento capaz de trincar a abóboda da grande narrativa conservadora, nunca mereceu espaço à altura de seus decibéis no libreto dominante.

Ao mesmo tempo, o que a “Folha” admite agora, como se isso mitigasse o escândalo do metrô (‘Papéis que acusam o PSDB circulam há mais de quatro anos’) corrobora a percepção de que estamos diante de uma linha de coerência superlativa.

Ela traz a marca de ferro do que de pior pode ostentar quem se evoca a prerrogativa da informação isenta.

‘Cumplicidade’ diz o baixo relevo inscrito nas páginas e na pele daqueles que, ironicamente, destinaram à opinião pública, durante todos esses anos, o livre discernimento que se dispensa ao gado na seringa do abate.”

FONTE: escrito por Saul Leblon em editorial no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/?/Editorial/A-opiniao-publica-como-gado/29675).

A POLÍTICA CRIMINOSA DO BLOQUEIO A CUBA

Cuba sofre o mais longo cerco econômico, comercial e financeiro da história.

“A maioria dos cidadãos cubanos nasceu sob as punições e ressalvas que o bloqueio exercido durante mais de meio século pelos Estados Unidos reserva aos moradores da vizinha e pequena ilha. Resulta o mais longo cerco econômico, comercial e financeiro da história, assegurado por leis e disposições [norte-americanas, mas condenado pela comunidade internacional].

Por Orlando Oramas León, na “Prensa Latina”

CUBA LIBRE

São os [ridículos e criminosos] itens ["jurídicos"] seguidos pelas autoridades da potência do norte, perseguindo e punindo nem só ao povo de Cuba, senão também aos cidadãos, empresas e interesses de terceiras nações.

É extraterritorial, mas, além disso, é criminoso, por quanto seu propósito principal é submeter por fome, doenças e carências a população humana toda.

Fato cotidiano para os cubanos, não por se terem acostumados a viver sob seus efeitos, mas sim por terem vencido a situação e por terem ainda se colocado por cima de todas suas penalidades, desde o desumano até o ridículo.

Não se livram os meninos com cardiopatias, também não se livram os doentes do HIV-AIDS, nem e os acadêmicos e artistas, nem esportistas, quer dizer, o conjunto da sociedade do país caribenho.

O bloqueio torna impossível a vida dos cubanos e, para isso, obsta as compras do país, medicamentos, instrumentos e outros insumos do sistema de saúde pública.

Por esse conceito, entre maio de 2012 e abril de 2013 um país de limitados recursos como Cuba teve de designar 39 milhões de dólares na aquisição desses produtos vitais para a vida de seus moradores em mercados longínquos ou através de intermediários.

Mas, há ainda mais. Os especialistas cubanos de saúde defrontam dificuldades para seu treino em técnicas de atendimento médico.

Acontece a mesma coisa com os equipamentos de imagens médicas controlados ou apoiados no sistema operacional Windows XP de 64 bits. A sua ativação em Cuba não é possível, devido ao bloqueio.

Especialistas do “Instituto Nacional de Oncologia e Radio biologia” foram proibidos de participarem da oficina do “Sistema LabWare-LIMS”, celebrado na Colômbia, sob o pretexto de que a empresa norte-americana “LabWare”, patrocinadora do evento, não podia tratar assuntos com Cuba.

Também o “Centro Nacional de Genética Médica” está no alvo das atenções do “Escritório de Ativos Estrangeiros” (OFAC) do Congresso [dos EUA], uma das principais mãos executivas da política norte-americana de isolamento contra o vizinho país.

O Centro segue sem a aquisição de um Analisador Genético, produzido apenas por companhias norte-americanas como a “Applied Biosystems”, da “Life Technologies”.

O “Instituto Nacional da Gastrenterologia”, no central bairro do Vedado, em Havana, precisa de equipamento de radiofrequência. Trata-se de equipamento que, no nosso continente, comercializa a empresa “Olympus Latin America Inc.” Mas, é tecnologia norte-americana e, portanto, os pacientes cubanos não podem usá-la.

Meninos da ilha, mas, também de outros países salvaram suas vidas no “Cardiocentro Pediátrico William Soler", de Havana. Mas, essa emblemática instituição defronta sérias dificuldades para adquirir óxido nítrico, gás fabricado por companhias americanas e europeias.

Seu uso terapêutico, inalado, fundamenta-se em sua capacidade para obter vasodilatação pulmonar potente e sustentada sem reduzir o tom vascular sistêmico de modo significativo.

"Por seu efeito potente, esse gás é utilizado para tratar as crises de hipertensão pulmonar que se apresentam no pós-operatório da cirurgia cardiotorácica pediátrica, complicação que pode causar a morte ao paciente, apesar da boa efetividade da cirurgia". É a opinião da doutora Herminia Palenzuela, responsável pelo programa de qualidade do referido hospital.

Por se tratar de gás com características especiais, não se pode deslocar de avião, e seu transporte em navio requer um conjunto de precauções, explicou.

"Se torna difícil garantir deslocamento em navio desde países longínquos. Além disso, necessitaríamos fornecimento estável, porque se trata de pacientes com cardiopatias críticas que não podem ficar à espera".

"Pela distância curta que existe entre Cuba e os Estados Unidos, caso pudéssemos adquiri-lo lá, existiria fluxo constante, mas, não temos acesso", disse à imprensa local.

Palenzuela, também professora consultora, referiu que a presença de hipertensão pulmonar persistente depois de operado o paciente ou da aparição de crises de hipertensão pulmonar agudas, é observada com frequência em meninos recém-nascidos e lactantes pequenos.

