quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Lula: “EUA PERDERAM A GUERRA PARA CUBA”

LULA DIZ QUE EUA PERDERAM GUERRA PARA CUBA E PEDE FIM DO BLOQUEIO

“O ex-presidente discursou na cerimônia de encerramento da “3ª Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo”, patrocinada pela UNESCO [ONU], que acontece na capital cubana. Ele ressaltou a importância do evento para a integração latino-americana e criticou a cobertura feita pela imprensa dos governos progressistas latino-americanos.

Havana – Em discurso na “3ª Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo”, patrocinada pela UNESCO e que acontece na capital cubana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os Estados Unidos perderam a guerra para Cuba e pediu fim do bloqueio econômico imposto pelos norte-americanos ao país.

Não existe mais nenhuma razão de se manter o bloqueio [de Cuba] a não ser a teimosia de quem não reconhece que perdeu a guerra, e perdeu a guerra para Cuba”, disse Lula, ao discursar no encerramento da conferência.

Espero que [Barack] Obama, neste mandato, tenha um olhar mais igualitário e mais justo para a nossa querida América Latina”, defendeu o ex-presidente. “Como sou otimista, eu acredito que, um dia, os Estados Unidos vão rever a sua posição, e espero que seja no governo Obama, pois não tem nenhuma razão para continuar com o bloqueio a Cuba.”

A conferência é a terceira realizada em 10 anos e se propõe a debater, internacionalmente, a contribuição intelectual do herói da independência cubana José Martí. O evento coincide com os 160 anos de Martí e com o aniversário de 60 anos da invasão do Quartel Moncada, importante marco da revolução cubana. Participaram cerca de 1500 pessoas, dos quais 800 estrangeiros de 44 países.

Lula abriu o seu discurso pedindo um minuto de silêncio para as vítimas do incêndio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e fez uma homenagem a Hugo Chávez, que se encontra internado em hospital de Havana para tratamento de câncer na região pélvica.

O ex-presidente ressaltou a importância do evento para a integração latino-americana e criticou a imprensa. “Nem reclamo, porque, no Brasil, a imprensa 'gosta' muito de mim”, afirmou. ["Eu não reclamo, porque, no Brasil a imprensa gosta muito de mim, só fala bem de mim. Nasci assim, sou assim e vou morrer assim, irritando eles"].

Eles não gostam da esquerda, não gostam de [Hugo] Chávez, não gostam de [Rafael] Correa, não gostam de Mujica, não gostam de Cristina [Kirchner],não gostam de Evo Morales, e não gostam, não pelos nossos erros, mas pelos nossos acertos”, disse. Para Lula, as elites não gostam que pobre ande de avião, compre um carro novo ou tenha uma conta bancária.”

FONTE: publicado no site “Carta Maior” com informações do “Instituto Lula”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21563). [Trecho entre colchetes no penúltimo parágrafo obtido no cabeçalho do blog do Noblat e adicionado por este blog 'democracia&política'].

CENÁRIO OTIMISTA PARA 2013

Por Luis Nassif, na “Coluna Econômica” do seu portal

“Nos últimos anos, sob comando do economista Otávio de Barros, o Bradesco constituiu a maior equipe de economia entre as empresas privadas brasileiras. Meticuloso com indicadores, Otávio montou um painel minucioso dos principais indicadores nacionais e internacionais, e - o diferencial – passou a trabalhar a enorme base de clientes do banco.

A partir dessa montanha de informações, o Departamento de Economia chegou ao seguinte consenso:

O pibinho de 2012 se deveu a um conjunto inédito de fatores negativos.

Os principais fatores (que não deverão se repetir) foram:

1. Seca no Nordeste e no sul, detonando o PIB agrícola.

2. Crise no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), devido aos escândalos, paralisando os investimentos em infraestrutura.

3. A implantação abrupta de novos padrões de motores, praticamente paralisando a venda de caminhões.

4. Endividamento do setor sucroalcooleiro, paralisando a produção de álcool.

5. Queda brutal na produtividade da Bacia de Campos que, de repente, passou a 70% da capacidade anterior.

6. Queda brusca das exportações para a Argentina.

7. Os apertos do Banco Central na SELIC, em 2011, somados às medidas macroprudenciais, que acabaram afetando 2012.

Tais fatores teriam “roubado” de 0,8% a 1% do PIB.

O segundo ponto é a metodologia adotada pelo IBGE (aparentemente, em revisão). Segundo Otávio, os mesmos dados, se colocados no sistema que roda o PIB da OCDE (o grupo de países mais avançados), haveria no mínimo um ponto a mais no PIB e outro nas taxas de investimento.

NOVO “NORMAL”

Em 2013 e, especialmente em 2014, se colherão os frutos do novo padrão de política econômica implantado a partir de agosto de 2011.

O “novo normal”, na economia mundial, seria constituído dos seguintes fatores:

1. Crescimento moderado do crédito. Moderado porque mais cuidadoso, ao contrário do porre de 2010 e 2011.

2. Maior intervenção do Estado.

3. Menores taxas de retorno sobre o capital.

4. Crescimento baseado na produtividade e no investimento, e não mais no consumo.

No caso brasileiro, a posição do governo Dilma, segundo Otávio, é a do território conquistado em batalha, portanto irreversível. O “território” em questão consiste na taxa SELIC civilizada, nos aportes no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), câmbio mais competitivo, redução dos impostos, do custo de energia e dos encargos trabalhistas.

O Bradesco trabalha com uma previsão de crescimento de 3,5% do PIB. Nas últimas semanas, os rumores [falsos] de racionamento de energia fizeram o mercado derrubar um pouco a projeção.

CENÁRIO INTERNACIONAL

Contribui para essa previsão a situação internacional. Os Estados Unidos já completaram as quatro etapas de entrada e saída da crise; a Europa estaria no terceiro quartil. O presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, teria operado uma impressionante reversão na ortodoxia, principalmente, do Bundesbank alemão. E a economia alemã já estaria refletindo essa situação.

Além disso, com a redução do risco sistêmico, a enorme injeção de liquidez na economia internacional poderá, finalmente, refletir-se na economia real.”

FONTE: escrito por Luis Nassif, na “Coluna Econômica” do seu portal  (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-cenario-otimista-para-2013) [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

RENDA PER CAPITA SUBIU 30% NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

Ministra Míriam Belchior durante apresentação no Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas (Foto: Ilkens Souza)


PELA PRIMEIRA VEZ, BRASIL ESTÁ DIVIDINDO O BOLO

Ministra do Planejamento destaca a variação do Produto Interno Bruto per capita, que passou de R$ 16,5 mil a R$ 21,3 mil entre 2001 e 2011.

“Pela primeira vez na história, o Brasil cresce reduzindo as desigualdades, disse na terça-feira (29) a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior. “Pela primeira vez, a gente divide o bolo ao mesmo tempo em que está crescendo. A América Latina está fazendo esse movimento e tem sido olhada por todos os lugares do mundo”, declarou Miriam Belchior, ao falar sobre a conjuntura econômica do país durante o “Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas”, realizado terça e quarta-feira (29 e 30) em Brasília.

