segunda-feira, 30 de novembro de 2015

MORO NÃO ENGANA NEM OS INGLESES

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Moro muito tem ajudado a Abril vender assinaturas

Moro não engana os ingleses

Aqui é o Eliot Ness da "Veja" !

Do portal "Conversa Afiada"

Jornal britânico The Sunday Times questiona comportamento de juiz da Lava Jato

"The Sunday Times", em artigo assinado pelo editor-executivo Ian Dey, sobre o trabalho do Juiz Moro, compara o magistrado brasileiro ao agente do Tesouro dos EUA, Elliot Ness, que levou Al Capone à Justiça e cuja história deu origem ao filme “Os Intocáveis”.

Diz o título:

"Eliot Ness brasileiro está fora de controle"

Segundo o texto, na própria Inglaterra há críticas à postura de “intocável” do juiz Sérgio Moro, que vem sendo acusado por entidades internacionais de “desrespeitar a Constituição Federal brasileira e também tratados de defesa dos direitos humanos em seus mandados de prisão”.

Em alguns casos, acrescenta Dey, há dúvidas se o princípio da inocência está sendo respeitado.

Para o "Times", a atitude de Moro levanta suspeitas de que ele estaria se preparando para uma candidatura à Presidência da República nas próximas eleições, “especialmente em um momento de forte pressão pela saída de Dilma Rousseff”.

Menciona, ainda, que o CEO do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, está preso desde junho sem julgamento porque não assinou acordo de delação premiada.

Esses acordos, inclusive, também são alvo de questionamento por especialistas, conclui o texto."

FONTE: do portal "Conversa Afiada"   (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/moro-nao-engana-os-ingleses).

ESQUISITO: POR QUE A LAVA-JATO E A PGR NÃO QUISERAM REPATRIAR DINHEIRO DE SUBORNO?




O que o procurador não procurou: Cerveró levou propina da Alstom durante o governo PSDB/FHC

Brasil engavetou investigação, e a Suiça confiscou o dinheiro para ela.

Delcídio para nós

Por Jânio Freitas, na "Folha"

"As dúvidas sobre a propriedade da prisão de Delcídio do Amaral, decretada por cinco ministros do Supremo Tribunal Federal, vão perdurar por muito tempo. Assim como a convicção, bastante difundida, de que a decisão se impôs menos por fundamento jurídico e equilíbrio do que por indignação e ressentimento com a crença exposta pelo senador, citando nomes, na flexibilidade decisória de alguns ministros daquele tribunal, se bem conversados por políticos.

Às dúvidas suscitadas desde os primeiros momentos, estando o ato do parlamentar fora dos casos de prisão permitida pela Constituição, continuam tendo acréscimos. O mais recente: Delcídio planejou a obstrução judicial que fundamentou a prisão, mas não a consumou. E entre a pretensão ou tentativa do crime e o crime consumado, a Justiça reconhece a diferença, com diferente tratamento.

A sonhadora reunião de Delcídio até apressou a delação premiada de Nestor Cerveró, buscada sem êxito pela Lava Jato há mais de ano. Ali ficou evidente que seu advogado Edgar Ribeiro estava contra a delação premiada. Isso decidiu o ex-diretor da Petrobras, temeroso, a encerrar aceitá-la, enfim.

Em contraposição às dúvidas sem solução, Delcídio suscitou também temas e expectativas que tocam a preocupação ou a curiosidade de grande parte da população. Sabe-se, por exemplo, que Fernando Soares, o Baiano, ao fim de um ano depositado em uma prisão da Lava Jato, cedeu à delação premiada. O mais esperado, desde de sua prisão, era o que diria sobre Eduardo Cunha e negócios com ele, havendo já informações sobre a divisão, entre os dois, de milhões de dólares provenientes de negócios impostos à Petrobras.

Informado dos depoimentos de Baiano, eis um dos comentários que o senador faz a respeito: ele “segurou para o Eduardo”. Há menções feitas por Baiano que não foram levadas adiante pela escassa curiosidade dos interrogadores. Caso, por exemplo, de um outro intermediário de negociatas citado por Baiano só como "Jorge", sem que fossem cobradas mais informações sobre o personagem e seus feitos. Mas saber tudo o que há de verdade ou de fantasia em torno do presidente da Câmara é, neste momento, uma necessidade institucional e um direito de todo cidadão.

Se Fernando Baiano “segurou para Eduardo Cunha”, a delação e os respectivos prêmios -a liberdade e a preservação de bens- não coincidem com o que interessa às instituições democráticas e à opinião pública. E não se entende que seja assim.

Entre outras delações castigadas de Delcídio, um caso esquisito. 

Investigadores suíços confirmaram, lá por seu lado, que Nestor Cerveró tinha dinheiro na Suíça. Procedente de suborno feito pela francesa Alstom, na compra de turbinas quando ele trabalhava com Delcídio, então diretor Gás e Energia da Petrobras em 1999-2001, governo PSDB/Fernando Henrique. A delação do multipremiado Paulo Roberto Costa incluiu o relato desse suborno. Mas a Lava Jato não se dedicou a investigá-lo e o procurador-geral da República o arquivou, há oito meses... Os promotores suíços foram em frente.

Na reunião da fuga, Delcídio soube com surpresa, por Bernardo, que Cerveró entregara o dinheiro do suborno ao governo suíço, em troca de não ser processado lá. É claro que a Lava Jato e o procurador-geral da República estiveram informados da transação. E contribuíram pela passividade. Mas o dinheiro era brasileiro. Era da Petrobras. Foi dela que saiu sob a forma de sobrepreço ou de gasto forçado. Não poderia ser doado, fazer parte de acordo algum. Tinha que ser repatriado e devolvido ao cofre legítimo.

A Procuradoria Geral da República deve o esclarecimento à opinião pública, se fez repatriar o dinheiro do suborno ou por que não o fez. E, em qualquer caso, por que não investigou para valer esse caso. Foi ato criminoso e os envolvidos estão impunes. Com a suspeita de que o próprio Delcídio seja um deles, como já dito à Lava Jato sem consequência até hoje.

Mas não tenhamos esperanças. Estamos no Brasil e, pior, porque a ministra Cármen Lúcia, no seu discurso de magistrada ferida, terminou com este brado cívico: “Criminosos não passarão!” [toc-toc-toc, esconjuro]. Foi o brado eterno de "La Passionaria" em Madri, que não tardou a ser pisoteada pelos fascistas de Franco. De lá para cá, em matéria de ziquizira, só se lhe compara aquele [ai, valei-me, Senhor] “o povo unido jamais será vencido”, campeão universal de derrotas."

FONTE: escrito por Jânio Freitas, na "Folha" . Transcrito no site "Viomundo"  (http://www.viomundo.com.br/denuncias/o-que-o-procurador-nao-procurou-cervero-levou-propina-da-alstom-durante-o-governo-fhc-brasil-engavetou-investigacao-mas-suica-confiscou-dinheiro.html).[Título e subtítulo modificados por este blog 'democracia&política'].

A IMAGEM DA VENEZUELA NA TV BAND




A imagem da Venezuela na Band

Por Roberto Bitencourt da Silva, doutor em História (UFF), professor da FAETERJ-Rio/FAETEC e da SME-Rio; no Jornal GGN:

"O 'Jornal da Band', desde terça-feira, tem veiculado uma série de reportagens sobre a Venezuela. Trata-se de produção da própria equipe de jornalismo da empresa da família Saad. Intitulada “Venezuela no fundo do poço”, a série resvala no grotesco, distante de qualquer prática que se possa chamar adequadamente de jornalismo.

O unilateralismo domina a cena. São entrevistados, única e exclusivamente, atores que manifestam clara oposição ao governo de Nicolás Maduro. Os enquadramentos noticiosos apoiam-se decididamente em imagens associadas ao caos, a descontentamentos e ao medo.

A respeito, a memória pode evocar com facilidade o perfil de abordagem que a mídia carioca, sobretudo as "Organizações Globo", privilegiava no noticiário sobre os governos de Leonel Brizola, no Rio de Janeiro (1983-1986 e 1991-1994). Semelhanças claras e de triste lembrança, em virtude do uso de contornos interpretativos criminalizantes, que visa(va)m causar repulsa no telespectador.

A série salienta uma crise de abastecimento e distribuição, sem qualquer menção ao boicote deliberadamente promovido por setores empresariais, que têm estocado gêneros de primeira necessidade no coirmão sul-americano. De forma descontextualizada, a reportagem enfatiza a promoção da “fome” no país.

Ironiza o antiamericanismo do governo venezuelano, concebido como uma maquiavélica atribuição de responsabilidade externa às mazelas do país. O fato de o governo dos Estados Unidos terem abertamente apoiado a tentativa de golpe sobre o ex-presidente Hugo Chávez, no remoto e dramático abril de 2002, é flagrantemente desconsiderado.

A Venezuela ser tratada como uma “ameaça à segurança” norte-americana, segundo declaração do presidente Barack Obama, também não estimula a "Band" a ponderar sobre eventuais razões do antiamericanismo bolivariano.

O país possui um governo ditatorial. Essa é a versão assinada pela série. Curioso, pois importantes inovações constitucionais introduzidas após a ascensão do chavismo à Presidência foram escanteadas.