Outra das limitações do bloqueio [norte-americano] que afeta a cardiologia pediátrica em Cuba é a impossibilidade de acessar ao “Sevoflurane”, o melhor anestésico pediátrico para a cirurgia cardiovascular e que apenas é produzido nos Estados Unidos.

Do mesmo jeito, o Instituto de Nefrologia confronta dificuldades com a não-disponibilidade de kits para transtornos tissulares HLA, produzidos pela firma de origem norte-americana “One Lambda”, que interdita sua venda a Cuba. Tal proibição não cessa, mesmo diante do fato de esse produto ser fundamental para impedir o fenômeno da rejeição nos transplantes ou no enxerto contra o receptor, segundo critérios de compatibilidade.

Os pacientes com o HIV da maior ilha das Antilhas são discriminados e tratados como "inimigos", pois são impedidos de receber as combinações de antirretrovirais que inserem “Tenofovir” da firma “Gilead”.

É comprida a listagem das consequências do bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba, contidas no relatório que já circula na Assembleia Geral da ONU. Será um glossário de perdas e punições que sofre um país pequeno, em vias de desenvolvimento, mas, sobretudo, é a demonstração de política criminosa que põe em perigo a vida de toda uma nação.”

FONTE: escrito por Orlando Oramas León e publicado na “Prensa Latina”. O autor é Editor Chefe da Redação Nacional da “Prensa Latina”. Transcrito no portal "Vermelho"   (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=230420&id_secao=7)

COMPLEMENTAÇÃO



FIM DO BLOQUEIO A CUBA, UMA RECLAMAÇÃO QUE ECOOU NA ONU

"Genocídio, desumano, ilegal e relíquia da guerra fria foram alguns dos adjetivos para o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba escutados desde os cinco continentes na Assembleia Geral da ONU.

Por Waldo Mendiuza, na “Prensa Latina”

Presidentes, premiês e chanceleres de mais de 40 países da América Latina e Caribe, África, Ásia, Oceania e Europa levaram ao pódio do debate geral da Assembleia, em seu 68º período de sessões, a reclamação contra o cerco econômico, comercial e financeiro que já ultrapassa meio século de implementação.

Durante as sete jornadas do foro (entre 24 de setembro e 1º de outubro), a recusa ao bloqueio e às demandas de Washington para seu levantamento, tornaram-se, mais uma vez, um dos temas mais debatidos pela comunidade internacional nas Nações Unidas, assim como foi no ano passado.

Em algumas dessas falas, questionou-se que, embora as sucessivas Resoluções da Assembleia Geral de pôr fim ao bloqueio, os Estados Unidos insistem em sua [ilegal e criminosa] política com a ilha.

Desde 1992, aprovou-se, no principal órgão da ONU, textos que instam ao afastamento da unilateral medida, por seu impacto na sociedade e no desenvolvimento da maior das Antilhas, cujas autoridades estimam que os prejuízos acumulados ultrapassem amplamente o trilhão de dólares.

AMÉRICA LATINA E CARIBE

Para o chanceler da Venezuela, Elías Jaua, o caso do bloqueio americano é um daqueles que põe de manifesto "a alarmante incoerência existente no organismo mundial, por ação ou omissão".

"Por que não aplicam sanções ao governo que mantém, há mais de 50 anos, um bloqueio econômico ilegal e criminoso contra o digno povo cubano, desacatando as decisões majoritárias desta Assembleia a favor do afastamento do referido assédio?", perguntou.

Na sua fala no pódio, o presidente da Bolívia, Evo Morales, qualificou ao cerco de "o pior genocídio" e também criticou a Casa Branca por não ter escutado os pronunciamentos da Assembleia.

Em seu discurso, o mandatário uruguaio, José Mujica, assinalou o "inútil e triste" de uma conduta que tem, como princípio reconhecido, esmagar por fome a ilha, enquanto que seu par salvadorenho, Mauricio Funes, defendeu o direito dos cubanos na procura de seu desenvolvimento e bem-estar.

Funes acrescentou: "Cuba faz parte da alma da América e o bloqueio representa um ranço do passado".

Equador, Nicarágua e várias nações caribenhas como Antiga e Barbuda, Barbados, São Vicente e Granadinas, Jamaica, Granada, São Cristóvão e Neves, Trindade e Tobago, Dominica e Santa Luzia se somaram à reclamação na plenária dos 193 membros da Assembleia.

"Exemplo atroz do desatendimento contínuo do direito internacional. Sem sombra de dúvida, diminui a uma grande nação, como os Estados Unidos, continuar sua vingança míope contra Cuba por meio de bloqueio econômico ilegal, passado de moda e prejudicial", afirmou Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente.

Por sua vez, a primeira ministra de Trindade e Tobago e presidenta temporária da Comunidade do Caribe, frisou que esse bloco demanda o levantamento aos poucos do anacrônico jugo ao desenvolvimento sustentável dos cubanos.

Esgrimindo o interesse da paz e a compreensão internacional, o premiê de São Cristóvão e Neves, Denzil Douglas, convocou a Assembleia Geral da ONU a explorar "novos e imaginativos meios de convencer a todos os envolvidos para fechar esse desafortunado capítulo das relações hemisféricas".

De "uma ferida aberta no coração do continente, que é desnecessária e precisa ser fechada" qualificou o chanceler da Santa Luzia, Alva Romanus Baptiste, ao se referir à exclusão de Cuba das relações normais e completas na região.

