O DATAFOLHA e o PIG (Partido da Imprensa Golpista) ficaram malucos? Estão jogando dinheiro fora? Tem cabimento, com apenas um ano do mandato de Lula, já despender recursos e esforços em pesquisas para saber quem será o presidente em 2011, daqui a três anos? Tem lógica já colocar em competição supostos futuros candidatos que nem eles mesmos sabem se quererão ser candidatos? Teria sentido a França já desencadear pesquisas junto à população francesa, com hipotéticos futuros candidatos, para saber quem será o sucessor de Sarkozy? Ou a Argentina, quanto ao sucessor de Cristina Kirchner?
É lógico que a grande imprensa e os seus manipuladores não são burros, nem jogam dinheiro fora. O objetivo não é saber se Serra ou Aécio ou Ciro ou Dilma ou Patrus tiveram x%, y% ou z% de intenção de votos. Muito menos saber quem ganharia se o 'z' competisse com o 'y' sem a participação do 'x' e por aí afora...
Os interesses econômicos, financeiros, geopolíticos que movem a nossa imprensa e os partidos por ela instrumentalizados (PSDB, PFL-DEM e o acessório PPS) são externos ao Brasil. São muito grandes, fortes, ricos e experientes. Eles não jogam dinheiro fora.
O objetivo imediato e principal, agora, é dar o recado internamente: saiam da frente os outros pretensos disputantes do PSDB. O homem é o Serra, não é especialmente o Aécio Neves, ou qualquer outro sonhador (Arthur Virgílio, o vitorioso e raivoso matador da CPMF e do PAC Saúde).
Além disso, junto ao público, o objetivo secundário, mas não menos importante, é começar a incutir a aceitação da idéia de que Serra já é o “presidente eleito”, como diz Paulo Henrique Amorim.
Mas por que o PIG (leia-se os EUA e outros grandes) quereria o Serra?
Minha convicção é a seguinte.
Lembram-se da campanha eleitoral para presidente em 2002? Lembram-se que Serra foi explícito em dizer que privilegiaria o forte estreitamento de todos os laços do Brasil com os EUA e outras grandes potências e que achava errada a ênfase no relacionamento com outros emergentes e principalmente com o Mercosul, por ele menosprezado?
Para mim, isso explica muita coisa ou quase tudo. Não preciso me estender. Explica até esse aparente comportamento estróina do PIG de fazer extemporâneas e dispendiosas pesquisas.
Vejamos a notícia da Folha de São Paulo de hoje, em texto de Catia Seabra:
“Serra lidera disputa por 2010; contra Aécio, Ciro é o primeiro”
Governador de SP tem ao menos 16 pontos de vantagem sobre o deputado do PSB.
Datafolha mostra que o PT não teria chance de ficar na Presidência se as eleições fossem hoje; Marta atinge 8% no cenário com Serra.
“A dois anos e meio da eleição, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lidera a disputa pela Presidência com pelo menos 16 pontos de vantagem sobre o principal adversário, o deputado federal Ciro Gomes (PSB). Segundo pesquisa Datafolha, Serra aparece como favorito nos três cenários em que é apresentado como o candidato do PSDB, com taxas que variam de 36% a 38% de preferência.
O PT fica em quarto lugar em seis diferentes cenários apresentados pelo instituto.
O Datafolha ouviu 4.044 pessoas de 25 a 27 de março.
Segundo a pesquisa, Ciro é hoje o mais competitivo da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contra Serra, tem 20% e 21% da preferência, variando conforme o cenário.
Ciro, porém, assume a liderança, com taxas que vão de 28% a 32%, nas três vezes em que Serra é substituído pelo governador de Minas, Aécio Neves. Em dois desses cenários, Aécio fica em terceiro lugar, atrás da ex-senadora Heloísa Helena (PSOL).
Em outro, está tecnicamente empatado com ela. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Sem chance.
(Obs. deste blog: este é o 1º objetivo da pesquisa; ‘Serra é o homem’; ‘cai fora Aécio’)
A pesquisa mostra ainda que o PT não teria chance de permanecer na Presidência se as eleições fossem hoje
(Obs. deste blog: este é o 2º objetivo da pesquisa. ‘Povo, saiba e aceite como fato que Serra será o presidente’).
No partido (PT), a ministra do Turismo, Marta Suplicy, é quem aparece como mais forte. Ainda assim, fica em quarto lugar, com 8%, quando Serra está no páreo. Nesse cenário, Serra tem 36%, Ciro, 20%, e Heloísa, 12%.
Mas, lembrando a popularidade de Lula, o diretor-presidente do Datafolha, Mauro Paulino, aposta numa mudança com sua entrada em campo. "O ator principal, que é o Lula, ainda não entrou no jogo. A partir do momento em que ele defender um nome do PT, esse tabuleiro tende a mudar."
(Obs. deste blog: esta é a terceira mensagem interna do PIG; ‘direcionar esforços da grande imprensa e de seus partidos para a linha-de-ação mestra; fazer Lula daqui para frente sangrar, enfraquecer, com crises e escândalos semanalmente desencadeados e inflados pelo PIG”).
Para a pesquisa, o Datafolha apresentou sete diferentes simulações. Em três delas, Serra é o nome do PSDB. Em outras três, é substituído por Aécio.
Pelo PT, são alternados os nomes de três ministros: Marta, Dilma Rousseff (Casa Civil) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social). Ciro e Heloísa estão em todos os cenários.
Com Dilma, Serra chega a 38% contra 20% de Ciro e 14% de Heloísa. A ministra da Casa Civil fica com 3%. Contra Patrus (1%), Serra mantém-se com 38%, e Ciro atinge 21%.
Marta chega a 11% no cenário em que Aécio substitui Serra. Nele, Ciro tem 28%, seguido de Heloísa (17%) e Aécio (14%).
Como os adversários são os mesmos, é possível comparar o desempenho de Serra ao de Aécio. Serra atinge até 23 pontos a mais que Aécio.
O Datafolha também elaborou um cenário em que os dois concorrem. Nessa hipótese -em que um deles teria deixado o PSDB- não há nome do PT. Com 34%, Serra tem larga vantagem sobre Aécio (11%).
Mesmo com diferença na composição dos cenários, é possível concluir que não houve variação significativa de Serra e Aécio desde a última pesquisa (novembro). Ambos se mantêm no mesmo patamar.”
segunda-feira, 31 de março de 2008
ADAM SMITH FOI AMPUTADO HOJE NOS EUA. ESTÁ MANETA.
Lembro muito bem os martelantes discursos dos nossos governantes (FHC, PSDB, PFL-DEM) e da grande mídia brasileira na década de 90.
Insistiam que deveríamos (a nossa economia, o mercado econômico e financeiro e tudo o mais) deixar de se proteger. Deveríamos abandonar o desejo de se industrializar e de se desenvolver tecnologicamente. Deveríamos passar a lutar no “mercado liberalizado” em igualdade de condições com as potências econômicas mundiais. Aquilo era “o moderno”.
Deveríamos deixar tudo por conta do Deus “Mercado”. Adam Smith, com as suas espertas mãos invisíveis, resolveria todos os eventuais problemas.
Porque, assim, segundo eles, “encontraríamos os nichos de oportunidade e o progresso que nos fosse possível na nova ordem internacional”. “A mágica do mercado solucionaria tudo sozinha, sem intervenção dos Estados”. O Estado deveria ser “mínimo”, “ínfimo”.
Haveria aqui, em conseqüência, segundo eles, “o violento e benéfico choque de competição com produtos importados dos países já desenvolvidos, mais competitivos”.
Omitiam que os países desenvolvidos e ricos assim são competitivos porque melhor protegeram suas indústrias e produtos; e ainda os amparam.
O velho Adam Smith, para Collor, FHC, o PSDB e o PFL, renascia das cinzas, mas somente para nós, brasileiros, argentinos e cucarachas em geral. Não para os EUA e demais grandes potências.
Lendo o que a Folha Online publicou ainda há pouco (14h), constatei que o governo dos EUA amputou hoje as mãos ditas “invisíveis” de Adam Smith. Ele está maneta.
Vejamos a notícia da Agência Associated Press reproduzida pela Folha Online:
“Tesouro dos EUA propõe megaplano de reestruturação do setor financeiro
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira um megaplano de reestruturação das regras para o setor financeiro. A proposta mudará como o governo americano controla centenas de negócios, desde os maiores bancos do país e bancos de investimentos até o sistema de seguros e hipotecas.
Entre as medidas, a mais importante aumenta os poderes de supervisão do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA).