Refiro-me à dilatação de mecanismos de participação democrática, ampliando a capacidade de ingerência das classes populares nos processos decisórios do Estado, por meio de conselhos comunitários, assim como a adoção do “recall”, ou seja, a possibilidade democrática e constitucional de supressão dos mandatos eletivos, em meio aos seus exercícios.

A série, não gratuitamente, começou a ser exibida após ter sido noticiado, pelo mesmo "Jornal da Band", que o recém-eleito presidente argentino, Mauricio Macri, pretende requisitar aos países integrantes do Mercosul a expulsão da Venezuela do bloco. Uma discreta pressão noticiosa sobre a opinião pública e o governo brasileiros, que antecipou a natureza da série de reportagens.

Essas seguem longe de adotar parâmetros requisitados ao jornalismo, sobretudo quando realizado por um canal televisivo, que opera como concessão pública. A abertura de espaço a vozes e olhares diferentes não tiveram vez. Desprezaram o exercício básico da contextualização informativa, que pudesse permitir ao público-receptor dispor de recursos de compreensão e reflexão sobre os problemas noticiados.

A série "Venezuela no fundo do poço" em nada fica a dever às antigas peças de propaganda do "Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais" (IPES). Um círculo de estudiosos, jornalistas e publicistas conservadores, que se dedicou à preparação de uma “guerra psicológica” contra as esquerdas, de modo geral, e o governo de João Goulart, em especial.

A satanização do “inimigo”, que ameaçava a “democracia” (sob controle do mercado) e as “liberdades individuais” (do proprietário): eixos desqualificatórios utilizados, ontem, pelo IPES sobre o Brasil, como hoje, na reportagem da "Band" a respeito do país vizinho.

O IPES foi patrocinado pelo capital nacional e internacional, tendo favorecido à instalação da ditadura em 1964, conforme o clássico estudo do historiador René Dreifuss. Em relação às fontes de financiamento, a "Band" não fica atrás, como de resto os demais conglomerados brasileiros de comunicação. Quem paga tem o poder de incidir no retrato do mundo.

A convergência entre a série de reportagens da "Band" com a velha propaganda do IPES revela-se, também, no perfil do “mal” a ser exorcizado. Não encontrando corrente de esquerda similar no Brasil dos nossos dias, parece que o alvo se direciona a um “exemplo daninho” no continente. Uma experiência política, a bolivariana, a ser demonizada e expurgada de qualquer eventual inspiração em nosso país.

Uma esquerda que guarda não poucos traços de semelhança com as ideias e os valores defendidos pelas correntes trabalhista e comunista, do período em que atuou o IPES. Particularmente sintonizados, o intervencionismo estatal, a primazia dada à participação popular nos processos decisórios e o anti-imperialismo.

A Venezuela de hoje é um espelho que reflete experiências e cosmovisões políticas que já alcançaram significativa expressão no Brasil. Nesse sentido, não bastou o golpe civil-militar de 1964. Não bastou o entreguismo de PSDB/FHC, que deslocou os centros de poder decisório nacional para o exterior. Não basta o lastimável desaparecimento daquele perfil de esquerda no país. Busca-se, assim, um exemplar fora do Brasil, para o cotidiano “exorcismo” das ”assombrações" nacionalista, socialista e anti-imperialista.

FONTE: escrito por Roberto Bitencourt da Silva, doutor em História (UFF), professor da FAETERJ-Rio/FAETEC e da SME-Rio. Postado no "Blog do Miro"    (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2015/11/a-imagem-da-venezuela-na-band.html#more)

DILMA REAFIRMA O DIREITO LEGÍTIMO DO POVO PALESTINO À AUTODETERMINAÇÃO

Dilma: "Ao direito legítimo à autodeterminação do povo palestino"

"A presidenta Dilma Rousseff, por ocasião do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, celebrado amanhã, domingo (29), encaminhou mensagem ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon em que reafirma o total apoio do governo brasileiro “ao direito legítimo à autodeterminação do povo palestino”.

Para a presidenta, “a falta de uma solução pacífica para a questão da Palestina continua a ser uma ameaça à paz e à segurança internacional”. De acordo com a mensagem, "passos concretos para alcançar prontamente a solução de dois Estados devem ser tomados, de forma a romper o círculo vicioso da violência”.

Defesa da soberania palestina

Em todas as situações de conflito na faixa de Gaza, o governo brasileiro veio a público condenar os ataques israelenses ao povo palestino. A última mensagem presidencial, no auge do conflito em agosto do ano passado, o governo brasileiro condenou “o uso desproporcional da força israelense em Gaza, que levou à morte centenas de civis, especialmente mulheres e crianças”. E ainda, “reiterou a posição histórica do Brasil em todos os foros internacionais de defesa da coexistência entre Israel e Palestina, como dois Estados soberanos".

As relações entre o Brasil e a Palestina tiveram início em 1975, quando a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que à epoca existia apenas como movimento de libertação nacional, foi autorizada a designar representante em Brasília. Mas somente em dezembro de 2010 que o Brasil reconheceu o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967 – iniciativa que foi seguida por quase todos os países sul-americanos.

O Brasil apoiou e copatrocinou a Resolução 67/19 da ONU, que elevou o status da Palestina a "Estado observador não membro das Nações Unidas".

Em 31 de dezembro de 2010, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, esteve presente por ocasião da posse, para o primeiro mandato, da presidenta Dilma Rousseff e agradeceu o governo brasileiro pelo esforço de reconhecimento do Estado junto às Nações Unidas.

Nota:

A mensagem oficial por ocasião ao Dia de Solidariedade com o Povo Palestino foi publicada na noite de quinta-feira (26), no portal do Itamaraty. Segue a íntegra abaixo:

Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino



"No contexto da celebração, pela comunidade internacional, do Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino, o Governo brasileiro reitera seu total apoio ao direito legítimo à autodeterminação do povo palestino.

O Brasil, que reconheceu formalmente o Estado da Palestina em 2010, permanece comprometido com o estabelecimento de um Estado Palestino soberano, economicamente viável e territorialmente contíguo, com capital em Jerusalém Oriental, convivendo lado a lado, em paz e segurança, com Israel, com base nas fronteiras internacionalmente reconhecidas de 1967, de acordo com o Direito Internacional e as resoluções pertinentes das Nações Unidas.

O Brasil acompanha com preocupação o recente recrudescimento da violência contra civis palestinos e israelenses. A expansão dos assentamentos ilegais e os ataques inspirados por ódio e extremismo religioso constituem sérios obstáculos a que se alcance a solução de dois Estados e, portanto, uma paz duradoura na região.

A falta de uma solução pacífica para a questão da Palestina continua a ser uma ameaça à paz e à segurança internacional. Passos concretos para alcançar prontamente a solução de dois Estados devem ser tomados, de forma a romper o círculo vicioso da violência.

Ambas as partes devem retomar as negociações em boa fé, com base nos princípios e parâmetros estabelecidos pelo Direito Internacional e as resoluções pertinentes das Nações Unidas.

O Brasil continuará a apoiar ativamente os esforços para que se alcance uma paz justa e duradoura na Palestina, baseada na solução de dois Estados e na concretização do direito inalienável à autodeterminação do povo palestino.
"


FONTE: do Portal "Vermelho", com informações do Itamaraty   (http://www.vermelho.org.br/noticia/273341-1).

COMPLEMENTAÇÃO

NETANYAHU MOSTRA SUA FACE: "NEM UM METRO QUADRADO" PARA PALESTINOS



"A declaração é reposta às medidas apresentadas pela União Europeia para acalmar as tensões na região. "Não haverá transferência de territórios [isto é, devolução dos territórios roubados] para os palestinos, nem 40 mil metros quadrados, nem 10 mil, nem um metro quadrado". Agravada em outubro, a nova onda de violência já provocou mais de cem mortes do lado dos palestinos, além de 19 israelenses, um eritreu e um norte-americano. A propagação da violência despertou o receio de uma terceira Intifada (rebelião popular palestina contra forças de ocupação de Israel), levando a diplomacia dos Estados Unidos a se envolver em uma solução diplomática para o conflito que se arrasta há décadas.



O crescente, contínuo e impune roubo de territórios palestinos por Israel. Não querem devolver "nem um metro quadrado"

Da "Agência Lusa", de Portugal

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assegurou no domingo (29) que não vai "transferir"
[isto é, devolver os territórios roubados] "nem um metro quadrado" de território para os palestinianos, respondendo às medidas apresentadas pela União Europeia para acalmar as tensões na região.

"Não haverá transferência de territórios para os palestinos, nem 40 mil metros quadrados, nem 10 mil, nem um metro quadrado", disse Netanyahu em uma reunião do partido, segundo noticiou a agência espanhola EFE.

O dirigente israelense comentou a proposta, em debate nas últimas semanas, para melhorar as condições de vida dos palestinos e acalmar as tensões que aumentaram desde o final de setembro.

Agravada em outubro, a nova onda de violência já provocou mais de cem mortes do lado dos palestinos, além de 19 israelenses, um eritreu e um norte-americano.