AMPLA CONDENAÇÃO AFRICANA

Dos vários cantos do continente africano, se elevaram vozes de solidariedade com Havana pedindo o fim do cerco, cuja entrada oficial em vigor se realizou em fevereiro de 1962, com a proclama nº 3447 do então presidente americano, John F. Kennedy, embora as sanções tivessem começado quase na ocasião do mesmo triunfo da Revolução em 1º de janeiro de 1959. Na sua palestra no foro de alto nível, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, destacou "os sacrifícios do povo cubano pelos povos da África na procura da liberdade".

Nós, portanto continuaremos a luta com eles por sua libertação econômica, sentenciou o líder sul-africano.

Seu par da Gâmbia, Yahya Jammeh, qualificou as medidas de Washington como desumanas, injustas e flagrantes violações dos direitos humanos básicos consagrados na Carta da ONU.

Também de Angola, Congo, Tanzânia, São Tome e Príncipe, Gabão, Argélia, Namíbia, Chade, Moçambique, Níger, Seychelles e Gana se realizaram pronunciamentos contra o bloqueio.

ÁSIA, OCEANIA E EUROPA

Líderes e representantes do Vietnã, Sri Lanka, República Popular Democrática da Coréia, Nepal, Timor-Leste, Síria, Ilhas Salomão , Tuvalu e Belarus incluíram em suas falas a demanda do fim do bloqueio.

O presidente do Siri Lanka, Mahinda Rajapaksa, considerou perturbadora a aplicação de ações unilaterais, e defendeu perante a Assembleia Geral o pleno acesso à opção econômica do povo de Cuba.

Seu homólogo do Timor-Leste, Taur Matam Ruak, afirmou que as sanções de Washington contra a ilha caribenha não reparam na realidade de hoje; enquanto que o chanceler do Belarus, Vladimir Makei, denunciou a ilegitimidade das medidas unilaterais e coercitivas.

Em 2012, 188 países respaldaram o texto, rechaçado somente por Estados Unidos, Israel e Palau, e a abstenção da Micronésia e Ilhas Marshall.” [Para os EUA e Israel, resoluções da ONU somente valem para os outros países...].

FONTE: escrito por Waldo Mendiuza*, na “Prensa Latina”. O autor é correspondente de “Prensa Latina” nas Nações Unidas. Artigo transcrito no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=230426&id_secao=7).

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

MÉDICOS BRASILEIROS ACUSADOS DE TRÁFICO HUMANO NOS EUA



[Tudo indica que o típico casal de médicos da "elite" racista, descrito na reportagem a seguir, hoje seja contrário, especial e preconceituosamente contra cubanos, à vinda de médicos estrangeiros do "Programa Mais Médicos". Pelo perfil, provavelmente são antipetistas]

Da “Folha de São Paulo”, via “Jornal GGN”

A babá brasileira que virou ativista e professora universitária nos EUA

Babá brasileira virou professora universitária e luta por direitos dos domésticos nos EUA


“Há 20 anos, a brasileira Natalicia Tracy desembarcou nos EUA acompanhada de um casal de médicos, também brasileiros, que a contrataram para ser babá por um período de dois anos, enquanto eles realizariam pesquisas em um hospital de Boston.


[Maria Natalicia Rocha-Tracy, hoje MSC, doutoranda e professora na “University of Massachusetts Boston” ]

Ela pretendia aproveitar a oportunidade para ir à escola, aprender inglês e, assim, procurar um novo emprego quando voltasse. Porém, foi impedida de estudar, de falar com a família e submetida a condições degradantes. Hoje, ela é ativista, diretora do “Centro do Imigrante Brasileiro” em Massachusetts e Connecticut e uma das lideranças na ampliação dos direitos dos trabalhadores domésticos no país. 


Leia o depoimento dela”:

“Eu entrei nos Estados Unidos há 20 anos com documentação em dia: tinha um visto pelo contrato de babá para cuidar da criança de um casal de médicos brasileiros, que veio morar aqui para desenvolver pesquisas em um hospital em Boston.

Quando ainda estávamos no Brasil, eles me prometeram que eu poderia estudar, conhecer a cultura americana e aprender inglês, que era o que eu mais queria, porque eu só tinha estudados até à oitava série.

Viajei cheia de expectativas, mas não foi isso o que aconteceu quando cheguei.

Além de cuidar da criança de três anos, fiquei responsável por todo o trabalho doméstico: cozinhar, lavar e passar. Isso acontecia de segunda a segunda, sem folga.

Não me deixaram ir para a escola. E logo tiveram uma segunda criança, o que aumentou o meu trabalho e acabou com o meu sonho de estudar inglês.

No começo, me deram um quarto, mas depois, como recebiam muita visita, me colocaram para dormir em um colchão no chão da varanda.

O local era protegido apenas por um vidro bem fininho, e quando chegou o inverno, eu tinha que cobrir o chão com jornais e usava o aquecedor portátil.

Fiquei doente e tive uma reação alérgica por causa de um produto para limpar o tapete. Não me levaram ao médico, mas permitiam que eu usasse o restante do produto de inalação da criança.

Comida, me davam só quando sobrava. Caso contrário, eu tinha de comprar.

Mas eu só podia escolher um sanduíche de US$ 1,00 no McDonald's porque o meu salário era de US$ 25 semanais.

Pegaram o meu passaporte dizendo que iriam renovar o meu visto de trabalho, mas nunca renovaram. Eu fiquei ilegal nos Estados Unidos.

Quando eu pedia para estudar, a mãe dizia que eu era ingrata e que qualquer pessoa na minha situação beijaria o chão onde ela pisasse por ter me dado a oportunidade de estar em um país de primeiro mundo.

O pior de tudo foi terem me impedido de me comunicar com a minha família no Brasil. Diziam que o telefone era muito caro e não permitiam que eu colocasse meu nome na caixa de correio da casa deles. Naquela época, o carteiro não deixava as correspondências se o nome não estivesse na lista.