O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, apresentou o plano com 218 páginas em discurso nesta manhã. Ele afirmou que um sistema financeiro forte é importante não apenas para os negócios em Wall Street, mas também para os trabalhadores americanos.
"A estrutura de nossa regulamentação atual não está pensada para enfrentar o sistema financeiro moderno com seus diversos atores, sua inovação, a complexidade de seus instrumentos financeiros, sua integração mundial", afirmou Paulson.
Segundo ele, o projeto de reforma visa também a eliminar as redundâncias do sistema e a preencher suas faltas, com medidas escalonadas no curto, médio e longo prazo.
A regulamentação atual é, na verdade, um mistura de textos realizada durante diversas crises atravessadas pelos Estados Unidos. A parte mais importante da legislação foi instaurada no dia seguinte à Grande Depressão dos anos 30, mas, como ressaltou Paulson, ela não está mais adaptada a um sistema financeiro extremamente "complexo, globalizado e heterogêneo".
O novo plano vai designar o Fed como "regulador de estabilidade de mercado" e dar poder ao órgão de examinar os livros com todos os aspectos financeiros de qualquer instituição, não apenas bancos, de quebrar sigilos e tomar ações corretivas quando necessário.
Segundo o mencionado na página 22 do documento, obtido pela Associated Press, o plano também vai fundir a Comissão Negociadora de Commodities Futuras e a Agência de Supervisão de Instituições de Poupança (Office of Thrift Supervision).
O projeto de Paulson, cuja administração está na ativa há um ano, pede a criação de três agências reguladoras.
O projeto prevê criar um "regulador financeiro preventivo" para as operações diárias dos bancos americanos e empresas de crédito, em vez de cinco agências que regulam a área atualmente. Prevê ainda montar uma agência de vigilância de empréstimos imobiliários.
A terceira agência vai regular a conduta do mercado e dar proteção ao consumidor, substituindo o que faz hoje a Securities and Exchange Commission (a CVM norte-americana).
A proposta de hoje faz uma revisão completa na regulação do mercado financeiro atual, a mais extensa já feita desde a 1929, quando ocorreu a Grande Depressão da economia dos EUA.
O anúncio ocorre no momento em que o mercado global está contaminado pela maior crise de crédito nos EUA em 20 anos, desencadeada por uma outra crise, a dos empréstimos imobiliários "subprime", aqueles feitos a pessoas com histórico de inadimplência.
O temor de calotes generalizados fez o dinheiro em circulação retrair no país, desacelerando a maior economia do planeta. Isso fez crescer o medo que o EUA caiam em recessão, já que 70% do PIB americano é movido pelo consumo.
Nesse contexto, bancos têm anunciado perdas bilionários e prejuízos, chegando a ser vendidos por preços baixíssimos a concorrentes.”
Insistiam que deveríamos (a nossa economia, o mercado econômico e financeiro e tudo o mais) deixar de se proteger. Deveríamos abandonar o desejo de se industrializar e de se desenvolver tecnologicamente. Deveríamos passar a lutar no “mercado liberalizado” em igualdade de condições com as potências econômicas mundiais. Aquilo era “o moderno”.
Deveríamos deixar tudo por conta do Deus “Mercado”. Adam Smith, com as suas espertas mãos invisíveis, resolveria todos os eventuais problemas.
Porque, assim, segundo eles, “encontraríamos os nichos de oportunidade e o progresso que nos fosse possível na nova ordem internacional”. “A mágica do mercado solucionaria tudo sozinha, sem intervenção dos Estados”. O Estado deveria ser “mínimo”, “ínfimo”.
Haveria aqui, em conseqüência, segundo eles, “o violento e benéfico choque de competição com produtos importados dos países já desenvolvidos, mais competitivos”.
Omitiam que os países desenvolvidos e ricos assim são competitivos porque melhor protegeram suas indústrias e produtos; e ainda os amparam.
O velho Adam Smith, para Collor, FHC, o PSDB e o PFL, renascia das cinzas, mas somente para nós, brasileiros, argentinos e cucarachas em geral. Não para os EUA e demais grandes potências.
Lendo o que a Folha Online publicou ainda há pouco (14h), constatei que o governo dos EUA amputou hoje as mãos ditas “invisíveis” de Adam Smith. Ele está maneta.
Vejamos a notícia da Agência Associated Press reproduzida pela Folha Online:
“Tesouro dos EUA propõe megaplano de reestruturação do setor financeiro
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira um megaplano de reestruturação das regras para o setor financeiro. A proposta mudará como o governo americano controla centenas de negócios, desde os maiores bancos do país e bancos de investimentos até o sistema de seguros e hipotecas.
Entre as medidas, a mais importante aumenta os poderes de supervisão do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA).
O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, apresentou o plano com 218 páginas em discurso nesta manhã. Ele afirmou que um sistema financeiro forte é importante não apenas para os negócios em Wall Street, mas também para os trabalhadores americanos.
"A estrutura de nossa regulamentação atual não está pensada para enfrentar o sistema financeiro moderno com seus diversos atores, sua inovação, a complexidade de seus instrumentos financeiros, sua integração mundial", afirmou Paulson.
Segundo ele, o projeto de reforma visa também a eliminar as redundâncias do sistema e a preencher suas faltas, com medidas escalonadas no curto, médio e longo prazo.
A regulamentação atual é, na verdade, um mistura de textos realizada durante diversas crises atravessadas pelos Estados Unidos. A parte mais importante da legislação foi instaurada no dia seguinte à Grande Depressão dos anos 30, mas, como ressaltou Paulson, ela não está mais adaptada a um sistema financeiro extremamente "complexo, globalizado e heterogêneo".
O novo plano vai designar o Fed como "regulador de estabilidade de mercado" e dar poder ao órgão de examinar os livros com todos os aspectos financeiros de qualquer instituição, não apenas bancos, de quebrar sigilos e tomar ações corretivas quando necessário.
Segundo o mencionado na página 22 do documento, obtido pela Associated Press, o plano também vai fundir a Comissão Negociadora de Commodities Futuras e a Agência de Supervisão de Instituições de Poupança (Office of Thrift Supervision).
O projeto de Paulson, cuja administração está na ativa há um ano, pede a criação de três agências reguladoras.
O projeto prevê criar um "regulador financeiro preventivo" para as operações diárias dos bancos americanos e empresas de crédito, em vez de cinco agências que regulam a área atualmente. Prevê ainda montar uma agência de vigilância de empréstimos imobiliários.
A terceira agência vai regular a conduta do mercado e dar proteção ao consumidor, substituindo o que faz hoje a Securities and Exchange Commission (a CVM norte-americana).
A proposta de hoje faz uma revisão completa na regulação do mercado financeiro atual, a mais extensa já feita desde a 1929, quando ocorreu a Grande Depressão da economia dos EUA.
O anúncio ocorre no momento em que o mercado global está contaminado pela maior crise de crédito nos EUA em 20 anos, desencadeada por uma outra crise, a dos empréstimos imobiliários "subprime", aqueles feitos a pessoas com histórico de inadimplência.
O temor de calotes generalizados fez o dinheiro em circulação retrair no país, desacelerando a maior economia do planeta. Isso fez crescer o medo que o EUA caiam em recessão, já que 70% do PIB americano é movido pelo consumo.
Nesse contexto, bancos têm anunciado perdas bilionários e prejuízos, chegando a ser vendidos por preços baixíssimos a concorrentes.”
DATAFOLHA: 89% APROVAM LULA COMO ÓTIMO, BOM E REGULAR
Notícias hoje divulgadas em diversos jornais e TV como resultados da pesquisa Datafolha:
• A aprovação "ótimo" e "bom" a Lula atinge 55% e bate recorde desde Collor (1990-1992);
• O aumento dessa avaliação ótimo e bom foi de 5 pontos em relação a novembro;
• A desaprovação de Lula (ruim e péssimo) também caiu para 11%;
• A aprovação ótimo e bom de Lula subiu 11 pontos na região sul;
• A ampliação de seu prestígio (ótimo e bom) no Nordeste subiu para 68%;
• É a maior popularidade de Lula em seus cinco anos e três meses de governo;
• Essa popularidade supera com folga a obtida por todos os seus antecessores desde Fernando Collor (1990-1992);
• Em março de 2000, quando o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso completava também cinco anos e três meses, o Datafolha registrava somente 18% de aprovação a FHC (e 43% de reprovação);
• A avaliação positiva (ótimo e bom) de Lula subiu sete pontos entre os que têm ensino médio (chegando a 52%);
• A avaliação positiva também subiu entre os que têm ensino superior (47%);
• A avaliação positiva de Lula teve a maior alta entre os que ganham de cinco a dez salários mínimos (de 43% a 50%);
• FHC deixou o governo, em 2002, com 26% de aprovação. O pico foi em 1996 (47%);
• O antecessor de FHC, Itamar Franco (1992-1994), teve a mais alta popularidade justamente ao deixar o governo, 41%;
• Fernando Collor, antecessor de Itamar, nunca atingiu índice superior a 36%.
