terça-feira, 31 de maio de 2011
PSDB: “ESTUPRADOR ARREPENDIDO”
DEMOTUCANOS QUEREM SE PASSAR POR “ESTUPRADORES ARREPENDIDOS”
O PSDB “CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES DA PETROBRAS, CAIXA E BANCO DO BRASIL” [sic] !!!
“Do jornal “Valor Econômico” [dos grupos tucanos “Folha” e “Globo”] vem a notícia de que, para se livrar da fama de predadores do patrimônio público, o PSDB e o DEMO vão propor uma PEC vedando a privatização da Petrobras, CEF e BB. Tal qual o estuprador “arrependido”, mas ciente da sua natural periculosidade, propõem decepar o próprio pênis. Em se tratando do PSDB e do DEMO, é recomendável ceifar também os dedos e a língua (isto é, extinguir os dois partidos de vez). Só por precaução.
PECs VISAM [aparentar] ENTERRAR RÓTULO DE PRIVATISTA
Por Caio Junqueira, no jornal “Valor”
O PSDB quer proibir, por emenda constitucional, as privatizações da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. O partido já tem duas propostas de emenda (PEC) e a expectativa é de que os projetos sejam votados ainda nesta legislatura. O objetivo é impedir que o PT use, como discurso de campanha eleitoral, que os tucanos são privatistas [que injustiça!], tal como ocorreu nas disputas de 2006 e 2010.
A PEC 466/2010 acrescenta dois artigos ao capítulo VI da Constituição Federal, que trata do sistema financeiro nacional. O primeiro estabelece que a Caixa "constitui empresa pública, com controle e capital integralizado exclusivamente pela União Federal". O segundo, sobre o Banco do Brasil, determina que "é vedada a emissão ou alienação de ações, por meio de uma única operação, ou por meio de operações sucessivas, que resulte na perda do controle do capital social pela União Federal".
Já a PEC 370/2009 acrescenta um dispositivo ao artigo 177 da Constituição, que versa a respeito do monopólio da União sobre o petróleo. O texto diz que a Petrobras "terá o controle exclusivo da União, sendo vedada alienação que implique na perda do mesmo".
As duas PECs, de autoria do deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), terão seus relatórios apresentados nesta semana na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara pelo relator, também tucano, César Colnago (ES). Os parlamentares pretendem que elas sejam aprovadas e encaminhadas para uma comissão especial a ser instalada para discuti-las, uma vez que o regimento assim determina por serem emendas constitucionais. Mas, acima de tudo, o intuito maior é causar efeito político-eleitoral.
"Eu as propus porque acredito nessa blindagem e acho importante isso constar na Constituição. Mas, também, uma consequência de sua tramitação será acabar com essa gracinha dos petistas que, de forma malandra e oblíqua, insinuam e tentam impor ao PSDB algo que não defendemos" [que calúnia!], afirmou Leite, que também é pré-candidato a prefeito do Rio. "Esse discurso que o PT fez já nos atrapalhou em duas eleições. Não tenho dúvidas de que perdemos muitos votos com isso. Mas, na próxima eleição, não nos atrapalhará", completou Leite.
As acusações foram fortes na eleição presidencial de 2006, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, trouxe para a campanha do segundo turno o tema e pegou de surpresa e despreparado o adversário, Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano depois chegou a, constrangido, vestir um macacão com os símbolos das estatais para provar seu apreço por essas empresas [as restantes, pois as demais foram vendidas (ou doadas) pelos demotucanos]
Em 2010, a então candidata Dilma Rousseff (PT) também retomou o discurso, rebatido por José Serra (PSDB) na linha de que, se o PT fosse contrário às privatizações, teria reestatizado as antigas estatais na era Lula.
Agora, a mais de três anos das eleições presidenciais, os tucanos querem se resguardar de antemão, abrindo esse debate dentro do Legislativo. A ideia é, também, medir até onde o PT chega nesse debate quando confrontado com propostas do adversário que contradizem seus recentes discursos eleitorais referentes ao tema.
Além disso, os tucanos contam com um fator extra para constranger o PT: assinaram a PEC, e a apoiaram petistas como o presidente da Câmara, Marco Maia (RS) e os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais).
Ocorre que, como tem maioria na Casa e, consequentemente, nas comissões, o PT pode se utilizar dela para não dar andamento às PECs. Isso pode ser feito basicamente de três maneiras. Com o presidente da Câmara não permitindo a instalação da comissão especial ou com algum petista ou aliado pedindo vista da PEC na CCJ e segurá-la em seu gabinete. Ou, ainda, permitir que ela avance e esteja pronta para ser votada, mas que nunca seja colocada em pauta.
De qualquer maneira, como o intuito dos tucanos é mais político [falso] do que técnico [real], a expectativa do PSDB é de que qualquer comportamento petista possa servir de álibi para evitar a retomada da [injusta!] pecha privatista em 2014. "As propostas são importantes do ponto de vista político porque o PSDB nunca falou [mas agiu] sobre privatizar esses órgãos. É uma demonstração nossa de que eles devem ter seu controle mantido pelo governo brasileiro e de que é isso que defendemos" [diferentemente do passado], afirmou o relator das PECs na CCJ, César Colnago (PSDB-ES).”
FONTE: reportagem de Caio Junqueira publicada no jornal “Valor Econômico”, propriedade dos grupos tucanos “Folha” e "Globo”. Transcrito no portal do jornalista Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-psdb-contra-as-privatizacoes-da-petrobras-caixa-e-banco-do-brasil#more) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
A INFLUÊNCIA DO BRASIL NA ECONOMIA ARGENTINA (segundo argentinos)
O BRASIL NA VIDA COTIDIANA ARGENTINA
Por Emilia Subiza, no jornal argentino “La Nacion”
“Denomina-se “engrenagem” o mecanismo utilizado para transmitir potência de um componente a outro dentro de uma máquina. Praticamente, assim funciona dentro do contexto econômico do Mercosul a relação bilateral do Brasil com a Argentina.
Desde as variáveis macroeconômicas e também desde o consumo, o Brasil se faz cada vez mais relevante para a Argentina. Para lá se destinam 21% de todas as exportações, sendo 42% das industriais e se concentra 31% de nossas compras no exterior. O aumento de seu capital ganha cada vez mais relevância; já ocupa o quarto lugar em importância em todos os investidores externos que chegam ao país [à Argentina]. O aumento de seus turistas, que duplicou no ano passado, representa um ‘boom’ em hotéis, restaurantes, comércio e transporte.
“O Brasil é a oitava economia do mundo, está no caminho para ser a sétima e superar a Itália em breve. Não há parte significativa na indústria e serviços da Argentina em que não tenha participação [brasileira]. A relação bilateral se fez muito mais estreita que na década anterior”, diz o economista da “Fundación Standard Bank”, Raúl Ochoa.
A intensidade da relação não é a mesma em ambos os sentidos. Ochoa adverte que o Brasil está muito mais presente na Argentina, mas não ocorre o mesmo com a presença argentina no Brasil, sem contar a diferença de tamanho. Para eles, nosso país é o terceiro destino em importância tanto de suas exportações como de suas importações, com participação muito menor: 9,2% e 8%, respectivamente.
A decisão brasileira de aplicar licenças não-automáticas (LNA) para a importação de certos produtos, anunciada há dez dias, e que afeta particularmente a indústria automotiva argentina, que destina para lá mais de 80% de suas exportações, somou novo capítulo de tensão à relação bilateral. Nas semanas anteriores, o governo de Dilma Rousseff havia se queixado ante as autoridades argentinas pela demora de mais de 60 dias –prazo estabelecido pela Organização Mundial de Comércio– para autorizar o ingresso de produtos brasileiros que, desde fevereiro, entraram no sistema de LNA.
A onipresença do Brasil também se sente nas gôndolas alvicelestes, seja por importação de produtos ou pela fabricação local graças ao seu investimento estrangeiro.
Cerca de 70% dos hambúrgueres que se comem na Argentina têm sua origem em capitais brasileiros, de acordo com a consultora de mercado CCR. Fabián Uranga, analista, conta que a “Quickfood”, que processa as tradicionais “Paty” (propriedade da brasileira “Marfrig”), é líder de mercado com 60% de participação, ao que se soma a porção da “Swift” (adquirida pela “JBS-Friboi”).
Marcas de calçados como Topper, Alpargatas e Flecha também respondem ao investimento de nossos vizinhos. A ‘holding’ Camargo Correa controla hoje a Alpargatas, que produz essas três marcas.
“Os brasileiros fizeram grandes investimentos no mercado calçadista nos últimos quatro anos. Cerca de 35% do calçado desportivo que se consome é feito no país [Argentina], e 30% com capitais brasileiros”, conta o presidente da “Cámara Industrial del Calzado” (CIC), Alberto Sellaro.
Entre as operações, menciona que a firma “Vulcabrás” adquiriu, em 2007, uma planta na localidade bonaerense de Coronel Suáres, onde atualmente trabalham 4.300 empregados e produzem diariamente 10.000 pares de sapatos com as marcas Reebok e Olimpikus. Enquanto isto, a “Paquetá” radicou-se em Chivilcoy e é o principal fabricante de Adidas. Trabalham 12.000 empregados e fazem 8.000 pares de calçados por dia.
Além de calçados esportivos, sandálias são outro dos fortes do Brasil. Mal se concretizou o anúncio de produção local das mundialmente conhecidas “Havaianas”, o presidente da CIC calcula que, no ano passado, foram importados 1,3 milhões de pares. A marca que já começou a produzir em Coronel Suáres é “Grendha”.
Quase metade do cimento que se consome na Argentina também tem raízes brasileiras. É o principal negócio da “Camargo Correa”, que aqui controla a “Loma Negra”. A aquisição da empresa argentina foi o primeiro passo na internacionalização do grupo. Juan Roza, gerente de Assuntos Corporativos, conta que a empresa tem nove plantas e emprega quase 2.000 pessoas [na Argentina].
Em eletrodomésticos, a presença do Brasil está em retrocesso graças à política de licenças de importação aplicada pelo governo argentino. No revendedor “Frávega” contaram que a quantidade de produtos brasileiros nos segmentos de lavadouras de roupas, cozinha e geladeiras caiu de 40% para 20% nos últimos anos.
“Este ano não entrou nada brasileiro porque não se autorizaram as importações. O que resta é o estoque, que está acabando. Não faltam produtos, mas sim variedade e alta qualidade, como as geladeiras de duas portas”, comenta uma fonte da empresa. A famosa batedora “Minipimer”, muito utilizada pelas mães argentinas com filhos pequenos, está desaparecida das gôndolas. É fabricada no Brasil pela “Braun” e, apesar de uma empresa argentina ter começado a desenvolver uma versão local, ainda não está disponível.
Maurício Claverí, analista da consultoria “Abeceb.com”, destaca que os investimentos do Brasil na Argentina cresceram fortemente, sobretudo na área industrial. “A Argentina é um mercado muito relevante para o Brasil, pois é o primeiro passo para a internacionalização de suas empresas e para ganhar competitividade. A Argentina é o maior mercado dentro de sua área de influência”, explica.
Na siderurgia, a “Sipar Gerdau”, cuja planta está em Pérez, próxima de Rosário, produz anualmente 260.000 toneladas de laminados entre barras, bobinas, rolos, fios e pregos, entre outros. O “Grupo Gerdau” é o 14º maior produtor de aço do mundo e seu presidente, Jorge Gerdau, ocupa agora um cargo no gabinete de Dilma Rousseff.
Cerca de 755 caixas automáticos na Argentina pertencem a bancos de capitais brasileiros, enquanto o maior banco da Argentina, o “Banco Nación”, tem 944. Em 2010, o Banco do Brasil selou um acordo para compra de 51% das ações do “Banco Patagonia”, em uma operação de 479 milhões de dólares que foi concretizada dias atrás. O Banco Itaú, seu competidor, chegou já faz mais de uma década.
Em energia também há presença do Brasil, ainda que tenha reduzido depois que Petrobrás cedeu 346 postos e uma refinaria à “Oil”, do empresário Cristóbal López. Segundo dados do mercado, na Argentina existem 4.400 postos de combustível e o domínio da Petrobrás agora é de pouco mais de 5 porcento.
O ‘BOOM’ TURÍSTICO
A invasão de turistas é fenômeno facilmente observável na rua Florida, nos shoppings e nas caras churrascarias de ‘Puerto Madero’, onde vão desfrutar da tradicional picanha. A partir do próximo mês, também nos centros de neve, especialmente Bariloche, que já foi batizado “Brasiloche”.
Em 2010, chegaram à Argentina 2,6 milhões de turistas. Destes, 863.492 foram brasileiros, mais que o dobro de 2009, de acordo com dados da INDEC.
“Explodiu a demanda de turistas. Cerca de 70% da ocupação dos vôos da TAM são brasileiros que vêm à Argentina e os demais 30% são argentinos que vão ao Brasil”, disse Francisco Chiari, gerente geral da TAM Linhas Aéreas na Argentina. A empresa tem 18 vôos diários ao Brasil.
Chiari conta que, há dois anos, foi alcançado o limite de frequências autorizadas entre ambos países, segundo um acordo bilateral de seus governos. Como o pedido de elevar a quantidade de vôos ainda não prosperou, a TAM mudou seus aviões para estas rotas de A320 para A330, aumentando assim sua capacidade de transporte de 150 para 224 passageiros por viagem.
O economista da “Fundación Standard Bank” opina: “Há um fenômeno relativamente novo, que é a enorme quantidade de turistas brasileiros, que vêm e que têm um impacto muito forte na economia [argentina]”. E cita como evidência cifras da Organização Mundial do Comércio (OMC), segundo as quais o Brasil mantém déficit em sua balança de serviços [em turismo] de 30 bilhões de dólares, apesar de que para a Argentina seja de apenas 100 milhões. “É pelo importante aporte dos turistas do Brasil, que representa praticamente a metade do gasto turístico na Argentina”, complementa.”
FONTE: escrito por Emilia Subiza, no jornal argentino “La Nacion”. Transcrito no portal de Luis Nassif com tradução de Sandro Araújo (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-influencia-do-brasil-na-economia-argentina#more) [imagem do Google adicionada por este blog].
A MANUTENÇÃO DA ESTRATÉGIA BRASILEIRA PARA A ENERGIA NUCLEAR
Da agência britânica de notícias BBC Brasil:
“O governo brasileiro planeja seguir em frente com a construção de novas usinas nucleares no país e incorporar as lições tiradas do recente acidente em Fukushima, no Japão [causado por gigantesco terremoto e tsunami], apesar dos apelos de especialistas que pedem uma revisão da estratégia brasileira para a geração de energia nuclear [essa constante revisão é rotina dos órgãos governamentais de planejamento].
Coordenador de Comunicação e Segurança da Eletronuclear (empresa ligada ao governo e responsável pela operação das usinas nucleares brasileiras), José Manuel Diaz Francisco diz que os planos de ampliar a produção de energia nuclear "vão em frente" e que a decisão do governo é correta.
"Vamos continuar os empreendimentos em andamento e acompanhar o que está acontecendo em Fukushima", diz.
Francisco acrescenta que as usinas que serão construídas estão em fase de escolha de locações e ainda não têm tecnologia definida. "(Interromper os planos) seria atrasar a possibilidade de progresso no Brasil, e por quê? É falta de visão estratégica do crescimento do país", avalia.
NOVOS REATORES
Já para o físico nuclear Luiz Pinguelli Rosa, do Programa de Planejamento Energético da COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a primeira providência que deveria ser tomada após o acidente no Japão seria "suspender a ideia de construir mais quatro reatores no Brasil" [apesar de o acidente no Japão ter sido causado por enormes terremoto e tsunami, sem probabilidade de ocorrência no Brasil].
"É hora de parar para pensar. A tecnologia pode mudar de rumo. Os acidentes de “Three Mile Island” (nos Estados Unidos) e de Chernobyl implicaram certas mudanças na tecnologia, e Fukushima também vai implicar", afirma.
"Não temos a corda no pescoço para ter que fazer vários reatores agora. Podemos esperar e caminhar com mais segurança", avalia Pinguelli.