Para ilustrar que houve redução da desigualdade ao lado do crescimento econômico, a ministra fez uma apresentação destacando a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país) per capita, que passou de R$ 16,5 mil a R$ 21,3 mil entre 2001 e 2011. Belchior fez um paralelo com a evolução no mesmo período do Índice de GINI, que caiu de 0,553 para 0,500. O Índice de GINI é um instrumento para medir o grau de concentração de renda e quanto mais próximo de 1 maior a concentração. Por isso, quanto mais reduzido o indicador, mais favorável o cenário. Os dados apresentados pela ministra são do “Instituto Brasileiro de Geografia Estatística” (IBGE).

Miriam Belchior disse que o Brasil vivencia os resultados de uma política econômica que “deixou de ser pensada apenas para combater a crise”. A ministra destacou, como medidas estruturais, a redução da taxa de juros e as iniciativas para garantir infraestrutura, como o “Programa de Aceleração do Crescimento” (PAC) e o “Programa de Investimento em Logística” (PIL), de concessão e construção de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos por meio de parcerias com o setor privado.

A ministra destacou que o país está sustentando um consumo doméstico em ascensão, mas que o crescimento não pode se basear apenas no aumento das compras. “É fundamental que o investimento também cresça. O governo tem dado esse sinal para o setor privado. O setor público vai na frente e é indispensável que o setor privado também se engaje”, defendeu.

De acordo com Miriam Belchior, a taxa de investimento do setor público cresceu 51% com o PAC. Em 2012, os investimentos da União representaram 1% do total feito no país contra 0,2% em 2003 e 0,6% em 2007.

Ela disse, ainda, que o PAC é importante porque garante a previsibilidade dos investimentos. “[O PAC] faz com que todos os atores envolvidos se planejem com antecedência. Se há expectativa de que vai ter recursos do governo federal, as prefeituras se organizam”. Em sua primeira edição, o PAC destinou R$ 657,4 bilhões em recursos, dos quais 94,1% foram executados. Na segunda etapa do PAC 2, há previsão de liberação de R$ 955,1 bilhões até 2014, dos quais 40,4% foram executados até setembro do ano passado.”

FONTE: Agência Brasil (http://www.pt.org.br/noticias/view/miriam_belchior_pela_primeira_vez_brasil_esta_dividindo_o_bolo).

Estado Judeu: ENTRANHAS CORROÍDAS

[Avança continuamente a invasão e apropriação por Israel de territórios palestinos (em verde), afrontando várias resoluções da ONU]


Por Jacques Gruman, militante internacionalista da esquerda judaica no Rio de Janeiro

"O Oriente só é Médio para quem não vive lá." (Millôr Fernandes)

“Eleições nas democracias burguesas estão cada vez mais parecidas com ‘reality shows’. O diretor geral se confunde com o marqueteiro e trata de fascinar os otários, quero dizer, os eleitores, com artifícios visuais e discursos ocos, tão verossímeis quanto as projeções estatísticas dos economistas. Há, porém, uma diferença crucial: o ‘Big Brother’ tem mais audiência do que qualquer debate político-eleitoral. Isso tudo, porém, é superfície. O essencial se passa nos bastidores, fora do alcance visual – e auditivo – dos cidadãos. Conchavos, arranjos oportunistas e os onipresentes balcões de negócios prenunciam o verdadeiro jogo de poder, ao largo do joguinho televisivo. Inimigos declarados se tornam amigos de infância em troca de alguns segundos a mais na telinha. Fernando Henrique Cardoso abraçado com Antônio Carlos Magalhães, Lula “ficando” com Maluf e Eike Batista: ninguém tem o direito de se surpreender com esses movimentos ilusionistas. As cartas, que não mentem jamais, não estão ao nosso alcance.

Em Israel, não é diferente. Lá como cá, partidos surgem e desaparecem como cogumelos, compõem-se por “pragmatismo”, envolvem-se em escândalos de corrupção. Claro que há particularidades. Cada sociedade tem suas idiossincrasias. Nas eleições de 22 de janeiro, o partido que representa os colonos (na verdade, usurpadores de terras palestinas, sempre com cobertura oficial) foi turbinado por um empresário carismático, que propôs a anexação definitiva de 62% da Cisjordânia. Um âncora de TV, vocalizando as angústias da classe média assustada com a crise econômico-social do país, pilotou um novo partido e o transformou na segunda força eleitoral. A questão palestina desapareceu da agenda. Com exceção da esquerda, que tem pequeno peso eleitoral, sequer foi citada na campanha. Mistura de frustração e desconfiança no futuro. Dialética do faz-de-conta.

Não pretendo analisar a pantomima eleitoral. Prefiro refletir sobre duas questões que corroem as entranhas do Estado judeu e ameaçam, nas palavras do sociólogo Zvi Barel, “jogá-lo no abismo”. A primeira é o papel da religião na sociedade e na vida partidária. Os israelenses, mesmo os laicos, nascem e morrem sob a sombra religiosa. Como o país não tem uma Constituição, são os rabinos que definem quem é judeu (pela tradição ortodoxa, é aquele que nasce de um ventre judeu, ou seja, prevalece a matrilinearidade). Com isso, que comentarei em detalhe mais adiante, determina os direitos de cidadania de que desfrutará o recém-nascido. Não há casamento civil, filhos de mães não-judias e pais judeus não podem ser enterrados em cemitérios judaicos. A chamada “Lei do Retorno”, em vigor desde 1950, só vale para os judeus reconhecidos como tais pelos critérios religiosos.

Ao contrário do que acontece na maioria das comunidades judaicas no mundo, em Israel predominam os chamados ortodoxos e ultraortodoxos. Representam cerca de 10% de população israelense e, como sua taxa de natalidade é superior à média nacional, calcula-se que chegarão a 30% em meio século. Mais de metade das crianças matriculadas em jardins de infância do país estão em instituições ligadas a correntes religiosas radicais ultraortodoxas ou nacionalistas-religiosas. Segundo pesquisa feita pelo “Instituto Israelense de Democracia”, 85,4% dos jovens religiosos israelenses prefeririam optar por preceitos religiosos ao invés dos valores da democracia. Nos bairros onde predominam essas correntes religiosas, há clara discriminação contra as mulheres. Elas são segregadas em linhas de ônibus e, em certos lugares, forçadas a caminhar em calçadas separadas daquelas por onde caminham os homens.

Sem obrigação de servir nas Forças Armadas, esses religiosos dedicam-se ao estudo quase exclusivo dos textos sagrados, como a Torá e o Talmud. Não se preparam para o mercado de trabalho e, em consequência, mais de 60% deles estão abaixo da linha da pobreza (cerca de 12% no restante da população). São, portanto, quase sempre, famílias grandes e pobres, sustentadas pelos impostos de todos os israelenses. Os casos de riqueza entre eles são raríssimos. Ao contrário dos “pastores” brasileiros: segundo a revista “Forbes”, Edir Macedo tem uma fortuna pessoal estimada em quase US$ 1 bilhão. Valdemiro Santiago, Silas Malafaia, R. R. Soares e o casal Hernandes têm patrimônios que variam de US$ 65 a US$ 220 milhões.