A propagação da violência despertou o receio de uma terceira Intifada (rebelião popular palestina contra forças de ocupação de Israel), levando a diplomacia dos Estados Unidos a se envolver em uma solução diplomática para o conflito que se arrasta há décadas.

Na terça-feira (24), o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, abordou o assunto com Netanyahu e também com o presidente palestino, Mahmud Abbas, em reuniões em Jerusalém e Ramalá, avançando com um conjunto de medidas para acalmar os ânimos, entre as quais uma petição para que Israel passe algumas áreas da Cisjordânia (a Zona C, segundo a tipificação dos Acordos de Oslo) para a jurisdição palestiniana (Zonas A e B)."

FONTE da complementação: do portal "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/207217/Netanyahu-mostra-sua-face-nem-um-metro-quadrado-para-palestinos.htm). [Imagem do google, legenda e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

BRASILEIROS ENVIARAM US$ 590 BILHÕES ILICITAMENTE PARA O EXTERIOR




Paraísos Fiscais: Eternos Enquanto Duram, Finitos Enquanto Deduram

Por Fernando Nogueira da Costa, no "Cidadania & Cultura" 

"Sílvia Rosa (jornal "Valor", 06/11/15) informa que práticas de envio de recursos não declarados à Receita Federal para o exterior, como a do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, muito comuns no passado, se tornarão cada vez mais difíceis com o aumento da regulação e o acordo para troca de informações bancárias e fiscais entre governos que entram em vigor no ano que vem.


De acordo com estudo da "Global Financial Integrity" (GFI), a saída de capitais do Brasil, no período de 1960 a 2012, somou US$ 590,2 bilhões, sendo US$ 401,6 bilhões referentes a recursos ilícitos, que abrangem tanto capitais de origem não lícita quanto aqueles não declarados à Receita.

Também segundo a GFI, na média, 44% dos fluxos de capitais ilícitos de países em desenvolvimento, entre 2002 e 2006, foram absorvidos por paraísos fiscais, que, de acordo com o conceito usado pelo FMI, até 2011 incluíam a Suíça e a Irlanda, e cerca de 56% foram depositados em bancos de países desenvolvidos.

A maioria dos recursos enviados para o exterior foi por via oficial. O que existe é um estoque de recursos mandados de forma ilegal no passado, mas os próprios bancos já não têm interesse em manter essas contas que não foram declaradas“, diz Samir Choaib, sócio do escritório "Choaib, Paiva e Justo Advogados". Esses recursos ficaram preservados no exterior por muito tempo, já que em países como a Suíça os bancos não eram obrigados a fornecer informações sobre o patrimônio de clientes no exterior, a não ser que estivessem sendo investigados pela Justiça no país de origem, como acontece agora na operação Lava-Jato.

A sonegação fiscal na Suíça era considerada contravenção penal, mas não crime. Por isso, os bancos suíços se negavam a passar informações de clientes que estivessem sendo investigados por sonegação fiscal no Brasil, pois não podiam quebrar o sigilo bancário”, diz Sergio Mitsuo Vilela, sócio do escritório de advocacia "Bravest", em Zurique, que tem filiais em Portugal e no Brasil.



No caso da Lava-Jato, havia evidências concretas de desvio de recursos, além dos depoimentos da delação premiada, com dados específicos sobre o dinheiro enviado para o exterior, que permitiram à Procuradoria Geral da República ter acesso às informações das contas de Eduardo Cunha na Suíça. O deputado mantinha 2,4 milhões em francos suíços em contas não declaradas no exterior no "private bank Julius Baer", que comprou o "Merrill Lynch", do qual Cunha era cliente.

Os próprios bancos começaram a denunciar as contas não declaradas e com indícios de irregularidades”, afirma uma fonte que assessora clientes brasileiros na Suíça. O Ministério Público suíço, por exemplo, já bloqueou R$ 1,3 bilhão relacionados à operação Lava-Jato.

Por lei, é considerado crime de evasão de divisas o envio de recursos para o exterior por meio não oficial ou o simples fato de se possuir uma conta não declarada lá fora. Além da maior regulação, as exigências de observância de leis e normas (“compliance”) são mais rigorosas para pessoas politicamente expostas (PEP, na sigla em inglês), como exige a FATF (“Financial Action Task-Force”), grupo intergovernamental que combate a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo, do qual o Brasil é membro. Devido ao risco de imagem, muitos bancos até têm evitado esses clientes.

A partir de 2016, a Suíça passará a entregar informações de clientes brasileiros em bancos suíços, mediante pedido das autoridades do Brasil, nos termos do acordo entre os países que integram o Fórum Global, da OCDE e do G-20, que trata da troca de informações bancárias para fins fiscais.

A partir de 2018, essa troca de informações passará a ser automática. O Brasil já assinou o acordo da OCDE, mas falta a ratificação pelo Congresso...
Além disso, o país assinou acordo com os EUA, baseado no "Foreign Account Tax Compliance Act", que prevê a troca de informações bancárias com o objetivo de combater a evasão de divisas. Os Estados Unidos já repassaram informações referentes a 25 mil contas de brasileiros em território americano. O mesmo acordo foi assinado por paraísos fiscais, como Ilhas Cayman e Ilhas Virgens Britânicas.

Muitos investidores abriam empresas de fachada nesses lugares porque esses países não eram obrigados a informar o nome dos beneficiários finais da companhia. Segundo a legislação brasileira, são paraísos fiscais países que cobram uma tributação para as empresas de até 17%.

Segundo Dev Kar, economista-chefe da GFI, não há exigência internacional para bancos, muitos menos aqueles em paraísos fiscais, coletarem informações sobre os proprietários de empresas. “Um banco pode ter informações sobre os dirigentes de uma empresa de fachada ou uma “trust”, mas não fornece informação sobre quem são os proprietários reais do capital.

O doleiro Alberto Youssef, investigado na operação Lava-Jato, usou a conta de empresas abertas em nome de “laranjas” em paraísos fiscais para enviar dinheiro para contas na Suíça, como, por exemplo, para as mantidas no "private bank suíço PKB". Esconder o dinheiro hoje, no entanto, está mais difícil.

Até 2018, os 129 países que participam do "Global Forum", da OCDE, devem adotar o acordo para troca de informações. Apenas países com alto risco econômico e político, que fazem parte da lista do "Grupo de Ação Financeira Internacional" (Gafi), que visa combater a lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo, não são obrigados a cumprir as novas regulamentações. “Temos um cenário, hoje, em que não se pode mais usar a soberania de um Estado como escudo para esconder recursos ilícitos”, diz Heleno Torres, advogado e professor da Faculdade de Direito da USP.

Segundo Torres, mesmo países da América do Sul que eram usados como paraísos fiscais, também estão apertando o cerco. O Uruguai já avisou aos clientes que, a partir de 1º de janeiro 2016, aqueles que não apresentarem a declaração do imposto de renda terão suas contas encerradas no país. A multa para recursos mantidos em paraísos fiscais no Brasil chega a 150%.

Para regularizar esses recursos, o governo brasileiro enviou ao Congresso o projeto de lei 2.960, sobre repatriação de bens no exterior que não foram declarados à Receita. O projeto prevê a anistia para quem regularizar a situação junto ao fisco, desde que a origem do dinheiro seja lícita. A tributação prevista é de 30% sobre o valor dos bens em 31 de dezembro de 2014. O governo pretende arrecadar entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões com o possível repatriamento. “Quem estiver em situação irregular é melhor aderir ao projeto de anistia e pagar a multa sobre o valor do patrimônio, para ter sua situação regularizada no país“, diz Choaib.

P.S de FNC: última chance, corruptos, traficantes, lavanderias… Quem lhes dá — e avisa –, o Congresso, amigo é… )."


FONTE: escrito por Fernando Nogueira da Costa, no "Cidadania & Cultura". Transcrito no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/paraisos-fiscais-finitos-enquanto-deduram).

ATENTADO DE PARIS: 13 PERGUNTAS E 24 REFLEXÕES



         Créditos da foto: UNRWA 30/01/2014

Atentado de Paris: 13 perguntas e 24 reflexões

Nenhum dos 13 objetivos da guerra contra a Síria tem a ver com eliminar o terrorismo: o jihadismo e o imperialismo se alimentam mutuamente.

Por Nazanín Armanian, no site "Carta Maior"

“A verdade é a primeira vítima de toda guerra”

13 PERGUNTAS:

1. Quais são as mentiras dos atentados do dia 13 de novembro, em Paris para que o presidente Hollande utilize a palavra “guerra” no combate contra o terrorismo? 

Pois uma “guerra” – investida militar – se declara entre Estados, e não de um país contra um grupo terrorista com sede e presença em mais de vinte países, inclusive na França.

2. Que garantia há de que as notícias que nos transmitem reflitam a verdade? 

Robert Menard, fundador da organização "Repórteres Sem Fronteiras" e prefeito de Bèziers, por exemplo, é um ultradireitista que encabeça a campanha de expulsão dos refugiados sírios.

3. Por que as imagens (falsas ou verdadeiras) dos bombardeios russos na Síria mostram vítimas civis, enquanto nas correspondentes aos ataques da coalizão ocidental só se possam ver pontinhos negros no deserto, quando a cidade de Al Raqa, agredida e cercada militarmente, milhares de pessoas que não puderam fugir da guerra vivem sem eletricidade? Estão aplicando o ilegal castigo colectivo?