"Esse acidente abala seriamente a confiança que os engenheiros tinham na segurança completa de reatores nucleares", diz o físico José Goldemberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), lembrando que o acidente foi o primeiro caso grave desde Chernobyl.
Para Goldemberg, o episódio no Japão vai levar países que não dependem de energia nuclear a se voltarem para outras opções. "É o caso do Brasil, e é a posição que defendo. O país tem amplos recursos hidrelétricos ainda não aproveitados, bioenergia, energia eólica. Não tem necessidade de expandir o programa nuclear, que pode se tornar uma fonte de problemas."
[Contudo, cada dia mais, o Brasil não pode aproveitar seu potencial hidrelétrico, por pressão de ONGs e governos estrangeiros que direcionam as ações impeditivas ou altamente inibitórias dos nossos órgãos ambientais e setores da Justiça contra a construção de represas e novas usinas hidrelétricas. As soluções restantes não atenderiam à demanda e ainda são muito caras (solar, eólica) ou poluentes (óleo, carvão, lenha). O Brasil, com sua população crescente, se condenaria à pobreza extrema]
LIÇÕES
Diretor do departamento de Radioproteção e Segurança Nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Laércio Vinhas diz que, a partir de Fukushima, a comissão está analisando suas normas de segurança e a Eletronuclear está verificando seus procedimentos.
"Depois de todo acidente, a indústria nuclear faz uma análise bastante detalhada do que aconteceu e busca as lições que devem ser aprendidas. Essas melhorias são incorporadas nos reatores existentes e nos projetos de futuros reatores", afirma Vinhas.
A usina nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, foi atingida por um tsunami após o terremoto do dia 11 de março, que desativou o gerador a diesel que deveria assegurar o suprimento de eletricidade para a usina.
Após o acidente, a Eletronuclear anunciou medidas para aumentar seu sistema de segurança e aprimorar o planejamento de emergência em suas duas usinas em Angra dos Reis, no litoral do Estado do Rio de Janeiro.
A empresa planeja construir píeres próximos às usinas para possibilitar a evacuação de moradores pelo mar; contratar uma empresa para monitorar as encostas da região, onde recentemente houve deslizamentos; e construir uma pequena central hidrelétrica caso o fornecimento de energia elétrica seja interrompido e os geradores a diesel falhem, como ocorreu em Fukushima.
Francisco diz que as medidas já estavam sendo estudadas, mas serão "aceleradas" após o episódio no Japão. Ele afirma que uma comissão da empresa estuda a evolução do acidente em Fukushima e que as lições tiradas serão incorporadas tanto às usinas de Angra dos Reis como às que forem projetadas no futuro.
"Vai haver demanda muito grande para que tomemos ações mais fortes em resposta às conclusões que aparecerem, aumentando as margens de segurança e dando mais oportunidade aos sistemas de segurança das usinas", diz o representante da Eletronuclear.”
FONTE: reportagem da agência britânica de notícias BBC. Transcrita no portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-manutencao-da-estrategia-brasileira-para-a-energia-nuclear#more) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO “MADE IN BRAZIL”
VANT brasileiro (HARPIA)
Roberto Caiafa, correspondente “Defesanet”
“Após o término da LAAD 2011 (Latin America Aero and Defence), maior evento do segmento de defesa e segurança pública sul-americano, realizado no Rio de Janeiro em abril, os “Veículos Aéreos Não Tripulados” (VANT) confirmaram as previsões do mercado e tornaram-se as vedetes de alta tecnologia da atualidade, especialmente com as responsabilidades assumidas pelo Brasil na organização da Copa do Mundo FIFA de Futebol em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016.
Em que pese massiva oferta de VANT estrangeiros no mercado, a indústria nacional não ficou parada. Trilhando o mesmo caminho dos israelenses, algumas empresas brasileiras obtiveram sucessos expressivos no projeto, desenvolvimento e introdução em serviço de diversos tipos de aparelhos VANT. Há VANT dotados de sensores e equipamentos desenvolvidos localmente com financiamento federal (FINEP), em estreita cooperação com a indústria, com centros de pesquisa universitários, pólos de tecnologia e empresas contratadas, além de alguns tipos mais específicos produzidos pelas Forças Armadas para emprego como alvos aéreos ou rebocadores de alvos, dentre outras tarefas.
VANTs não se comparam a aeromodelos. São conceitos similares com requisitos de emprego bem distintos. Nada mais natural que aproveitar os conhecimentos de pilotagem de aeromodelistas experientes durante os custosos ensaios de desenvolvimento de novos veículos aéreos não tripulados. Israelenses e americanos já percorrem esse caminho há mais de duas décadas, com resultados excepcionais, inclusive no emprego operacional. No Brasil, a “FAM Aeromodelismo” (Franca, SP), e o piloto Fábio Borges, um dos melhores do ranking brasileiro, repetem essa fórmula de sucesso junto à Marinha do Brasil e à empresa ORBISAT, recentemente adquirida pela gigante EMBRAER Defesa e Segurança.
HARPIA
O alvo aéreo “Harpia”, operado pelo CASOP (Centro de Apoio aos Sistemas Operativos da Marinha) é aeronave rádiocontrolada lançada desde catapulta e movida por motor a pistão. O “Harpia” é de baixo custo e apresenta envergadura de cerca de três metros. Dotado de dispensadores de “flares” na ponta das asas, serve para o treinamento de artilharia antiaérea da Marinha do Brasil, especialmente quando é empregado o míssil MANPADS Mistral, guiado até o alvo por irradiação de calor.
Fábio Borges e a FAM atuaram no aperfeiçoamento das qualidades de vôo do modelo, especialmente na fase após o lançamento via catapulta, e na melhoria do envelope geral de vôo do “Harpia”, até então considerado “duro” de pilotar e sujeito a falhas. Foram construídas três unidades do “novo” “Harpia”, e a entrega oficial deverá ocorrer até meados de agosto.
Segundo Fábio Borges, “o modelo foi projetado tanto para ser decolado de porta-aviões, como lançado por catapulta, e tem autonomia de vôo para mais de uma hora. Está equipado com motor de 110cc e hélice especialmente desenvolvida para o modelo, podendo voar a velocidade de cruzeiro de 190 km/h. Um paraquedas balístico permite a recuperação do novo “Harpia”, em caso de necessidade.”
SARVANT
No caso da ORBISAT e seu Programa SARVANT, o trabalho da “FAM Aeromodelismo” esteve direcionado na busca da total confiabilidade da célula motriz e da sua perfeita integração ao resto da fuselagem do VANT, no modelo proposto para realizar mapeamento terrestre, patrulhamento de fronteiras (capaz de ver através da copa das árvores), controle de plantações em grandes propriedades rurais etc.
Nesse projeto, a empresa brasileira AGX é a responsável pelos sistemas de posicionamento via GPS, que incluem software e hardware. Com capacidade de 40 horas de voo e 70 quilos de carga útil, a nova aeronave vai transportar um sensor SAR (“Synthetic Aperture Radar”) da ORBISAT, um radar capaz de oferecer mapeamento nas bandas P e X em áreas de até 500 quilômetros quadrados.
A empresa obteve subvenção da “Financiadora de Estudos e Projetos” (FINEP), tanto para o radar como também para o projeto e construção do VANT pelas empresas AGX e Aeroalcool. A FAM foi contratada como prestadora de serviço, visando à finalização do projeto e a sua transição segura para a funcionalidade (homologação). O projeto, após quatro anos de pesquisa, deverá entrar em operação em 2012.
O Programa SARVANT teve investimento total de seis milhões de reais, contando com mais de 30 engenheiros e 10 técnicos envolvidos no seu desenvolvimento.
Para Fábio Borges “participar desse tipo de contrato é muito estimulante. É novo campo de atuação que se abre. Como aeromodelista profissional, é motivador tomar parte de algo tão importante para o desenvolvimento tecnológico e para a segurança do país”, finaliza o piloto da ‘FAM Aeromodelismo’.”
FONTE: reportagem de Roberto Caiafa, correspondente do site “Defesanet” (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/918/Veiculo-Aereo-Nao-Tripulado-“Made-in-Brazil”-) [fotos do Google adicionadas por este blog].
Roberto Caiafa, correspondente “Defesanet”
“Após o término da LAAD 2011 (Latin America Aero and Defence), maior evento do segmento de defesa e segurança pública sul-americano, realizado no Rio de Janeiro em abril, os “Veículos Aéreos Não Tripulados” (VANT) confirmaram as previsões do mercado e tornaram-se as vedetes de alta tecnologia da atualidade, especialmente com as responsabilidades assumidas pelo Brasil na organização da Copa do Mundo FIFA de Futebol em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016.
Em que pese massiva oferta de VANT estrangeiros no mercado, a indústria nacional não ficou parada. Trilhando o mesmo caminho dos israelenses, algumas empresas brasileiras obtiveram sucessos expressivos no projeto, desenvolvimento e introdução em serviço de diversos tipos de aparelhos VANT. Há VANT dotados de sensores e equipamentos desenvolvidos localmente com financiamento federal (FINEP), em estreita cooperação com a indústria, com centros de pesquisa universitários, pólos de tecnologia e empresas contratadas, além de alguns tipos mais específicos produzidos pelas Forças Armadas para emprego como alvos aéreos ou rebocadores de alvos, dentre outras tarefas.
VANTs não se comparam a aeromodelos. São conceitos similares com requisitos de emprego bem distintos. Nada mais natural que aproveitar os conhecimentos de pilotagem de aeromodelistas experientes durante os custosos ensaios de desenvolvimento de novos veículos aéreos não tripulados. Israelenses e americanos já percorrem esse caminho há mais de duas décadas, com resultados excepcionais, inclusive no emprego operacional. No Brasil, a “FAM Aeromodelismo” (Franca, SP), e o piloto Fábio Borges, um dos melhores do ranking brasileiro, repetem essa fórmula de sucesso junto à Marinha do Brasil e à empresa ORBISAT, recentemente adquirida pela gigante EMBRAER Defesa e Segurança.
HARPIA
O alvo aéreo “Harpia”, operado pelo CASOP (Centro de Apoio aos Sistemas Operativos da Marinha) é aeronave rádiocontrolada lançada desde catapulta e movida por motor a pistão. O “Harpia” é de baixo custo e apresenta envergadura de cerca de três metros. Dotado de dispensadores de “flares” na ponta das asas, serve para o treinamento de artilharia antiaérea da Marinha do Brasil, especialmente quando é empregado o míssil MANPADS Mistral, guiado até o alvo por irradiação de calor.
Fábio Borges e a FAM atuaram no aperfeiçoamento das qualidades de vôo do modelo, especialmente na fase após o lançamento via catapulta, e na melhoria do envelope geral de vôo do “Harpia”, até então considerado “duro” de pilotar e sujeito a falhas. Foram construídas três unidades do “novo” “Harpia”, e a entrega oficial deverá ocorrer até meados de agosto.
Segundo Fábio Borges, “o modelo foi projetado tanto para ser decolado de porta-aviões, como lançado por catapulta, e tem autonomia de vôo para mais de uma hora. Está equipado com motor de 110cc e hélice especialmente desenvolvida para o modelo, podendo voar a velocidade de cruzeiro de 190 km/h. Um paraquedas balístico permite a recuperação do novo “Harpia”, em caso de necessidade.”
SARVANT
No caso da ORBISAT e seu Programa SARVANT, o trabalho da “FAM Aeromodelismo” esteve direcionado na busca da total confiabilidade da célula motriz e da sua perfeita integração ao resto da fuselagem do VANT, no modelo proposto para realizar mapeamento terrestre, patrulhamento de fronteiras (capaz de ver através da copa das árvores), controle de plantações em grandes propriedades rurais etc.
Nesse projeto, a empresa brasileira AGX é a responsável pelos sistemas de posicionamento via GPS, que incluem software e hardware. Com capacidade de 40 horas de voo e 70 quilos de carga útil, a nova aeronave vai transportar um sensor SAR (“Synthetic Aperture Radar”) da ORBISAT, um radar capaz de oferecer mapeamento nas bandas P e X em áreas de até 500 quilômetros quadrados.
A empresa obteve subvenção da “Financiadora de Estudos e Projetos” (FINEP), tanto para o radar como também para o projeto e construção do VANT pelas empresas AGX e Aeroalcool. A FAM foi contratada como prestadora de serviço, visando à finalização do projeto e a sua transição segura para a funcionalidade (homologação). O projeto, após quatro anos de pesquisa, deverá entrar em operação em 2012.
O Programa SARVANT teve investimento total de seis milhões de reais, contando com mais de 30 engenheiros e 10 técnicos envolvidos no seu desenvolvimento.
Para Fábio Borges “participar desse tipo de contrato é muito estimulante. É novo campo de atuação que se abre. Como aeromodelista profissional, é motivador tomar parte de algo tão importante para o desenvolvimento tecnológico e para a segurança do país”, finaliza o piloto da ‘FAM Aeromodelismo’.”
FONTE: reportagem de Roberto Caiafa, correspondente do site “Defesanet” (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/918/Veiculo-Aereo-Nao-Tripulado-“Made-in-Brazil”-) [fotos do Google adicionadas por este blog].
DILMA FALA SOBRE NOVAS CRECHES E BICICLETAS QUE FACILITAM ACESSO À EDUCAÇÃO
"UM PAÍS SÓ CRESCE QUANDO GARANTIMOS O FUTURO DAS NOSSAS CRIANÇAS E DOS NOSSOS JOVENS"
Programa de rádio “Café com a Presidenta”
“Apresentador: Olá, eu sou o Luciano Seixas e estamos aqui para mais um “Café com a Presidenta”, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, presidenta!
Presidenta: Bom dia, Luciano! Bom dia a todos que nos acompanham!
Apresentador: Presidenta, a senhora assumiu o compromisso de construir 6 mil creches em todo o país até 2014. O que o governo tem feito para chegar a essa meta?
Presidenta: Olha, Luciano, nós estamos cumprindo as etapas planejadas. Por exemplo, na semana passada, nós autorizamos a construção de mais 138 creches. Com elas, chegamos a 856 creches. Mantendo esse ritmo, Luciano, nós vamos, sim, construir as 6 mil creches até 2014.
Sabe, Luciano, um país só cresce quando garantimos o futuro das nossas crianças e dos nossos jovens. Por isso, ao construir novas creches, apostamos na educação de qualidade para todos, e isso começa lá na primeira fase da infância.
Apresentador: É, e isso também significa mais tranquilidade para a mãe que precisa trabalhar, não é mesmo?
Presidenta: Claro! Aumentar as vagas em creches significa combater as desigualdades no Brasil por duas frentes: primeiro, é uma oportunidade para a mulher trabalhar enquanto os seus filhos estão ali tranquilos na creche. Por outro lado, uma boa equipe de professores, psicólogos, nutricionistas garante igualdade de atendimento. Damos a esses brasileirinhos e a essas brasileirinhas, que precisam da rede pública, a possibilidade de crescer nas mesmas condições de crianças que estão em escolas particulares. E isso vai refletir em todo seu desenvolvimento, como jovem e como adulto.
Apresentador: Mas essas escolas ainda estão em fase de construção. Quando é que ficam prontas?
Presidenta: Bem, Luciano, a bola agora está com os prefeitos. Eles fizeram os projetos das escolas com ajuda do Ministério da Educação. Nós aprovamos e agora o dinheiro está disponível. Acertamos com os prefeitos de todo o Brasil que o governo federal vai repassar recursos para a manutenção dessas creches até elas poderem ser atendidas pelo FUNDEB.
Apresentador: Além das creches, a senhora anunciou o apoio para a construção de quadras esportivas escolares, por que, presidenta?
Presidenta: Queremos dar todas as condições para que o aluno tenha acesso a educação de qualidade, e isso engloba, também, práticas esportivas e lazer. Temos a meta de construir 6 mil novas quadras esportivas cobertas, e cobrir outras 4 mil até 2014. Essas quadras são um estímulo a mais para a presença das crianças no colégio, inclusive no chamado contraturno, que é aquele horário em que elas não estão nas aulas regulares. Além disso, nas escolas do nosso Brasil, se as quadras não forem cobertas, os alunos não poderão utilizá-las o tempo todo; ou são temperaturas altas ou muito baixas. Essas quadras são muito importantes como mais uma alternativa, Luciano, para a comunidade, na implantação de uma cultura de paz. Elas também podem ser usadas para lazer e recreação das famílias nos fins de semana, e darão oportunidades para jovens atletas e esportistas de todo o Brasil.