Essa fatia da população acaba multiplicando sua influência através de partidos políticos. Dos 34 registrados em Israel, 11, ou seja, um terço, são ligados a correntes religiosas. Todos seguem, invariavelmente, a orientação da liderança espiritual, misturando sinagoga com parlamento, fé com direitos públicos e universais. Somente dois dos onze partidos têm representação parlamentar (em Israel, vigora uma cláusula de barreira, de 2% dos votos válidos): “Shas” e “Judaísmo da Torá” (tradução livre). O “Shas”, que já andou envolvido com negociatas e escândalos de corrupção, representa, principalmente, os chamados “mizrahim” (judeus orientais) e tem cacifado seu poder de barganha na formação dos governos israelenses. São essas negociações que acabam privilegiando as reivindicações, muitas vezes reacionárias, dos religiosos. Na última campanha eleitoral, defendeu a expulsão dos imigrantes africanos “para preservar o caráter judaico de Israel”. Sua doutrina é encharcada de xenofobia e preconceito. Já o “Judaísmo da Torá” tinha, como principal ponto programático, a preservação do sábado como dia de descanso total, como mandam os preceitos rígidos da religião judaica.

Há dura luta dos judeus seculares contra o avanço das correntes religiosas radicais. Essa é uma batalha que definirá o perfil de um Estado que nasceu alimentado pelo trabalhismo secular, que subestimou, tristemente, a ascensão dos setores religiosos. Um rabino reformista, Uri Regev, disse que “hoje em dia, a sociedade israelense já apresenta sinais de fundamentalismo religioso e, se a proporção do setor religioso radical na população geral aumentar, esses sinais vão se fortalecer”. A nós, judeus de esquerda, repugna a perspectiva de qualquer sociedade dominada pela rua religiosa. Nesse aspecto, o crescimento da influência dos “homens de preto” em Israel traz tanta preocupação quanto a permanência do “Conselho dos Aiatolás”, no Irã, como poder real no Estado persa. Idade Média deveria ser assunto apenas dos livros de História.

A segunda questão é a que se refere aos árabes israelenses. O ‘establishment’ sionista, em Israel e no mundo, orgulha-se pelo fato de que, asseguram, o Estado judeu é a única democracia no Oriente Médio. Propaganda. Os árabes israelenses, 20% da população total do país, são discriminados de muitas formas. Um estudo importante feito pela Adalah – “Centro Legal pelos Direitos da Minoria Árabe em Israel”, com sede em Haifa e formada por judeus e árabes, fez levantamento detalhado dessas discriminações. Eis um pequeno resumo delas:

*-- A definição de Israel como “Estado Judeu” ou “Estado para o povo judeu” torna a desigualdade uma realidade prática, política e ideológica para os cidadãos árabes do país, que são marginalizados e discriminados pelo Estado pelo fato de não serem judeus. São frequentemente rotulados de “quinta coluna”. Pesquisa do “Instituto Israelense de Democracia”, em 2010, mostrou que 53% dos judeus pesquisados defendiam ações públicas que estimulassem os árabes a saírem de Israel.

*-- A pobreza é muito maior entre as famílias árabes (cerca de 50%) do que entre as famílias judias (cerca de 20%). Cidades e aldeias árabes têm piores índices de qualidade de vida. As aldeias árabes beduínas no deserto do Neguev são as comunidades mais pobres do país. De acordo com o Adalah, essas distorções têm causa direta na discriminação institucional contra os cidadãos árabes de Israel.

*-- Os cidadãos árabes não podem servir nas Forças Armadas. Isso é não apenas um estigma social, mas interfere diretamente no mercado de trabalho. Não são poucas as empresas que exigem o certificado de serviço militar como pré-requisito para contratação. Por falar em mercado de trabalho, apenas 6% dos servidores públicos são árabes. Detalhe: o serviço público é o maior empregador individual em Israel.

*-- Os árabes têm acesso restrito às terras, que são destinadas majoritariamente à população judaica. Cidades e aldeias árabes sofrem com superpopulação (apenas 2,5% da área total de Israel são ocupados por essas localidades). Enquanto isso, desde a criação de Israel, em 1948, foram construídos cerca de 600 cidades e povoados judaicos, contra nenhum árabe.

*-- Há números dolorosos nos setores de educação e saúde. O investimento estatal em escolas árabes é muito menor do que nas escolas judaicas. Estudantes universitários árabes são apenas 1,2% do setor universitário do país. Na sociedade do conhecimento, isso resulta em decadência e atraso. Cidadãos judeus vivem mais do que seus conterrâneos árabes. Bloqueios de toda espécie impedem tratamento igualitário na rede pública de saúde.

Cada um desses itens é detalhado com rigor na pesquisa do Adalah. Os desníveis de todos os tipos derivam em desconfiança, desalento, revolta e, infelizmente, racismo. Nenhuma sociedade verdadeiramente democrática poderá sobreviver quando parcela significativa de seus membros for jogada para o submundo da discriminação. Não pergunte por quem os sinos dobram: eles dobram por ti. Nós, judeus ou não, podemos ajudar, fortalecendo os setores que, em Israel, se rebelam contra o fundamentalismo religioso e o supremacismo. Há, em ambos os campos, um caminho fértil a percorrer, que desaguará em melhores perspectivas de solução para o conflito com os palestinos e os países árabes limítrofes com Israel.”

FONTE: escrito por Jacques Gruman, engenheiro químico e militante internacionalista da esquerda judaica no Rio de Janeiro. Artigo publicado no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=5956). [imagem inicial obtida no Google e adicionada com legenda por este blog ‘democracia&política’].

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O ENIGMA DOS LEILÕES DE PETRÓLEO


NÃO ME DECIFRASTE E ESTÁS SENDO DEVORADO


Cheguei ao poder com grande apoio popular, graças ao discurso de luta por uma vida melhor para todos, mas também a acordos com os setores mais retrógrados da nossa sociedade. A ‘Carta aos brasileiros’, enigmática ao cidadão comum, representou um recado bem entendido pela elite. Depois de três tentativas frustradas para chegar à presidência, apreendi que as mudanças no Brasil, país com a mídia dominada, têm que ser parcimoniosas. Quase como tendo que haver consentimentos dos que dominam a sociedade.”

Nunca fui um revolucionário por várias razões. Em primeiro lugar, porque minha natureza é a de um negociador e nunca foi a de um guerreiro, na acepção primeira da palavra. Em seguida, porque o povo, com o presente grau de percepção, não quer uma revolução. Creio até que, mesmo com alto grau de compreensão do mundo, ele também não irá querer. Finalmente, não pode ser esquecido que muitos dos revolucionários têm morte prematura.”