4. Bashar al-Assad teria direito de bombardear França, Arábia Saudita, Qatar, Turquia, entre outros, caso dissesse que há células terroristas que viajam ao seu país para criar distúrbios?

5. Não foi o próprio Estado Islâmico (EI) o alvo de cerca de 200 bombardeios franceses, entre setembro e novembro de 2014? O que mais pretendem fazer?

6. Como é possível que os Estados Unidos e seus sócios, em poucos dias, destruissem o exército líbio, mas não puderam com alguns poucos terroristas carentes de armamento pesado?

7. A Turquia tem o direito de organizar milhares de homens armados para desmontar outro Estado-membro da ONU [a Síria] sem a autorização da OTAN (Pentágono)? Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes, que abrigam bases militares estadunidenses, podem fazer o mesmo? É como se a Espanha treinasse 30 mil terroristas nas fronteiras com o Marrocos ou a França para derrubar o seu governo, fornecendo bombas, mísseis e apoio logístico, sem prévia permissão de Bruxelas e Washington?

8. Segundo alguns analistas ocidentais, a expansão do jihadismo é uma das consequências das guerras contra o Iraque e o Afeganistão. Acaso pretenderão alimentar maior expansão desse fenômeno, que tem sido um ninho para os militaristas do Ocidente e do Oriente?

9. O que querem nos dizer é que a “inteligência” ocidental, com tantos artefatos ultrassofisticados, é menos inteligente que um grupo de garotos aventureiros?

10. Sobre a piada dos “documentos de identidade” que não se queimam e que teriam sido deixados pelos terroristas antes de explodirem seus próprios corpos, cabe a pergunta: como dois dos suicidas se mataram nas ruas vazias do lado de fora do Estádio de Saint-Denis e não no meio da aglomeração dos torcedores que saiam do campo?

11. Como é possível que as grandes potências tenham alcançado cessar fogo na Síria com os terroristas do Estado Islâmico? Alguém tem contato direto com eles? Por que não o fizeram durante os quatro anos anteriores? Utilizar esse argumento justifica a ação de desmantelar o Estado sírio?

12. Que grupo assassino é considerado “terrorista” para o Ocidente? Os Talibãs, coautores dos atentados do dia 11 de setembro de 2001, o são?

13. Qual o interesse da OTAN ao destruir os Estados não religiosos como Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria, respaldando os islamistas, para logo viver com eles numa espécie de “coexistência pacífica”? O terrorismo islâmico é uma cortina de fumaça?

Objetivos e consequências do atentado

24 REFLEXÕES:

1. Empurrar a Europa a uma megaintervenção na Síria, capaz de derrubar Assad, e desatar a “crise de refugiados” na Europa.

2. Desmontar o “Plano Putin-Obama” de manter Assad no poder durante a transição política, ao qual Arábia Saudita, Qatar e Turquia se opõem. O diário republicano "New York Post" chegou a pedir que Obama renunciasse ou atuasse contra Assad. Mais atentados no Ocidente abrirão o caminho para os novos “Bushs” na Casa Branca.

3. Mudar o balanço militar nesta fase quase final do conflito a benefício da OTAN, justamente quando Rússia e Irã foram transformados em protagonistas absolutos do cenário. O atentado contra o avião russo também se encaixaria nesse contexto. Se trata nada menos que da conquista da Eurásia por parte das potências mundiais.

4. Tomar uma região desocupada pelos Estados Unidos, agora que Obama leva as suas tropas a cercar a China. Um traje grande demais para a França, que carece de recursos para fazer esse papel.

5. Segundo o “Instituto para a Paz e a Prosperidade” e a Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos, a aviação da coalizão Anti-EI, liderada pelo Pentágono, bombardeia as posições dos curdos da Síria, e não as dos jihadistas, e afirma que “o apoio aos rebeldes sírios significa financiar grupos terroristas com o dinheiro dos contribuintes”. Essa é uma das 23 verdades incômodas sobre o Estado Islâmico.

6. Abrir caminho para a conquista militar da Síria, que de outra forma seria impossível. Hillary Clinton confessou ao diário "The Atlantic", no dia 1 de agosto de 2014, que a intervenção dos Estados Unidos na Síria foi desenhada para “mudar a equação” em favor dos rebeldes: de alguma forma, os jihadistas vêm atuando como tropas terrestres da Coalizão para fazer da Síria um Estado falido.

7. Justificar os bombardeios ilegais do Ocidente contra a Síria, já aprovados pelo próprio Conselho de Segurança, o mesmo que rejeitou a petição de atacar o país em julho de 2012.

8. Reconstruir a coesão político-militar da OTAN no Pentágono, impedindo que os europeus pragmáticos retomassem suas relações de cooperação com a Rússia.

9. Reforçar as bases militares da OTAN na Turquia (e na Espanha). Nas últimas eleições, os atentados atribuídos aos jihadistas deram a maioria absoluta aos islamistas de "Tayyab Erdogan" – outro dos patrocinadores do terrorismo religioso: a OTAN para atuar na Síria, necessita uma Turquia estável, onde pode dirigir as operações de conquista de Damasco.

10. Mostrar a eficacia da tática de Obama, de transformar a Síria num pântano onde pode desgastar os inimigos e rivais dos Estados Unidos e de Israel.

11. A ameaça terrorista contribuirá para que mais cortes sociais e mais pobreza não sejam contestados: as novas leis “Patriot” e o aumento das mordaças aos críticos se propagarão: todos os cidadãos, exceto os governantes, serão suspeitos de terrorismo.

12. Multiplicar os lucros das empresas armamentistas: as estadunidenses Honeywell e General Dynamics, a francesa Thales e as britânicas Bae Systems e Rolls Royce estão faturando alto.

13. A França deixa de ser uma bárbara potência colonial, e passa a ser uma vítima de bárbaros procedentes da região que um dia ela avassalou. Agora, além disso, pode pedir sua parte da Síria como prêmio, o que está sendo dividido entre os sócios do G20.

14. Atacar a solidariedade dos europeus com os refugiados e vinculá-los com o terrorismo, dentro da miserável tática do “dividir para vencer”. Para a maioria dos muçulmanos do mundo –principais vítimas do jihadismo –, o Islã é uma espiritualidade privada e não uma doutrina política.

15. Legitimar as boas relações das potências mundiais com os regimes autoritários e obscurantistas de Oriente Próximo e Norte de África (OPNA), apresentando a eles como “moderados” em comparação com os impiedosos jihadistas. A notícia é que Ali al Nimr, cidadão da monarquia “moderada” da Arábia Saudita e ativista de 21 anos, depois de três anos vivendo sob torturas, foi condenado à morte por decapitação e crucificação em público. Logo depois, a ONU apontou Riad como referência mundial da defesa dos direitos humanos.

16. Presentar a "Coalizão Árabe da Síria" – a nova cria da OTAN – como alternativa ao governo de Assad.

17. Impedir novas marchas contra os cortes de gastos sociais e contra o TTIP (sigla em inglês do Tratado Transatlântico de Investimentos), que partiram de várias cidades (Berlim, Madri, Londres, entre outras) rumo a Bruxelas. Conectar os atentados de Paris com a Bélgica e declarar Estado de emergência na sede da Comissão Europeia, o que motivará a suspensão de novas marchas contra a hegemonia das multinacionais e atentando contra os direitos dos trabalhadores.

18. Enviar mais efetivos militares ao Mali, aproveitando o atentado num hotel naquele estratégico país. A França já conta com 3 mil soldados no Sahel, disputando suas grandes reservas de urânio (que abastecem meia centena das suas centrais nucleares), ouro e outros minerais com a China.

E a nível interno [da França]:

19. Resgatar François Hollande, que chegou a ser considerado “o pior presidente da história da França”. Agora, pode sonhar com uma possível reeleição em 2017.

20. Forçar o crescimento das forças fascistas. Assim, a esquerda poderia até mesmo votar em Nicolas Sarkozy, o NeoCon europeu, nas próximas eleições presidenciais. É a mesma jogada desenhada em maio de 2002.

21. Fazer com que os cidadãos franceses renunciem voluntariamente aos seus direitos políticos. Já foram tirados os direitos econômicos e sociais, e agora vão fazer o mesmo com os direitos políticos. Mas que diferença real existe entre o ataque de um estrangeiro (ou o cometido por um compatriota) e as conquistas de um povo?

22. Impulsionar a “unidade nacional” burguesa, baseada no medo, contra os mais pobres, representados pelos refugiados da guerra na Síria, os imigrantes e a classe trabalhadora própria. É como a estranha relação entre um preso e seu carcereiro. Na verdade, se trata de ódio aos pobres, disfarçado de ódio ao islã. Basta ver a magnífica relação entre os líderes do imperialismo com os sheiks do Golfo Pérsico.

23. A França é um dos países que há 30 anos vem enviando homens e mulheres de religião “cristã”, sem visto e armados até os dentes, aos países do OPNA. Soldados “civilizados”, que mataram cerca de um milhão e meio de pessoas, ferindo umas 20 milhões, obrigando a fugir dos seus lares a outras 30 milhões, ocupando suas terras e levando suas fortunas pessoais e nacionais. E ainda assim, eles não são “cristianófobos”.