Dois anos se passaram e, quando chegou a hora de eles voltarem ao Brasil, eu pedi para ficar no país.

Quando eu andava na rua, sem saber falar inglês com ninguém, pensava até que seria melhor se um carro me atropelasse. Então, aprendi algumas palavras com um pequeno dicionário que eu trouxe na bagagem.

Achei no jornal de anúncios um emprego de babá para uma família americana. Eles me deram quarto, roupas novas, me pagaram o transporte para eu ir à escola e não aceitaram a minha oferta para trabalhar de graça. O meu salário era de US$ 100 por semana.

Fui para a faculdade, me casei com um americano, fiz mestrado e estou terminando o meu doutorado em sociologia na “Boston University”. Conheci a comunidade brasileira e me envolvi com o centro de imigração.

Hoje, sou professora na “University of Massachusetts Boston” e diretora-executiva do “Centro do Imigrante Brasileiro” em Massachusetts e Connecticut.

Em parceria com outras organizações, lutamos para ampliar os direitos dos trabalhadores domésticos nos Estados, uma questão sensível para a comunidade brasileira.

Muitos trabalham por hora na limpeza doméstica, mas os direitos são pouco reconhecidos nesses contratos. Me engajei nisso por causa da minha própria existência.

A gente que vem de família mais simples está muito acostumada a respeitar autoridade. Eu sabia que eu era invisível para eles, mas não questionava.

Hoje, depois de estudar, eu compreendi que o que os meus patrões brasileiros fizeram comigo naquela época foi tráfico humano.”

FONTE: publicado na “Folha de São Paulo” e transcrito no “Jornal GGN”  (http://jornalggn.com.br/noticia/a-baba-brasileira-que-virou-ativista-e-professora-universitaria-nos-eua). [Título, imagens obtidas no Google e trecho entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

José Genoino: UM CORAÇÃO E MUITAS SENTENÇAS


Por Hidelgard Angel, em seu blog

“Não sou médica, acredito que a maioria de vocês que me leem também não é. Mas me preocupa ver se propagarem pelo país as vinhas dessa ira que nada se parece com a tolerância ou com os princípios básicos de convivência entre os homens.

Os controversos laudos sobre a saúde do deputado José Genoíno fazem refletir.

Leiam aqui a Conclusão, não divulgada, do Laudo feito pela equipe da Câmara dos Deputados:

trata-se de indivíduo sob risco de desenvolver futuros eventos cardiovasculares e progressão da doença considerando, em especial, os seguintes fatores: a idade, a presença de falsa luz (falso lumes) arterial parcialmente trombosada, o diâmetro da porção proximal do arco aórtico de 41mm, o controle inadequado da pressão arterial e a labilidade da coagulação sangüínea por meio de RNI (Razão Normatizada Internacional). Nestas circunstâncias, a atividade laboral poderia acarretar riscos de descontrole da pressão que, em associação à anticoagulação inadequada, aumentaria o risco de eventos cardíacos e cerebrais.”

Tradução: o deputado José Genoíno traz uma “bomba relógio” ativa dentro do peito (definição de Paulo Henrique Amorim).

Laudo da Câmara com a Conclusão em vermelho:



Tudo é mesmo estranho, nebuloso, confuso…

São tantos interesses políticos, midiáticos, tamanha histeria insuflada, tal ódio envolvido, que qualquer noção de humanidade ou respeito ou ética é posta de lado, quando se trata de abordar um assunto de saúde extremamente delicado, de um cardiopata em situação aguda, com risco de um novo infarto, um derrame, morte.

O blog “O Cafezinho”, do jornalista Miguel do Rosário, se deu ao trabalho de saber quem são os médicos que examinaram José Genoíno na Papuda, a pedido do presidente do STF. 


[OBS deste 'democracia&política': Ainda não se pode assegurar se Joaquim Barbosa escolheu os médicos brasilienses examinadores de Genoino pelas suas posições políticas que cada um já publicou ou se os escolheu por julgar que eles têm capacidade profissional superior às dos médicos de São Paulo, do Sírio-Libanês]

Eles são, revela o blog, os doutores Luiz Fernando Junqueira Júnior, Cantídio Lima Vieira, Fernando Antibas Atik, Alexandre Visconti Brick, e Hilda Maria Benevides da Silva de Arruda.

O professor de cardiologia da Universidade de Brasília e presidente da junta, dá nome à Turma Luiz Fernando Junqueira Junior – Medicina UNB, com página no "Facebook", cujo administrador posta ofensas a Genoíno.

O cardiologista Cantídio Lima Vieira é um dos “Marajás do Jaleco”, segundo denúncia feita pela revista “Isto é”, de que, além dos salários de até R$ 40 mil, os médicos do Senado recebem verba do Congresso para atender em suas clínicas particulares.

Um deles, Alexandre Visconti Brick, é o evangélico que participou daquela “oração da propina” [no mensalão do DEM-PSDB do DF; ver vídeo abaixo] com um deputado do DF que hoje está foragido; outro, Alexandre Visconti Brick. já manifestou seu entusiasmo, no Twitter, pela prisão dos réus do “Mensalão”. A cardiologista Hilda Maria da Silva de Arruda, no Facebook, chama o programa “Mais Médicos” de “Maus Médicos”.