Contudo, mesmo reformista, orgulho-me em dizer que, durante meu governo, persegui à risca meu discurso de campanha e trouxe vida melhor para dezenas de milhões de irmãos. No que era básico para mim, não fraquejei em nenhum instante. Sei que tive erros, praticados consciente ou involuntariamente. Quando errei conscientemente, tenham certeza que estava cedendo a alguma pressão que, se negada, poderia fazer fracassar, por exemplo, todo o projeto de inclusão social em curso.”

Troquei opções sem correlação alguma, mas que o momento as transformava em moedas de troca. Sem corresponder à realidade, só para ajudar o entendimento, me deparava com dilemas do tipo: receber apoio da bancada secreta e poderosa dos banqueiros a uma política externa independente em troca do atendimento aos interesses pecuniários deles. A capacidade de mobilização deles no Congresso só é comparável à da bancada ruralista. Assim, reconheço que existiram setores cujos desempenhos deixaram a desejar. Não avancei muito na reforma agrária, por exemplo, o que me deixa frustrado.”

Aprendi com muitos dos que estavam ao meu lado, mas o ministro das Relações Exteriores do meu governo tem um crédito especial comigo. Resumiria o que aprendi com ele, desta forma: ‘não se é grande em nível internacional, se não se imagina grande, se não se planeja para ser grande e se não se age de forma grandiosa’. Hoje, creio que abri muito a guarda na entrega do petróleo nacional, a menos de quando retirei 41 blocos do Pré-sal da nona rodada. Falo das rodadas de leilões do nosso petróleo. Segundo o ensinamento aprendido, entregar petróleo sem quase nenhum usufruto para a sociedade não corresponde a ‘agir de forma grandiosa’. Mas, só fiquei consciente desse fato quando o término do meu governo estava próximo.”

Têm instantes que tenho vontade de dizer à minha sucessora: ‘Não faça isto!’ Digo isso com relação à décima primeira rodada, que foi recentemente aprovada por ela. Ainda mais que querem agora ofertar, também nessa rodada, além dos blocos inicialmente previstos, aqueles oriundos da fracassada oitava rodada. O objetivo escamoteado é diminuir, por asfixia financeira, a participação da Petrobras nas futuras concessões. Assim, mais blocos serão destinados às empresas estrangeiras ainda sob a lei socialmente incorreta nº 9.478. Bem que os petroleiros sempre disseram que o Brasil não precisa ter pressa para produzir petróleo, pois a Petrobras já garante seu abastecimento por mais de 40 anos. Porém, não falo com minha sucessora, pois, afinal de contas, o governo é dela.”

Por isso, acusam, com certo grau de razão, que meu partido e eu somos pouco conscientes com relação à questão nacional. Sem ser xenófobo, hoje, creio que há necessidade de se privilegiar a exploração das riquezas nacionais da forma que mais beneficie a nossa sociedade, o que ocorre em geral com empresas genuinamente nacionais. Enfim, ninguém está completamente pronto para ser presidente.”

Entretanto, a recuperação dos salários, o aumento do número de pessoas empregadas, a ampliação e o acréscimo do valor do Bolsa-Família, o aumento do número de universidades públicas, a ampliação das vagas disponíveis nas existentes e o Pro-Uni são algumas das realizações das quais me orgulho. Enfim, durmo tranquilo. Fiz tudo que queria e podia fazer e, muitas vezes, tive que criar, com esforço, condições para as coisas boas acontecerem.”

Se vocês tivessem entendido tudo isso e dado mais apoio político a mim ou a qualquer outro governante socialmente comprometido, mais poderia ter sido conquistado. A verdade é que quem lhes devora não sou eu, contrariando o enigma da esfinge. São os cartéis, inclusive muitos estrangeiros, que ainda não foram enquadrados. Estão soltos porque não há reação de vocês. Contudo, sei que, com a atual mídia controlada pelo capital, fica difícil o povo tornar-se consciente. A menos que, aos poucos, ele migre para canais de informação mais honestos.

Neste ponto, acordei da minha divagação, na qual buscava explicações racionais, ou seja, buscava decifrar.”

FONTE: escrito por Paulo Metri, conselheiro do Clube de Engenharia. Publicado no no “Correio da Cidadania” e transcrito no portal “Viomundo” (http://www.viomundo.com.br/politica/paulo-metri-decifra-o-enigma-dos-leiloes-de-petroleo.html). [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

JANEIRO JÁ É O MELHOR DA HISTÓRIA EM VENDA DE CARROS E COMERCIAIS LEVES


Por Joel Leite, em blog do portal UOL

“Foram vendidos, até segunda-feira (28), 253.280 carros e comerciais leves, contra 252.692 em todo janeiro de 2012.

Com 253.280 unidades vendidas até segunda-feira (28), o mercado de carros e comerciais leves já garantiu que terá o melhor janeiro da história: em janeiro do ano passado, o melhor até então, foram vendidas 252.692 unidades.

Faltando três dias para encerrar o mês, a expectativa é de que as vendas ultrapassem os 300 mil carros.

A média [diária] de vendas até agora é de 13.330 unidades, 16% acima da média de vendas registrada em janeiro do ano passado (que tinha sido a melhor da história).

Esse desempenho é superior ao registrado em quase todo o primeiro semestre do ano passado: perde apenas para o mês de junho, quando as vendas explodiram por causa da eliminação/redução do IPI.” (...)

FONTE: escrito por Joel Leite, em blog do portal UOL (http://omundoemmovimento.blogosfera.uol.com.br/2013/01/29/faltando-tres-dias-janeiro-ja-e-o-melhor-da-historia/). [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

PLANO “BRASIL SEM MISÉRIA”: 19,5 MILHÕES DE PESSOAS DEIXARAM DE SER EXTREMAMENTE POBRES

Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social, durante encontro nacional de prefeitos (Foto: Ubirajara Machado/MDS)

“BRASIL SEM MISÉRIA” AVANÇA NA REDUÇÃO DA EXTREMA POBREZA

“O governo federal, em parceria com estados, Distrito Federal e municípios, está cumprindo uma das principais metas da presidenta Dilma Rousseff: a superação da extrema pobreza. Com o “Plano Brasil Sem Miséria” (BSM) e outras medidas, o país conseguiu fazer com que 19,5 milhões de pessoas deixassem de ser extremamente pobres, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). 

Desse total, 16,4 milhões saíram da extrema pobreza por intermédio da “Ação Brasil Carinhoso”, que faz parte do “Brasil Sem Miséria”. Outras 3,1 milhões ultrapassaram essa condição com o reajuste de 45% no valor do “Bolsa Família” para crianças e adolescentes e a ampliação de três para cinco no número de benefícios concedidos para famílias incluídas no programa.

O “Brasil Sem Miséria” foi lançado em 2 de junho de 2011 pelo governo federal, com uma estratégia baseada em três eixos: garantia de renda, acesso a serviços públicos e inclusão produtiva urbana e rural. Em maio de 2012, a presidenta Dilma anunciou a “Ação Brasil Carinhoso”, com objetivo de acelerar a retirada de crianças e adolescentes da extrema pobreza.