• A aprovação "ótimo" e "bom" a Lula atinge 55% e bate recorde desde Collor (1990-1992);
• O aumento dessa avaliação ótimo e bom foi de 5 pontos em relação a novembro;
• A desaprovação de Lula (ruim e péssimo) também caiu para 11%;
• A aprovação ótimo e bom de Lula subiu 11 pontos na região sul;
• A ampliação de seu prestígio (ótimo e bom) no Nordeste subiu para 68%;
• É a maior popularidade de Lula em seus cinco anos e três meses de governo;
• Essa popularidade supera com folga a obtida por todos os seus antecessores desde Fernando Collor (1990-1992);
• Em março de 2000, quando o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso completava também cinco anos e três meses, o Datafolha registrava somente 18% de aprovação a FHC (e 43% de reprovação);
• A avaliação positiva (ótimo e bom) de Lula subiu sete pontos entre os que têm ensino médio (chegando a 52%);
• A avaliação positiva também subiu entre os que têm ensino superior (47%);
• A avaliação positiva de Lula teve a maior alta entre os que ganham de cinco a dez salários mínimos (de 43% a 50%);
• FHC deixou o governo, em 2002, com 26% de aprovação. O pico foi em 1996 (47%);
• O antecessor de FHC, Itamar Franco (1992-1994), teve a mais alta popularidade justamente ao deixar o governo, 41%;
• Fernando Collor, antecessor de Itamar, nunca atingiu índice superior a 36%.
O CARTÃO CORPORATIVO E AS AMBULÂNCIAS DO SERRA (PHA)
O blog “Conversa Afiada”, do ótimo jornalista Paulo Henrique Amorim (PHA), publicou hoje, com o título acima, o artigo a seguir transcrito. Para aqueles que ainda não conhecem as inteligentes ironias de PHA, acrescentei entre parênteses alguns detalhes:
“O Ministro da Saúde José Serra omitiu-se (ou participou diretamente - a Justiça determinará) na compra de ambulâncias superfaturadas para o Ministério que dirigia, no Governo do Farol de Alexandria (FHC).
Seu sucessor, Barjas Negri - que era seu Secretário Geral - omitiu-se ou participou diretamente do mesmo esquema.
Há um vídeo e a transcrição em texto do discurso do Ministro Serra na cerimônia de entrega de ambulâncias superfaturadas em Mato Grosso, com a fina flor dos "superfaturadores" ... (no site de PHA, há um link disponível, segundo PHA: “para ver, ler e ouvir ... essa preciosidade que, quando me mandaram embora do iG, imaginaram que iria desaparecer ... )
O empresário que vendia as ambulâncias fez um dossiê. Daqueles dossiês que Serra e o tucano Márcio Fortes fazem com esmero e arte. Por falar nisso, quando Serra e Fortes vão providenciar o “dossiê Aécio Neves”?.
O empresário das ambulâncias vendeu o dossiê a Abel Pereira, empreiteiro que fazia a ponte entre Barjas Negri e os criminosos das ambulâncias. Supõe-se que Pereira quisesse destruir o dossiê para ajudar Serra e Negri.
O empresário das ambulâncias vendeu o dossiê aos aloprados de Aloisio Mercadante, que era candidato a governador de São Paulo, contra Serra.
A história acabou como o "escândalo dos aloprados" - os petistas que compraram o dossiê com notas de baixo valor - desse tipo de carregamento que se acha na boca do caixa do metrô ou de companhias de ônibus. Interessante: um dos muitos negócios que Daniel Dantas conseguiu nas privatizações foi o metrô do Rio ...
Participou da operação dos aloprados um certo - onde anda ele? - Delegado Bruno, que montou uma farsa com jornalistas dos maiores órgãos do PiG (Partido da Imprensa Golpista) para divulgar as fotos do dinheiro dos aloprados.
Aí, surgiu o escândalo dos cartões corporativos. Cartões criados e usados no Governo FHC.
Descobriu-se, rapidamente, com a ajuda do Conversa Afiada e da Folha, que os cartões do Governo de São Paulo, com Serra, eram de volume muito superior ao do Governo Federal.
Aí, a última Flor do Fascio, a Veja, divulgou o que interpretou como uma chantagem do Governo Federal contra a oposição. Divulgou contas com cartão corporativo de Dona Ruth e do Farol de Alexandria. (*)
O Estadão descobriu, neste domingo, dia 30, um historiador de reputação que se assemelha à de Braudel, para anunciar o fim da carreira política Dilma Rousseff.
No PiG, a questão passou a ser, como no caso dos aloprados, não as ambulâncias e os cartões do Governo FHC, mas o vazamento.
Mas, e as despesas da Dona Ruth, ninguém vai discutir? Pode usar o dinheiro do povo naquilo, Dona Ruth?
Segundo a Veja, “a ex-primeira dama Ruth Cardoso é mencionada 23 vezes como beneficiária de despesas como locação de carros, hospedagem em hotéis, compra de ingressos para peças de teatro no exterior, e até como ordenadora (sic) da compra de um porta-retratos, no valor de cem dólares, para presentear um oficial da Colômbia designado para acompanhá-la durante visita ao pais.”
Ainda segundo a Veja, “gastos com vinhos importados, champanhes franceses, carnes raras e até caviar foram compilados da documentação armazenada na Presidência da República. E reproduzidos no dossiê.”
Quer dizer, para a Veja e o PiG, o problema não é o caviar, mas o dossiê...
E se a Ministra Dilma for esquartejada em praça pública, como planeja o PiG, ainda assim, pode-se gastar dinheiro do povo num teatrinho na Europa, dona Ruth?
E as ambulâncias do Ministro Serra - quanto custavam? Por quanto ele comprou? Ele tem comprado muita ambulância para o Estado de São Paulo?
Por falar nisso, clique aqui (no blog de PHA há um link) para ler as 30 perguntas que o Conversa Afiada faz sistematicamente ao presidente eleito (apelido de Serra). As 29 perguntas são sobre a cratera do metrô - um crime tucano, segundo o Ministério Público de São Paulo. A 30ª pergunta é sobre como ele pretende comprar ambulâncias para São Paulo.
(*) Eu, Paulo Henrique Amorim, volto a me colocar à disposição da CPI para descrever a adega do Palácio da Alvorada, nos bons tempos do Farol de Alexandria.”
“O Ministro da Saúde José Serra omitiu-se (ou participou diretamente - a Justiça determinará) na compra de ambulâncias superfaturadas para o Ministério que dirigia, no Governo do Farol de Alexandria (FHC).
Seu sucessor, Barjas Negri - que era seu Secretário Geral - omitiu-se ou participou diretamente do mesmo esquema.
Há um vídeo e a transcrição em texto do discurso do Ministro Serra na cerimônia de entrega de ambulâncias superfaturadas em Mato Grosso, com a fina flor dos "superfaturadores" ... (no site de PHA, há um link disponível, segundo PHA: “para ver, ler e ouvir ... essa preciosidade que, quando me mandaram embora do iG, imaginaram que iria desaparecer ... )
O empresário que vendia as ambulâncias fez um dossiê. Daqueles dossiês que Serra e o tucano Márcio Fortes fazem com esmero e arte. Por falar nisso, quando Serra e Fortes vão providenciar o “dossiê Aécio Neves”?.
O empresário das ambulâncias vendeu o dossiê a Abel Pereira, empreiteiro que fazia a ponte entre Barjas Negri e os criminosos das ambulâncias. Supõe-se que Pereira quisesse destruir o dossiê para ajudar Serra e Negri.
O empresário das ambulâncias vendeu o dossiê aos aloprados de Aloisio Mercadante, que era candidato a governador de São Paulo, contra Serra.
A história acabou como o "escândalo dos aloprados" - os petistas que compraram o dossiê com notas de baixo valor - desse tipo de carregamento que se acha na boca do caixa do metrô ou de companhias de ônibus. Interessante: um dos muitos negócios que Daniel Dantas conseguiu nas privatizações foi o metrô do Rio ...
Participou da operação dos aloprados um certo - onde anda ele? - Delegado Bruno, que montou uma farsa com jornalistas dos maiores órgãos do PiG (Partido da Imprensa Golpista) para divulgar as fotos do dinheiro dos aloprados.