Apresentador: Por falar em esporte, a senhora também anunciou a doação de 30 mil bicicletas para os alunos das escolas públicas, não é?
Presidenta: É isso aí, Luciano! Olha, foi uma alegria poder iniciar esse projeto, inédito no nosso país. É nova modalidade do programa ‘Caminho da Escola’, criado para garantir que toda criança tenha meio de transporte para chegar à escola. Doamos 30 mil bicicletas, com capacete, para estudantes de 81 municípios do Brasil. Esses estudantes precisavam andar quatro, cinco quilômetros para chegar à escola. Estamos no comecinho desse novo projeto. Até o final do ano, queremos atender 100 mil estudantes em quase 300 cidades, começando aos poucos, fazendo esse teste em cidades pequenas, em locais onde não há muitos carros e, portanto, onde o tráfego não é pesado e as crianças não corram riscos. Vamos ampliando as doações na medida em que as avaliações forem positivas nessas primeiras cidades.
Apresentador: E tem o lado educativo, que incentiva o uso da bicicleta como meio de transporte.
Presidenta: Ah, exatamente. É meio de transporte que não polui e ainda permite a prática de atividade física. Ir para a escola de bicicleta é atividade saudável. Agora, tem que ter segurança. Quem sabe não criamos uma cultura do ciclismo no Brasil –é isso que queremos. Se as prefeituras adotarem essa prática, construindo ciclovias, eu tenho certeza que veremos muitas outras bicicletas circulando pelas ruas, e não apenas as do governo.
Apresentador: Bom para o cidadão e bom para o meio ambiente. Obrigado, presidenta. O nosso programa está chegando ao fim.
Presidenta: Só para finalizar, quando falamos em dar um salto de qualidade na educação, estamos falando em melhorar a estrutura de nossas escolas. Isso inclui oferecermos boas condições para os nossos alunos frequentarem as escolas. Somente assim o país vai crescer, de maneira igual e com oportunidade para todos.
Apresentador: Obrigado, presidenta Dilma, e até a próxima semana!
Presidenta: Obrigado a você, Luciano. Um abraço a todos os nossos ouvintes. Tchau!”
FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/um-pais-so-cresce-quando-garantimos-o-futuro-das-nossas-criancas-e-dos-nossos-jovens/).
Programa de rádio “Café com a Presidenta”
“Apresentador: Olá, eu sou o Luciano Seixas e estamos aqui para mais um “Café com a Presidenta”, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, presidenta!
Presidenta: Bom dia, Luciano! Bom dia a todos que nos acompanham!
Apresentador: Presidenta, a senhora assumiu o compromisso de construir 6 mil creches em todo o país até 2014. O que o governo tem feito para chegar a essa meta?
Presidenta: Olha, Luciano, nós estamos cumprindo as etapas planejadas. Por exemplo, na semana passada, nós autorizamos a construção de mais 138 creches. Com elas, chegamos a 856 creches. Mantendo esse ritmo, Luciano, nós vamos, sim, construir as 6 mil creches até 2014.
Sabe, Luciano, um país só cresce quando garantimos o futuro das nossas crianças e dos nossos jovens. Por isso, ao construir novas creches, apostamos na educação de qualidade para todos, e isso começa lá na primeira fase da infância.
Apresentador: É, e isso também significa mais tranquilidade para a mãe que precisa trabalhar, não é mesmo?
Presidenta: Claro! Aumentar as vagas em creches significa combater as desigualdades no Brasil por duas frentes: primeiro, é uma oportunidade para a mulher trabalhar enquanto os seus filhos estão ali tranquilos na creche. Por outro lado, uma boa equipe de professores, psicólogos, nutricionistas garante igualdade de atendimento. Damos a esses brasileirinhos e a essas brasileirinhas, que precisam da rede pública, a possibilidade de crescer nas mesmas condições de crianças que estão em escolas particulares. E isso vai refletir em todo seu desenvolvimento, como jovem e como adulto.
Apresentador: Mas essas escolas ainda estão em fase de construção. Quando é que ficam prontas?
Presidenta: Bem, Luciano, a bola agora está com os prefeitos. Eles fizeram os projetos das escolas com ajuda do Ministério da Educação. Nós aprovamos e agora o dinheiro está disponível. Acertamos com os prefeitos de todo o Brasil que o governo federal vai repassar recursos para a manutenção dessas creches até elas poderem ser atendidas pelo FUNDEB.
Apresentador: Além das creches, a senhora anunciou o apoio para a construção de quadras esportivas escolares, por que, presidenta?
Presidenta: Queremos dar todas as condições para que o aluno tenha acesso a educação de qualidade, e isso engloba, também, práticas esportivas e lazer. Temos a meta de construir 6 mil novas quadras esportivas cobertas, e cobrir outras 4 mil até 2014. Essas quadras são um estímulo a mais para a presença das crianças no colégio, inclusive no chamado contraturno, que é aquele horário em que elas não estão nas aulas regulares. Além disso, nas escolas do nosso Brasil, se as quadras não forem cobertas, os alunos não poderão utilizá-las o tempo todo; ou são temperaturas altas ou muito baixas. Essas quadras são muito importantes como mais uma alternativa, Luciano, para a comunidade, na implantação de uma cultura de paz. Elas também podem ser usadas para lazer e recreação das famílias nos fins de semana, e darão oportunidades para jovens atletas e esportistas de todo o Brasil.
Apresentador: Por falar em esporte, a senhora também anunciou a doação de 30 mil bicicletas para os alunos das escolas públicas, não é?
Presidenta: É isso aí, Luciano! Olha, foi uma alegria poder iniciar esse projeto, inédito no nosso país. É nova modalidade do programa ‘Caminho da Escola’, criado para garantir que toda criança tenha meio de transporte para chegar à escola. Doamos 30 mil bicicletas, com capacete, para estudantes de 81 municípios do Brasil. Esses estudantes precisavam andar quatro, cinco quilômetros para chegar à escola. Estamos no comecinho desse novo projeto. Até o final do ano, queremos atender 100 mil estudantes em quase 300 cidades, começando aos poucos, fazendo esse teste em cidades pequenas, em locais onde não há muitos carros e, portanto, onde o tráfego não é pesado e as crianças não corram riscos. Vamos ampliando as doações na medida em que as avaliações forem positivas nessas primeiras cidades.
Apresentador: E tem o lado educativo, que incentiva o uso da bicicleta como meio de transporte.
Presidenta: Ah, exatamente. É meio de transporte que não polui e ainda permite a prática de atividade física. Ir para a escola de bicicleta é atividade saudável. Agora, tem que ter segurança. Quem sabe não criamos uma cultura do ciclismo no Brasil –é isso que queremos. Se as prefeituras adotarem essa prática, construindo ciclovias, eu tenho certeza que veremos muitas outras bicicletas circulando pelas ruas, e não apenas as do governo.
Apresentador: Bom para o cidadão e bom para o meio ambiente. Obrigado, presidenta. O nosso programa está chegando ao fim.
Presidenta: Só para finalizar, quando falamos em dar um salto de qualidade na educação, estamos falando em melhorar a estrutura de nossas escolas. Isso inclui oferecermos boas condições para os nossos alunos frequentarem as escolas. Somente assim o país vai crescer, de maneira igual e com oportunidade para todos.
Apresentador: Obrigado, presidenta Dilma, e até a próxima semana!
Presidenta: Obrigado a você, Luciano. Um abraço a todos os nossos ouvintes. Tchau!”
FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/um-pais-so-cresce-quando-garantimos-o-futuro-das-nossas-criancas-e-dos-nossos-jovens/).
O DESAFIO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO BRASIL
“No ano passado, o setor de TI (Tecnologia da Informação) faturou US$ 81 bilhões no país, equivalente a 4% do PIB e representando o sexto ou sétimo mercado mundial. Não entraram nessa conta o setor de telecomunicações e de 'datacenter'.
Desse total, foram exportados US$ 2,5 bilhões, enorme avanço perto de exportações zero quatro anos atrás, mas quase nada perto dos US$ 60 bilhões exportados pela Índia.
Quando Dilma Rousseff foi à China, foi solicitado à Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) um estudo com subsídios para alterar o desenho do comércio bilateral –muito focado em exportações de commodities pelo Brasil e de manufaturas pela China.
Os números levantados são portentosos. O mercado brasileiro já é enorme, cresce a 12% ao ano, emprega 1,2 milhão de profissionais com salário médio 2,5 vezes a média nacional.
Nos próximos dois anos, Brasil será quinta economia do mundo, metade do PIB mundial será dos BRICS, tem demografia favorável em comparação com Estados Unidos, Japão e Europa –com “População Economicamente Ativa” declinante.
Apenas devido ao bônus demográfico, os emergentes jogarão 300 milhões de consumidores no mercado, demandando serviços de TI em saúde, educação, sistema bancário, áreas onde o Brasil é competitivo.
Para 2020, estima-se mercado global de TI na casa dos US$ 3 trilhões, dos quais US$ 900 bi serão dessas tecnologias nas quais o Brasil é candidato natural.
A partir daí, aparecem os entraves a serem trabalhados.
CUSTO DE MÃO DE OBRA
Devido aos encargos trabalhistas, é a mais cara do mundo. Foi proposto para o Ministro da Fazenda Guido Mantega e para o Secretário Executivo Nelson Barbosa trocar os 20% do INSS por um percentual entre 2,7% a 3,2% do faturamento. Essa troca evitará perdas de arrecadação, mesmo sem contar o chamado bônus da formalização: os funcionários que hoje trabalham em regime de Pessoa Jurídica.
FORMAÇÃO DE MÃO DE OBRA
Até 2020, só para atendimento de desenvolvimento de software, hardware e serviços, o setor necessitará de 770 mil trabalhadores a mais. Hoje em dia, na falta de técnicos de informática, o setor tem contratado pessoas com maior especialização (e maior salário) para serviços menores. Além disso, há enorme conjunto de ‘buracos’, de especializações não atendidas pela oferta de mão de obra. No caso de engenheiros de software, por exemplo, praticamente toda a mão de obra formada é contratada pela Petrobras, Embraer e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Segundo Gil, a grande saída será o PRONATEC (Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica). Se funcionar conforme o planejado, diz Gil, permitirá formar, pelo menos, 400 mil alunos/ano para o setor. Outro avanço é a ampliação para 75 mil bolsas de nível superior para cursar no exterior.
INFRAESTRUTURA DE TI
A Brasscom contratou um estudo da “A.T.Kearney” que estimou que, para a Copa e as Olimpíadas, serão transmitidas 36 bilhões de imagens. Não há infraestrutura para tanto.
Em 2020, o mercado interno brasileiro será de US$ 200 bilhões. As exportações poderão chegar a US$ 20 bilhões. Mas, antes, há esses desafios a serem enfrentados.”
FONTE: portal do jornalista Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-desafio-da-tecnologia-da-informacao-no-brasil#more) [imagem do Google adicionada por este blog].
OS ENTRAVES DO PROGRESSO BRASILEIRO
BRASIL - A DESORDEM DO PROGRESSO
“O caderno de Economia do jornal “Estadão” (de 22/5, B1) trouxe interessante matéria, aprofundada nas suas páginas internas, sobre o que denominou "as dores do crescimento", ou a nova realidade do País nos últimos anos, nos quais a expansão da economia também tem exposto muitas das nossas fragilidades.
A economia brasileira cresceu 4% ao ano, em média, no período 2003-2010, número que deve se repetir em 2011, o equivalente ao dobro da média observada de 1990 a 2002. O aumento [de 100%] da demanda decorrente se expressa nas filas em aeroportos, bares, restaurantes, hotéis e muitos outros locais, sem que tivesse havido uma expansão da oferta no mesmo ritmo.
No caso da infraestrutura, apesar de ter havido expressivo aumento dos investimentos nos últimos anos, ainda há muitas carências, o que se reflete na falta, ou na má qualidade, de estradas, portos, aeroportos etc...
É muito importante que o poder público acelere os investimentos sob a sua responsabilidade e melhore o ambiente de negócios, para que as empresas também ampliem seus investimentos nessas áreas.
O mesmo se aplica a uma carência de determinados profissionais. Isso tem ocorrido tanto em carreiras especializadas, como engenharia, por exemplo, quanto em outras profissões que não exigem tanta qualificação -mas também temos carência em profissões como empregadas domésticas e em outros serviços pessoais.
No caso das áreas de engenharia, conheci muita gente com excelente formação, mas que, por causa do baixo dinamismo da economia nos anos 80 e 90, acabava desistindo da profissão, seja pela dificuldade de obter emprego ou porque não se sentia satisfeita com a remuneração e demais condições de trabalho, especialmente na construção civil. Quem teve chance migrou para áreas mais atrativas, como o mercado financeiro ou o serviço público. É obvio que essa situação desestimulou os novos pretendentes.
Isso tem causado duas evidências: a primeira é a carência de profissionais no curto prazo; e a outra decorrente é o crescimento dos preços. Os serviços tiveram seus preços majorados em 10% nos últimos 12 meses, praticamente o dobro do comportamento dos preços dos produtos que enfrentam maior concorrência.
O fato é que o longo período de baixo crescimento da economia brasileira também estagnou a capacidade de investimentos do governo e da iniciativa privada. Afinal, por que uma empresa investiria na expansão do seu negócio se a demanda esperada não crescia substancialmente?
A nova realidade brasileira de maior crescimento da economia nos últimos anos decorre [também] de aspectos favoráveis no mercado internacional, como, por exemplo, os preços dos produtos básicos que exportamos (as commodities), mas [especialmente] de nossas políticas econômicas e sociais que favoreceram o crescimento da renda e do emprego.
O fato é que conseguimos combinar inflação razoavelmente controlada com crescimento da economia e melhora da distribuição de renda, o que fez com que cerca de 30 milhões de brasileiros tivessem ascendido na escala social nos últimos anos.
Esse é um bom problema, porque nos desafia a apresentar soluções criativas e rápidas para uma economia pujante. É exatamente o inverso do que ocorre com muitos países em crise, na Europa e outras regiões, onde o desafio é como garantir uma vida digna para milhões de pessoas que perderam seus empregos e não têm nenhuma perspectiva de obter novo posto por alguns anos.
O lema "Ordem e Progresso", como expresso em nossa Bandeira Nacional, denota muito do povo brasileiro, talvez mais no que se refira ao seu espírito pacífico e expressiva tolerância étnica, religiosa e racial.
Na economia, no entanto, é a desordem provocada pelo [grande] crescimento não programado que está ativando a demanda. Não é o desenvolvimento que deve ser contido, mas sim criarmos as condições para garantir a expansão da oferta, via melhora da infraestrutura e ampliação da capacidade da produção e de serviços.
Ao contrário do que ocorre em países maduros, nos quais a população está estagnada há anos, têm elevada renda per capita e nível adequado de qualidade de vida, o Brasil enfrenta o desafio de proporcionar ascensão social a milhões de pessoas que vivem em condições precárias, assim como gerar cerca de 2 milhões de empregos para absorver os novos ingressantes do mercado de trabalho. O Brasil não se pode dar ao luxo de não crescer!
É preciso resgatar e aprimorar o instrumento do planejamento público e privado e acelerar a implementação dos projetos, sem interromper o ciclo virtuoso da economia. Até mesmo porque o que motiva os investimentos privados é uma expectativa favorável de ampliação continuada da demanda. Ninguém investe numa economia estagnada.
Enquanto isso, as "dores do crescimento" serão inevitáveis. Elas incomodam, mas são bem menos agudas que as dores da estagnação ou, pior ainda, da crise e da recessão [dos anos FHC/PSDB/DEM]. Convém-nos enfrentá-las com determinação, até mesmo porque representam muito mais uma oportunidade do que uma ameaça, desde que superadas o mais rápido possível.”