24. Fechar as fronteiras da Europa. Imaginem a felicidade sentida agora pelo presidente búlgaro Boyko Borisov! Afinal, seu colega Hollande, defensor da “fraternité”, apoiado pelos cidadãos do seu país, respalda as políticas anti-imigratórias da ultradireita.

Nenhum dos 13 objetivos da guerra contra a Síria tem a ver com eliminar o terrorismo. Ainda que o Estado Islâmico despareça (o que não acontecerá), a guerra na Síria continuará: o jihadismo e o imperialismo se alimentam mutuamente, e têm catastróficos planos para esta região.

FONTE: escrito por Nazanín Armanian, iraniana, residente em Barcelona desde 1983, quando se exilou no país. Licenciada em Ciências Políticas, dá aulas em cursos online da Universidade de Barcelona. Também é colunista de Público.es (da Espanha). Artigo publicado no site "Carta Maior" com tradução de Victor Farinelli. Transcrito no site "Patria Latina"  (http://www.patrialatina.com.br/atentado-de-paris-13-perguntas-e-24-reflexoes/).

MÍDIA DOS EUA AGE COMO AGÊNCIA DE PROPAGANDA OFICIAL



                 Créditos da foto: Pete Souza

Tudo é lindo na política externa norte-americana

A grande mídia corporativa dos EUA apoia a política externa do governo apresentando um mundo distorcido ao público norte-americano

Por DAVE LINDORFF, no "CounterPunch" (EUA)

"Seria a mídia corporativa norte-americana notadamente composta por órgãos de propaganda [oficiais] ou agências de notícias?

Aqui estão alguns pontos a se considerar e, então, o leitor pode decidir. Confira algumas perguntas abaixo e verifique como a mídia corporativa dos EUA geralmente produz suas respostas:

1. Se o Estado Islâmico ou a Al Qaeda deliberadamente atacam civis, como no recente episódio em Paris, indiscriminadamente matando dezenas de pessoas, seria isso terrorismo?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: Sim

2. Se os EUA deliberadamente atacam civis, como no caso do hospital dos Médicos Sem Fronteiras em Kunduz, Afeganistão, matando indiscriminadamente dezenas de pessoas, seria isso terrorismo?
Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: não

3. Se o governo chinês assume o controle de uma ilha minúscula, reivindicada por outra nação, e ali instala uma base militar, seria esse um exemplo de agressão, uma violação do direito internacional e uma provocação?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: Sim

4. Se o governo dos EUA assume o controle e, em seguida, se recusa a renunciar uma porção de uma minúscula ilha, propriedade de outro país, neste caso Cuba, e ali instala uma base militar (como tem feito já por décadas, no caso da Baía de Guantánamo) seria esse um exemplo de agressão, uma violação do direito internacional e uma provocação?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: não

5. Se a líder de um partido que ganha a eleição nacional, mas anuncia que, na verdade, é ela que tomara todas as decisões importantes para o governo recém-eleito, como Suu Ky anunciou que fará em Mianmar, seria esse um exemplo de comportamento antidemocrático ou de caudilhismo?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: Não

6. Se um país estrangeiro coloca mísseis apontados para outra nação no território de um país adjacente ao país-destino, como fez a URSS em Cuba, seria essa uma ameaça para o país de destino, no caso os EUA?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: Sim

7. Se os EUA colocam mísseis na Polônia apontados pra Rússia, como fizeram, ou colocam armamento nuclear na Alemanha, também tendo a Rússia como alvo, o que foi feito, seriam essas ameaças para a Rússia?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: não

8. Se o Irã proporciona assistência militar aos rebeldes de um país vizinho como Iêmen, e tal grupo, os Houthis, com sucesso derrubam um autocrata do poder, seria isso subversão?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: Sim

9: Se os EUA financiam organizações dentro de outro país que organizam protestos, marchas e atentados sangrentos que, finalmente, derrubam o governo eleito, como os EUA fizeram na Ucrânia, seria isso subversão?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: não

10. Se o Irã, signatário do Tratado de não Proliferação Nuclear, pretende desenvolver capacidade de refino do urânio-235, o que um dia poderia ser usado para fabricar armamento nuclear, mas concorda com inspeções e supervisão internacional, seria essa uma grave ameaça à estabilidade regional no Oriente Médio e à paz mundial?

Resposta objetiva: não, já que existe outra poderosa nação com armamento nuclear no Oriente Médio,
 com a capacidade de obliterar totalmente o Irã — ou seja, Israel.

Resposta da mídia: Sim
11: Se Israel, que nunca assinou o Tratado de não Proliferação, se recusa a permitir inspeções em suas instalações nucleares, é conhecido por ter centenas de armas nucleares, bem como os aviões e mísseis para enviá-los a qualquer lugar, seria essa uma grave ameaça à estabilidade regional no Oriente Médio e à paz mundial?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: não

12: Se uma pessoa revela, por dinheiro, a uma potência estrangeira, o funcionamento interno do sistema de interceptação de sinais da Agência de Segurança Nacional (NSA), bem como as identidades de centenas de agentes da inteligência secreta dos EUA, como fez o espião israelense Jonathan Pollard, seria ele um inimigo dos Estados Unidos?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: não

13. Se uma pessoa revela, em ato de princípio e enquanto denunciante, sem compensação financeira, a espionagem 
da NSA ilegal e inconstitucional contra cidadãos americanos, como fez Edward Snowden, agora exilado, seria ele um inimigo dos Estados Unidos que deve, portanto, ser castigado?

Resposta objetiva: não

Resposta da mídia dos EUA: Sim

14. Se terroristas pró-Estado Islâmico em Paris disparam contra feridos, vítimas de seus atentados de terror, seria esse um exemplo da barbárie e um crime digno da condenação de todo o mundo?

Resposta objetiva: Sim

Resposta da mídia dos EUA: Sim

15: Se vídeos mostram as forças de defesa israelenses atirando na cabeça de um palestino, ferido e deitado na rua, seria esse é um exemplo de barbárie e um crime de guerra digno da condenação de todo o mundo?

Resposta objetiva: Sim

Resposta de mídia dos EUA: Não (não foi sequer noticiado)

Evidentemente que essa lista poderia continuar, mas as evidências tornam óbvio e incontestável que a grande mídia corporativa dos EUA trabalha em sintonia, essencialmente apoiando a política externa dos EUA e apresentando um determinado mundo para público norte-americano, de forma muito distorcida e pró-governo.

Por que isso acontece, uma vez que essas agências de notícias são, majoritariamente, não diretamente, financiadas ou controladas pelo governo, como são em países onde se espera que a mídia seja arma de propaganda, é uma história complicada, que vem há muito tempo sendo explicada claramente por especialistas como Noam Chomsky e Edward Herman.

Independentemente da lermos sobre o assunto, a realidade é clara para qualquer um que preste a mínima atenção: a mídia dos EUA, particularmente quando trata de assuntos externos, mas também quando trata de assuntos como a inteligência e a espionagem doméstica, não pode ter nossa confiança por apresentar a verdade, nem algo que minimamente se aproxime da verdade.

Gostaria de salientar aqui que evidências sólidas em torno desse desrespeito intencional à verdade por parte da mídia corporativa podem ser encontradas aqui em nossa própria e humilde organização de pequenas notícias, "ThisCantBeHappening!". Nos últimos quatro anos, nós denunciamos:

* O papel da CIA em orquestrar o caos sectário e terrorista no Paquistão

* O papel central da justiça e da inteligência norte-americanas na coordenação do esmagamento brutal do movimento "Occupy" nas cidades por todo os EUA.

* O conhecimento prévio e a total falta de preocupação ou ação do FBI sobre os planos bem documentados em Houston que tratavam dos grupos conhecidos e não identificados que conspiravam para assassinar líderes do movimento "Occupy" por meio de "rifles de longo alcance". (O FBI enviou memorandos sobre essa trama para escritórios regionais do FBI e para o quartel-general, mas nunca agiu para impedi-la e nunca prendeu qualquer um dos envolvidos na trama).

* A administração Obama deliberadamente escondendo provas forenses dos médicos legistas turcos que mostravam que membros da força de defesa de Israel executaram brutalmente Furkan Dogan, um garoto americano de 19 anos a bordo da embarcação humanitária em Gaza, Mavi Marmara, e não fizeram nada para punir os assassinos.
* O assassinato, pelas mãos de um agente do FBI, de um jovem imigrante checheno, Ibragim Todashev, na Flórida, que havia sido interrogado por tal agente e por um policial de Boston em seu próprio apartamento (Todashev pode ter tido provas de que o FBI tinha trabalhado com os irmãos Tsarnaev antes da explosão da maratona de Boston). Série em três partes: perguntas obscuras 1, perguntas obscuras 2 e perguntas obscuras 3.

(Essas e outras histórias, que foram relatadas e publicadas, e que foram amplamente cobertas pelos meios de comunicação alternativos, não foram nem ao menos mencionadas pela mídia corporativa dos EUA. Assim como a maioria dos importantes comunicados são ignorados sem qualquer aviso pela imprensa corporativa. Tais informações, portanto, não chegam à grande parte da população americana que obtém suas informações inteiramente através das fontes corporativas tradicionais)."