Aí, surgiu o escândalo dos cartões corporativos. Cartões criados e usados no Governo FHC.
Descobriu-se, rapidamente, com a ajuda do Conversa Afiada e da Folha, que os cartões do Governo de São Paulo, com Serra, eram de volume muito superior ao do Governo Federal.
Aí, a última Flor do Fascio, a Veja, divulgou o que interpretou como uma chantagem do Governo Federal contra a oposição. Divulgou contas com cartão corporativo de Dona Ruth e do Farol de Alexandria. (*)
O Estadão descobriu, neste domingo, dia 30, um historiador de reputação que se assemelha à de Braudel, para anunciar o fim da carreira política Dilma Rousseff.
No PiG, a questão passou a ser, como no caso dos aloprados, não as ambulâncias e os cartões do Governo FHC, mas o vazamento.
Mas, e as despesas da Dona Ruth, ninguém vai discutir? Pode usar o dinheiro do povo naquilo, Dona Ruth?
Segundo a Veja, “a ex-primeira dama Ruth Cardoso é mencionada 23 vezes como beneficiária de despesas como locação de carros, hospedagem em hotéis, compra de ingressos para peças de teatro no exterior, e até como ordenadora (sic) da compra de um porta-retratos, no valor de cem dólares, para presentear um oficial da Colômbia designado para acompanhá-la durante visita ao pais.”
Ainda segundo a Veja, “gastos com vinhos importados, champanhes franceses, carnes raras e até caviar foram compilados da documentação armazenada na Presidência da República. E reproduzidos no dossiê.”
Quer dizer, para a Veja e o PiG, o problema não é o caviar, mas o dossiê...
E se a Ministra Dilma for esquartejada em praça pública, como planeja o PiG, ainda assim, pode-se gastar dinheiro do povo num teatrinho na Europa, dona Ruth?
E as ambulâncias do Ministro Serra - quanto custavam? Por quanto ele comprou? Ele tem comprado muita ambulância para o Estado de São Paulo?
Por falar nisso, clique aqui (no blog de PHA há um link) para ler as 30 perguntas que o Conversa Afiada faz sistematicamente ao presidente eleito (apelido de Serra). As 29 perguntas são sobre a cratera do metrô - um crime tucano, segundo o Ministério Público de São Paulo. A 30ª pergunta é sobre como ele pretende comprar ambulâncias para São Paulo.
(*) Eu, Paulo Henrique Amorim, volto a me colocar à disposição da CPI para descrever a adega do Palácio da Alvorada, nos bons tempos do Farol de Alexandria.”
ELIANE TUCANHÊDE: PEQUENO LAPSO DE MEMÓRIA
Ontem, domingo, ao ler a coluna de Eliane Tucanhêde no jornal Folha de São Paulo, percebi um erro por demais grosseiro para aquela jornalista experiente. Foi muito primário para ser maldade. Pensei em ajudá-la na correção, enviando e-mail para o jornal. Afinal, na nossa idade temos os nossos lapsos de memória.
Pensei, também, em escrever sobre o assunto neste blog. Não foi preciso. O blog “osamigosdopresidentelula”, em bom texto de Zé Augusto, já havia publicado o oportuno artigo que transcrevo (acrescentei pequenos detalhes entre parênteses):
“Tucanhede alopra de novo e publica velha mentira
Eliane Cantanhede em sua coluna "Neo-aloprado" mente feio, na ânsia de agradar os chefes (José Serra e Kassab).
Ela diz:
"Waldomiro Diniz... foi filmado pedindo algum para bicheiro quando tinha gabinete no Planalto".
É mentira.
A filmagem de Waldomiro Diniz foi em 2002 na sede da LOTERJ (Loteria Estatal do Rio de Janeiro), da qual Waldomiro era presidente, nomeado por Rosinha Garotinho, a governadora do Rio na época.
O episódio foi (no governo FHC) antes das eleições de 2002, muito antes da posse de Lula. A filmagem (ficou em segredo naquele ano de eleições presidenciais e) apenas foi levada ao ar mais de 1 ano depois, quando Waldomiro Diniz era assessor da Casa Civil, e foi prontamente demitido. Não há registro de ilícito bem sucedido por parte de Waldomiro Diniz durante o governo Lula. Se tentou, não conseguiu nada.
Na coluna, Cantanhede, ainda diz que "... Serra e Aécio nunca batem de frente e nem mesmo criticam Lula, como fazem adversários em qualquer lugar do mundo? Porque têm quilos de pesquisas mostrando que seria burrice, murro em ponta de faca..."
É meia verdade.
Serra e Aécio não criticam diretamente, porque a tropa de choque do PIG, da qual a própria Cantanhede faz parte, faz o serviço sujo por eles.”
Pensei, também, em escrever sobre o assunto neste blog. Não foi preciso. O blog “osamigosdopresidentelula”, em bom texto de Zé Augusto, já havia publicado o oportuno artigo que transcrevo (acrescentei pequenos detalhes entre parênteses):
“Tucanhede alopra de novo e publica velha mentira
Eliane Cantanhede em sua coluna "Neo-aloprado" mente feio, na ânsia de agradar os chefes (José Serra e Kassab).
Ela diz:
"Waldomiro Diniz... foi filmado pedindo algum para bicheiro quando tinha gabinete no Planalto".
É mentira.
A filmagem de Waldomiro Diniz foi em 2002 na sede da LOTERJ (Loteria Estatal do Rio de Janeiro), da qual Waldomiro era presidente, nomeado por Rosinha Garotinho, a governadora do Rio na época.
O episódio foi (no governo FHC) antes das eleições de 2002, muito antes da posse de Lula. A filmagem (ficou em segredo naquele ano de eleições presidenciais e) apenas foi levada ao ar mais de 1 ano depois, quando Waldomiro Diniz era assessor da Casa Civil, e foi prontamente demitido. Não há registro de ilícito bem sucedido por parte de Waldomiro Diniz durante o governo Lula. Se tentou, não conseguiu nada.
Na coluna, Cantanhede, ainda diz que "... Serra e Aécio nunca batem de frente e nem mesmo criticam Lula, como fazem adversários em qualquer lugar do mundo? Porque têm quilos de pesquisas mostrando que seria burrice, murro em ponta de faca..."
É meia verdade.
Serra e Aécio não criticam diretamente, porque a tropa de choque do PIG, da qual a própria Cantanhede faz parte, faz o serviço sujo por eles.”
domingo, 30 de março de 2008
O FIM DO ‘CAOS AÉREO’: ESCLARECIMENTO DA AERONÁUTICA
O site da Força Aérea Brasileira (www.fab.mil.br/imprensa) publicou hoje um esclarecimento sobre o “caos aéreo”, sobre o qual a grande mídia brasileira deu intenso e prolongado destaque, sempre associando ao presidente Lula as supostas falhas do sistema brasileiro de controle do tráfego aéreo.
Transcrevo a comunicação do Brig Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica.