A “Ação Brasil Carinhoso” garante que as famílias em situação de extrema pobreza e beneficiárias do “Programa Bolsa Família” venham a ter renda superior a R$ 70 mensais por pessoa. Com isso, elas deixam a condição de extremamente pobres. Na primeira fase, o “Brasil Carinhoso” alcançou 9,1 milhões de pessoas de famílias com filhos de 0 a 6 anos; na segunda, 7,3 milhões de brasileiros de núcleos familiares com crianças de 7 a 15 anos, totalizando 16,4 milhões de beneficiários. Dessas, 8,1 milhões são crianças e adolescentes, público prioritário do BSM.

Com o “Brasil Carinhoso”, o governo federal também garante às prefeituras o repasse adicional até R$ 1.362,00 por aluno/ano que frequente creches e pré-escolas públicas ou conveniadas. Os recursos podem ser usados na compra de itens destinados ao cuidado integral das crianças, além dos gastos previstos pelo “Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação” (FUNDEB). Até o momento, 2.744 municípios se cadastraram para atender a 381,5 mil crianças até 3 anos e beneficiárias do “Bolsa Família”.

Os recursos destinados às vagas em creches são repassados de forma desburocratizada, já que não é preciso fazer convênios nem depender de emendas parlamentares”, diz o Secretário Extraordinário para Superação da Extrema Pobreza, Tiago Falcão. “Os resultados mostram que essas ferramentas permitem dar um salto na implementação da ação e na qualidade do que está sendo executado.

ENSINO INTEGRAL

Com o “Brasil Sem Miséria”, mais de 32 mil escolas aderiram ao programa “Mais Educação”, que incentiva o ensino integral para os alunos beneficiários do “Bolsa Família”. Do total, 17 mil têm maioria de estudantes do Programa de Transferência de Renda. O número representa 54% das escolas que aderiram ao “Mais Educação”.
O “Brasil Sem Miséria” se preocupa, ainda, com a capacitação profissional dos beneficiários, a fim de que possam melhorar a renda das famílias. A qualificação é oferecida por meio do “Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego” (PRONATEC Brasil Sem Miséria). Até dezembro do ano passado, o “PRONATEC Brasil Sem Miséria” teve 266,7 mil inscritos em 416 cursos. O programa já chegou a 901 municípios de todo o país.

BUSCA ATIVA

Para encontrar as pessoas extremamente pobres que estão fora do “Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal”, o governo federal lançou a estratégia de busca ativa. A ação é desenvolvida em parceria com estados, Distrito Federal e municípios.

De junho de 2011 a novembro de 2012, 791 mil novas famílias que viviam em situação de extrema pobreza foram incluídas no Cadastro Único e já estão recebendo o Bolsa Família. O número supera a meta de 640 mil famílias, prevista para ser alcançada até o final do ano passado.

O plano de superação da miséria também resultou no aumento de 49% do “Bolsa Família”, cujo pagamento médio passou de R$ 97, em 2010, para R$ 145 no final de 2012.

Saiba mais sobre o “Brasil Sem Miséria”:

• 372,7 mil benefícios do “Bolsa Família” foram pagos a nutrizes e gestantes em dezembro de 2012
• 1,4 milhão de crianças atendidas de 0 a 5 anos receberam sulfato ferroso nas “Unidades Básicas de Saúde”
• 2,9 milhões de crianças em 1.974 municípios receberam suplementação com megadose de vitamina A
• 430% de aumento no número de pacientes que retiram o medicamento para asma na rede “Aqui Tem Farmácia Popular”
• 2.086 “Unidades Básicas de Saúde” (UBS) já receberam ao menos uma parcela de repasse de recursos federais para instalação em locais de maior vulnerabilidade social
• 179 mil famílias de baixa renda foram beneficiadas pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”
• 1,9 milhão de atendimentos no meio rural, sendo 210 mil famílias atendidas com “assistência técnica e extensão rural” (ATER)
• 34,2 mil famílias foram incluídas no programa ‘Bolsa Verde’”

FONTE: divulgado pela ASCOM/MDS e transcrito no portal do PT (http://www.pt.org.br/noticias/view/brasil_sem_miseria_avanca_na_reducaeo_da_extrema_pobreza).

ESPANHA AINDA PREPOTENTE COM A AMÉRICA LATINA


AGORA, A ESPANHA QUER SABER DE NÓS

“O principal destaque da 1ª cúpula entre a ‘Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe’ (CELAC) e a União Europeia, encerrada domingo (27), em Santiago, foram os espanhóis. Diante da greve situação daquele país, a delegação do primeiro-ministro Mariano Rajoy (na foto com o chileno Sebastián Piñera) reivindicou o papel de principal canal de diálogo entre América Latina e Europa, e ainda cobrou garantias jurídicas para suas empresas em nossos países. Como diplomacia de aproximação, sobrou prepotência.

 

A análise é de Eric Nepomuceno


Desde que, em 2011, o presidente venezuelano Hugo Chávez propôs a criação – e criou – a CELAC, “Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe”, a reunião realizada agora em Santiago do Chile foi, se não a mais frutífera, a mais esclarecedora. Compareceram 61 presidentes e altos representantes, 33 latino-americanos e o resto de países europeus ou de organismos internacionais.

Se, em suas origens, Chávez, em outro de seus impulsos voluntariosos, propôs criar uma nova OEA sem a presença dos Estados Unidos e do Canadá, a CELAC acabou por se transformar em uma organização paralela, e com peculiaridades. Não tem sede, nem funcionários, nem nasceu a partir de tratados e acordos. E, talvez por isso mesmo, por reunir apenas chefes de governo e de Estado, acabou por fluir sozinha e em bom ritmo. É um foro de vida própria, um espaço para debater problemas comuns e tentar encontrar soluções comuns. 

É evidente que, entre seus 33 integrantes, convivem governos de ideologia e propostas políticas e econômicas diversificadas, muitas vezes contrastantes, e que, dentro do bloco, se consistiram outros blocos com intenções prioritárias comuns. Manter a harmonia e buscar pontos de convergência é o exercício prioritário dos participantes.

Nessa reunião de Santiago do Chile, houve um pouco de tudo. Para começar, a presidente Dilma Rousseff cancelou sua agenda e deixou vários temas em suspenso para viajar de urgência a Santa Maria para prestar solidariedade às vítimas da tragédia da discoteca Kiss. Seu gesto não apenas foi perfeitamente compreendido pelos demais participantes, como gerou elogios. Mas, seja como for, assuntos que dependiam de seus encontros pessoais com outros mandatários para serem finalizados ou, em alguns casos, iniciados, ficaram pendentes. Continuam a ser tratados por equipes técnicas à espera de novas oportunidades para conversas entre Dilma e seus colegas.

Houve outros detalhes bem representativos do estado das relações entre alguns países europeus e da América Latina e do Caribe. O esforço gritante da primeira-ministra alemã Angela Merkel para evitar todo e qualquer contato com o presidente cubano Raúl Castro chamou a atenção. Mais do que uma questão diplomática ou de política de governo, primou pela falta de educação. 