[esse mensalão do governo DEM/PSDB do DF foi, aos poucos, abafado pela mídia e aparentemente "esquecido" até hoje pela PGR-MP e pelo "célere e justiceiro" STF [sic].
Continuando com a postagem de Hidelgard Angel]:

Uma junta médica cuja impressão é de ter sido selecionada mais pela antipatia ao que politicamente o paciente representa do que pela biografia médica. Vale acessar “O Cafezinho” e ler a matéria completa e detalhada:
(http://www.ocafezinho.com/2013/11/27/barbosa-contratou-medicos-antipaticos-ao-pt-para-tratar-do-caso-genoino/).

Enquanto isso, a médica da Papuda, a gerente da Saúde Prisional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, doutora Larissa Feitosa de Albuquerque Lima Ramos, em entrevista ao “R7”, declarou:

— “Dos 1.600 presos do CIR [Centro de Internamento e Reeducação], ele era o quadro mais grave. Na verdade, de todo o sistema prisional, nunca recebemos um caso assim, de um paciente que passou por uma cirurgia tão grave”.

Disse mais:

— “Falamos para o juiz da VEP [Vara de Execuções Penais], fomos bem claros que estávamos preocupados com a saúde dele. Aqui [na Papuda], não temos condições de atender um caso como o dele. Como o quadro clínico estava instável, nós falamos que ele não tinha condições de ficar no presídio porque não temos atendimento 24 horas. Quando acontece alguma emergência, temos que chamar o SAMU ou usar a ambulância da Papuda. No caso dele, poderia não dar tempo e ser fatal”.

Segundo a reportagem: “os médicos, que nunca haviam recebido um paciente com esse quadro, tinham receio de que não desse tempo de atendê-lo em caso de emergência”.

FONTE: escrito pela jornalista Hidelgard Angel em seu blog  (http://www.hildegardangel.com.br/?p=31071). [Trechos entre colchetes em azul e vídeo acrescentados por este blog 'democracia&política'].

SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA DE "DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS"

Prosa mineira

Por Luis Fernando Veríssimo

“Recorre-se tanto à frase “dois pesos e duas medidas” para reclamar isonomia no julgamento dos casos de corrupção no país que eu proponho o fim da hipocrisia.

Oficialize-se, já, dois sistemas de pesos e medidas diferentes no Brasil, um que vale só para o PT (Sistema 1) e outro para os outros, principalmente o PSDB (Sistema 2).

As previsíveis confusões — desencontros em construções, conflitos na medição de terras etc — seriam resolvidas por um conselho arbitral formado por representantes dos dois sistemas. Desde que não fosse presidido pelo Barbosa, claro.”

FONTE: escrito por Luis Fernando Veríssimo e publicado no blog do Noblat no “O Globo”  (http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/11/28/como-seria-por-luis-fernando-verissimo-516557.asp). [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

AÉCIO, APAVORADO, TENTA DAR O GOLPE DO “DOSSIÊ POLÍTICO” NO PROPINÃO TUCANO


Do blog "Os amigos do Presidente Lula"


“Xiiii...Quem deve, teme?

Aécio Neves e toda a cúpula do PSDB piscou e passou recibo. As investigações do propinão tucano nos trens do Alckmin parecem que acertaram em cheio.





A tucanada convocou a imprensa para um coletiva. Em vez de oferecerem seus sigilos bancários e fiscais para averiguação pelos órgãos de controle, resolveram tentar dar o surrado golpe político do dossiê preventivo.

Explico: toda vez que os tucanos são pegos com a boca na botija em escândalos de corrupção, eles inventam que quem investiga “faz dossiê”, para impedir as investigações de continuarem e para transformarem os investigadores em acusados.

O golpe colou em parte em 2006. Quando as investigações do esquema “sanguessuga, das ambulâncias superfaturadas” começou a apontar para os tucanos José Serra e Barjas Negri, os irmãos Vedoin teriam oferecido um dossiê para vender. Petistas teriam caído na armadilha ao irem ver o tal dossiê. Daí por diante, em vez de falar no superfaturamento das ambulâncias durante a gestão Serra e Barjas Negri no Ministério da Saúde, só se falou no tal “dossiê”. Esse “golpe do dossiê” em 2006 colou em São Paulo, onde Serra foi eleito governador, mas não colou no Brasil, onde Alckmin perdeu para Lula.

Em 2010, a história se repetiu. José Serra, em campanha, era cobrado pela blogosfera a explicar operações de sua filha e genro em paraísos fiscais com empresas como a “Decidir.com”. Também era cobrado sobre a conta "tucano" no exterior que já havia sido noticiada na época do escândalo do Banestado, além de negócios com a irmã de Daniel Dantas e vários outros escândalos da privataria tucana que foram engavetados. Eram informações de domínio público, já noticiadas no fim do governo FHC. Em paralelo, havia uma guerra tucana de dossiês entre a turma do Serra e a turma do Aécio, durante o ano de 2009. Com Aécio se recolhendo à candidato ao Senado por Minas, a guerra acabou, mas Serra, querendo abafar o assunto da privataria tucana na blogosfera, resolveu aplicar o “golpe do dossiê” usando lambanças feitas pelo pessoal aecista como se fossem de petistas. Também não colou, porque a Receita Federal e a Polícia Federal identificaram quem quebrou sigilos fiscais, e o povo não aceitou o Serra querer se passar por vítima em vez de responder pelos escândalos de corrupção da Privataria Tucana.

Agora, é a vez de Aécio tentar neutralizar as investigações do propinão tucano da Alstom e da Siemens quando as investigações aproximam-se da cúpula tucana, acusando quem cumpre o dever de investigar de fazer “dossiê político”. Parece-me um tiro no pé. O povo quer investigações com transparência, não quer saber de político poderoso se fazendo de “vítima de dossiê” para ficar blindado e engavetar a corrupção tucana no Metrô e na CPTM.”