“COMANDO DA AERONÁUTICA APRESENTA BALANÇO SOBRE TRÁFEGO AÉREO”
“A respeito dos acontecimentos de 30 de março de 2007, ocasião em que houve paralisação deliberada das atividades em algumas Unidades de controle de tráfego aéreo do país, o Comando da Aeronáutica apresenta os seguintes esclarecimentos:
1) Após o ocorrido, o Comando da Aeronáutica implementou todas as medidas previstas em lei e cabíveis para o restabelecimento da legalidade, entre outras, por meio da instauração de procedimentos administrativos, que hoje se encontram a cargo do Ministério Público e das Auditorias no âmbito da Justiça Militar, como determinado pela legislação em vigor;
2) Cabe destacar que, nos últimos anos, a Aeronáutica investiu cerca de R$ 1,8 bilhão na atualização do controle de tráfego aéreo brasileiro. Dos quatro Centros de Controle do país, um é novo, (CINDACTA IV – Manaus), dois passaram por processos de atualização (CINDACTA I - Brasília e CINDACTA II – Curitiba) e outro está em fase de modernização (CINDACTA III - Recife);
3) Nos meses que se seguiram àquele evento, lideranças negativas foram afastadas do sistema de controle de tráfego aéreo em benefício da manutenção do serviço prestado à sociedade, também na forma da lei, e para a preservação dos princípios da hierarquia e da disciplina. Com o apoio profissional de controladores de tráfego aéreo, conscientes da importância do seu papel, a Aeronáutica restabeleceu o funcionamento integral do sistema, dentro das normas de segurança operacional e sem risco para os usuários;
4) O Comando da Aeronáutica entende que nenhuma discussão sobre possíveis mudanças no sistema de controle do espaço aéreo pode ser conduzida à margem da legislação em vigor, sob perigo de causar prejuízo à toda sociedade brasileira. A realidade mostra que qualquer tipo de mudança na atual estrutura, exclusivamente, depende da decisão soberana do Estado brasileiro;
5) Com efeito, na 36ª Sessão da Assembléia Geral da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), ocorrida em setembro de 2007, especialistas em aviação de vários países debateram a conveniência e as vantagens do sistema de controle compartilhado. “A cooperação civil/militar é princípio chave para a modificação de qualquer questão relacionada ao gerenciamento de tráfego aéreo”, destaca um dos documentos (Agenda 32) gerados nesse encontro;
6) O Sistema de Controle do Espaço Aéreo do Brasil é um patrimônio avaliado em mais de R$ 6 bilhões, construído ao longo de quatro décadas e que responde por uma área de atuação quase três vezes superior à dimensão territorial do próprio país. São cerca de 6 mil equipamentos –entre radares, sistema de telecomunicações, auxílio à navegação aérea e meteorologia, entre outros- , muitos dos quais em duplicidade, funcionando 365 dias no ano, 24 horas por dia, com uma disponibilidade diária de 98% dessa estrutura;
7) No tocante à carência de controladores, assunto presente no noticiário, é importante esclarecer que foram realizados concursos nos últimos dois anos, para civis e militares, incluindo carreiras técnicas do sistema, o que resultou na formação e acréscimo, até o final do ano passado, de mais 600 profissionais capacitados para o controle de tráfego aéreo. Além disso, foram formados 25 oficiais controladores em 2007 e há a previsão de mais 50 para este ano. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) planeja chegar a 2010 com quatro mil controladores, mil profissionais a mais do que há hoje, para suprir a demanda esperada de crescimento do tráfego aéreo no país;
8) Em relação à formação profissional, as turmas de controladores de tráfego aéreo formadas em um ano receberam instrução concentrada no conteúdo técnico da profissão, a fim de preservar a qualidade de conhecimento técnico previsto na grade curricular de ensino;
9) Em complemento à formação profissional, existe o aperfeiçoamento operacional dos controladores de tráfego aéreo. Nesse particular, a Aeronáutica inaugurou, em 5 de novembro de 2007, um novo laboratório de simulação de controle de tráfego aéreo, em São José dos Campos (SP), com a finalidade de ampliar a capacitação do nível operacional desses profissionais. Com sistemas de última geração e tecnologia 100% nacional, essa nova estrutura ampliou a capacidade de treinamento avançado de 100 para 400 controladores/ano, permitindo aos alunos simular a operação em qualquer localidade do país;
10) Mantido o atual fluxo de recursos financeiros solicitados, o DECEA trabalha com a expectativa de que as necessidades para o Sistema sejam atendidas até o ano de 2010.
11) Além disso, o Brasil integra o seleto grupo de países que já discute e prepara ações para a implantação do sistema CNS-ATM, que representará uma evolução histórica no tráfego aéreo mundial, por meio da utilização de satélites. Mais informações sobre o assunto na página da FAB: www.fab.mil.br.
12) Tratar a questão sobre o futuro do tráfego aéreo no país, sem emoção e desvinculado de interesses particulares, é de vital importância para o futuro da aviação brasileira. Voar no país é seguro, as ferramentas de depuração do sistema estão em funcionamento e todas as ações implementadas estão em concordância com as normas internacionais de segurança.”
Transcrevo a comunicação do Brig Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica.
“COMANDO DA AERONÁUTICA APRESENTA BALANÇO SOBRE TRÁFEGO AÉREO”
“A respeito dos acontecimentos de 30 de março de 2007, ocasião em que houve paralisação deliberada das atividades em algumas Unidades de controle de tráfego aéreo do país, o Comando da Aeronáutica apresenta os seguintes esclarecimentos:
1) Após o ocorrido, o Comando da Aeronáutica implementou todas as medidas previstas em lei e cabíveis para o restabelecimento da legalidade, entre outras, por meio da instauração de procedimentos administrativos, que hoje se encontram a cargo do Ministério Público e das Auditorias no âmbito da Justiça Militar, como determinado pela legislação em vigor;
2) Cabe destacar que, nos últimos anos, a Aeronáutica investiu cerca de R$ 1,8 bilhão na atualização do controle de tráfego aéreo brasileiro. Dos quatro Centros de Controle do país, um é novo, (CINDACTA IV – Manaus), dois passaram por processos de atualização (CINDACTA I - Brasília e CINDACTA II – Curitiba) e outro está em fase de modernização (CINDACTA III - Recife);
3) Nos meses que se seguiram àquele evento, lideranças negativas foram afastadas do sistema de controle de tráfego aéreo em benefício da manutenção do serviço prestado à sociedade, também na forma da lei, e para a preservação dos princípios da hierarquia e da disciplina. Com o apoio profissional de controladores de tráfego aéreo, conscientes da importância do seu papel, a Aeronáutica restabeleceu o funcionamento integral do sistema, dentro das normas de segurança operacional e sem risco para os usuários;
4) O Comando da Aeronáutica entende que nenhuma discussão sobre possíveis mudanças no sistema de controle do espaço aéreo pode ser conduzida à margem da legislação em vigor, sob perigo de causar prejuízo à toda sociedade brasileira. A realidade mostra que qualquer tipo de mudança na atual estrutura, exclusivamente, depende da decisão soberana do Estado brasileiro;
5) Com efeito, na 36ª Sessão da Assembléia Geral da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), ocorrida em setembro de 2007, especialistas em aviação de vários países debateram a conveniência e as vantagens do sistema de controle compartilhado. “A cooperação civil/militar é princípio chave para a modificação de qualquer questão relacionada ao gerenciamento de tráfego aéreo”, destaca um dos documentos (Agenda 32) gerados nesse encontro;
6) O Sistema de Controle do Espaço Aéreo do Brasil é um patrimônio avaliado em mais de R$ 6 bilhões, construído ao longo de quatro décadas e que responde por uma área de atuação quase três vezes superior à dimensão territorial do próprio país. São cerca de 6 mil equipamentos –entre radares, sistema de telecomunicações, auxílio à navegação aérea e meteorologia, entre outros- , muitos dos quais em duplicidade, funcionando 365 dias no ano, 24 horas por dia, com uma disponibilidade diária de 98% dessa estrutura;
7) No tocante à carência de controladores, assunto presente no noticiário, é importante esclarecer que foram realizados concursos nos últimos dois anos, para civis e militares, incluindo carreiras técnicas do sistema, o que resultou na formação e acréscimo, até o final do ano passado, de mais 600 profissionais capacitados para o controle de tráfego aéreo. Além disso, foram formados 25 oficiais controladores em 2007 e há a previsão de mais 50 para este ano. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) planeja chegar a 2010 com quatro mil controladores, mil profissionais a mais do que há hoje, para suprir a demanda esperada de crescimento do tráfego aéreo no país;
8) Em relação à formação profissional, as turmas de controladores de tráfego aéreo formadas em um ano receberam instrução concentrada no conteúdo técnico da profissão, a fim de preservar a qualidade de conhecimento técnico previsto na grade curricular de ensino;
9) Em complemento à formação profissional, existe o aperfeiçoamento operacional dos controladores de tráfego aéreo. Nesse particular, a Aeronáutica inaugurou, em 5 de novembro de 2007, um novo laboratório de simulação de controle de tráfego aéreo, em São José dos Campos (SP), com a finalidade de ampliar a capacitação do nível operacional desses profissionais. Com sistemas de última geração e tecnologia 100% nacional, essa nova estrutura ampliou a capacidade de treinamento avançado de 100 para 400 controladores/ano, permitindo aos alunos simular a operação em qualquer localidade do país;
10) Mantido o atual fluxo de recursos financeiros solicitados, o DECEA trabalha com a expectativa de que as necessidades para o Sistema sejam atendidas até o ano de 2010.
11) Além disso, o Brasil integra o seleto grupo de países que já discute e prepara ações para a implantação do sistema CNS-ATM, que representará uma evolução histórica no tráfego aéreo mundial, por meio da utilização de satélites. Mais informações sobre o assunto na página da FAB: www.fab.mil.br.
12) Tratar a questão sobre o futuro do tráfego aéreo no país, sem emoção e desvinculado de interesses particulares, é de vital importância para o futuro da aviação brasileira. Voar no país é seguro, as ferramentas de depuração do sistema estão em funcionamento e todas as ações implementadas estão em concordância com as normas internacionais de segurança.”