Já com Mariano Rajoy, o encontro com o cubano, o primeiro entre os dois, mostrou o contrário. Apesar da distância que separa o governo direitista de Madri com o processo de Havana, foi um diálogo curto, formal, cordial. 

O próprio presidente chileno, Sebastián Piñera, ao passar a presidência temporária para Raúl Castro (segue-se o turno por ordem alfabética na CELAC) evitou qualquer menção às distâncias ideológicas que separam os dois governos. E Raúl Castro, numa mostra de seu humor tão peculiar, a certa altura de seu discurso, olhando para alguns mandatários, disse, pícaro: “Não se preocupem, só vou ficar um ano”.

O principal destaque, em todo caso, ficou com os espanhóis. Na situação gravíssima em que se encontra o país, a agitação da delegação espanhola chamou a atenção. O ministro de Relações Exteriores, José Manuel García-Magullo, foi dos mais diligentes. Sua conversa com seu colega venezuelano Elías Jaua foi longa, na tentativa de retomar negociações interrompidas há vários anos sobre temas pendentes.

Os espanhóis insistiram, com veemência, em dois temas específicos. O primeiro, reivindicar o papel de principal canal de diálogo entre a América Latina e a Europa. Dizem-se peça-chave para qualquer aproximação. Não explicam exatamente como atuariam. Pedem investimentos latino-americanos (mirando principalmente o Brasil, a Venezuela e o México) na Espanha, e pedem oportunidade para fazer negócios em nossas comarcas. Ao mesmo tempo, numa brisa permanente de prepotência, recordam a imperiosa necessidade de oferecer garantias jurídicas para suas empresas instaladas em nossos países.

Se referem, especificamente, a experiências amargas recentes, como a nacionalização da argentina YPF, com o Estado comprando as ações da espanhola REPSOL, e ao que enfrentam na Bolívia e no Equador. Em nenhum momento há menções explícitas, que, aliás, seriam desnecessárias. E em nenhum momento há observações sobre os métodos predatórios aplicados pelas empresas [espanholas, antes de serem] nacionalizadas, observações essas que aliás seriam contraproducentes.

O diálogo entre a União Europeia e os países latino-americanos é difícil, complexo, intrincado. Basta ver as negociações entre dois blocos específicos, a própria UE e o MERCOSUL, que se arrasta há quase uma década avançando parcos metros. O que se viu agora uma vez mais – um grupo de europeus dizendo buscar avidamente canais de diálogo enquanto avançam com barreiras de exigências descabidas – pode ser considerado um indício claro de que essas dificuldades continuarão existindo.

Curiosa mesma é a atuação da Espanha. Com uma mão, passa o chapéu pedindo ajuda. Com a outra, brande a chibata querendo impor respeito. Se for esse o seu conceito de diplomacia de aproximação, seria conveniente alguém advertir que as coisas não acontecem exatamente assim...”

FONTE: análise de Eric Nepomuceno publicada no site “Carta Maior” (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21557). [Trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

TRAGÉDIA DE SANTA MARIA VIRA ALVO DE POLITICAGEM E DEBOCHE

[OBS deste blog 'democracia&política': essa é a charge de Caruso que o blogueiro Eduardo Guimarães se refere no texto abaixo. Expressa muito bem o espírito do "O Globo", de seu blogueiro Ricardo Noblat, do jornal inglês "Financial Times" e da direita à qual servem (grandes conglomerados financeiros e econômicos internacionais, que lutam por retomar maior poder no Brasil, como tinham nos governos FHC/PSDB/DEM/PPS). Com o objetivo mesquinho de associar a presidente Dilma como culpada da tragédia, usam debochada e torpemente o sofrimento das centenas de vítimas queimadas e de seus familiares simplesmente para denegrir a presidente e, assim, facilitarem a volta dos demotucanos ao poder. É um vale-tudo sem escrúpulos. Leiamos o bom texto a seguir:] .

 Por Eduardo Guimarães

“Confesso que adiei a composição deste texto o quanto pude. Passado o choque inicial com a tragédia épica que se abateu sobre Santa Maria, ainda que pouco confiante em que não acontecesse, não quis considerar a hipótese de que sobreviesse o espetáculo de selvageria que se seguiu neste país.

Lembro-me de que, no domingo, minutos após saber que serei avô pela segunda vez, então ainda na mesa do almoço com os pais da criança (meu filho e minha nora), ouço a emissora FM em que escutávamos música falar sobre a tragédia, interrompendo o almoço em família e nos obrigando a ir à internet em busca de maiores informações.

Naquele instante, senti vergonha do pensamento que me tomou. Um horror humanitário como aquele e eu fui logo pensar que arrumariam um jeito de criticar Lula ou Dilma ou até o PT pelo que ocorrera. Senti-me fanático e insensível.

Não tive que esperar muito para me redimir, ainda que preferisse ter me sentido mal comigo mesmo a ter que encarar a dura realidade de que há infestação de desumanidade no país.

Jornalistas conhecidos, órgãos de imprensa e internautas anônimos das redes sociais protagonizaram um show dos horrores. Frases e até imagens repugnantes foram construídas a toque da mais absoluta insensibilidade e falta de limites éticos.

Tudo que o blogueiro e colunista da revista “Veja” Reinaldo Azevedo conseguiu pensar, poucas horas após a tragédia vir a público, foi em criticar o ex-presidente Lula por ter sido postado em seu perfil no Facebook uma mensagem de solidariedade às famílias das vítimas de Santa Maria (!?!).

No jornal “O Globo” e no site “Blog do Noblat”, hospedado no portal da “Globo” na internet, uma charge de Chico Caruso espantou multidões pelo mau-gosto, pelo oportunismo, pela insensibilidade e até pela burrice.

O que tem Dilma Rousseff a ver com a falta de fiscalização de uma casa noturna em um dos mais de cinco mil municípios brasileiros? Nada? Pois o cartunista que serve à família Marinho achou relevante colocá-la à frente de uma jaula flamejante exclamando “Santa Maria!”.

Que mensagem o cartunista mandou? O que ele quis dizer? Por que Dilma tinha que ser associada à tragédia? Não seria mais inteligente uma charge crítica à falta de fiscalização das autoridades de Santa Maria ou ao descaso do empresário inescrupuloso que dirigia aquela arapuca?

Por que não fazer uma charge poética sobre o sofrimento de toda uma nação? Não havia idéia melhor para aquele cretino usar em uma charge, já que, por alguma razão, julgou que tinha que fazer uma?

O envolvimento de Dilma no episódio, via essa cretinice da charge, se conectava com os comentáristas dos blogs de Noblat e Azevedo, que se uniam para acusá-la pela tragédia sob razões malucas, ininteligíveis, que nem seus formuladores souberam explicar.

Mas, tragicamente, não foi só. O jornal “O Estado de São Paulo começou a espalhar, acriticamente, matéria insultuosa ao Brasil divulgada por um dos dois jornais ingleses que abriu guerra contra o governo Dilma. O subtítulo da matéria fez troça do lema de nossa bandeira.