FONTE: escrito por Antonio Corrêa De Lacerda e publicado no “O Estado de S.Paulo”. O autor é economista, doutor em economia pelo IE/UNICAMP, professor da PUC-SP e da Fundação Dom Cabral. Foi presidente do COFECON e da SOBEET. Transcrito no portal do jornalista Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-entraves-do-progresso-brasileiro#more) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
“O caderno de Economia do jornal “Estadão” (de 22/5, B1) trouxe interessante matéria, aprofundada nas suas páginas internas, sobre o que denominou "as dores do crescimento", ou a nova realidade do País nos últimos anos, nos quais a expansão da economia também tem exposto muitas das nossas fragilidades.
A economia brasileira cresceu 4% ao ano, em média, no período 2003-2010, número que deve se repetir em 2011, o equivalente ao dobro da média observada de 1990 a 2002. O aumento [de 100%] da demanda decorrente se expressa nas filas em aeroportos, bares, restaurantes, hotéis e muitos outros locais, sem que tivesse havido uma expansão da oferta no mesmo ritmo.
No caso da infraestrutura, apesar de ter havido expressivo aumento dos investimentos nos últimos anos, ainda há muitas carências, o que se reflete na falta, ou na má qualidade, de estradas, portos, aeroportos etc...
É muito importante que o poder público acelere os investimentos sob a sua responsabilidade e melhore o ambiente de negócios, para que as empresas também ampliem seus investimentos nessas áreas.
O mesmo se aplica a uma carência de determinados profissionais. Isso tem ocorrido tanto em carreiras especializadas, como engenharia, por exemplo, quanto em outras profissões que não exigem tanta qualificação -mas também temos carência em profissões como empregadas domésticas e em outros serviços pessoais.
No caso das áreas de engenharia, conheci muita gente com excelente formação, mas que, por causa do baixo dinamismo da economia nos anos 80 e 90, acabava desistindo da profissão, seja pela dificuldade de obter emprego ou porque não se sentia satisfeita com a remuneração e demais condições de trabalho, especialmente na construção civil. Quem teve chance migrou para áreas mais atrativas, como o mercado financeiro ou o serviço público. É obvio que essa situação desestimulou os novos pretendentes.
Isso tem causado duas evidências: a primeira é a carência de profissionais no curto prazo; e a outra decorrente é o crescimento dos preços. Os serviços tiveram seus preços majorados em 10% nos últimos 12 meses, praticamente o dobro do comportamento dos preços dos produtos que enfrentam maior concorrência.
O fato é que o longo período de baixo crescimento da economia brasileira também estagnou a capacidade de investimentos do governo e da iniciativa privada. Afinal, por que uma empresa investiria na expansão do seu negócio se a demanda esperada não crescia substancialmente?
A nova realidade brasileira de maior crescimento da economia nos últimos anos decorre [também] de aspectos favoráveis no mercado internacional, como, por exemplo, os preços dos produtos básicos que exportamos (as commodities), mas [especialmente] de nossas políticas econômicas e sociais que favoreceram o crescimento da renda e do emprego.
O fato é que conseguimos combinar inflação razoavelmente controlada com crescimento da economia e melhora da distribuição de renda, o que fez com que cerca de 30 milhões de brasileiros tivessem ascendido na escala social nos últimos anos.
Esse é um bom problema, porque nos desafia a apresentar soluções criativas e rápidas para uma economia pujante. É exatamente o inverso do que ocorre com muitos países em crise, na Europa e outras regiões, onde o desafio é como garantir uma vida digna para milhões de pessoas que perderam seus empregos e não têm nenhuma perspectiva de obter novo posto por alguns anos.
O lema "Ordem e Progresso", como expresso em nossa Bandeira Nacional, denota muito do povo brasileiro, talvez mais no que se refira ao seu espírito pacífico e expressiva tolerância étnica, religiosa e racial.
Na economia, no entanto, é a desordem provocada pelo [grande] crescimento não programado que está ativando a demanda. Não é o desenvolvimento que deve ser contido, mas sim criarmos as condições para garantir a expansão da oferta, via melhora da infraestrutura e ampliação da capacidade da produção e de serviços.
Ao contrário do que ocorre em países maduros, nos quais a população está estagnada há anos, têm elevada renda per capita e nível adequado de qualidade de vida, o Brasil enfrenta o desafio de proporcionar ascensão social a milhões de pessoas que vivem em condições precárias, assim como gerar cerca de 2 milhões de empregos para absorver os novos ingressantes do mercado de trabalho. O Brasil não se pode dar ao luxo de não crescer!
É preciso resgatar e aprimorar o instrumento do planejamento público e privado e acelerar a implementação dos projetos, sem interromper o ciclo virtuoso da economia. Até mesmo porque o que motiva os investimentos privados é uma expectativa favorável de ampliação continuada da demanda. Ninguém investe numa economia estagnada.
Enquanto isso, as "dores do crescimento" serão inevitáveis. Elas incomodam, mas são bem menos agudas que as dores da estagnação ou, pior ainda, da crise e da recessão [dos anos FHC/PSDB/DEM]. Convém-nos enfrentá-las com determinação, até mesmo porque representam muito mais uma oportunidade do que uma ameaça, desde que superadas o mais rápido possível.”
FONTE: escrito por Antonio Corrêa De Lacerda e publicado no “O Estado de S.Paulo”. O autor é economista, doutor em economia pelo IE/UNICAMP, professor da PUC-SP e da Fundação Dom Cabral. Foi presidente do COFECON e da SOBEET. Transcrito no portal do jornalista Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-entraves-do-progresso-brasileiro#more) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
O MANIFESTO DE NOVOS PROFESSORES DE PORTUGUÊS
DESINFORMAÇÃO E DESRESPEITO NA MÍDIA BRASILEIRA
“Por alguma razão escondida dentro de cada um de nós que escrevemos este texto tivemos como escolha profissional o ensino de língua (materna ou estrangeira). Por algum motivo desconhecido, resolvemos abraçar uma das profissões mais mal pagas do nosso país. Não quisemos nos tornar médicos, advogados ou jornalistas. Quisemos virar professores. E para fazê-lo, tivemos que estudar.
Estudar, para alguém que quer ensinar, tem dimensão profunda. Foi estudando que abandonamos muitas visões simplistas do mundo e muito dos nossos preconceitos.
Durante anos debatemos a condição da educação no Brasil. Cotidianamente, aprofundamo-nos sobre a realidade do país e sobre uma das expressões culturais mais íntimas de seus habitantes: a sua língua. Em várias dessas discussões, utilizamos reportagens, notícias ou fatos trazidos pelos jornais.
Crescemos ouvindo que jovem não lê jornal e que a cada dia o brasileiro lê menos. A julgar por nosso cotidiano, isso não é verdade. Tanto é que muitos de nós, já indignados com o tratamento dado pelo “Jornal Nacional” à questão do material “Por uma vida melhor”, perdemos o domingo ao, pela manhã, lermos as palavras de um dos mais respeitados jornalistas do país criticando, na “Folha de S. Paulo”, a valorização dada pelo material ao ensino das diferentes possibilidades do falar brasileiro. E ficamos ainda mais indignados durante a semana com tantas reportagens e artigos de opinião cheios de ideias equivocadas, ofensivas, violentas e irresponsáveis. Lemos textos assim também no “Estado de São Paulo” e nas revistas semanais “Veja” e “IstoÉ”.
Vimos o “Jornal Nacional” colocar uma das autoras do material em posição humilhante de ter que se justificar por ter conseguido fazer uma transposição didática de um assunto já debatido há tempos pelos grandes nomes da Linguística do país –nossos mestres, aliás.
O jornalista Clovis Rossi afirmou que a língua que ele julga correta é uma “evolução para que as pessoas pudessem se comunicar de uma maneira que umas entendam perfeitamente as outras” e que os professores têm o baixo salário justificado por “preguiça de ensinar”.
Uma semana depois, vimos Amauri Segalla e Bruna Cavalcanti narrarem um drama em que um aluno teria aprendido uma construção errada de sua língua, e afirmarem que o material “vai condenar esses jovens a uma escuridão cultural sem precedentes“.
Também esses dois últimos jornalistas tentam negar a voz contrária aos seus julgamentos, dizendo que pouquíssimos foram os que se manifestaram, e que as ideias expressas no material podem ter sucesso somente entre alguns professores “mais moderninhos”.
Já no “Estado de São Paulo”, vimos um economista fazendo represálias brutas a esse material didático. Acreditamos que o senhor Sardenberg entenda muito sobre jornalismo e economia, porém fica nítida a fragilidade de suas concepções sobre ensino da língua. A mesma desinformação e irresponsabilidade revelou o cineasta Arnaldo Jabor em seu violento comentário na rádio CBN.
Ficamos todos perplexos pela falta de informação desses jornalistas, pela inversão de realidade a que procederam, e, sobretudo, pelo preconceito que despejaram sem pudor sobre seus espectadores, ouvintes e leitores, alimentando visão reduzida ao senso comum equivocado quanto ao ensino da língua. A versão trazida pelos jornais sobre a defesa do “erro” em livros didáticos, e mais especificamente no livro “Por uma vida melhor”, é uma ofensa a todo trabalho desenvolvido pelos linguistas e educadores de nosso país no que diz respeito ao ensino de Língua Portuguesa.
A pergunta inquietante que tivemos foi: será que esses jornalistas ao menos se deram o trabalho de ler ou meramente consultar o referido livro didático antes de tornar públicas tão caluniosas opiniões?
Sabemos que não. Pois, se o tivessem feito, veriam que tal livro de forma alguma defende o ato de falar “errado”, mas sim busca desmistificar a noção de erro, substituindo-a pela de adequação/inadequação. Isso porque a Linguística, bem como qualquer outra ciência humana, não pode admitir a superioridade de uma expressão cultural sobre outra. Ao dizer que a população com baixo grau de escolaridade fala “errado”, o que se está dizendo é que a expressão cultural da maior parte da população brasileira é errada, ou inferior à das classes dominantes. Isso não pode ser concebido, nem publicado deliberadamente como foi nos meios de comunicação. É esse ensinamento básico que o material propõe, didaticamente, aos alunos que participam da Educação de Jovens e Adultos. Mais apropriado, impossível. Paulo Freire ficaria orgulhoso. Os jornalistas, porém, condenam.
Sabemos que os veículos de comunicação possuem influência poderosa sobre a visão de mundo das pessoas, atuam como formadores de opinião, Por isso consideramos retrocesso estigmatizar certos usos da língua e, com isso, o trabalho de profissionais que, todos os dias, estão em sala de aula tentando ir além do que a mera repetição dos exercícios gramaticais mecânicos, chamando atenção para o caráter multifacetado e plural do português brasileiro e sua relação intrínseca com os mais diversos contextos sociais.
A preocupação dos senhores jornalistas, porém, ainda é comum. Na base de suas críticas aparecem, sobretudo, o medo da escola não cumprir com seu papel de ensinar a norma culta aos falantes. Entretanto, se tivessem lido o referido material, esse medo teria facilmente se esvaído. Como todo linguista contemporâneo, os autores deixam claro, na página 12, que “Como a linguagem possibilita acesso a muitas situações sociais, a escola deve se preocupar em apresentar a norma culta aos estudantes, para que eles tenham mais uma variedade à sua disposição, a fim de empregá-la quando for necessário“. Dessa forma, sem deixar de valorizar a norma escrita culta –necessária para atuar nas esferas profissional e cultural, e logo, determinante para a ascensão econômica e social de seus usuários, embora não suficiente– o material consegue promover o debate sobre a diversidade linguística brasileira. Esse feito, do ponto de vista de todos que produzimos e utilizamos materiais didáticos, é fundamental.
Sobre os conteúdos errôneos que foram publicados pelos jornais e revistas, foi possível ver que, após uma semana, as respostas dadas pelos educadores, estudiosos da linguagem e, sobretudo, da variação linguística, já foram bastante elucidativas para informar esses profissionais do jornalismo. Infelizmente, alguns jornalistas não os leram. Mas ainda dá tempo de aprender com esses textos. Leiam as respostas de linguistas tais como Luis Carlos Cagliari, Marcos Bagno, Carlos Alberto Faraco, Sírio Possenti, e de educadores tais como Maria Alice Setubal e Maurício Ernica, entre outros, publicadas em diversas fontes, como elucidativas e representativas do que temos a dizer. Aliás, muito nos orgulha a paciência desses autores –foram verdadeiras aulas para alunos que parecem ter que começar do zero. Admirável foram essas respostas calmas, respeitosas e informativas, verdadeiras lições de Linguística, de Educação –e de atitude cidadã, diga-se de passagem– para “formadores de opinião” que, sem o domínio do assunto, resolveram palpitar, julgar e até incriminar práticas e ideias solidamente construídas em pesquisas científicas sobre a língua ao longo de toda a vida acadêmica de vários intelectuais brasileiros respeitados, ideias essas que começam, aos poucos, a chegar à realidade das escolas.
Ao final de anos de luta para podermos virar professores, ao invés de vermos nossos pensadores, acadêmicos e professores valorizados, vimos a humilhação violenta que eles sofreram. Vimos, com isso, a humilhação que a academia e estudos sérios e profundos podem sofrer pela mídia desavisada (ou maldosa). O poder da mídia foi assustador. Para os alunos mais dispersos, algumas concepções que levaram anos para serem construídas foram quebradas em instantes. Felizmente, esses são poucos. Para grande parte de nossos colegas estudantes de Letras, o que aconteceu foi descontentamento geral e descrença coletiva nos meios de comunicação.
A descrença na profissão de professor, que era a mais provável de ocorrer após tamanha violência e irresponsabilidade da mídia, essa não aconteceu –somente por conta daquele nosso motivo interno ao qual nos referimos antes. Nossa crença de que a educação é a solução de muitos problemas –como esse, por exemplo– e que é uma das profissões mais satisfatórias do mundo continua firme. Sabemos que vamos receber baixos salários, que nossa rotina será mais complicada do que a de muitos outros profissionais, e de todas as outras dificuldades que todos sabem que um professor enfrenta. O que não sabíamos é que não tínhamos o apoio da mídia, e que, pior que isso, ela se voltaria contra nós, dizendo que o baixo salário está justificado, e que não podemos reclamar porque não cumprimos nosso dever direito.
Gostaríamos de deixar claro que ensinar gramática tradicional não é difícil. Não temos preguiça disso. Facilmente, podemos ler a respeito da questão da colocação pronominal, passar na lousa como os pronomes devem ser usados e dizer para o aluno que está errado dizer “me dá uma borracha”. Isso é muito simples de fazer. Tão simples que os senhores jornalistas, que não são professores, já corrigiram o material “Por uma vida melhor” sobre a questão do plural dos substantivos. Não precisa ser professor para fazer isso. Dizer o que está errado, aliás, é o que muitos fazem de melhor.
Difícil, sabemos, é ter professores formados para conseguir promover, simultaneamente, o debate e o ensino do uso dos diversos recursos linguísticos e expressivos do português brasileiro que sejam adequados às diferentes situações de comunicação e próprios dos inúmeros gêneros dos discursos orais e escritos que utilizamos. Esse professor deve ter muito conhecimento sobre a linguagem e sobre a língua, nas suas dimensões linguísticas, textuais e discursivas, sobre o povo que a usa, sobre as diferentes regiões do nosso país, e sobre as relações intrínsecas entre linguagem e cultura.
Esse professor deve ter a cabeça aberta o suficiente para saber que nenhuma forma de usar a língua é “superior” a outra, mas que há situações que exigem aproximação maior da norma culta e outras em que isso não é necessário; que o “correto” não é falar apenas como paulistas e cariocas, usando o globês; que nenhum aluno pode sair da escola achando que fala “melhor” que outro, mas sim ciente da necessidade de escolher a forma mais adequada de usar a língua conforme exige a situação e, é claro, com o domínio da norma culta para as ocasiões em que ela é requerida. Esse professor tem que ter noções sobre identidade e alteridade, tem que valorizar o outro, a diferença, e respeitar o que conhece e o que não conhece.