FONTE: blog “Os amigos do Presidente Lula”  (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2013/11/quem-deve-teme-aecio-apavoradotenta-dar.html).

MENSAGEM À CLASSE MÉDIA


Por Ricardo Muniz

Manifesto por menos impostos, pelo combate à corrupção e contra a subversão? Um alerta para você perceber a tempo que pode estar fazendo o jogo do (seu) inimigo...



Você que é classe média, seja a favor da redução de impostos, sim: menos impostos para a classe média e imposto zero para famílias pobres, para periferias. Defenda mais imposto para ricos. Essa agenda, a da tributação progressiva, a da justiça tributária – paga mais quem tem mais –, é sua. Assim é que se vai financiar a melhoria dos serviços públicos. Não caia na conversa fiada de que imposto para rico, banco, fazenda e empresa é “um fardo que inviabiliza a competitividade econômica” – na verdade, eles nunca serão a favor de abrir mão de qualquer parte de seus ganhos e lucros, evidentemente, e se pudessem não pagariam nada. Repare como os jornais, a TV, nunca debatem esse tema. Ou melhor, até debatem, mas quando o fazem é sempre do ponto de vista do andar de cima. É um sinal, não acha?


Sem saber, assim como na extinção da CPMF, fazendo o jogo do inimigo

Você que é classe média, seja sim a favor do combate à corrupção: contra a compra de jornais ditos independentes por políticos que tentam tapear você, manchete após manchete, vendendo como notícia o que é manobra de blindagem. Contra a chantagem de promotores que ameaçam com denúncias para amealhar fortunas. Contra o financiamento privado de campanhas eleitorais, que torna os representantes no parlamento marionetes dos mais diversos interesses empresarias ou de máfias. É óbvio, mas repare que (quase) ninguém defende uma correção radical dessa anomalia.

Classe média, não seja complexado(a). A síndrome de vira-lata em relação ao Brasil é sistematicamente alimentada no contexto de uma estratégia geopolítica. Claro, seja crítico. Mas não seja derrotista, envergonhado. Você nasceu aqui, ou veio viver aqui: defenda seu lugar. Repare que, muitas vezes, o noticiário que você lê, ouve ou vê, embora seja veiculado em português, parece ter sido produzido fora daqui. Não é curioso?

Você que é classe média, seja conservador. Conserve o que vale a pena ser conservado: a Constituição, por exemplo; ou a política de distribuição de renda; ou a excelente concepção do SUS. Lembre que certos tribunos da República de hoje promoveram, há pouco tempo, a compra de votos para aprovar a reeleição presidencial no curso do primeiro mandato do maior interessado na mudança. Isso que é subversão! Note que forçar condenações sem provas e espernear contra o direito de recorrer é inconstitucional. Isso é subversão. Entenda que educação e saúde públicas, universais e de qualidade liberariam seu orçamento de classe média de um grande fardo. Lembre quem derrubou a CPMF [sonegadores, PSDB e DEM], que financiaria a saúde pública. Pense em quem nunca investiu na expansão das universidades federais. Faça esse esforço e você vai perceber que estão tentando fazer você de bobo. Ser feito de bobo da corte parece ser um papel histórico da classe média que você pode romper, para seu próprio benefício.”

FONTE: escrito por Ricardo Muniz no “Brasil 247”   (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/122129/%C3%80-classe-m%C3%A9dia.htm). [Imagens do Google e trechos entre adicionados por este blog ‘democracia&política’].

SÓ UMA REFORMA POLÍTICA SERÁ CAPAZ DE FAVORECER UM NOVO COMPORTAMENTO REPUBLICANO


Por Marilza de Melo Foucher

A questão crucial é: como garantir uma boa governabilidade diante de parlamentares que, na maioria das vezes, não representam em nada seus eleitores? [Mas, sim, seus financiadores privados]

A reforma do sistema político foi uma das promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff. O assunto voltou para a pauta de discussão depois de sua intervenção sobre os pactos firmados em consequência das diferentes manifestações de junho/julho. Hoje, a presidente se diz defensora da reforma política com participação popular.

O Brasil tem um regime presidencialista dentro de uma federação, o que talvez complique ainda mais a missão do poder Executivo, pois cabe ao Legislativo fazer as leis. Supostamente, se imagina que bastaria ter vontade política para promover todas as mudanças fundamentais que há anos a população espera. Entretanto, a presidente tem que andar em cima de ovos para manter o equilíbrio entre Executivo e Legislativo. A negociação do Executivo se dá com os representantes eleitos no Congresso e não com a sociedade. Aí a questão crucial é: como garantir boa governabilidade diante de parlamentares que na maioria das vezes não representam em nada aos seus eleitores?

O atual sistema partidário brasileiro não é compatível com a nova república democrática brasileira. Muitos partidos foram implantados no período de crise da ditadura e de transição para a democracia. Muitos surgiram sem fundamentos ideológicos.

Infelizmente, nenhum governo pós-ditadura pôde elaborar um projeto de reforma política, muitas vezes por falta de maioria e outras vezes por falta de vontade política. Existe pulverização do sistema partidário no Brasil, que dificulta a formação de maiorias nas assembleias estaduais e no Congresso Federal.

Hoje, temos aberrações que permitem toda deriva republicana. Atualmente, segundo o Tribunal Eleitoral, existem registros de 27 partidos! Muitos desses não têm nenhuma base filosófica e política, são “legendas de aluguel”, como muitos proclamam. A prática nociva do "dando que se recebe" se banalizou no parlamento brasileiro. O pior é que esses políticos fisiológicos contribuem na permanência do vírus maléfico da corrupção política.