O diário “Financial Times” trocou o lema “Ordem e Progresso” por “Idiotia e Progresso”. Ou seja: 200 milhões de brasileiros se tornaram “idiotas” por um tipo de tragédia que vem ocorrendo em várias partes do mundo, até nos Estados Unidos (2003).

Pior que tudo isso, têm sido perfis nas redes sociais Twitter e Facebook, entre outras. Internautas anônimos estão se fartando de debochar do sofrimento que se abateu sobre o país inteiro usando, sem piedade, o que há de mais estupefaciente e repugnante no “humor negro”.

O que está acontecendo no país? Tenho 53 anos. Já vi muita coisa, mas essas pessoas capazes de não sentir um pingo de comiseração em um momento de tanta comoção não existiam. Ou, se existissem, ao menos tinham um mínimo de pudor.

Explorar politicamente uma tragédia como essa, no entanto, talvez seja o pior. Porque essa conduta asquerosa não veio de algum moleque cretino e mimado ou revoltado com o mundo, mas de homens supostamente esclarecidos e maduros.”

FONTE: escrito por Eduardo Guimarães em seu blog “Cidadania” (http://www.blogdacidadania.com.br/2013/01/tragedia-de-santa-maria-vira-alvo-de-politicagem-e-deboche-2/).

LULA E DILMA CRIARAM 17 VEZES MAIS EMPREGOS DO QUE FHC


A mídia "conservadora" [da direita] bate no governo pela queda na criação de empregos formais em 2012. Foram 1,3 milhões e eles reclamam! Esqueceram do descalabro vivido sob Fernando Henrique Cardoso!

Por José Carlos Ruy


A memória dos corvos e hienas da mídia é muito curta. Na semana passada, os jornalões conservadores e o panfleto porta-voz da direita mais exaltada, a revista “Veja”, mal disfarçaram sua satisfação ao noticiar o “mau desempenho” da criação de empregos na economia brasileira em 2012.

Que querem dizer com “mau desempenho”? A revista “Veja” comentou em sua versão eletrônica que a presidenta Dilma Rousseff e o governo “não conseguiram ter sucesso” ao tentar “alavancar a economia brasileira e o emprego em 2012”. A culpa, diz o panfleto da “Editora Abril”, foram aquilo que chamou de “diversos atos controversos”, como “anúncios e prorrogações de benefícios fiscais e tributários; mudanças na regulação e na política de investimentos de setores importantes da indústria; ampliação das exigências de conteúdo nacional; e inúmeras medidas de estímulo ao crédito e ao consumo”. Isto é, o oráculo da direita condena o que considera “decisões arbitrárias - sobretudo as que envolviam o protecionismo”. 

Não enxerga que são medidas de governo para enfrentar a grave crise econômica que assola o mundo - não as crises relativamente menos graves enfrentadas na década de 1990, mas a pior ‘débâcle’ econômica desde 1929 e que afeta o coração da economia capitalista. E que se traduzem na ação soberana, necessária, do governo, para defender a economia brasileira e os trabalhadores.

A mídia conservadora não pode enxergar dessa maneira. Daí a amnésia que assola seus “analistas”. O Brasil mudou desde 2003, quando Luís Inácio Lula da Silva assumiu a presidência da República, iniciando a série de mandatos, continuada por Dilma Rousseff, e que vai mudando o país, para melhor.

O desempenho em relação aos empregos e à renda dos trabalhadores é um excelente exemplo dessa mudança. Desde 2003, foram criados, no Brasil, 16.218.326 empregos formais, com carteira assinada; isso dá média mensal de 135 153 empregos, ou 4.505 por dia.

Os dados estão lá, nas estatísticas do “Cadastro Geral de Empregados e Desempregados” (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego, e podem ser consultados pela internet. Não são dados estatísticos, mas cadastrais: o CAGED recebe informações sobre todas as admissões e demissões ocorridas no país e contabiliza esses dados que, por isso, estão longe de constituir meras estimativas, sendo o retrato daquilo que ocorreu nas relações de trabalho no país.

Nos oito anos de desgoverno [PSDB/DEM/PPS] de Fernando Henrique Cardoso, entre 1994 e 2002, o saldo de empregos foi de apenas 780 mil empregos formais. Em oito anos! A média mensal foi de irrisórios oito mil empregos, contra os 135.153 atuais! Ou seja, no período tucano, a média mensal de criação de empregos foi 17 vezes menor! Um desempenho esquálido que os “analistas” da imprensa ligada ao “Instituto Millenium” acham melhor esquecer. 

Sob Fernando Henrique Cardoso, houve perda de 1.018.121 empregos durante o primeiro mandato (média mensal de 21.219 vagas fechadas) e abertura de 1.815.088 novos postos de trabalho no segundo mandato (média mensal de 37.814). O saldo final dos oito anos do período tucano foi de 796.967 vagas, com a média mensal irrisória de 8.301 vagas. 

Sob Lula e Dilma, o desemprego caiu e a renda dos trabalhadores cresceu; de cada dez empregos criados, sete foram formais, registrados na carteira de trabalho; na década neoliberal de 90 do século passado, era o oposto: de cada dez empregos criados, apenas três eram formais.

SALÁRIOS E RENDA NACIONAL

Outra forma de ver como o desempenho da economia se reverteu, favorecendo os trabalhadores, é comparar a participação dos salários na renda nacional. Com FHC, essa participação diminuiu, empobrecendo o povo e os trabalhadores. No primeiro ano de seu governo, em 1995, os salários representavam 35% do PIB, parcela que diminuiu ano a ano, chegando a 31% em 2002. Perda que fica ainda maior quando se leva em conta que o PIB também diminuiu drasticamente naqueles anos de desgoverno. 

Nas grandes economias capitalistas, lembra o consultor sindical João Guilherme Vargas Neto, 60% ou mais da renda é apropriada sob a forma de salários. No Brasil, em 1960, a participação dos salários chegou a 50% da renda nacional. A forte resistência conservadora enfrentada foi um dos fatores da conspiração que levou ao golpe militar de 1964; sob a ditadura que se seguiu, a participação dos salários caiu rapidamente, de forma contínua, chegando aos 31% no período neoliberal dirigido por Fernando Henrique Cardoso. 

Com Lula e Dilma, apesar da crise mundial iniciada em 2008, a situação se inverteu e os salários recuperaram sua participação na renda nacional; voltaram a 35% em 2010, passando para 43% em 2011.

Além da ação do governo, em sentido oposto ao que pretendem os conservadores da mídia e aos especuladores das finanças, a situação favorável vivida hoje, apesar da grave crise econômica mundial, resultada da luta dos trabalhadores e da conquista da política de valorização real do salário mínimo, que já acumula recuperação de (aumento real) 70,49% em relação a 2002, beneficiando mais de 45 milhões de brasileiros cuja renda equivalente a um salário mínimo.

Nivaldo Santana, vice-presidente da “Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil” (CTB) acrescenta outro dado à análise, baseado em estudos publicados pelo “Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos” (DIEESE): as vitórias acumuladas pelos trabalhadores nas campanhas salariais, repondo perdas inflacionárias e conquistando aumentos reais; “Em 2011”, lembra ele, “94,3% das campanhas acompanhadas pelo DIEESE se enquadram nesse universo”.