Também, esse professor tem que ter muito orgulho de ser brasileiro: é ele que vai dizer ao garoto, ao ensinar o uso adequado da língua nas situações formais e públicas de comunicação, que não é porque a mãe desse garoto não usa esse tipo de variedade linguística, a norma culta, não conjuga os verbos, nem usa o plural de acordo com uma gramática pautada no português europeu, que ela é ignorante ou não sabe pensar. Ele vai dizer ao garoto que ele não precisa se envergonhar de sua mãe só porque aprendeu outras formas de usar o português na escola, e ela não. Ele vai ensinar o garoto a valorizar os falares regionais, e ser orgulhoso de sua família, de sua cultura, de sua região de origem, de seu país e das diferenças que existem dentro dele e, ao mesmo tempo, a ampliar, pelo domínio da norma culta, as suas possibilidades de participação na sociedade e na cultura letrada. O Brasil precisa, justamente, desse professor que esses jornalistas tanto incriminaram.
Formar um professor com esse potencial é o que fazem muitos dos intelectuais que foram ofendidos. Para eles, pedimos que esses jornalistas se desculpem. E os agradeçam. E, sobretudo, antes de os julgarem novamente, leiam suas publicações. Ironicamente, pedimos para a mídia se informar.
Nós somos a primeira turma a entrar no mercado de trabalho após esse triste ocorrido da imprensa. Somos muito conscientes da luta que temos pela frente e das possibilidades de mudança que nosso trabalho promove. Para isso, estudamos e trabalhamos duro durante anos. A nós, pedimos também que se desculpem. E esperamos que um dia possam nos agradecer.
Reafirmamos a necessidade de os veículos de comunicação respeitarem os nossos objetos de estudo e trabalho —a linguagem e a língua portuguesa usada no Brasil—, pois muitos estudantes e profissionais de outras áreas podem não perceber tamanha desinformação e manipulação irresponsável de informação, e podem vir a reproduzir tais concepções simplistas e equivocadas sobre a realidade da língua em uso, fomentando com isso preconceitos difíceis de serem extintos.
Sabemos que, sozinhos, os professores não mudam o mundo. Como disse a Professora Amanda Gurgel, em audiência pública no Rio Grande do Norte, não podemos salvar o país apenas com um giz e uma lousa. Precisamos de ajuda. Uma das maiores ajudas com as quais contamos é a dos jornalistas. Pedimos que procurem conhecer as teorias atuais da Educação, do ensino de língua portuguesa e da prática que vem sendo proposta cotidianamente no Brasil. Pedimos que leiam muito, informem-se. Visitem escolas públicas e particulares antes de se proporem a emitir opinião sobre o que deve ser feito lá. Promovam, acima de tudo, o debate de ideias e não procedam à condenação sumária de autores e obras que mal leram. Critiquem as assessorias internacionais que são contratadas reiteradamente. Incentivem o profissional da educação. E nunca mais tratem os professores como trataram dessa vez. O poder de vocês é muito grande –a responsabilidade para usá-lo deve ser também.”
FONTE: texto de Alecsandro Diniz Garcia, Ana Amália Alves da Silva, Ana Lúcia Ferreira Alves, Anderson Mizael, Jeferson Cipriano de Araújo, Laerte Centini Neto, Larissa Arrais, Larissa C. Martins, Laura Baggio, Lívia Oyagi, Lucas Grosso, Maria Laura Gándara Junqueira Parreira, Maria Vitória Paula Munhoz, Nathalia Melati, Nayara Moreira Santos, Sabrina Alvarenga de Souza e Yuki Agari Jorgensen Ramos – formandos 2011 em Letras da PUC-SP, futuros professores de Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Transcrito no portal do jornalista Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-manifesto-das-professoras-de-portugues#more) [imagem do Google adicionada por este blog].
“Por alguma razão escondida dentro de cada um de nós que escrevemos este texto tivemos como escolha profissional o ensino de língua (materna ou estrangeira). Por algum motivo desconhecido, resolvemos abraçar uma das profissões mais mal pagas do nosso país. Não quisemos nos tornar médicos, advogados ou jornalistas. Quisemos virar professores. E para fazê-lo, tivemos que estudar.
Estudar, para alguém que quer ensinar, tem dimensão profunda. Foi estudando que abandonamos muitas visões simplistas do mundo e muito dos nossos preconceitos.
Durante anos debatemos a condição da educação no Brasil. Cotidianamente, aprofundamo-nos sobre a realidade do país e sobre uma das expressões culturais mais íntimas de seus habitantes: a sua língua. Em várias dessas discussões, utilizamos reportagens, notícias ou fatos trazidos pelos jornais.
Crescemos ouvindo que jovem não lê jornal e que a cada dia o brasileiro lê menos. A julgar por nosso cotidiano, isso não é verdade. Tanto é que muitos de nós, já indignados com o tratamento dado pelo “Jornal Nacional” à questão do material “Por uma vida melhor”, perdemos o domingo ao, pela manhã, lermos as palavras de um dos mais respeitados jornalistas do país criticando, na “Folha de S. Paulo”, a valorização dada pelo material ao ensino das diferentes possibilidades do falar brasileiro. E ficamos ainda mais indignados durante a semana com tantas reportagens e artigos de opinião cheios de ideias equivocadas, ofensivas, violentas e irresponsáveis. Lemos textos assim também no “Estado de São Paulo” e nas revistas semanais “Veja” e “IstoÉ”.
Vimos o “Jornal Nacional” colocar uma das autoras do material em posição humilhante de ter que se justificar por ter conseguido fazer uma transposição didática de um assunto já debatido há tempos pelos grandes nomes da Linguística do país –nossos mestres, aliás.
O jornalista Clovis Rossi afirmou que a língua que ele julga correta é uma “evolução para que as pessoas pudessem se comunicar de uma maneira que umas entendam perfeitamente as outras” e que os professores têm o baixo salário justificado por “preguiça de ensinar”.
Uma semana depois, vimos Amauri Segalla e Bruna Cavalcanti narrarem um drama em que um aluno teria aprendido uma construção errada de sua língua, e afirmarem que o material “vai condenar esses jovens a uma escuridão cultural sem precedentes“.
Também esses dois últimos jornalistas tentam negar a voz contrária aos seus julgamentos, dizendo que pouquíssimos foram os que se manifestaram, e que as ideias expressas no material podem ter sucesso somente entre alguns professores “mais moderninhos”.
Já no “Estado de São Paulo”, vimos um economista fazendo represálias brutas a esse material didático. Acreditamos que o senhor Sardenberg entenda muito sobre jornalismo e economia, porém fica nítida a fragilidade de suas concepções sobre ensino da língua. A mesma desinformação e irresponsabilidade revelou o cineasta Arnaldo Jabor em seu violento comentário na rádio CBN.
Ficamos todos perplexos pela falta de informação desses jornalistas, pela inversão de realidade a que procederam, e, sobretudo, pelo preconceito que despejaram sem pudor sobre seus espectadores, ouvintes e leitores, alimentando visão reduzida ao senso comum equivocado quanto ao ensino da língua. A versão trazida pelos jornais sobre a defesa do “erro” em livros didáticos, e mais especificamente no livro “Por uma vida melhor”, é uma ofensa a todo trabalho desenvolvido pelos linguistas e educadores de nosso país no que diz respeito ao ensino de Língua Portuguesa.
A pergunta inquietante que tivemos foi: será que esses jornalistas ao menos se deram o trabalho de ler ou meramente consultar o referido livro didático antes de tornar públicas tão caluniosas opiniões?
Sabemos que não. Pois, se o tivessem feito, veriam que tal livro de forma alguma defende o ato de falar “errado”, mas sim busca desmistificar a noção de erro, substituindo-a pela de adequação/inadequação. Isso porque a Linguística, bem como qualquer outra ciência humana, não pode admitir a superioridade de uma expressão cultural sobre outra. Ao dizer que a população com baixo grau de escolaridade fala “errado”, o que se está dizendo é que a expressão cultural da maior parte da população brasileira é errada, ou inferior à das classes dominantes. Isso não pode ser concebido, nem publicado deliberadamente como foi nos meios de comunicação. É esse ensinamento básico que o material propõe, didaticamente, aos alunos que participam da Educação de Jovens e Adultos. Mais apropriado, impossível. Paulo Freire ficaria orgulhoso. Os jornalistas, porém, condenam.
Sabemos que os veículos de comunicação possuem influência poderosa sobre a visão de mundo das pessoas, atuam como formadores de opinião, Por isso consideramos retrocesso estigmatizar certos usos da língua e, com isso, o trabalho de profissionais que, todos os dias, estão em sala de aula tentando ir além do que a mera repetição dos exercícios gramaticais mecânicos, chamando atenção para o caráter multifacetado e plural do português brasileiro e sua relação intrínseca com os mais diversos contextos sociais.
A preocupação dos senhores jornalistas, porém, ainda é comum. Na base de suas críticas aparecem, sobretudo, o medo da escola não cumprir com seu papel de ensinar a norma culta aos falantes. Entretanto, se tivessem lido o referido material, esse medo teria facilmente se esvaído. Como todo linguista contemporâneo, os autores deixam claro, na página 12, que “Como a linguagem possibilita acesso a muitas situações sociais, a escola deve se preocupar em apresentar a norma culta aos estudantes, para que eles tenham mais uma variedade à sua disposição, a fim de empregá-la quando for necessário“. Dessa forma, sem deixar de valorizar a norma escrita culta –necessária para atuar nas esferas profissional e cultural, e logo, determinante para a ascensão econômica e social de seus usuários, embora não suficiente– o material consegue promover o debate sobre a diversidade linguística brasileira. Esse feito, do ponto de vista de todos que produzimos e utilizamos materiais didáticos, é fundamental.
Sobre os conteúdos errôneos que foram publicados pelos jornais e revistas, foi possível ver que, após uma semana, as respostas dadas pelos educadores, estudiosos da linguagem e, sobretudo, da variação linguística, já foram bastante elucidativas para informar esses profissionais do jornalismo. Infelizmente, alguns jornalistas não os leram. Mas ainda dá tempo de aprender com esses textos. Leiam as respostas de linguistas tais como Luis Carlos Cagliari, Marcos Bagno, Carlos Alberto Faraco, Sírio Possenti, e de educadores tais como Maria Alice Setubal e Maurício Ernica, entre outros, publicadas em diversas fontes, como elucidativas e representativas do que temos a dizer. Aliás, muito nos orgulha a paciência desses autores –foram verdadeiras aulas para alunos que parecem ter que começar do zero. Admirável foram essas respostas calmas, respeitosas e informativas, verdadeiras lições de Linguística, de Educação –e de atitude cidadã, diga-se de passagem– para “formadores de opinião” que, sem o domínio do assunto, resolveram palpitar, julgar e até incriminar práticas e ideias solidamente construídas em pesquisas científicas sobre a língua ao longo de toda a vida acadêmica de vários intelectuais brasileiros respeitados, ideias essas que começam, aos poucos, a chegar à realidade das escolas.
Ao final de anos de luta para podermos virar professores, ao invés de vermos nossos pensadores, acadêmicos e professores valorizados, vimos a humilhação violenta que eles sofreram. Vimos, com isso, a humilhação que a academia e estudos sérios e profundos podem sofrer pela mídia desavisada (ou maldosa). O poder da mídia foi assustador. Para os alunos mais dispersos, algumas concepções que levaram anos para serem construídas foram quebradas em instantes. Felizmente, esses são poucos. Para grande parte de nossos colegas estudantes de Letras, o que aconteceu foi descontentamento geral e descrença coletiva nos meios de comunicação.
A descrença na profissão de professor, que era a mais provável de ocorrer após tamanha violência e irresponsabilidade da mídia, essa não aconteceu –somente por conta daquele nosso motivo interno ao qual nos referimos antes. Nossa crença de que a educação é a solução de muitos problemas –como esse, por exemplo– e que é uma das profissões mais satisfatórias do mundo continua firme. Sabemos que vamos receber baixos salários, que nossa rotina será mais complicada do que a de muitos outros profissionais, e de todas as outras dificuldades que todos sabem que um professor enfrenta. O que não sabíamos é que não tínhamos o apoio da mídia, e que, pior que isso, ela se voltaria contra nós, dizendo que o baixo salário está justificado, e que não podemos reclamar porque não cumprimos nosso dever direito.
Gostaríamos de deixar claro que ensinar gramática tradicional não é difícil. Não temos preguiça disso. Facilmente, podemos ler a respeito da questão da colocação pronominal, passar na lousa como os pronomes devem ser usados e dizer para o aluno que está errado dizer “me dá uma borracha”. Isso é muito simples de fazer. Tão simples que os senhores jornalistas, que não são professores, já corrigiram o material “Por uma vida melhor” sobre a questão do plural dos substantivos. Não precisa ser professor para fazer isso. Dizer o que está errado, aliás, é o que muitos fazem de melhor.
Difícil, sabemos, é ter professores formados para conseguir promover, simultaneamente, o debate e o ensino do uso dos diversos recursos linguísticos e expressivos do português brasileiro que sejam adequados às diferentes situações de comunicação e próprios dos inúmeros gêneros dos discursos orais e escritos que utilizamos. Esse professor deve ter muito conhecimento sobre a linguagem e sobre a língua, nas suas dimensões linguísticas, textuais e discursivas, sobre o povo que a usa, sobre as diferentes regiões do nosso país, e sobre as relações intrínsecas entre linguagem e cultura.
Esse professor deve ter a cabeça aberta o suficiente para saber que nenhuma forma de usar a língua é “superior” a outra, mas que há situações que exigem aproximação maior da norma culta e outras em que isso não é necessário; que o “correto” não é falar apenas como paulistas e cariocas, usando o globês; que nenhum aluno pode sair da escola achando que fala “melhor” que outro, mas sim ciente da necessidade de escolher a forma mais adequada de usar a língua conforme exige a situação e, é claro, com o domínio da norma culta para as ocasiões em que ela é requerida. Esse professor tem que ter noções sobre identidade e alteridade, tem que valorizar o outro, a diferença, e respeitar o que conhece e o que não conhece.
Também, esse professor tem que ter muito orgulho de ser brasileiro: é ele que vai dizer ao garoto, ao ensinar o uso adequado da língua nas situações formais e públicas de comunicação, que não é porque a mãe desse garoto não usa esse tipo de variedade linguística, a norma culta, não conjuga os verbos, nem usa o plural de acordo com uma gramática pautada no português europeu, que ela é ignorante ou não sabe pensar. Ele vai dizer ao garoto que ele não precisa se envergonhar de sua mãe só porque aprendeu outras formas de usar o português na escola, e ela não. Ele vai ensinar o garoto a valorizar os falares regionais, e ser orgulhoso de sua família, de sua cultura, de sua região de origem, de seu país e das diferenças que existem dentro dele e, ao mesmo tempo, a ampliar, pelo domínio da norma culta, as suas possibilidades de participação na sociedade e na cultura letrada. O Brasil precisa, justamente, desse professor que esses jornalistas tanto incriminaram.
Formar um professor com esse potencial é o que fazem muitos dos intelectuais que foram ofendidos. Para eles, pedimos que esses jornalistas se desculpem. E os agradeçam. E, sobretudo, antes de os julgarem novamente, leiam suas publicações. Ironicamente, pedimos para a mídia se informar.
Nós somos a primeira turma a entrar no mercado de trabalho após esse triste ocorrido da imprensa. Somos muito conscientes da luta que temos pela frente e das possibilidades de mudança que nosso trabalho promove. Para isso, estudamos e trabalhamos duro durante anos. A nós, pedimos também que se desculpem. E esperamos que um dia possam nos agradecer.
Reafirmamos a necessidade de os veículos de comunicação respeitarem os nossos objetos de estudo e trabalho —a linguagem e a língua portuguesa usada no Brasil—, pois muitos estudantes e profissionais de outras áreas podem não perceber tamanha desinformação e manipulação irresponsável de informação, e podem vir a reproduzir tais concepções simplistas e equivocadas sobre a realidade da língua em uso, fomentando com isso preconceitos difíceis de serem extintos.