A ‘GRANDE MÍDIA’ DO EQUADOR É IDÊNTICA À BRASILEIRA
O jornalista Luiz Carlos Azenha, ex-repórter da TV Globo, publica hoje (30) no seu blog “Vi o mundo”, na coluna “denúncias”, um artigo oportuno e muito bom que inclusive ilustra perfeitamente o comportamento da grande mídia brasileira, bem semelhante ao modo de agir da “grande mídia” do Equador e dos demais países da América Latina, com raras exceções.
Transcrevo o artigo do Azenha (acrescentei subtítulos entre parênteses, para facilitar a leitura):
“CORREA CHAMA JORNALISTAS DE "APÁTRIDAS"; COLÔMBIA VAZA SUPOSTOS DADOS DE COMPUTADOR PARA O NY TIMES”
(MÍDIA BRASILEIRA)
“Costumo dizer que, se houver uma crise entre o Brasil e os Estados Unidos, a mídia brasileira se colocará à disposição do Departamento de Estado americano para oferecer a Washington mais espaço que ao governo brasileiro.
No Equador já está acontecendo. Diante da crise entre o país e a Colômbia, que estão com as relações diplomáticas cortadas, as emissoras de TV privadas locais e os principais comentaristas políticos assumiram a defesa da Colômbia, tanto na repercussão dos acontecimentos quanto na opinião a respeito deles.
O que assistimos hoje no Brasil, em torno de um suposto dossiê, é uma crise artificial criada pela revista Veja, com apoio da Folha, Estadão, TV Globo e adjacências. Esse filme já assistimos no passado. "Especialistas" são convocados para dizer que o governo vai cair, ou que vai perder a eleição, ou que fulana ou sicrano estão fritos. É, essencialmente, uma ação eleitoral defensiva que tem o objetivo de queimar uma possível candidata à presidência da República.
Porém, qual foi a decisão estratégica do governo Lula desde sempre? Buscar uma acomodação com a mídia tradicional, fortalecendo-a com propaganda oficial - na casa dos milhões e milhões de reais. É como dar Biotônico Fontoura àqueles que querem te fazer sangrar. Até agora a estratégia de acomodação deu certo, se considerarmos a mais recente pesquisa de opinião a respeito do governo.
Mas já dá para sentir o afastamento de vários aliados à esquerda do governo Lula. O que dizem? Que o governo é unha-e-carne com a mídia tradicional, que são duas faces da mesma moeda. Mais: que o surgimento de uma mídia independente e plural - baseada em rádios e TVs comunitárias, em sites da internet e outros meios - não interessa ao governo Lula, uma vez que ele ficaria sujeito a críticas à esquerda”.
(MÍDIA EQUATORIANA)
(...) “O presidente do Equador, Rafael Correa, denunciou publicamente o comportamento de alguns jornais de seu país, como o El Telégrafo”.
O jornal equatoriano El Comercio minimizou a denúncia do presidente com um parágrafo: "É uma pena que haja estes apátridas, que em seu papel de comunicadores apóiam a conduta do governo colombiano", disse. E mais: São "um punhado de apátridas hipócritas".
O que tem acontecido no Equador? A Teleamazonas, por exemplo, uma das principais emissoras de TV do país, reproduz qualquer acusação feita contra o Equador pelo governo da Colômbia, inclusive com uso de imagens das emissoras colombianas RCN e Caracol.
Para efeito de comparação, é o mesmo que, em uma crise entre Brasil e Argentina que leve os países a romper relações diplomáticas, a TV Globo dar cinco minutos no Jornal Nacional para acusações do governo argentino e três para apresentar a defesa do governo brasileiro. Não acredito que a Globo faria isso no caso, mas não tenho qualquer dúvida de que faria se a crise fosse entre Brasil e Estados Unidos, especialmente entre os governos Lula e Bush.
"A TV Equador é a televisão pública do Equador, que os seus filhos poderão ver sem se preocupar, sem o espírito de busca de audiência; asseguramos que será um canal educativo, resgatando os valores, a culinária, com informação veraz e imparcial", afirmou Correa a respeito da TV pública equatoriana, que em breve será inaugurada.
Ele fez acusações tanto contra o ministro de Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, quanto contra o chanceler daquele país, Fernando Araújo, a quem acusou de promover a propaganda contra seu governo.
(EUA ENVOLVENDO A VENEZUELA COM SUPOSIÇÕES CAPCIOSAS)
ARQUIVOS DIVULGADOS PELA COLÔMBIA MOSTRAM TENTATIVA DA VENEZUELA DE ARMAR REBELDES
A manchete acima foi divulgada neste domingo pelo New York Times, em reportagem assinada pelo correspondente Simon Romero, desde Bogotá.
(Prossegue o NYT)
"Arquivos oferecidos por autoridades colombianas de computadores que eles dizem ter sido capturados num ataque em território do Equador parecem ligar o governo da Venezuela à tentativa de conseguir armas para a insurgência da Colômbia", diz o primeiro parágrafo".
"Autoridades que participam da investigação dos computadores deram ao New York Times cópias de mais de 20 arquivos, alguns dos quais mostram contribuições dos rebeldes à campanha do presidente esquerdista do Equador, Rafael Correa."
"Se certificados, os arquivos ofereceriam uma visão da natureza do mais antigo conflito da América Latina, incluindo a morte de um espião do governo da Colômbia com microchips implantados no corpo, um crime aparentemente cometido pelos rebeldes em seu esconderijo na selva."
Os grifos são meus.
Temos dois problemas com esse tipo de reportagem. Em primeiro lugar, ela é baseada em fonte anônima que tem interesse no conteúdo. Em segundo lugar, o correspondente faz ilações a partir de supostas mensagens contidas em arquivo de computador. Se eu escrevo um e-mail dizendo que pretendo arrecadar 200 mil dólares para a campanha do prefeito Kassab não significa que eu tenha arrecadado o dinheiro, nem que tenha feito a contribuição.
Porém, está lá no texto a respeito dos arquivos que "some of which also showed contributions from the rebels to the 2006 campaign of Ecuador's leftist president, Rafael Correa". Traduzindo: "...alguns dos quais mostram contribuições dos rebeldes para a campanha de 2006 do presidente esquerdista do Equador, Rafael Correa."
Em nome da verdade factual, o Simon Romero deveria ter escrito que houve referência, em suposta troca de mensagens, a uma possível contribuição.
No quinto parágrafo do texto: "Embora tenha sido impossível verificar a autenticidade dos arquivos, as autoridades colombianas disseram que seu governo havia convidado a Interpol para analisá-los. As autoridades não quiseram se identificar alegando que a investigação da Interpol está em andamento."
De acordo com a reportagem, um total de 16 mil arquivos foram recuperados. O vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, disse que os laptops sobreviveram ao bombardeio porque estavam protegidos por caixas de metal.
"Pessoalmente eu não me arrependo de nada, de absolutamente nada, mas eu sou ministro de um governo que concordou que esse tipo de ação não seria repetido", disse o ministro de Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos. "Naturalmente isso depende de nossos vizinhos colaborarem na luta contra o terrorismo", afirmou.
"A principal arma que eles têm agora é o computador, o suposto computador de Raúl Reyes", disse Hugo Chávez a respeito. "O computador é como serviço à la carte, dando a você o que você quiser. Quer bife? Peixe frito? Bem passado? Você terá o que o império decidir", afirmou.
De acordo com uma carta que teria sido encontrada no computador, datada de 25 de janeiro de 2007, um dos integrantes do secretariado de sete membros das FARC, Iván Marquez, teria se referido a um certo Carvajal dizendo que "ele foi embora com a promessa de que traria um vendedor de armas do Panamá."
Carvajal, de acordo com o New York Times, seria o general Hugo Carvajal, diretor de inteligência militar da Venezuela.
"A divulgação dos arquivos acontece em um momento delicado, quando alguns legisladores em Washington estão pressionando para que a Venezuela seja incluída na lista de estados que patrocinam o terrorismo. Mas com a Venezuela entre os maiores fornecedores de petróleo dos Estados Unidos, tal decisão é considerada improvável por causa dos limites no comércio que imporia", diz o texto do New York Times.
De acordo com outro dos arquivos divulgados pelo jornal, há suposta correspondência de 21 de novembro de 2006 que menciona uma contribuição de 100 mil dólares das FARC à campanha de Rafael Correa.
O ‘Times’ também fala do registro, em um dos computadores de Raúl Reyes, de correspondência entre ele e o número um das FARC, Manuel Marulanda, sobre uma espiã do governo da Colômbia que teria sido descoberta com dois microchips implantados no corpo, um sob um dos seios e outro sob o queixo. A espiã teria sido executada.”