FONTE: escrito por DAVE LINDORFF, no "CounterPunch" (EUA). Publicado no site "Carta Maior" com tradução de Allan Brum   (http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/Tudo-e-lindo-na-politica-externa-norte-americana/12/35067).[Título acrescentado por este blog 'democracia&política'].

O LUCRATIVO TERRORISMO OCIDENTAL




Oswald Spengler e o lucrativo terrorismo ocidental

Por FÁBIO DE OLIVEIRA RIBEIRO

"Não é segredo que os EUA fomentou, financiou e armou a resistência islâmica afegã contra os soviéticos na década de 1980 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Ciclone

Assim que a URSS se retirou derrotada do Afeganistão com o rabo entre as pernas, a “ajuda humanitária” norte-americana estancou e o Talibã se tornou a principal força política, ideológica, religiosa e militar naquele país. Eventualmente, o próprio Talibã foi destruído após o ataque ao WTC, com lucro evidente para aqueles que forneceram armamentos e mercenários ao Pentágono.

A guerra deixou de ser um fenômeno militar e se tornou apenas um negócio? Antes de responder essa pergunta, lembre-se de algo importante: no passado a guerra irrompia de tempos e tempos, mas desde o governo G. W. Bush Jr. a guerra se tornou uma realidade permanente.

Os lucros da “Operação Ciclone” foram contabilizados pelos fabricantes de armamentos “made in USA” fornecidos aos afegãos. Algumas notícias sugerem que o mesmo pode estar ocorrendo em relação ao Estado Islâmico http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/09/estado-islamico-combate-com-armas-americanas-diz-relatorio.html , http://br.sputniknews.com/mundo/20150419/803704.htmle http://sputniknews.com/middleeast/20151128/1030898055/syrian-opposition-shells-russian-journalists-with-us-tow-missiles.html?utm_source=https%3A%2F%2Ft.co%2FnzEVwW41fI&utm_medium=short_url&utm_content=ajeQ&utm_campaign=URL_shortening.

O terrorismo discreta ou descaradamente fomentado pelos norte-americanos e seus aliados turcos (e eventualmente europeus) produz medo, destruição, morte e mutilação. Produz lucro também. Os fabricantes dos armamentos “made in USA” utilizados pelos degoladores do Estado Islâmico são homens honrados. Eles vendem seus produtos a preços de mercado. Quanto maior for a demanda, menor será o preço e o aumento do lucro será garantido pelo aumento da produção e da produtividade.

No caso do terrorismo islâmico, os lucros não estão sendo contabilizados apenas pelos fabricantes de armamentos nos EUA. Na Alemanha, houve um sensível crescimento da venda de armas de fogo após os ataques em Paris http://sputniknews.com/europe/20151127/1030887124/germany-weapon-sales-increase.html. Ninguém ficará surpreso se o fenômeno se repetir em outros países europeus. O aumento de consumo de um produto depende dos estímulos que são cuidadosamente fornecidos aos compradores em potencial. Não há estimulo maior e mais barato para a compra de armas do que o medo espalhado diariamente pela imprensa.

Ao meditar sobre o tema, lembrei-me de um livro lido há décadas:

“...Os leitores só chegam a saber o que devem saber, e uma vontade superior cria para eles a imagem do mundo. Os potentados barrocos ainda tinham de forçar os seus súditos a prestar o serviço militar. Agora já não há tal necessidade. Os espíritos das pessoas são fanatizados por artigos, telegramas, fotografias - Northcliffe -, até que elas mesmas exijam armas e obriguem seus líderes a iniciarem uma guerra que estes almejavam travar.

Eis o final da Democracia. No mundo das verdades, a prova decide tudo. No mundo das realidades, por sua vez, quem decide é o êxito. Pelo dinheiro, a Democracia anula-se a si própria, depois de o dinheiro ter anulado o espírito. O Cesarismo cresce no solo da Democracia, mas suas raízes penetram profundamente nas camadas ínfimas do sangue e da tradição. Por mais energicamente que os poderosos do futuro - já que a grande forma política da cultura se desfez irremediavelmente - dominarem a terra como se esta fosse sua propriedade particular, esse poderio informe, ilimitado, terá todavia uma missão a cumprir: a missão de cuidar sem descanso deste mundo. Tal cuidado é o contrário de todos os interesses na época da hegemonia do dinheiro e requer um senso de hora elevadíssimo, bem como a plena consciência do dever. Justamente por isso, porém, produz-se agora a luta final entre a Democracia e o Cesarismo, entre os poderes dominantes de uma plutocracia ditatorial e a vontade organizadora, puramente política, dos Césares." (A Decadência do Ocidente, Oswald Spengler, editora Zahar, Rio de Janeiro, 1964, p. 424-425)

Mesmo sendo pessimista Spengler ainda foi capaz de acreditar que o Cesarismo poderia ser um remédio amargo capaz de curar os males produzidos pelo dinheiro à Democracia. Ledo engano. Na fase atual - iniciada por Jimmy Carter ao financiar os mujahideens afegãos, aprofundada por Ronald Reagan e levada ao seu clímax por Bush Jr. e seus parceiros europeus - as democracias ocidentais fomentam o terrorismo porque o mesmo produz lucros para os respeitáveis industriais de armamentos que financiam as campanhas eleitorais dos Césares.

Ultrapassamos o ponto de não retorno? Cuidar do mundo neste momento significa preservar o estado permanente de guerra. Não há mais qualquer possibilidade de conflito entre a Democracia e o Cesarismo, pois nenhum líder ocidental tem consciência do dever e senso de honra elevada o suficiente para prejudicar os lucros das indústrias de armas. Só há um possível recomeço, mas ele depende da guerra total entre EUA-OTAN x Rússia-China. Um longo inverno se aproxima quer esse conflito final ocorra ou não."

FONTE: escrito por Fábio de Oliveira Ribeiro e publicado no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/oswald-spengler-e-o-lucrativo-terrorismo-ocidental).

O "EXÉRCITO ISLÂMICO" QUE TEM AS BÊNÇÃOS DOS EUA




O “Exército Islâmico” que tem as bênçãos dos EUA


"Conduzida com inesperada habilidade por Vladimir Putin, a posição de liderança da Rússia nos conflitos no Oriente Médio vem crescendo no Ocidente.

Os Estados Unidos, mesmo com a experiência de mais de uma década de ocupação no Afeganistão e no Iraque, ao contrário, têm cada vez mais dificuldades em serem vistos como uma força capaz de pacificar a região.

Também aqui são cada vez mais frequentes as vozes que se levantam contra a situação absurda a que não apenas aquelas duas guerras levaram, mas à política de demolição do Estado Sírio e, ao contrário, o suporte absoluto ao regime medieval da Arábia Saudita, ao fim e ao cabo a grande fonte de suporte do terrorismo do Exército Islâmico.

Hoje, há dois textos que creio, todos deveriam ler. Deles, separo alguns trechos, mas recomendo a leitura integral, para quem quer entender melhor a barbárie do que acontece lá, sob as bençãos do Ocidente “civilizado”.

O primeiro, é de Guga Chacra, ótimo correspondente do "Estadão". Ele faz o interessante exercício de buscar suas próprias previsões do início da crise síria. E as compara ao quadro atual.

“(…) decidi ver o que eu escrevi sobre a Guerra da Síria quando estava em Damasco quatro anos atrás. O texto segue abaixo e, claramente, já se delineava o atual contorno do conflito como observamos hoje. Noto que o temor na época era o de a Síria se tornar um novo Iraque ou um Líbano dos anos 1990. Virou e até ficou pior. Bashar al Assad tinha apoio dos cristãos, alauítas, drusos e sunitas moderados das grandes cidades. Continua tendo. A oposição era formada por sunitas conservadores do interior e um crescente número de estrangeiros. Ainda é assim. Assad não iria cair. Não caiu. Enfim, leia o relato que escrevi em outubro de 2011. Enfim, o panorama da Guerra da Síria era óbvio e é lamentável que as grandes potências tenham errado tanto e permitido a radicalização da oposição, que culminaria no surgimento do ISIS (Daesh ou Grupo Estado Islâmico) e outras facções radicais como a Frente Nusrah (Al Qaeda na Síria) e Jaysh al Islam. (o texto continua aqui)

O segundo – Arábia Saudita é o Estado Islâmico que o mundo tolera -, em "O Globo", é da experiente Ana Carranca, com vasta experiência de cobertura jornalística na região:

Enquanto a comunidade internacional reage horrorizada às ações do EI (“Exército Islâmico”), transmitidas como parte de sua propaganda, o regime saudita pratica quase sem oposição ações tão repugnantes quanto às dos terroristas — talvez ainda mais repulsivas porque cometidas por um Estado legal, que não apenas faz parte do sistema ONU como assumiu em outubro posição de comando no Conselho de Direitos Humanos da organização, em uma decisão escandalosa. (…)

O primeiro (EI) corta gargantas, mata, apedreja, decepa mãos, destrói a herança comum da Humanidade e despreza arqueologia, mulheres e não muçulmanos. O último (Arábia Saudita) é mais bem vestido e organizado, mas faz as mesmas coisas”, escreveu o jornalista argelino Kamel Daoud, em artigo no “New York Times”. “Em seu esforço contra o terrorismo, o Ocidente promove a guerra contra um, mas aperta as mãos do outro.”