Sabemos que, sozinhos, os professores não mudam o mundo. Como disse a Professora Amanda Gurgel, em audiência pública no Rio Grande do Norte, não podemos salvar o país apenas com um giz e uma lousa. Precisamos de ajuda. Uma das maiores ajudas com as quais contamos é a dos jornalistas. Pedimos que procurem conhecer as teorias atuais da Educação, do ensino de língua portuguesa e da prática que vem sendo proposta cotidianamente no Brasil. Pedimos que leiam muito, informem-se. Visitem escolas públicas e particulares antes de se proporem a emitir opinião sobre o que deve ser feito lá. Promovam, acima de tudo, o debate de ideias e não procedam à condenação sumária de autores e obras que mal leram. Critiquem as assessorias internacionais que são contratadas reiteradamente. Incentivem o profissional da educação. E nunca mais tratem os professores como trataram dessa vez. O poder de vocês é muito grande –a responsabilidade para usá-lo deve ser também.”
FONTE: texto de Alecsandro Diniz Garcia, Ana Amália Alves da Silva, Ana Lúcia Ferreira Alves, Anderson Mizael, Jeferson Cipriano de Araújo, Laerte Centini Neto, Larissa Arrais, Larissa C. Martins, Laura Baggio, Lívia Oyagi, Lucas Grosso, Maria Laura Gándara Junqueira Parreira, Maria Vitória Paula Munhoz, Nathalia Melati, Nayara Moreira Santos, Sabrina Alvarenga de Souza e Yuki Agari Jorgensen Ramos – formandos 2011 em Letras da PUC-SP, futuros professores de Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Transcrito no portal do jornalista Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-manifesto-das-professoras-de-portugues#more) [imagem do Google adicionada por este blog].
segunda-feira, 30 de maio de 2011
NA INTERNET: SE VOCÊ NÃO PAGA, VOCÊ É O PRODUTO COMPRADO
ADEUS PRIVACIDADE
Por Antonio Tozzi
“O que antes era somente sonho de ficcionistas como George Orwell, Julio Verne e Aldous Huxley hoje já é realidade. Vivemos como se, de fato, fôssemos personagens de um imenso Big Brother –inspirado, aliás, numa antevisão de Orwell– onde já não mais existe privacidade. Com um simples clicar de botão, é possível para as autoridades levantar todos os dados de sua vida –sejam eles pessoais, profissionais ou mesmo secretos.
Redes sociais como ‘Facebook’, ‘Linkedin’ e outras foram criadas exatamente com esta finalidade, a de angariar dados que as pessoas colocam de graça em troca de um serviço. Como dizem os especialistas em Marketing, se você não paga nada por um produto ou serviço, isto significa que você é o produto que está sendo comercializado. Ou melhor, estão sendo comercializadas as informações que você disponibilizou por sua própria conta –e risco.
Através desse mapeamento, as companhias podem direcionar suas campanhas de Marketing de maneira mais objetiva. Não há razão para enviar amostra do produto em amarelo para Alice se ela mesma já declarou ser o azul sua cor predileta. E assim, através dessa seleção natural, os empresários e grupos organizados vão conquistando cada vez mais adeptos para seus produtos e serviços e também para suas causas.
A sociedade moderna, a cada dia, torna-se mais invasiva. Quando a polícia técnica efetua seus trabalhos de investigação para rastrear os suspeitos de crimes e de fraudes, vasculha todos os instrumentos usados pelos cidadãos. Dessa maneira, os peritos examinam as ligações feitas e/ou recebidas pelo suspeito e recuperam os dados contábeis e financeiros para ver se eles podem revelar informações importantes para o esclarecimento do caso.
E o que dizer das onipresentes câmeras de vídeo? Elas estão em todos os locais a denunciar crimes, roubos ou mesmo atos indiscretos. Que o diga Dominique Strauss-Khan, que trocou uma provável Presidência da França por uma desastrada cantada em uma camareira da Guiné num hotel de luxo em Nova York. A moça denunciou o figurão, e contou com as inestimáveis ajudas das câmeras e do laboratório que acusou a presença do DNA do sexagenário Don Juan numa amostra de sêmen colhida no quarto. Somente restou mesmo a ele mudar a história e afirmar que o sexo havia sido consensual.
Nada escapa dessas máquinas sofisticadas que atuam como olhos mecânicos do Big Brother. Nos aeroportos, somos submetidos a verdadeiro escrutínio no qual nossa privacidade é totalmente desrespeitada. A bagagem é examinada cuidadosamente e há, até mesmo, excesso de zelo, com o confisco de cremes e pastas de dente. Entretanto, o transtorno é tolerado porque o cuidado nunca é demais ao sabermos que terroristas suicidas podem inflitrar-se levando com eles instrumentos e elementos que podem provocar uma tragédia acima das nuvens.” (...)
FONTE: escrito por Antonio Tozzi, de Miami. O autor foi repórter do “Jornal da Tarde” e do “Estado de São Paulo”. Vive nos Estados Unidos desde 1996, onde foi editor da “CBS Telenotícias Brasil”, do canal de esportes “PSN”, da revista “Latin Trade” e do jornal “AcheiUSA”. Publicado no site “Direto da Redação” (http://www.diretodaredacao.com/noticia/adeus-privacidade) [título adicionado por este blog].
Mauro Santayana: “O DISCURSO ANACRÔNICO DE BARACK OBAMA”
“O discurso do presidente Barack Obama, em Londres [na semana passada], como quase todos os pronunciamentos políticos, não pode ser entendido em sua literalidade. As palavras, disso sabemos, servem para dizer e servem para ocultar, e quase sempre revelam, ao ocultar. Quando buscam esconder o verdadeiro sentimento dos que as pronunciam, revelam-no. Foi um ‘speech’ fora do tempo, e lembra os pronunciados por Ted Roosevelt na passagem do século 19 para o século 20.
Por Mauro Santayana, em seu blog
Obama foi a Londres a fim de dizer aos britânicos que os dois povos, vindos da mesma e presunçosa ‘Albion’, continuam a mandar no mundo. Começaram a mandar antes mesmo que as colônias da Nova Inglaterra existissem, ainda no fim do século 16, quando os espanhóis foram fragorosamente derrotados, com sua armada que se pressupunha invencível, mais pelos ventos e ondas altas do Canal da Mancha do que pela ação dos navios britânicos. Essa supremacia foi confirmada, no século 19, em Waterloo. Mas o simples fato de que o presidente dos Estados Unidos tenha considerado ser importante essa reafirmação de domínio, revela que ele se encontra em erosão.
O presidente cometeu um equívoco político importante, talvez porque tenha trocado de ‘ghost-writer’, ao desdenhar a posição da Europa. Ele não menciona diretamente países como a Alemanha e a França, e somente se refere “aos nossos aliados”. Enfim, os donos do mundo são eles. Os outros, por mais poderosos sejam, são apenas “aliados”.
O Brasil e os outros grandes países emergentes, reunidos no grupo BRICS, são mencionados como incapazes de ameaçar a supremacia mundial do eixo Washington-Londres. Não cremos que o Brasil venha a disputar a “liderança” do mundo. A melhor atitude de uma nação forte é a de não comprometer esse potencial em atos de conquista. Bons exércitos, economia sólida, instituições permanentes são condições necessárias para assegurar a liberdade interna e garantir os interesses nacionais na sociedade mundial. Mas se essa vantagem for usada em aventuras estultas, as consequências sempre serão, a prazo curto ou longo, desastrosas. Na vida de cada um de nós, e na vida das nações, a melhor escolha é a de não liderar, mas, tampouco, seguir a liderança alheia. Deixemos aos outros a sua autonomia e sejamos ferozes defensores da nossa independência.
Dentro da mesma ordem de idéias, estamos diante de outra manifestação de arrogância chocha da candidata francesa, Christine Lagarde, à direção do FMI. Ela, em resposta à posição brasileira e de outros países emergentes, que reclamam o direito de indicar o substituto de Strauss-Kahn, declara que a instituição tem que continuar em mãos européias. Há dois anos, ela disse que, “no FMI, quem paga, manda”. Como se vê, a sua idéia é a de que a instituição não é mundial, mas de alguns países que se julgam os guardiães universais da moeda. Se é esse o critério da Sra. Lagarde, está na hora de o FMI trocar de mãos.
Os países emergentes são hoje os maiores credores do mundo. A China, a Rússia, a Índia e o Brasil, em conjunto, retêm as maiores reservas mundiais, enquanto os Estados Unidos e a maioria dos países europeus são os grandes devedores internacionais. A dívida, pública e privada, dos Estados Unidos é nominalmente de 50,2 trilhões de dólares (3 vezes o seu PIB), isso sem contar com os trilhões e trilhões de dólares que, sem lastro metálico, circulam no mundo inteiro. Quem está pagando, direta ou indiretamente, são os países em desenvolvimento, como é o caso da China e dos outros integrantes do BRICS.
Com toda a sua arrogância, o discurso de Obama é vazio: o único poder de que dispõem Washington, Londres e seus aliados da OTAN é o bélico –que se encontra encurralado no Iraque e no Afeganistão.
Se o critério é esse, o de ‘quem paga, manda’, os BRICs podem abandonar o FMI –e criar uma nova instituição, que lhes sirva.”
FONTE: escrito pelo jornalista Mauro Santayana em seu blog. Transcrito no portal do PT (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=155231&id_secao=9) [imagem do Google e entre colchetes adicionados por este blog].
LÍBIA: O LADO OCULTO DOS FATOS
Embaixador líbio no Brasil, Salem Omar Ezubedi
Por Mário Augusto Jakobskind
“Na Líbia, os bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) seguem implacáveis contra Tripoli, provocando mortes e feridos. A [fajuta] justificativa de “ação humanitária de proteção à população civil” não resiste aos fatos. Isto é, a OTAN exorbitou de suas funções e a Organização das Nações Unidas (ONU) deveria ser convocada imediatamente para reavaliar o que aprovaram açodadamente. Até porque, quando foi imposta a decisão dos bombardeios no Conselho de Segurança, sem vetos, a justificativa era uma. A prática atual está sendo totalmente outra.
O governo russo, sabe-se lá por qual convencimento, somou-se, segundo as agências internacionais, ao grupo do clube imperial do G-8 para pedir a saída de Muammar Khadafi.
A OTAN também tem outro objetivo, que está ficando cada vez mais claro: a de atingir mortalmente o dirigente líbio Muammar Khadafi.
Leitores, ouvintes e telespectadores não estão tendo a oportunidade de ouvir o outro lado, porque somente recebem informações de uma fonte, exatamente a responsável por bombardeios que atingem áreas civis.
Para se ter uma idéia de como os meios de comunicação nacionais em geral somente divulgam o que noticiam as agências internacionais, inclusive informações muitas vezes que não resistem a uma checagem mais consistente, na semana que passou a “Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Liberdade de Imprensa”, da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), promoveu debate com o embaixador líbio no Brasil, Salem Omar Ezubedi, justamente para ouvir o outro lado.
Nenhum órgão da grande imprensa do Rio de Janeiro compareceu [!?!], apesar de avisados. Perderam a oportunidade de não só ouvir outro lado como até mesmo questionar o embaixador. Os editores não se interessaram pelo tema, porque, provavelmente, não teriam elementos para se contrapor às informações apresentadas pelo representante da Líbia.
O embaixador, por exemplo, acusou frontalmente a CIA de preparar os rebeldes durante dois meses para atacar as delegacias e os quartéis de Benghazi com o objetivo de roubar armas pesadas e promover os confrontos.
Zubeidy garantiu que a maioria dos opositores que moravam nos Estados Unidos tornou-se agente da CIA. Revelou, também, que depois do movimento que levou Khadafi ao poder, em 1969, muitas dessas pessoas que atualmente lutam contra o governo tinham se transferido para os Estados Unidos. Voltaram agora hasteando, inclusive, a bandeira da monarquia.
A Líbia, que tem regime laico, foi assediada por uma “Irmandade Islâmica” que quer impor ao país normas de acordo com os seus padrões, como, por exemplo, impedir, entre outras coisas, que as mulheres trabalhem e mesmo frequentem escolas. Membros da Al Qaeda estão ao lado dos rebeldes financiados pela CIA, segundo ainda Zubeidy.
Uma das críticas feitas ao Conselho de Segurança da ONU, ao adotar a resolução da adoção de uma zona de exclusão aérea, é que, antes, nenhum representante [da ONU] foi designado para verificar o que estava acontecendo verdadeiramente na Líbia.
Zubeidy responsabilizou o representante da Liga Árabe por prestar informações inverídicas segundo as quais o povo estaria sendo vitimado e que acabaram levando o Conselho a tomar a decisão equivocada que tomou.
A guerra civil na Líbia caminha para completar seis meses. Os bombardeios “imparciais” estão, na prática, tornando a situação ainda pior. A OTAN já tem a avaliação segundo a qual essa forma de ação não resolverá a crise como deseja. Por isso, não será surpresa se amanhã for decidido ação terrestre capitaneada pelos Estados Unidos, o maior senhor da guerra.” (...)
FONTE: escrito por Mário Augusto Jakobskind, correspondente no Brasil do semanário uruguaio “Brecha”. Foi colaborador do “Pasquim”, repórter da “Folha de São Paulo” e editor internacional da “Tribuna da Imprensa”. Integra o Conselho Editorial do seminário “Brasil de Fato”. É autor, entre outros livros, de “América que não está na mídia”, “Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE”. Publicado no site “Direto da Redação” (http://www.diretodaredacao.com/noticia/o-lado-oculto-dos-fatos)[trechos entre colchetes e detalhes de forma adicionados por este blog].
Por Mário Augusto Jakobskind
“Na Líbia, os bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) seguem implacáveis contra Tripoli, provocando mortes e feridos. A [fajuta] justificativa de “ação humanitária de proteção à população civil” não resiste aos fatos. Isto é, a OTAN exorbitou de suas funções e a Organização das Nações Unidas (ONU) deveria ser convocada imediatamente para reavaliar o que aprovaram açodadamente. Até porque, quando foi imposta a decisão dos bombardeios no Conselho de Segurança, sem vetos, a justificativa era uma. A prática atual está sendo totalmente outra.
O governo russo, sabe-se lá por qual convencimento, somou-se, segundo as agências internacionais, ao grupo do clube imperial do G-8 para pedir a saída de Muammar Khadafi.
A OTAN também tem outro objetivo, que está ficando cada vez mais claro: a de atingir mortalmente o dirigente líbio Muammar Khadafi.
Leitores, ouvintes e telespectadores não estão tendo a oportunidade de ouvir o outro lado, porque somente recebem informações de uma fonte, exatamente a responsável por bombardeios que atingem áreas civis.
Para se ter uma idéia de como os meios de comunicação nacionais em geral somente divulgam o que noticiam as agências internacionais, inclusive informações muitas vezes que não resistem a uma checagem mais consistente, na semana que passou a “Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Liberdade de Imprensa”, da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), promoveu debate com o embaixador líbio no Brasil, Salem Omar Ezubedi, justamente para ouvir o outro lado.
Nenhum órgão da grande imprensa do Rio de Janeiro compareceu [!?!], apesar de avisados. Perderam a oportunidade de não só ouvir outro lado como até mesmo questionar o embaixador. Os editores não se interessaram pelo tema, porque, provavelmente, não teriam elementos para se contrapor às informações apresentadas pelo representante da Líbia.
O embaixador, por exemplo, acusou frontalmente a CIA de preparar os rebeldes durante dois meses para atacar as delegacias e os quartéis de Benghazi com o objetivo de roubar armas pesadas e promover os confrontos.
Zubeidy garantiu que a maioria dos opositores que moravam nos Estados Unidos tornou-se agente da CIA. Revelou, também, que depois do movimento que levou Khadafi ao poder, em 1969, muitas dessas pessoas que atualmente lutam contra o governo tinham se transferido para os Estados Unidos. Voltaram agora hasteando, inclusive, a bandeira da monarquia.
A Líbia, que tem regime laico, foi assediada por uma “Irmandade Islâmica” que quer impor ao país normas de acordo com os seus padrões, como, por exemplo, impedir, entre outras coisas, que as mulheres trabalhem e mesmo frequentem escolas. Membros da Al Qaeda estão ao lado dos rebeldes financiados pela CIA, segundo ainda Zubeidy.
Uma das críticas feitas ao Conselho de Segurança da ONU, ao adotar a resolução da adoção de uma zona de exclusão aérea, é que, antes, nenhum representante [da ONU] foi designado para verificar o que estava acontecendo verdadeiramente na Líbia.