Impunemente, eles abusam do poder político para nomeações de afiliados, usam do apadrinhamento na distribuição de cargos. Esses políticos fisiológicos defendem interesses paroquiais em detrimento do interesse nacional. Para eles, tudo isso é normal. Eles vão continuar repetindo de modo cínico que tudo isso "faz parte do jogo político".

Este ano, festejamos 25 anos da Constituição Cidadã e a jovem democracia brasileira para entrar na idade de amadurecimento político vai precisar reformar com urgência seu sistema político. Não dá mais para esperar! Caso contrário, continuaremos vivendo num edifício inacabado muito aquém de uma democracia efetiva. A da Constituição Federal de 1988 no art. 14, incisos I, II e III, garante mecanismos de participação direta, tais como: o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. A presidente Dilma pode fazer uso dessas prerrogativas que conjuga a democracia representativa com mecanismos de participação popular.

Em razão dessa realidade, só uma boa reforma do sistema político pode provocar um choque de seriedade junto à opinião publica e sem dúvida nenhuma contribuirá na melhoria da imagem do parlamento brasileiro hoje completamente deteriorada. Como dizia Norberto Bobbio: "Não existe estruturas perfeitas, e a atitude do bom democrata é a de não se iludir sobre o melhor sistema político e a de não se conformar com o pior" (“O futuro da democracia” - Paz e Terra - São Paulo 1986).

O INTERESSE PELA COISA PÚBLICA E A DEFESA DO INTERESSE GERAL

O parlamentar deve ter consciência que o exercício de um cargo eletivo não deve ser nem "individualista", nem "carreirista". A política não é uma profissão, nem é vitalícia, nem hereditária. Como indagava a filósofa Hannah Arendt: qual o sentido da política quando os homens políticos, eles mesmos, perderam o sentido político?

Não devemos esquecer que temos nossa parte de responsabilidade em certos desvios republicanos, pelo fato de não exercermos nossa cidadania política e exigir que a casa do povo seja mais bem representada. O deputado não é eleito para oferecer um emprego ou bolsa de estudo. Ele é eleito para zelar pela coisa pública, pelo interesse coletivo e não individual. Ele não é eleito para defender seus interesses privados.

Se quisermos melhor funcionamento da governabilidade democrática, e reforma do sistema e o funcionamento das instituições políticas, é hora de selar parceria entre democracia participativa e democracia representativa para elaborar verdadeira reforma do sistema político, a fim de evitar a privatização da política.

Os representantes do povo, além de assumirem o compromisso de defender os interesses públicos, devem estimular e facilitar a inclusão da participação social no poder político. Essa inclusão da cidadania política efetivará uma mudança estrutural nas relações com o poder e dará melhor sustentabilidade para governabilidade democrática mais participativa.

Existe hoje urgente necessidade de reencontrar o sentido nobre da política que permita uma comunidade agir sobre ela mesma, sem perder a visão do interesse geral. Essa reforma política deve favorecer novo comportamento republicano. Só assim a política será escrita com letras maiúsculas e a palavra política ganhará credibilidade e sustentabilidade.

Os parlamentares devem ter real compromisso partidário e devem privilegiar o interesse geral e zelar pela coisa pública.

Seria impossível renovar os quadros políticos e revigorar a democracia se não aceitamos dividir o poder, ou delegar o poder.

O dinamismo de uma democracia é aquela que não perde a capacidade de se inovar. O ideal seria poder ter rotatividade de mandatos e limitar os mandatos ao máximo de duas legislaturas. Os quadros políticos devem ser renovados. A rotatividade pode ser a solução para levar os jovens a se interessarem na política partidária. Por exemplo, um vereador pode se candidatar a prefeito, o prefeito a deputado estadual, o deputado estadual a deputado federal, o senador a governador, o deputado federal a senador. Se essa regra fosse votada, teríamos renovação completa do corpo partidário. É uma rica experiência poder subir na esfera da legitimação da representatividade popular. Assim como é importante que quadros políticos possam ser renovados.

Um segundo mandato é, talvez, interessante devido à experiência e amadurecimento político acumulado. Todavia, cabe aos eleitores no próximo pleito avaliar se a ação do candidato foi pertinente, que projetos ele apresentou, que projetos interessantes contaram com o seu voto, qual a sua postura ética durante o mandato. Diante do constato da ação política, eles votarão ou não a confiança para um segundo mandato. Brigar por um terceiro mandato consecutivo impede a ascensão de novos candidatos.

A reforma política é, indiscutivelmente, fundamental também para definir novas regras de financiamento público de campanha eleitoral criando um mecanismo de controle mais rígido. Outra questão que merece debate nacional seria aprofundar a discussão sobre o significado da sustentabilidade política hoje no Brasil.

Os representantes do povo, além de assumirem o compromisso de defender os interesses públicos, devem estimular e facilitar a inclusão da participação social no poder político. Essa inclusão da cidadania política efetivará mudança estrutural nas relações com o poder e dará, de fato, melhor sustentabilidade para governabilidade democrática mais participativa. De certeza, o modo de fazer política forjará nova relação entre o Estado e a sociedade civil e novo comportamento republicano.

Nota: Escrevi um artigo semelhante que foi publicado em fevereiro de 2011 na “Plataforma pela Reforma do Sistema Político” que, desde 2005, vem discutindo essa questão. A plataforma reúne atores da sociedade civil organizada (movimentos sociais, sindicatos, pastorais, fóruns sociais e outras diferentes organizações sociais).”