Uma política, como a americana, que não admite a negociação com um Estado laico e moderado (certamente que com deformações em relação a nossos modelos ocidentais) e que apóia, política econômica e, sobretudo, com farto armamento a outro, que pratica e subvenciona o fundamentalismo mais radical, não pode funcionar, como não funciona.

Óbvio que Putin o percebeu. Óbvio que o mundo o percebe e até a dócil Europa dá cada vez mais suporte à ação russa, apesar de todas as resistências que tem ao grande urso.

O que falta para os norte-americanos que estão indo ao suicídio diplomático?

PS. Quem tiver dúvidas (e estômago muito forte) procure na internet o vídeo de uma mulher, conduzida por militares sauditas para ser decapitada em plena rua, a espada. Se não tiver estômago, veja como o país prepara uma decapitação coletiva de 50 pessoas, que vão se somar às 151 que tiveram seus pescoços cortados, este ano, pelo país que, inacreditavelmente, ocupa a presidência do Conselho de Direitos Humanos da ONU. É coisa para terrorista nenhum botar defeito."


FONTE: escrito por FERNANDO BRITO em seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/o-fanatismo-islamico-que-os-eua-abencoam/).

DESEMPREGO E INFLAÇÃO (Delfim Netto)




Desemprego e inflação

Pesquisas recentes mostram um declínio do poder da política monetária para promover a estabilidade da economia

Por Delfim Netto, na revista "CartaCapital"

"A queda no poder da política monetária no Brasil já deu os seus primeiros passos

Os economistas costumam respeitar as evidências empíricas por saberem que elas são a única forma de dar utilidade prática à disciplina que cultivam, à qual se dá o nome de economia. Ela tenta entender como se acomoda o comportamento do agente econômico individual e as consequências de sua inevitável agregação no nível coletivo,que parecem revelar relações estáveis e, às vezes, mensuráveis. O grande objetivo é descobri-las e medi-las, nem que seja apenas para conhecer o sinal do eventual nexo de causalidade. E a grande esperança é que possam ser manipuladas para melhorar o nível de bem-estar da sociedade.

Um exemplo interessante desse processo é a explicação de um fenômeno tão importante quanto a inflação que acompanha o homem desde o monopólio da emissão da moeda metálica pelo Estado.

Durante décadas, a manipulação da identidade PT = MV: o preço médio de tudo que foi transacionado (P), multiplicado pelo volume unitário das transações (T) é necessariamente igual a tudo o que foi pago em moeda (M), multiplicado pelo número de transações feito por elas (V), foi a grande diversão algébrica dos economistas. E levada ao paroxismo pelos “monetaristas” do século XX, com suas “longas e variáveis defasagens”. Por causa da instabilidade da relação entre a massa monetária e o PIB, a política monetária evoluiu para o controle da taxa de juros de curto prazo.

A evolução foi causada pelas mudanças autônomas dos comportamentos sociais dos agentes e pelas inovações criadas no mercado financeiro. Nos meados dos anos 1990, chegou-se à compreensão de que a política monetária influi na economia por meio de ao menos quatro canais de “transmissão”: 

1. O da taxa de juro
2. O da taxa de câmbio. 
3. O do crédito. 
 4. O dos efeitos sobre os preços dos ativos (riqueza). 

Na ponta da linha dos seus aperfeiçoamentos estão os modelos dinâmicos estocásticos de equilíbrio geral (DSGE, em inglês).


Tombini, presidente do Banco Central do Brasil, em audiência para discutir perspectivas da política monetária (Wilson Dias/ Agência Brasil)

O Banco Central do Brasil tem no seu corpo profissional bem apetrechados economistas e também os seus modelos. Como ele se comunica com o País em bancocentralês, em matematiquês e em inglês, é frequentemente mal-entendido. Tem um DSGE de médio porte que tem sido mantido no “estado da arte”. Recentemente, recebeu modificações substantivas importantes que, na minha opinião, sugerem que os seus economistas continuam “ligados” às profundas incertezas que envolvem a eficácia da política monetária no mundo. Isso é visível desde o começo, em 2011, quando, provavelmente, com alguma ironia, eles deram o nome de “Samba” ao modelo mais completo...

É assunto árido, talvez técnico demais, mas muito revelador. Quais as modificações que foram implementadas? 

A primeira foi que “a versão log-linearizada do modelo foi substituída pela especificação não linear original, que traz como consequência, a necessidade de definir as 'curvas de Phillips'” (a nebulosa ligação entre variações de salário e desemprego) e 
A segunda, que “o bloco fiscal foi alterado para tratar a tributação como variável de ajuste para atingir o equilíbrio dinâmico das contas públicas, tornado exógeno o componente dos gastos do governo”. Não há nada de dramático nos novos resultados, mas eles mostram uma resposta mais lenta da inflação e mais aguda do PIB à política monetária.

Suspeito que as incertezas que ainda cercam as decisões do FED estão ligadas à perplexidade de Alan Greenspan. Quando, em 2004, viu a quebra da relação entre as taxas de juro de curto e longo prazo, chamou-a de enigma (conundrum). As pesquisas empíricas recentes parecem mostrar um importante declínio do poder da política monetária para promover a estabilidade da economia. No Brasil, é visível pela segmentação do mercado de crédito. Nos EUA, a elasticidade do emprego com relação à taxa de juro parece ter se reduzido estruturalmente em muitos setores, colocando sérios problemas para a sensibilidade da chamada "Curva de Phillips", os mesmos que preocupam os economistas do nosso Banco Central. No mês de dezembro, talvez saibamos se a chairwoman Yellen decifrou o enigma."

FONTE: escrito por Delfim Netto na revista "CartaCapital"    (http://www.cartacapital.com.br/revista/877/desemprego-e-inflacao-3341.html).

domingo, 29 de novembro de 2015

CARTA ABERTA AO MINISTRO GILMAR MENDES, DO STF (Bispo Orlandil)




Carta aberta ao ministro Gilmar Mendes

Por Dom Orvandil, no Cartas e Reflexões Proféticas:

"Prezado ministro Gilmar Mendes

Certamente o senhor conhece a enorme repercussão social da infeliz e classista manifestação da ministra Carmen Lúcia na 2ª turma do STF ao justificar seu voto na decisão do ministro Teori Zavascki ao ordenar a prisão do Senador Delcídio do Amaral, cujo discurso foi objeto de uma carta aberta minha. [ver em http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2015/11/carta-aberta-ministra-carmen-lucia-do.html]

Na sexta feira, o senhor completou o colorido sombrio de casa grande sobre o País da senzala.

Numa associação de advogados em São Paulo no dia 27 de novembro deste ano, o senhor afirmou, para meu estarrecimento e o de milhões de irmãos brasileiros, porque fora de qualquer exercício da magistratura e do juízo de qualquer processo, algo de impressionar pelo caráter de seu compromisso ideológico, costumeiramente negado, como é de praxe entre pessoas de sua tez política: “Nessa campanha, a presidente Dilma disse, como candidata: nós fazemos o diabo para ganhar a eleição. O presidente Lula disse, em algum momento, na presença da candidata Dilma: eles não sabem o que nós somos capazes de fazer para ganhar a eleição. Agora a gente sabe o que eles podem fazer para ganhar a eleição, mas não na urna, em outro campo”.

Ora ministro, o senhor é um homem culto (no sentido de sua qualificação acadêmica com um curso de graduação em direito, dois mestrados e um doutorado) e sabe muito bem que até numa roda de cerveja com amigos as falas das pessoas são contextuais e pertencem a um universo amplo. O que o senhor citou de uma fala do ex-presidente Lula e outra da Presidenta Dilma, candidata a reeleição em 2014, fora dos devidos contextos, onde se encontram o sentido do que disseram, o senhor não as refere.

Ao não contextualizar o discurso alheio, o senhor dá novo significado, que diversam extremamente do que as duas personalidades disseram. Isso em metodologia científica e do ensino superior é chamado de desonestidade intelectual.

A partir daí o senhor infere, para mim movido de extraordinária má-fé, que os dois – um fazendo o diabo para ganhar a eleição, a outra de que os inimigos do povo, a direita, os fascistas, não sabem de que somos capazes para ganhar a eleição – de que os tais candidatos compraram de votos e que suas respectivas eleições são produtos da corrupção praticada por eles.

É o que senhor diz ao afirmar: “A gente fica imaginando (o senhor realmente é dotado de fantástica imaginação) a captação do sufrágio como a compra do eleitor via distribuição de telha, saco de cimento, tijolo. Na verdade, em termos gerais, dispõe-se da possibilidade de fazer políticas públicas para aquela finalidade. Aumentar Bolsa Família em ano eleitoral, aumentar o número de pescadores que recebem a Bolsa Defeso. Em suma, fazer esse tipo de política de difícil impugnação inclusive por parte dos adversários. A Justiça Eleitoral será que estaria preparada para esse tipo de debate? O que resulta disso é um déficit de R$ 50 bilhões estimado pelo TCU (Tribunal de Contas da União)”

Quer dizer, ministro Gilmar, para o senhor, o Estado assumir a responsabilidade, com projetos aprovados e amparados pelo Congresso Nacional, pelas mazelas que durante anos e séculos a classe dominante, pelo senhor defendida e aplaudida, jogando famílias brasileiras aos milhões na miséria e na pobreza, é compra de votos?