Zubeidy responsabilizou o representante da Liga Árabe por prestar informações inverídicas segundo as quais o povo estaria sendo vitimado e que acabaram levando o Conselho a tomar a decisão equivocada que tomou.
A guerra civil na Líbia caminha para completar seis meses. Os bombardeios “imparciais” estão, na prática, tornando a situação ainda pior. A OTAN já tem a avaliação segundo a qual essa forma de ação não resolverá a crise como deseja. Por isso, não será surpresa se amanhã for decidido ação terrestre capitaneada pelos Estados Unidos, o maior senhor da guerra.” (...)
FONTE: escrito por Mário Augusto Jakobskind, correspondente no Brasil do semanário uruguaio “Brecha”. Foi colaborador do “Pasquim”, repórter da “Folha de São Paulo” e editor internacional da “Tribuna da Imprensa”. Integra o Conselho Editorial do seminário “Brasil de Fato”. É autor, entre outros livros, de “América que não está na mídia”, “Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE”. Publicado no site “Direto da Redação” (http://www.diretodaredacao.com/noticia/o-lado-oculto-dos-fatos)[trechos entre colchetes e detalhes de forma adicionados por este blog].
OTAN MATA MAIS CIVIS E REVOLTA AFEGÃOS
ATAQUE AÉREO DA OTAN MATA 30 CIVIS, INCLUINDO 12 CRIANÇAS
"Caso é mais um entre vários registrados recentemente. Mais de 30 civis morreram em ataques das tropas internacionais nos últimos dias, dizem autoridades locais.
São, principalmente, os civis que "sofrem" [são assassinados] com a guerra no Afeganistão. Isso foi evidenciado mais uma vez com o ataque [dos EUA e OTAN] realizado na província de Helmand, no sul do país, na madrugada de ontem, domingo (29).
Segundo o porta-voz do governo da região, um ataque das "forças de ocupação" [EUA e seus aliados] matou cinco meninas, sete meninos e duas mulheres. Outras seis pessoas ficaram feridas, entre elas, três crianças.
O ataque foi desferido após tropas americanas, "supostamente", terem pedido socorro na região de Nawzad, disse o porta-voz. Os helicópteros que foram enviados dispararam contra duas residências, atingindo as crianças.
"Minha casa foi bombardeada no meio da noite e minhas crianças foram mortas", relatou um parente das vítimas. "Os talibãs estavam bem longe da minha casa. Por que então ela foi bombardeada?"
O líder de uma tribo em Nawzad disse à agência de notícias [francesa] AFP que 12 integrantes de sua família foram mortos e outros dez ficaram feridos no ataque da OTAN. Ele contou ter visto os helicópteros sendo atacados a tiros [vítimas, coitados...]. As aeronaves teriam recuado e voltado dez minutos depois, quando dispararam foguetes contra as residências.
Homens em trajes de luto carregavam em seus braços os corpos das crianças, envoltos em panos cheios de manchas de sangue. Os cadáveres foram postos num caminhão e levados à capital da província.
No Afeganistão, cresce a revolta com as mortes de civis nos ataques aéreos das tropas estrangeiras. Somente nos últimos dias, ataques da OTAN mataram mais de 30 civis, segundo as autoridades locais.
O caso anterior ocorreu na província de Nuristão, na quarta-feira passada (25), quando 18 civis e 20 policiais foram assassinados. Eles foram tomados como guerrilheiros do Talibã, pelos soldados da OTAN.
De acordo com números das Nações Unidas, "o conflito" [a invasão dos EUA e seus aliados] no Afeganistão custou a morte de quase 2.800 civis somente no ano de 2010.”
FONTE: portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=155230&id_secao=9) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
HONDURAS: ACORDO NEGA LEGITIMIDADE A GOLPE E VINGA POSIÇÃO DO BRASIL
Manuel Zelaya discursa em Tegucigalpa [foto: AFP (O Globo)]
“O acordo que abriu caminho para a reintegração de Honduras à OEA não restitui Manuel Zelaya ao poder, como exigiu a entidade [OEA] há dois anos, nem garante a estabilidade num país polarizado.
Seu mérito é negar qualquer pretensão de legitimidade ao complô cívico-militar que retirou o presidente, de pijamas, da residência oficial e o expulsou do país.
O acordo premia a persistência do Brasil e de seus sócios no Mercosul, para os quais a época de quarteladas na região fora encerrada com a aprovação da “Carta Democrática da OEA”, em 2001.
Esses países resistiram à ofensiva liderada pelos EUA para que a situação fosse dada por "normalizada" após a eleição de Porfírio Lobo.
Na época, o governo Obama buscou acomodação com os golpistas devido à pressão "conservadora" [sic] no Congresso e ao lobby da Câmara de Comércio EUA-Honduras, detalhado nos telegramas obtidos pelo grupo ‘WikiLeaks’. Fez isso apesar de o próprio embaixador dos EUA em Tegucigalpa, Hugo Llorens, ter dito que a deposição fora "ilegal e inconstitucional".[A oposição (PSDB/DEM/PPS) e a 'grande' mídia no Brasil deram total apoio ao golpe e, como sempre, aos "conservadores" e ao lobby comercial norte-americanos]
Embora a Carta hondurenha seja falha em mecanismos para resolver disputas entre os Poderes, o certo é que o afastamento legal do presidente só poderia ter ocorrido após sua condenação em processo judicial.
A alegação dos golpistas era que Zelaya violara a Constituição ao [pretender] organizar consulta popular sobre a convocação de Constituinte. A acusação se baseava na "suposição" de que o objetivo final era mudar a cláusula pétrea que proíbe a reeleição.
O acordo intermediado por Colômbia e Venezuela pretende encerrar a polêmica ao reconhecer o direito de Zelaya de promover a consulta.
Se realizado, desta vez o plebiscito poderá versar diretamente sobre mudanças em cláusulas pétreas, conforme regulamentação do tema aprovada em janeiro por iniciativa de Lobo, sob o argumento -tirado da Carta- de que "soberano é o povo".
FONTE: reportagem de Claudia Antunes publicada na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2905201104.htm) [trechos entre colchetes adicionados por este blog].
“O acordo que abriu caminho para a reintegração de Honduras à OEA não restitui Manuel Zelaya ao poder, como exigiu a entidade [OEA] há dois anos, nem garante a estabilidade num país polarizado.
Seu mérito é negar qualquer pretensão de legitimidade ao complô cívico-militar que retirou o presidente, de pijamas, da residência oficial e o expulsou do país.
O acordo premia a persistência do Brasil e de seus sócios no Mercosul, para os quais a época de quarteladas na região fora encerrada com a aprovação da “Carta Democrática da OEA”, em 2001.
Esses países resistiram à ofensiva liderada pelos EUA para que a situação fosse dada por "normalizada" após a eleição de Porfírio Lobo.
Na época, o governo Obama buscou acomodação com os golpistas devido à pressão "conservadora" [sic] no Congresso e ao lobby da Câmara de Comércio EUA-Honduras, detalhado nos telegramas obtidos pelo grupo ‘WikiLeaks’. Fez isso apesar de o próprio embaixador dos EUA em Tegucigalpa, Hugo Llorens, ter dito que a deposição fora "ilegal e inconstitucional".[A oposição (PSDB/DEM/PPS) e a 'grande' mídia no Brasil deram total apoio ao golpe e, como sempre, aos "conservadores" e ao lobby comercial norte-americanos]
Embora a Carta hondurenha seja falha em mecanismos para resolver disputas entre os Poderes, o certo é que o afastamento legal do presidente só poderia ter ocorrido após sua condenação em processo judicial.
A alegação dos golpistas era que Zelaya violara a Constituição ao [pretender] organizar consulta popular sobre a convocação de Constituinte. A acusação se baseava na "suposição" de que o objetivo final era mudar a cláusula pétrea que proíbe a reeleição.
O acordo intermediado por Colômbia e Venezuela pretende encerrar a polêmica ao reconhecer o direito de Zelaya de promover a consulta.
Se realizado, desta vez o plebiscito poderá versar diretamente sobre mudanças em cláusulas pétreas, conforme regulamentação do tema aprovada em janeiro por iniciativa de Lobo, sob o argumento -tirado da Carta- de que "soberano é o povo".
FONTE: reportagem de Claudia Antunes publicada na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2905201104.htm) [trechos entre colchetes adicionados por este blog].
domingo, 29 de maio de 2011
GENOCIDAS
“Ao anunciar o assassinato de Osama Bin Laden, Barack Obama disse que se fazia ali “a justiça pelos mais de três mil mortos nas Torres Gêmeas” (sic) [Bin Laden é, até hoje, apenas suposto envolvido no ataque de 11 de setembro de 2001. Não conseguiram provas do seu envolvimento].
E quando se fará justiça pelos quase um milhão de mortos entre o Iraque e o Afeganistão? Isso para não retroagirmos mais tempo na história.
Por Izaías Almada, em artigo publicado originalmente no “Blog da Boitempo”
A sociedade norte-americana, maior consumidora de drogas do mundo, amanheceu cantando e dançando no último dia 02 de maio, comemorando o assassinato de Osama Bin Laden.
No cipoal de artigos, análises, entrevistas, boatos, depoimentos e discursos que caracterizaram o show mediático anunciador da morte de Osama Bin Laden, um dos pontos que mais me chamou a atenção (o mesmo aconteceu com a eleição de Barack Obama em 2008) foi –e continua sendo– a montagem de um ardiloso e não menos sibilino marketing político de comunicação em massa.
Em 2008, o mundo foi enganado com a perspectiva de os EUA elegerem um negro (ou devo dizer afrodescendente?) para a Casa Branca. A lógica por trás dos arranjos políticos da elite norte-americana pressupunha criar para o mundo uma imagem menos selvagem e conservadora depois de oito anos de governo Bush. Afinal, pensaram os “estrategistas”, vejam só como a nossa democracia funciona: já suportamos eleger um negro (ou devo dizer afrodescendente?) e de ascendência muçulmana para a presidência dos Estados Unidos da América. Poderiam até ter tentado uma mulher –Hillary Clinton– mas preferiram queimar uma etapa… E escolheram um afrodescendente. Somos de fato uma democracia ou alguém aí na platéia duvida?
No caso atual, o que menos interessa é saber se Bin Laden [era culpado ou não] se estava armado ou não, se houve cooperação paquistanesa ou não, se foi um golpe eleitoral para 2012 ou não, ou até as tais especulações sobre a veracidade da morte no dia anunciado ou mesmo antes, como algumas notícias procuraram sugerir e divulgar.
Claro que historiadores e sociólogos têm o direito e o dever de investigar à exaustão a era Bush Jr/Obama para se entender a rearticulação do capitalismo no pré e no pós período neoliberal mais ativo da contemporânea economia capitalista e ajudar-nos a compreender a geopolítica da força bruta, das invasões de países sob falsos argumentos, da chantagem nuclear, enfim, desse império que insiste em se autodeclarar “defensor da democracia”, seja lá o que isso signifique nos dias de hoje para eles e para nós.
Ninguém chega à presidência dos EUA sem vender a alma ao diabo. Só os ingênuos acreditariam numa bobagem dessas. Barack Obama teve que compor com a indústria do tabaco, com a indústria armamentista, com a indústria farmacêutica, com os grandes grupos midiáticos, com a indústria automobilística, com os magnatas do petróleo, ou jamais alcançaria a presidência. Suas promessas de campanha eram areia nos olhos dos incautos e seus quatro anos de governo mostraram isso até agora.
A mentira e a dissimulação são dois dos principais argumentos da diplomacia norte-americana para o mundo. Há mesmo quem afirme, como faz o Dr. Steve R. Pieczenik, assistente do Secretário de Estado de três presidentes, consultor do Departamento de Defesa e ex-capitão da Marinha dos EUA, que o atentado às Torres Gêmeas em 2001 foi “um trabalho interno”.
Há poucos dias, tomei conhecimento da foto de uma menina iraquiana, na época com cinco anos de idade, chorando e toda suja de sangue, tendo ao lado um soldado norte-americano armado com sua metralhadora. A menina escapara de saraivada de balas contra o carro dos seus pais, que morreram impiedosamente. Na matéria, uma segunda foto mostrava a mesma menina hoje já adolescente e que via, pela primeira vez, a foto descrita acima. Sua expressão na segunda foto é de espanto, dor e um olhar de tristeza. Ali estava mais um (in)feliz ser humano "protegido do terrorismo muçulmano".
E é disso que se trata: por trás da arrogância, do show midiático para incautos, dos discursos repletos de piadinhas infelizes pelo meio, as chamadas autoridades norte-americanas, a começar pelo seu atual presidente, inundam o mundo com seu cinismo, com suas empáfias sustentadas por arsenal atômico inigualável, com seu total desrespeito pelo ser humano. Desrespeito esse que tem um emblema dos mais aterradores para aqueles que ainda querem acreditar em outros valores humanos: Barack Obama recebeu o prêmio Nobel da Paz. Onde está o maior cinismo: nos que lhe atribuíram o prêmio ou no próprio premiado?
Ao anunciar o assassinato de Osama Bin Laden, Barack Obama disse que se fazia ali “a justiça pelos mais de três mil mortos nas Torres Gêmeas” [sic]. E quando se fará justiça pelos quase um milhão de mortos entre o Iraque e o Afeganistão? Isso para não retroagirmos mais tempo na história.
Mais sinistro ainda: o ex-vice presidente de Bush Jr, senhor Dick Cheney, ao ser entrevistado pela rede de televisão “Fox News”, digna porta-voz do que de mais repugnante exibe a ultradireita norte-americana, sustentou que a descoberta de Bin Laden se deveu a informações extraídas em “simulações de afogamento”, um tipo de tortura aplicada pela CIA. E, pasmem todos, que defenderia que esse método de interrogatório voltasse a ser praticado.
A insensibilidad]e, a arrogância, a prepotência, a mentira, a desinformação proposital, o deboche, a vilania, o cinismo, a intolerância, o preconceito –e eu poderia acrescentar inúmeros outros substantivos– são hoje os valores que a democracia norte-americana tem a oferecer ao mundo. Nem mais, nem menos. O mais que posso fazer ao escrever esse artigo –o que é muito pouco para a sanha de tão deletérios criminosos– é usar o único adjetivo que lhes cabe: GENOCIDAS.
O mundo precisa de um novo tribunal Bertrand Russel/Jean-Paul Sartre. Como também precisamos nos acostumar à idéia de que não existiu apenas um Adolf Hitler.”
FONTE: escrito por Izaías Almada, escritor e dramaturgo, em artigo publicado originalmente no “Blog da Boitempo”. É autor da peça “Uma Questão de Imagem” (Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos) e do livro “Teatro de Arena: Uma Estética de Resistência”, Editora Boitempo. Artigo transcrito no site “Carta Maior” (http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=5069) [imagens do Google e entre colchetes adicionados por este blog].
“ÉPOCA” NÃO MERECE DESMENTIDO. MERECE PROCESSO
Por Brizola Neto
“Os médicos Antônio Carlos Onofre de Lira, diretor técnico, e Paulo Ayroza Galvão, diretor clínico do Hospital Sírio-Libanês, por solicitação da Presidenta Dilma Roussef, emitiram sábado à tarde longo e detalhado relatório sobre os atendimentos prestados a ela.
Tratam em detalhes e com absoluta transparência todo os diagnósticos e terapêuticas relativos a eles.
O assunto de interesse público –a saúde da Presidenta– foi tratado com transparência ímpar. Aliás, sempre foi, mesmo quando ainda candidata.
Mas não foi transparência o que fez a “Época” [das Organizações GLOBO]. Foi violação de documentos médicos privados -e cuja divulgação somente pode ser feita por autorização do paciente, segundo resolução nº1605/2000, do Conselho Federal de Medicina.
A revista teria todo o direito de formular perguntas sobre a saúde da presidente, a ela ou a seus médicos. Mas está confesso nas próprias páginas da revista que “Época teve acesso a exames, a relatos médicos e à lista de medicamentos usados pela presidente da República”.