FONTE: escrito por Marilza de Melo Foucher e publicado no jornal online “Brasil 247”   (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/122151/S%C3%B3-uma-reforma-pol%C3%ADtica-ser%C3%A1-capaz-de-favorecer-um-novo-comportamento-republicano.htm). [Imagem do Google e trecho entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

O TAL DE “MUNDO MAIS SEGURO”...

   1ª. Bomba Nuclear subaquática detonada no mundo (Atol Bikini - 1946)

Por Manlio Dinucci, no jornal “Il Manifesto”, da Itália, sob o título “L'ARTE DELLA GUERRA: Ecco «il mondo più sicuro”. Artigo traduzido pelo “pessoal da Vila Vudu” e postado no blog “Redecastorphoto”



Manlio Dinucci

“Quer dizer, então, que “a diplomacia abriu um novo caminho rumo a um mundo mais seguro – um futuro no qual se possa confirmar que o programa nuclear iraniano é pacífico e que o Irã não poderá produzir bombas atômicas”...

A boa nova foi anunciada um mês antes do Natal, pelo laureado do Prêmio Nobel, presidente Barack Obama: ele acabava de fazer um mundo mais seguro. Assim sendo, poderia continuar a aumentar os arsenais de bombas atômicas que os EUA mantêm na Europa: as B61-11 foram transformadas em B61-12, que também podem ser usadas como bombas rebenta-bunker no caso de um primeiro ataque nuclear...

É parte do “mapa do caminho” do governo Obama para manter a supremacia nuclear dos EUA.

Os EUA mantêm cerca de 2.150 ogivas nucleares armadas, quer dizer, em prontidão, prontas para serem lançadas por mísseis e bombardeiros; além de outras 2.500 ogivas em arsenais, mas que podem ser rapidamente ativadas e outras 3.000 adicionais que foram descartadas, mas não desmanteladas e que podem ser reativadas: no total, são cerca de 8.000 ogivas nucleares.



    Arsenal nuclear da OTAN (EUA) depositado na Turquia

O arsenal russo é comparável, mas são menos ogivas prontas para lançamento, só cerca de 1.800. O novo Tratado START entre os EUA e a Rússia não limita o número de ogivas nucleares operacionais nos respectivos arsenais, mas só as ogivas em estado de prontidão para serem lançadas de transportadores estratégicos com alcance superior a 5.500 km (3.418 milhas): o teto foi fixado em 1.550 ogivas para cada lado, mas já foi ultrapassado, porque cada bombardeiro é contado como uma ogiva, apesar de carregar 20 ou mais bombas. O Tratado START deixa aberta a possibilidade de melhoria na qualidade das forças nucleares.

Para tanto, os EUA estão instalando um “escudo” antimísseis na Europa, ostensivamente “para neutralizar um ataque iraniano” (hoje, impossível), mas, de fato, para obter vantagem estratégica sobre a Rússia, a qual está tomando contramedidas.

Além das ogivas norte-americanas, a OTAN tem mais 300 ogivas francesas e mais 225 ogivas britânicas, nucleares, é claro, praticamente todas em posição para lançamento a qualquer momento.

Israel – que é a única potência nuclear em todo o Oriente Médio e, diferente do Irã, não assinou o “Tratado de Não Proliferação Nuclear” – tem algo entre 100 e 300 ogivas, com vetores de transporte e disparo; e produz plutônio suficiente para fabricar 10-15 novas ogivas nucleares por ano, semelhantes à que os EUA usaram em Nagasaki. Israel também produz trítio, gás radiativo usado para fabricar ogivas de neutrons, que causam menor contaminação radiativa, mas são mais letais.

Em 1986 Mordechai Vanunu revelou ao mundo a existência do arsenal nuclear de Israel

Ao mesmo tempo, a confrontação nuclear está se desenvolvendo na região Ásia/Pacífico, onde os EUA estão promovendo uma escalada militar. A China tem arsenal nuclear, estimado em cerca de 250 ogivas, e cerca de 60 mísseis balísticos intercontinentais. A Índia tem cerca de 110 ogivas nucleares. O Paquistão, 120. E a Coréia do Norte, como se sabe, também tem as suas.

Além desses nove países que possuem armas atômicas, há pelo menos mais 40 outros em posição de comprá-las. De fato, não há nenhuma separação entre o uso civil e o uso militar da energia nuclear, e se pode obter urânio e plutônio enriquecido o bastante para fabricar bombas atômicas, de praticamente qualquer reator. Estima-se que o mundo já acumulou quantidade suficiente desses materiais para produzir mais de 100 mil bombas atômicas; e continua a produzi-los em quantidades crescentes: há mais de 130 reatores nucleares “civis”, que produzem urânio altamente enriquecido, pronto para produzir armas atômicas.

Aí está! Eis o tal o mundo “tornado mais seguro”... “porque” as cinco maiores potências nucleares plus a Alemanha (que vendeu a Israel submarinos nucleares de ataque) assinaram um acordo pelo qual “o programa nuclear do Irã será exclusivamente pacífico”. [Pano rápido].

FONTE: escrito por Manlio Dinucci, no jornal “Il Manifesto”, da Itália, sob o título “L'ARTE DELLA GUERRA: Ecco «il mondo più sicuro”. Artigo traduzido pelo “pessoal da Vila Vudu” e postado por Castor Filho no blog “Redecastorphoto”. O autor, Manlio Dinucci, é geógrafo e geopolíticólogo italiano. Suas últimas publicações são: “Geocommunity”, Ed. Zanichelli 2013; “Geografia del ventunesimo secolo”, Zanichelli 2010; “Escalation. Anatomia della guerra infinita”, Ed. DeriveApprodi 2005   (http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/11/o-tal-de-mundo-mais-seguro.html).