Transcrevo o artigo do Azenha (acrescentei subtítulos entre parênteses, para facilitar a leitura):
“CORREA CHAMA JORNALISTAS DE "APÁTRIDAS"; COLÔMBIA VAZA SUPOSTOS DADOS DE COMPUTADOR PARA O NY TIMES”
(MÍDIA BRASILEIRA)
“Costumo dizer que, se houver uma crise entre o Brasil e os Estados Unidos, a mídia brasileira se colocará à disposição do Departamento de Estado americano para oferecer a Washington mais espaço que ao governo brasileiro.
No Equador já está acontecendo. Diante da crise entre o país e a Colômbia, que estão com as relações diplomáticas cortadas, as emissoras de TV privadas locais e os principais comentaristas políticos assumiram a defesa da Colômbia, tanto na repercussão dos acontecimentos quanto na opinião a respeito deles.
O que assistimos hoje no Brasil, em torno de um suposto dossiê, é uma crise artificial criada pela revista Veja, com apoio da Folha, Estadão, TV Globo e adjacências. Esse filme já assistimos no passado. "Especialistas" são convocados para dizer que o governo vai cair, ou que vai perder a eleição, ou que fulana ou sicrano estão fritos. É, essencialmente, uma ação eleitoral defensiva que tem o objetivo de queimar uma possível candidata à presidência da República.
Porém, qual foi a decisão estratégica do governo Lula desde sempre? Buscar uma acomodação com a mídia tradicional, fortalecendo-a com propaganda oficial - na casa dos milhões e milhões de reais. É como dar Biotônico Fontoura àqueles que querem te fazer sangrar. Até agora a estratégia de acomodação deu certo, se considerarmos a mais recente pesquisa de opinião a respeito do governo.
Mas já dá para sentir o afastamento de vários aliados à esquerda do governo Lula. O que dizem? Que o governo é unha-e-carne com a mídia tradicional, que são duas faces da mesma moeda. Mais: que o surgimento de uma mídia independente e plural - baseada em rádios e TVs comunitárias, em sites da internet e outros meios - não interessa ao governo Lula, uma vez que ele ficaria sujeito a críticas à esquerda”.
(MÍDIA EQUATORIANA)
(...) “O presidente do Equador, Rafael Correa, denunciou publicamente o comportamento de alguns jornais de seu país, como o El Telégrafo”.
O jornal equatoriano El Comercio minimizou a denúncia do presidente com um parágrafo: "É uma pena que haja estes apátridas, que em seu papel de comunicadores apóiam a conduta do governo colombiano", disse. E mais: São "um punhado de apátridas hipócritas".
O que tem acontecido no Equador? A Teleamazonas, por exemplo, uma das principais emissoras de TV do país, reproduz qualquer acusação feita contra o Equador pelo governo da Colômbia, inclusive com uso de imagens das emissoras colombianas RCN e Caracol.
Para efeito de comparação, é o mesmo que, em uma crise entre Brasil e Argentina que leve os países a romper relações diplomáticas, a TV Globo dar cinco minutos no Jornal Nacional para acusações do governo argentino e três para apresentar a defesa do governo brasileiro. Não acredito que a Globo faria isso no caso, mas não tenho qualquer dúvida de que faria se a crise fosse entre Brasil e Estados Unidos, especialmente entre os governos Lula e Bush.
"A TV Equador é a televisão pública do Equador, que os seus filhos poderão ver sem se preocupar, sem o espírito de busca de audiência; asseguramos que será um canal educativo, resgatando os valores, a culinária, com informação veraz e imparcial", afirmou Correa a respeito da TV pública equatoriana, que em breve será inaugurada.
Ele fez acusações tanto contra o ministro de Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, quanto contra o chanceler daquele país, Fernando Araújo, a quem acusou de promover a propaganda contra seu governo.
(EUA ENVOLVENDO A VENEZUELA COM SUPOSIÇÕES CAPCIOSAS)
ARQUIVOS DIVULGADOS PELA COLÔMBIA MOSTRAM TENTATIVA DA VENEZUELA DE ARMAR REBELDES
A manchete acima foi divulgada neste domingo pelo New York Times, em reportagem assinada pelo correspondente Simon Romero, desde Bogotá.
(Prossegue o NYT)
"Arquivos oferecidos por autoridades colombianas de computadores que eles dizem ter sido capturados num ataque em território do Equador parecem ligar o governo da Venezuela à tentativa de conseguir armas para a insurgência da Colômbia", diz o primeiro parágrafo".
"Autoridades que participam da investigação dos computadores deram ao New York Times cópias de mais de 20 arquivos, alguns dos quais mostram contribuições dos rebeldes à campanha do presidente esquerdista do Equador, Rafael Correa."
"Se certificados, os arquivos ofereceriam uma visão da natureza do mais antigo conflito da América Latina, incluindo a morte de um espião do governo da Colômbia com microchips implantados no corpo, um crime aparentemente cometido pelos rebeldes em seu esconderijo na selva."
Os grifos são meus.
Temos dois problemas com esse tipo de reportagem. Em primeiro lugar, ela é baseada em fonte anônima que tem interesse no conteúdo. Em segundo lugar, o correspondente faz ilações a partir de supostas mensagens contidas em arquivo de computador. Se eu escrevo um e-mail dizendo que pretendo arrecadar 200 mil dólares para a campanha do prefeito Kassab não significa que eu tenha arrecadado o dinheiro, nem que tenha feito a contribuição.
Porém, está lá no texto a respeito dos arquivos que "some of which also showed contributions from the rebels to the 2006 campaign of Ecuador's leftist president, Rafael Correa". Traduzindo: "...alguns dos quais mostram contribuições dos rebeldes para a campanha de 2006 do presidente esquerdista do Equador, Rafael Correa."
Em nome da verdade factual, o Simon Romero deveria ter escrito que houve referência, em suposta troca de mensagens, a uma possível contribuição.
No quinto parágrafo do texto: "Embora tenha sido impossível verificar a autenticidade dos arquivos, as autoridades colombianas disseram que seu governo havia convidado a Interpol para analisá-los. As autoridades não quiseram se identificar alegando que a investigação da Interpol está em andamento."
De acordo com a reportagem, um total de 16 mil arquivos foram recuperados. O vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, disse que os laptops sobreviveram ao bombardeio porque estavam protegidos por caixas de metal.
"Pessoalmente eu não me arrependo de nada, de absolutamente nada, mas eu sou ministro de um governo que concordou que esse tipo de ação não seria repetido", disse o ministro de Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos. "Naturalmente isso depende de nossos vizinhos colaborarem na luta contra o terrorismo", afirmou.
"A principal arma que eles têm agora é o computador, o suposto computador de Raúl Reyes", disse Hugo Chávez a respeito. "O computador é como serviço à la carte, dando a você o que você quiser. Quer bife? Peixe frito? Bem passado? Você terá o que o império decidir", afirmou.
De acordo com uma carta que teria sido encontrada no computador, datada de 25 de janeiro de 2007, um dos integrantes do secretariado de sete membros das FARC, Iván Marquez, teria se referido a um certo Carvajal dizendo que "ele foi embora com a promessa de que traria um vendedor de armas do Panamá."
Carvajal, de acordo com o New York Times, seria o general Hugo Carvajal, diretor de inteligência militar da Venezuela.
"A divulgação dos arquivos acontece em um momento delicado, quando alguns legisladores em Washington estão pressionando para que a Venezuela seja incluída na lista de estados que patrocinam o terrorismo. Mas com a Venezuela entre os maiores fornecedores de petróleo dos Estados Unidos, tal decisão é considerada improvável por causa dos limites no comércio que imporia", diz o texto do New York Times.
De acordo com outro dos arquivos divulgados pelo jornal, há suposta correspondência de 21 de novembro de 2006 que menciona uma contribuição de 100 mil dólares das FARC à campanha de Rafael Correa.
O ‘Times’ também fala do registro, em um dos computadores de Raúl Reyes, de correspondência entre ele e o número um das FARC, Manuel Marulanda, sobre uma espiã do governo da Colômbia que teria sido descoberta com dois microchips implantados no corpo, um sob um dos seios e outro sob o queixo. A espiã teria sido executada.”