AINDA HÁ MUITO O QUE FAZER

Não se pode esconder o fato de que a criação de novos empregos formais diminuiu em 2012, em relação ao ano anterior. No ano passado, o saldo foi de 1,3 milhão de empregos novos, contra 1,9 milhão criados em 2011. É, de fato, o pior resultado desde 2009, quando o saldo foi de 1,296 milhão de vagas.

Não se pode deixar de saudar, contudo, o resultado gigantesco da política econômica do governo e a criação de 1,3 milhão de empregos num mundo que desmorona e conhece taxas [de desemprego] superiores a 20% da mão de obra em países ricos da Europa (na Espanha, supera 25%; na Grécia, o desemprego infelicita mais de 50% da juventude). 

Existem críticas a serem feitas à situação brasileira, nas elas dizem respeito a ganhos ainda não alcançados pelos trabalhadores, como lembra o dirigente sindical Nivaldo Santana. Um dos exemplos é a escandalosa rotatividade no trabalho. No Brasil, diz o dirigente da CTB, o tempo médio de emprego era de 3,9 anos em 2009 (dados do DIEESE) e o índice de rotatividade chegava a 53,8%, prejudicando o trabalhador, dificultando a organização sindical e drenando grandes recursos do FAT. “Com menos rotatividade”, diz ele, “esses recursos poderiam ter outro tipo de uso, para gerar mais e melhores empregos, como reclama o movimento sindical”.

Ainda há longo caminho a percorrer para que o Brasil atinja padrões civilizados no seu mercado de trabalho, conclui Nivaldo Santana. E a agenda “defendida pelas centrais sindicais, inclui a luta pela redução da jornada de trabalho para quarenta semanais sem redução do salário, medidas contra a rotatividade e a precarização das relações do trabalho, fim do fator previdenciário etc.”

Mas esse é um tema que a mídia conservadora não inclui de maneira favorável em sua pauta. A luta para essas novas conquistas inclui ações e mobilização dos trabalhadores, pressões sobre o governo e os patrões. Essa luta inclui, sobretudo, a derrota da mídia conservadora e seus porta-vozes da especulação financeira e daqueles que, como os golpistas de 1964, encaram o crescimento da participação dos trabalhadores na renda nacional com escândalo e com alarme.”

FONTE: escrito por José Carlos Ruy e publicado no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=204662&id_secao=2).

CONTINUA O SAQUE DAS TELECOMUNICAÇÕES PRIVATIZADAS NO BRASIL



Por Mauro Santayana, no “Rede Democrática

“Depois de pegar emprestados bilhões de reais a juros subsidiados com o BNDES nos últimos anos, a Telefónica Brasil (VIVO) aprovou o pagamento de um bilhão, seiscentos e cinquenta milhões de reais em dividendos, relativos apenas ao lucro auferido nos três primeiros trimestres de 2012. Setenta e quatro por cento dessa quantia, ou o equivalente a quase 500 milhões de euros, vai direto para a matriz, na Espanha.

Quanto ao cabide de empregos do Conselho da Telefónica – lembram que essa foi uma das desculpas para a privatização das estatais, inclusive Telebras, na década de 90 ? – continua lindo.

Mal saiu Iñaki Undargarin, ex-jogador de basquete e genro do Rei Juan Carlos, o Caçador de Elefantes, acusado de corrupção e contratado por um milhão e quinhentos mil euros (quase 4 milhões de reais) por ano, como “conselheiro” para a América Latina, já entrou Rodrigo Rato, ex-presidente do FMI e sob investigação por fraude no banco estatal espanhol Bankia, que vai receber belíssima soma para atuar como “consultor externo” da multinacional espanhola, que, no Brasil, é comandada, há anos, por um ex-diretor da ANATEL.

Segundo “O Estado de S. Paulo”, as empresas de telefonia que operam no Brasil tiveram expansão de sua receita em 8,3% ao ano, desde 2005, e só reinvestiram 3% ao ano, no mesmo período.

Mais grave ainda é a revelação de que, desde a privatização do sistema Telebrás, em 1998, as empresas investiram 390 bilhões, contra uma receita calculada em quase dois trilhões de reais. Esse número é obtido pela informação dos dois principais dirigentes da Oi e da Vivo, de que foram investidos mais ou menos 20% da receita total. Se os investimentos foram de 390 bilhões, basta multiplicar por cinco, para obter a receita total destes 14 anos. É bom lembrar que boa parte dos investimentos foram bancados pelo BNDES, a juros de mãe amorosa.

O Brasil é o paraíso dos investidores estrangeiros, nesse sistema de colonialismo dissimulado. Há poucos dias, outro jornal, “O Globo”, divulgava que as montadoras de automóveis lucram 3 vezes mais em nosso país do que nos Estados Unidos. A margem de lucro dessas empresas, no Brasil, é de 10%, enquanto nos Estados Unidos não passa de 3%. E não só nos Estados Unidos os carros são muito mais baratos. Há modelos que custam duas vezes mais no Brasil do que na França, e 30% mais barato ali mesmo, na Argentina.

A defesa do interesse nacional recomenda medidas mais fortes de parte do Estado. O governo, no entanto, caminha lentamente. A restauração da Telebrás, iniciada timidamente, timidamente se desenvolve. Há visível desinteresse do Ministro Paulo Bernardo em dar à velha empresa nacional os instrumentos de sua reorganização e funcionamento, para a universalização da banda larga no país.

A privatização das empresas estatais brasileiras foi decidida, como todos sabemos, em Washington, com a articulação dos economistas neoliberais, no famoso “Consenso”, que não ouviu os povos, nem examinou criteriosamente os efeitos da globalização exacerbada da economia.
 Como se recorda, o objetivo, claro e desaforado, da nova ordem que propunham era o de acabar com a democracia política e sua substituição por um governo de gerentes a serviço do sistema financeiro mundial. Nesse sentido, chegou-se a um “Acordo Mundial de Investimentos” que, simplesmente, colocava o dinheiro sem pátria acima dos estados nacionais. Muitas das cláusulas desse acordo foram cumpridas pelo governo neoliberal de então [FHC/PSDB/DEM/PPS]. E só a reação da França e do Canadá impediu que o tratado espúrio fosse assinado, oficialmente, pelos governos vassalos daquela época, entre eles, o do Brasil.

Hoje, os mais lúcidos economistas do mundo demonstram o erro cometido pelos países que privatizaram suas grandes empresas. Entre eles, dois prêmios Nobel – Joseph Stiglitz e Paul Krugman.

Se a privatização fosse realmente uma vantagem, os Estados Unidos já teriam privatizado a TVA – fundada por Roosevelt, em 1933 – e a Amtrak.”

FONTE: escrito por Mauro Santayana, no “Rede Democrática”. Transcrito no blog “Escrivinhador” (http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/teles-privatizadas-continuam-o-saque.html#more-17441). [Imagens do Google e título modificado adicionados por este blog ‘democracia&política’].