Não foi, repito, informação sobre assuntos ou políticas públicas. Nem mesmo diagnóstico ou prognóstico que, por sério, pudesse ter interesse para a sociedade. Foram detalhes personalíssimos, que a ninguém dizem respeito.
Isso é crime, previsto no Art. 154 do Código Penal. Tanto quanto é crime a violação de extrato bancário, de qualquer pessoa. Crime para quem viola o que está sob sua guarda, seja um profissional hospitalar ou um gerente de banco, quanto para quem o divulga, sabendo que foi obtido de forma ilícita.
Não havia crime a denunciar, perigo a prevenir, algum direito de pessoa ou da sociedade a proteger com a divulgação.
A intenção, prevista na lei de “produzir dano a outrem”, está marcada pela fotografia “fúnebre” da capa e pela reunião maliciosa entre o uso de remédios para uma infecção –a pneumonia– com outras situações que nada têm a ver com ela –o hipotireoidismo, por exemplo– e até substâncias de uso tópico para aftas, como o bicarbonato de sódio e o Oncilon.
Isso nada tem a ver com o dever de dar informações sobre a saúde de uma pessoa pública. Tanto que elas são e foram dadas sempre, nos boletins médicos.
A motivação foi política: gerar medo, intranquilidade e dúvida sobre sua capacidade de governar. O que se praticou foi um crime –e não apenas violação ética, o que já é grave– e crimes devem merecer responsabilização.
Mas, aqui, no país onde o inimigo político é culpado até que prove sua inocência (e olhe lá), pretender que a imprensa aja dentro da lei é 'perseguição'."
FONTE: escrito por Brizola Neto em seu blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com/epoca-nao-merece-desmentido-merece-processo/).
“Os médicos Antônio Carlos Onofre de Lira, diretor técnico, e Paulo Ayroza Galvão, diretor clínico do Hospital Sírio-Libanês, por solicitação da Presidenta Dilma Roussef, emitiram sábado à tarde longo e detalhado relatório sobre os atendimentos prestados a ela.
Tratam em detalhes e com absoluta transparência todo os diagnósticos e terapêuticas relativos a eles.
O assunto de interesse público –a saúde da Presidenta– foi tratado com transparência ímpar. Aliás, sempre foi, mesmo quando ainda candidata.
Mas não foi transparência o que fez a “Época” [das Organizações GLOBO]. Foi violação de documentos médicos privados -e cuja divulgação somente pode ser feita por autorização do paciente, segundo resolução nº1605/2000, do Conselho Federal de Medicina.
A revista teria todo o direito de formular perguntas sobre a saúde da presidente, a ela ou a seus médicos. Mas está confesso nas próprias páginas da revista que “Época teve acesso a exames, a relatos médicos e à lista de medicamentos usados pela presidente da República”.
Não foi, repito, informação sobre assuntos ou políticas públicas. Nem mesmo diagnóstico ou prognóstico que, por sério, pudesse ter interesse para a sociedade. Foram detalhes personalíssimos, que a ninguém dizem respeito.
Isso é crime, previsto no Art. 154 do Código Penal. Tanto quanto é crime a violação de extrato bancário, de qualquer pessoa. Crime para quem viola o que está sob sua guarda, seja um profissional hospitalar ou um gerente de banco, quanto para quem o divulga, sabendo que foi obtido de forma ilícita.
Não havia crime a denunciar, perigo a prevenir, algum direito de pessoa ou da sociedade a proteger com a divulgação.
A intenção, prevista na lei de “produzir dano a outrem”, está marcada pela fotografia “fúnebre” da capa e pela reunião maliciosa entre o uso de remédios para uma infecção –a pneumonia– com outras situações que nada têm a ver com ela –o hipotireoidismo, por exemplo– e até substâncias de uso tópico para aftas, como o bicarbonato de sódio e o Oncilon.
Isso nada tem a ver com o dever de dar informações sobre a saúde de uma pessoa pública. Tanto que elas são e foram dadas sempre, nos boletins médicos.
A motivação foi política: gerar medo, intranquilidade e dúvida sobre sua capacidade de governar. O que se praticou foi um crime –e não apenas violação ética, o que já é grave– e crimes devem merecer responsabilização.
Mas, aqui, no país onde o inimigo político é culpado até que prove sua inocência (e olhe lá), pretender que a imprensa aja dentro da lei é 'perseguição'."
FONTE: escrito por Brizola Neto em seu blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com/epoca-nao-merece-desmentido-merece-processo/).
“ÉPOCA” SUPERA “VEJA” EM IMUNDÍCIE E QUER MATAR DILMA
Por Brizola Neto
“Alertado por um leitor, fui ver a capa da “Época” [das Organizações GLOBO] , na qual uma foto da presidenta, de olhos fechados, é usada para ilustrar matéria sobre suposta gravidade de seus problemas de saúde.
É sordidamente mórbida.
Registra que os seus médicos dizem que ela “apresenta ótimo estado de saúde”, mas, a partir daí, tece uma teia mal-intencionada e imunda sobre os problemas que ela apresentou e os outros que tem, normais para uma mulher da sua idade.
O hipotireoidismo, por exemplo, é problema comuníssimo entre as mulheres de mais idade. É por isso que todo médico pede a elas, sempre, o exame de TSH. E o hormônio T4 –Synthroid, Puran, Levoid, Euthyrox e outros– tomado em jejum, é a mais básica terapêutica, usada por anos e anos por milhões de mulheres do mundo inteiro.
A revista publica lista imbecil de “medicamentos” que a presidente tomava, em sua recuperação de uma pneumonia, listando tudo, até Novalgina, Fluimicil e Atrovent (usado em inalação até por crianças), e chegando ao cúmulo de citar “bicarbonato de sódio –contra aftas”. Diz que o toldo que abrigou Dilma de uma chuva, em Salvador, ”lembrava uma bolha de plástico”.
Meu Deus, o que esperavam que fizessem com uma mulher que se recuperava de um princípio de pneumonia? Que lhe jogassem um balde de água gelada por cima?
Essa é a “ética” dos nossos grandes meios de comunicação. Não precisam de fatos, basta construírem versões, erguendo grandes mentiras sobre minúsculas verdades.
Esses é que pretendem ser os “fiscais do poder”.
Que imundície!”
FONTE: escrito por Brizola Neto em seu blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com/epoca-supera-veja-em-imundicie-e-quer-matar-dilma/).
Celso Amorim: A ÁFRICA TEM SEDE DE BRASIL
Por Celso Amorim, em "CartaCapital"
“Escrevo este artigo no dia dedicado à celebração do continente africano. E faço isso com muita alegria, por constatar, pela leitura do discurso pronunciado pelo ministro Antonio Patriota na cerimônia com que o Itamaraty marcou a efeméride, que os conceitos e princípios que se desenvolveram durante o governo do presidente Lula continuam a presidir a política africana de Dilma Rousseff. Patriota deu, ele próprio, os dados que ilustram o vertiginoso crescimento das nossas relações com o continente africano durante os últimos oito anos.
A África sempre esteve no imaginário da política externa brasileira, embora nem sempre de forma coerente ou consequente. Durante a ditadura, o Brasil foi lento em dar apoio aos movimentos de libertação das antigas colônias portuguesas. Graças à visão de dois homens, Ovídio Melo e Italo Zappa, nos redimimos em parte desse pecado ao agirmos de forma pioneira e corajosa reconhecendo o governo do MPLA em Angola.
Na primeira viagem que fiz à Africa durante o governo Lula, visitei sete países, seguindo a orientação do presidente, mas instigado também por uma cobrança de minha mulher, que, ao me ouvir relatar iniciativas quanto à Venezuela, Mercosul etc., me interpelou: “E pela África vocês não estão fazendo nada?” Isso foi em abril de 2003, quando decidíamos nossas prioridades e refazíamos nossas agendas, dominadas então por temas impostos de fora, como a ALCA.
Desde aquela primeira visita, observei a realidade que inspirou o título deste artigo: “A África tem sede de Brasil”. De Moçambique a Namíbia, de Gana a São Tomé e Príncipe, cada um a seu modo e de acordo com suas características e dimensões, veem no Brasil um modelo a ser seguido.
Lula revelou-se o mais africano dos presidentes. Pediu perdão pelos crimes da escravidão, visitou mais de duas dezenas de países e abriu caminho para ações de cooperação e negócios. Essa determinação em não deixar que a África escapasse do radar das nossas prioridades provocou muitas críticas da nossa mídia ocidentocêntrica (o leitor perdoará o barbarismo), que só arrefeceram quando o presidente chinês visitou sete ou oito países em mais ou menos 12 dias. Aí os nossos “especialistas” passaram a dizer que a nossa ação era insuficiente…
Uma agência de notícias publicou, a propósito, em fevereiro, excelente artigo comparativo entre as ações do Brasil e da China na África. Em suma, o Brasil ganha na empatia e no jeitinho (no bom sentido), mas perde de longe nos recursos investidos. E para quem nunca se deu ao trabalho de olhar, além do interesse comercial (a África seria hoje, tomada como país individual, o nosso quarto parceiro comercial, à frente do Japão e da Alemanha), o continente africano é vizinho muito próximo com o qual temos interesses estratégicos. A distância do Recife ou de Natal a Dacar é menor que a dessas cidades a Porto Velho ou Rio Branco. Nossa zona marítima exclusiva praticamente toca aquela de Cabo Verde. Isso sem falar no enorme benefício que maior relação com o Brasil traria para a África, contribuindo para afastar a sombra do colonialismo renascente, agora movido não só por capitais, mas por tanques e helicópteros de combate.
Tive, recentemente, o privilégio de passar quatro semanas na “Kennedy School of Government”, em Harvard. Como já comentei em outro artigo, pude observar ali a preocupação (quase obsessão) com temas relacionados com a segurança, até certo ponto compreensível em um país envolvido em duas guerras (ou três, se incluirmos a Líbia, como devemos fazer) e perplexo diante das mudanças que têm ocorrido fora do script inicialmente traçado para a "implantação da democracia" de fora para dentro e por força das armas.
Houve, também, oportunidades para conversas sobre temas mais amenos, mas igualmente importantes, com professores provenientes dos mais diversos recantos do planeta. Uma delas foi com o queniano Calestou Juma, que ocupou cargos internacionais na área ambiental e que publicou há pouco um livro sobre agricultura africana. Juma completou seus estudos de doutorado no Brasil, em Piracicaba, atraído pela noção de que o nosso país é um modelo a ser seguido. Não sou técnico em temas agrícolas, mas pude relatar a Juma algumas de nossas iniciativas nesse campo, como o escritório da Embrapa, em Gana, e a experiência pioneira de uma fazenda-modelo de algodão no Mali, que visa a beneficiar alguns dos países mais pobres do mundo.
Foi de Juma (a leitura de cujo CV na Wikipédia recomendo aos interessados em aprimorar nossa cooperação com os vizinhos de além-mar) que ouvi a melhor formulação do que o Brasil significa para as esperanças de desenvolvimento da África: “Para cada problema africano existe uma solução brasileira”. Se a nossa agência de cooperação estivesse em busca de um slogan, não haveria melhor. Pagando direito autoral, é claro.”
FONTE: escrito pelo embaixador Celso Amorim e transcrito no portal “Viomundo”, de Luiz Carlos Azenha (http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/celso-amorim-a-africa-tem-sede-de-brasil.html) [imagem do Google adicionada por este blog].
“Escrevo este artigo no dia dedicado à celebração do continente africano. E faço isso com muita alegria, por constatar, pela leitura do discurso pronunciado pelo ministro Antonio Patriota na cerimônia com que o Itamaraty marcou a efeméride, que os conceitos e princípios que se desenvolveram durante o governo do presidente Lula continuam a presidir a política africana de Dilma Rousseff. Patriota deu, ele próprio, os dados que ilustram o vertiginoso crescimento das nossas relações com o continente africano durante os últimos oito anos.
A África sempre esteve no imaginário da política externa brasileira, embora nem sempre de forma coerente ou consequente. Durante a ditadura, o Brasil foi lento em dar apoio aos movimentos de libertação das antigas colônias portuguesas. Graças à visão de dois homens, Ovídio Melo e Italo Zappa, nos redimimos em parte desse pecado ao agirmos de forma pioneira e corajosa reconhecendo o governo do MPLA em Angola.
Na primeira viagem que fiz à Africa durante o governo Lula, visitei sete países, seguindo a orientação do presidente, mas instigado também por uma cobrança de minha mulher, que, ao me ouvir relatar iniciativas quanto à Venezuela, Mercosul etc., me interpelou: “E pela África vocês não estão fazendo nada?” Isso foi em abril de 2003, quando decidíamos nossas prioridades e refazíamos nossas agendas, dominadas então por temas impostos de fora, como a ALCA.
Desde aquela primeira visita, observei a realidade que inspirou o título deste artigo: “A África tem sede de Brasil”. De Moçambique a Namíbia, de Gana a São Tomé e Príncipe, cada um a seu modo e de acordo com suas características e dimensões, veem no Brasil um modelo a ser seguido.
Lula revelou-se o mais africano dos presidentes. Pediu perdão pelos crimes da escravidão, visitou mais de duas dezenas de países e abriu caminho para ações de cooperação e negócios. Essa determinação em não deixar que a África escapasse do radar das nossas prioridades provocou muitas críticas da nossa mídia ocidentocêntrica (o leitor perdoará o barbarismo), que só arrefeceram quando o presidente chinês visitou sete ou oito países em mais ou menos 12 dias. Aí os nossos “especialistas” passaram a dizer que a nossa ação era insuficiente…
Uma agência de notícias publicou, a propósito, em fevereiro, excelente artigo comparativo entre as ações do Brasil e da China na África. Em suma, o Brasil ganha na empatia e no jeitinho (no bom sentido), mas perde de longe nos recursos investidos. E para quem nunca se deu ao trabalho de olhar, além do interesse comercial (a África seria hoje, tomada como país individual, o nosso quarto parceiro comercial, à frente do Japão e da Alemanha), o continente africano é vizinho muito próximo com o qual temos interesses estratégicos. A distância do Recife ou de Natal a Dacar é menor que a dessas cidades a Porto Velho ou Rio Branco. Nossa zona marítima exclusiva praticamente toca aquela de Cabo Verde. Isso sem falar no enorme benefício que maior relação com o Brasil traria para a África, contribuindo para afastar a sombra do colonialismo renascente, agora movido não só por capitais, mas por tanques e helicópteros de combate.
Tive, recentemente, o privilégio de passar quatro semanas na “Kennedy School of Government”, em Harvard. Como já comentei em outro artigo, pude observar ali a preocupação (quase obsessão) com temas relacionados com a segurança, até certo ponto compreensível em um país envolvido em duas guerras (ou três, se incluirmos a Líbia, como devemos fazer) e perplexo diante das mudanças que têm ocorrido fora do script inicialmente traçado para a "implantação da democracia" de fora para dentro e por força das armas.
Houve, também, oportunidades para conversas sobre temas mais amenos, mas igualmente importantes, com professores provenientes dos mais diversos recantos do planeta. Uma delas foi com o queniano Calestou Juma, que ocupou cargos internacionais na área ambiental e que publicou há pouco um livro sobre agricultura africana. Juma completou seus estudos de doutorado no Brasil, em Piracicaba, atraído pela noção de que o nosso país é um modelo a ser seguido. Não sou técnico em temas agrícolas, mas pude relatar a Juma algumas de nossas iniciativas nesse campo, como o escritório da Embrapa, em Gana, e a experiência pioneira de uma fazenda-modelo de algodão no Mali, que visa a beneficiar alguns dos países mais pobres do mundo.
Foi de Juma (a leitura de cujo CV na Wikipédia recomendo aos interessados em aprimorar nossa cooperação com os vizinhos de além-mar) que ouvi a melhor formulação do que o Brasil significa para as esperanças de desenvolvimento da África: “Para cada problema africano existe uma solução brasileira”. Se a nossa agência de cooperação estivesse em busca de um slogan, não haveria melhor. Pagando direito autoral, é claro.”
FONTE: escrito pelo embaixador Celso Amorim e transcrito no portal “Viomundo”, de Luiz Carlos Azenha (http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/celso-amorim-a-africa-tem-sede-de-brasil.html) [imagem do Google adicionada por este blog].
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