Para o senhor, retirar seres humanos da extrema desumanidade numa sociedade que se acostumou e até acha normal passar por filas de desempregados, por crianças, mulheres e homens mendigando nos semáforos, é comprar eleitores?

Para o senhor, acolher os direitos à cidadania por parte de negros, negras e indígenas jogados ao lixo como seres de terceira classe, é comprar votos?

Dar direito ao voto aos pobres e abraçá-los nas eleições para que ajudem a redesenhar a democracia, antes somente privilégio de brancos, de ricos e de proprietários mandantes dos famosos votos a cabresto, é compra de sufrágios e corrupção?

O senhor “imagina” que o direito de votar dos pobres não é conquista assegurada pela Constituição Federal, mas invenção de Lula – fazedor de diabos – e de Dilma – que, segundo o seu discurso, “faz qualquer coisa” para vencer pleitos – e não do povo composto por trabalhadores, pobres, jovens sem oportunidade de estudar e de crescer, que nem pensavam em quem votar?

O senhor, com sua afirmação sobre a Bolsa Família, respeitada mundialmente, inclusive pela ONU, e da proteção dos direitos dos pescadores, sempre abandonados às intempéries depois de fartas pescarias entregues aos restaurantes frequentados por quem se quer se lembra de seu sofrimento, considera que tudo foi feito pelo Estado brasileiro como política pública para arrebatar votos?

O senhor avalia que os pobres, os miseráveis, os esquecidos não merecem solidariedade, dr. Gilmar Mendes? Pelo contrário, que eles devem ser, como sempre o foram desde que se vota neste País, apenas sufrágios cabresteados e manipulados com dinheiro e esmolas em vésperas de eleições?

Sinceramente, juiz Gilmar, sua postura gera muitas tristezas, instabilidade política no País e no acirramento dos ânimos, jogando irmãos contra irmãos.

Sou professor do ensino superior e todas as semanas me deparo com alunos e alunas que somente comem do pão cultura graças ao Pró Uni e até ao Bolsa Família. Talvez se o senhor imaginasse menos e convivesse mais com o povo, com os pobres e com os trabalhadores acabaria por entender da mesma maneira que eu.

Mas o entendo, dr. Mendes. Aliás, muita gente entende o senhor e o que faz neste País para desgraçar nossa paz.

Nosso povo na sua imensa sabedoria define bem a biografia do senhor, quando afirma: “dize-me com quem andas e te direi quem és”.

O noticiário deste ano é farto em fatos ruins e de pessoas indecentes. Pois o senhor se reuniu com algumas dessas, notórios golpistas, e elas sim fisiológicas, fichas sujas e mau caráter. Reuniu-se para fazer o que o povo diz no seu ditado para dizerem o que são. Cito a notícia literalmente: “O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tratou com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e com o deputado Paulinho da Força (SD-SP) a crise política e o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff”.

As pessoas que o acompanham são realmente ativas no poder e nos desfrutes da casa grande, adoradas também por Eduardo Cunha e Paulinho da Força, manifesto pelego que envergonha a classe trabalhadora. Aqui mais um exemplo: “Gilmar Mendes foi nomeado para o Supremo pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso”. Como o Brasil e o mundo sabem, o seu amigo presidente, a respeito de quem o senhor “não fica a imaginar” nada como no caso do ex-presidente Lula e da Presidenta Dilma, de quem o senhor sofre urticantes instintivos, é exuberante privatista e neoliberal, regime moderno dos que, na casa grande, usufruem do trabalho, que o senhor consideraria indignos de votar, dos que votam sem pensar porque as políticas públicas funcionariam como meio de comprar suas “debilitadas” consciências.

Em 2008, o senhor, depois de empossado na presidência do STF tomou atitude que estarreceu o País em defesa de um amigo, daqueles que nosso povo apelida de “amigo da onça”. “À frente do Supremo, gerou enorme polêmica ao conceder um habeas corpus para o banqueiro Daniel Dantas preso pela Polícia Federal durante a Operação Satiagraha, que investigava o desvio de recursos públicos, entre outros delitos.”.

Os integrantes do regime da casa grande não têm preconceito na escolha de suas amizades, desde que não sejam trabalhadores, pobres, negros e indígenas. O senhor também não se limita a essas coisas de não dar tempo e investir em amizades poderosas, como revela o site Pragmatismo: “Escutas interceptadas pela PF e divulgadas nesta segunda-feira levantam a suspeita de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, “pegou carona” em um jatinho fornecido por Cachoeira, no dia 25 de abril de 2011, quando teria retornado da Alemanha ao Brasil, na companhia do senador Demóstenes Torres” (ex-DEM-GO).

Nessa mesma linha, o senhor não titubeou em aprovar as candidaturas dos fichas sujas José Roberto Arruda e Paulo Maluf, homens que desbotam e desonram a política brasileira.

Os efeitos da amizade dos da casa grande, como o senhor e os seus amigos, atuam danosamente com forças destrutivas, desalojantes e desorganizativamente desproporcionais da vida dos da senzala, dos mais extremamente desprotegidos dos campos, das matas e das cidades. A repórter da Agência Brasil, Ana Luiza Zenker, escreveu sobre isso no dia 06/03/2009, quando informa da nota da CPT “que o presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dom Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges, acusou o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de ser parcial no tratamento da questão dos conflitos agrários.” “O ministro Gilmar Mendes não esconde sua parcialidade e de que lado está. Como grande proprietário de terra em Mato Grosso ele é um representante das elites brasileiras”.

Dom Xavier denunciou que o senhor considerava que recursos públicos investidos em instituições que defendem o povo, como os Sem Terra, são ilícitos.

Coerente com seu pensamento e com o das elites, que acham lícito privatizar, entregar os bens públicos para particulares e para estrangeiros lucrarem com nossas estatais do que vê-las produzindo para o bem de nosso povo.

O jornalista Maurício Dias assegura que o senhor é homem frio, tipo calculista, que não se inibe em ligar para ministros de Estado e chefes importantes para pedir vagas e privilégios para seus amigos.

Discordo de Maurício. Penso que o senhor não é homem frio. Pelo contrário, o senhor é tremendamente emotivo e demonstra isso na sua voz e tons controlados, até para ameaçar e tentar inibir.

Quando o vejo falar no tribunal do STF ou em entrevistas pela TV, percebo um homem intenso de ódio e de rancor. Seus olhos parecem faiscar e sua boca espuma de raiva dessa gente que sufraga presidente operário e Presidenta ex-guerrilheira, que sua gente adora apelidar de bolivarianos e de ideologia cubana.

O grande jornalista Luis Nassif, que o senhor ardorosamente odeia, confirma a intensidade de sua personalidade de homem da elite dominante, que aqui, tomando emprestado o simbolismo do antropólogo Gilberto Freyre, chamo de casa grande, lugar dos senhores escravocratas, que nadavam nas riquezas produzidas pelos escravos, que eles odiavam.

Num artigo publicado pela Carta Capital, Nassif conta sobre as ironias rancorosas numa seção plenária do STF que, segundo ele, o senhor fez contra aquele competente jornalista: “Certamente quem lucrou foram os blogs sujos (esse é nome dado aos blogs críticos e diferentes da mídia tradicional por seu companheiro de partido, José Serra), que ficaram prestando um tamanho desserviço. Há um caso que foi demitido da Folha de S. Paulo, em um caso conhecido porque era esperto demais, que criou uma coluna ‘dinheiro vivo’, certamente movida a dinheiro (…) Profissional da chantagem, da locupletação financiado por dinheiro público, meu, seu e nosso! Precisa ser contado isso para que se envergonhe. Um blog criado para atacar adversários e inimigos políticos! Mereceria do Ministério Público uma ação de improbidade, não solidariedade”.

Como se demonstra aí, o senhor, além de odiar quem trabalha, não gosta da crítica democrática, saudável e que ajuda a crescer.

De modo que, ministro Gilmar Mendes, o senhor consegue unanimidade considerável em relação ao seu ódio e arrogância contra os pobres, que o senhor ofendeu profundamente ao considerá-los imbecis que trocam votos por telhas, sacos de cimentos e de tijolos.

Tem razão Dom Xavier ao afirmar que o senhor causou a matança de pequenos agricultores, de indígenas e de posseiros com suas decisões em favor dos grandes proprietários.

Com sua palestra em São Paulo, certamente o senhor alimenta o fundamentalismo irracional, os preconceitos contra negros e pobres e ameaça a democracia.

Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz sociais."


FONTE: escrito por Dom Orvandil, bispo cabano, farrapo e republicano, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central e professor universitário, trabalhando duro sem explorar ninguém. Publicado no "Cartas e Reflexões Proféticas" e transcrito no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/carta-aberta-ao-ministro-gilmar-mendes-por-dom-orvandil).