“O BRASIL E AS GUERRAS MAIS RECENTES DOS EUA” – 8ª PARTE
CONTINUAÇÃO DA SÉRIE
RETROSPECTIVA
Até este momento, foram postados os seguintes artigos:
1) “Risco de guerras na América do Sul”, em 3 de março;
2) “Os EUA e a mídia” e “O terror atômico suavizado na mídia”, de 11 de março;
3) “O terror no Panamá por ‘justa causa’”, de 12 de março;
4) “Ataques dos EUA contra Granada, Somália, Sudão e outros”. Também foram lembrados os ataques ao Haiti, em 1994 e em 2003, bem como os ataques ao Afeganistão e ao Paquistão na noite de 20/08/2008. Postado em 15 de março;
5) “A primeira guerra dos EUA contra o Iraque, em 1991”; artigo de 17 de março;
6) “A segunda guerra contra o Iraque”, postado em 19 de março, no 5º aniversário daquela guerra;
7) “Fatos muito estranhos na guerra dos EUA contra o Afeganistão”, publicado em 22 de março.
Hoje, 30 de Março, continuaremos com:
AS GUERRAS “PREVENTIVAS” DOS EUA NA AMÉRICA DO SUL
QUASE ATAQUE AO BRASIL
Em 17 de fevereiro de 2008, no artigo deste blog com o título “O petróleo e a pergunta: ‘Forças Armadas para quê’?”, relatamos que o Brasil, há poucos anos, quase foi atacado militarmente pelos EUA. E de surpresa.
O jornal Folha de S. Paulo, em 30/06/2004, noticiou que o Departamento de Defesa dos EUA (DOD) vê a região da tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai como “financiadora de terroristas árabes”.
Naquela região, situa-se a gigantesca usina de Itaipu, fornecedora de mais de 25% da energia elétrica consumida pelo Brasil. Além disso, ela possui um enorme manancial subterrâneo de água doce e é uma importante região estratégica para dominar militarmente o sul e o sudeste do Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai.
O DOD chegou a propor uma “ação forte” dos EUA na tríplice fronteira ao final de 2001, antes do ataque ao Afeganistão.
O “Jornal da Band” (TV Bandeirantes) divulgou em 02/08/2004 que, “logo após o atentado de setembro de 2001 em Nova Iorque, o Pentágono propôs à Casa Branca um forte ataque de surpresa ao Brasil (e ao Paraguai e Argentina) naquela região, antes de os EUA atacarem o Afeganistão e o Iraque”.
SEMPRE O PETRÓLEO
Afirmamos naquele artigo de 17/02: “As gigantescas reservas petrolíferas agora descobertas pelo Brasil, as maiores já descobertas no mundo nos últimos dez anos, agravam muito mais o grave quadro de ausência de capacidade de defesa do patrimônio brasileiro.”
O petróleo tem sido o motivo básico das principais intervenções militares dos EUA no mundo. Logicamente, isso não é confessado. Mas sempre acaba revelado.
Na parte 7 desta série, em “Fatos muito estranhos na guerra dos EUA contra o Afeganistão”, aqui postado em 22 de março, mencionamos que um dos principais motivos não declarados daquele ataque dos EUA ao Afeganistão também foi o petróleo.
Foi o fato de a região da Ásia Central abrangida pelos países Azerbaijão, Cazaquistão, Usbequistão e Turcomenistão ter sido identificada como possuindo reservas de petróleo e gás maiores que as do Golfo Pérsico. E o Afeganistão é o caminho mais conveniente econômica e geopoliticamente para o escoamento daquele petróleo para os EUA.
A VENEZUELA COMO PRÓXIMO ALVO
Tudo indica que a primeira “preemptive war” dos EUA neste continente deverá ser na Venezuela. Esse país é o primeiro alvo mais provável na América do Sul nessa luta obsessiva dos EUA pelo petróleo indispensável à manutenção da qualidade de vida da sua população e do seu status de hiperpotência.
Este blog foi inaugurado em 07/01/2008, por coincidência motivado pela preocupante notícia que o Jornal do Brasil publicara naquela data. Escrevi naquela 1ª postagem que “a notícia do JB é, para mim, mais um indício forte de que os EUA (e a Inglaterra) preparam, para médio prazo, talvez menos de 10 anos, uma ocupação militar da Venezuela para garantir o suprimento de petróleo necessário à continuação e à melhoria da qualidade das economias daquelas potências”.
(...) “Vários outros indícios secundários dessa preparação estão presentes intensamente na nossa grande mídia e nos partidos mais de direita que têm sido instrumentos dos grandes interesses norte-americanos. Por exemplo, já é um sucesso a campanha de demonização do Presidente Chavez”. “Ela já conquistou grande parte dos corações e mentes brasileiros. Predispõe a nossa aceitação e a atitude colaborativa para a invasão norte-americana (e inglesa). “Eis a referida notícia do JB: "Missão Jobim 2: “Não é mero capricho do poder. É questão de soberania sul-americana. Notícias que correm entre os oficiais dão conta de que o Suriname pretende ceder aos Estados Unidos uma grande área para instalação de uma base militar americana. A Guiana (vizinha da Venezuela) está negociando com o Reino Unido a concessão de 25 mil hectares para o mesmo fim."
ATAQUE À VENEZUELA: REVELAÇÕES DE AGENTES DO FBI E DA CIA
A “guerra contra a Venezuela” já foi alertada sutilmente também pelo ex-chefe do FBI no Brasil (1999-2003). Ele declarou que “os EUA sacam da economia mundial o máximo que podem...somos 4% da população, mas consumimos entre 45% e 50% da matéria-prima do planeta (especialmente o petróleo)...Muito em breve, para manter sua hegemonia e padrão de vida, os Estados Unidos terão que lutar diplomática e militarmente” (Entrevista dele à “Carta Capital”, no 283, de 24/03/2004).
No blog “Vi o mundo”, de Luiz Carlos Azenha, li esta semana (27) o artigo “Ex-agente da CIA: como os Estados Unidos financiam a derrubada de governos que atrapalham”.
Transcrevo alguns trechos:
“No dia 22 de março de 2005, o site ‘Venezuelanalysis.com’ publicou uma entrevista com o ex-agente da Central de Inteligência Americana (CIA) Philip Agee.”
Uma das perguntas para o entrevistado da CIA foi:
“O ex-agente da CIA Felix Rodriguez recentemente disse a um programa de televisão em Miami que os Estados Unidos estavam de olho em mudança na Venezuela, possivelmente através de violência. Ele deu como exemplo a tentativa feita durante o governo Reagan de matar o líder líbio Muammar Qaddafi. Existe um cenário como esse, de intervenção dos Estados Unidos na Venezuela?”
A resposta do ex-agente Philip Agee da CIA foi:
“Uma coisa é muito importante para o movimento de Chávez, o movimento bolivariano. É preciso ter em mente, sempre, que os Estados Unidos jamais vão deixar de tentar fazer voltar o relógio.”
“Os interesses dos Estados Unidos são definidos como acesso desimpedido a recursos naturais, à mão de obra e aos mercados de países estrangeiros.”
“São países como os da América Latina que asseguram a prosperidade dos Estados Unidos. Quanto mais governos com seus próprios projetos, com algum elemento de nacionalismo, que se opõem às políticas dos Estados Unidos (como a agenda neoliberal) assumirem o poder, mais esses movimentos serão vistos como ameaças em Washington, porque o que está em jogo é a estabilidade do sistema político dos Estados Unidos e a segurança da classe política dos Estados Unidos.”
“Os venezuelanos terão de lutar pela sobrevivência assim como os cubanos tiveram de lutar por 45 anos. Nos próximos 45 anos, os Estados Unidos continuarão tentando subverter o processo político na Venezuela se ela continuar no caminho de hoje, assim como (os EUA) continuam tentando destruir a revolução cubana.”
Em 6 de março último, este blog postou o artigo “Hugo Chávez foi menos "destemperado" do que queriam”. Nele discorremos sobre o grande risco que houve de ataque militar dos EUA na Venezuela ainda este ano de 2008.
Transcrevo um trecho do artigo:
“O comportamento dos EUA nos últimos trinta anos dá margem para a seguinte linha de raciocínio: o desejado passo seguinte à invasão militar colombiana no Equador (feita no estilo ‘preemptive war’) seria Hugo Chavez cair na armadilha e desencadear uma ação militar contra a Colômbia.
Após isso, toda a comunidade internacional daria suporte para uma ação militar norte-americana na Venezuela.
Assim, rapidamente, ainda durante o governo republicano de Bush, estaria atingido o objetivo de lá controlar a produção e a exportação de petróleo para os EUA.
Após Hugo Chávez passar a privilegiar os interesses nacionais venezuelanos (na PDVSA), a ocupação militar da Venezuela tornou-se prioritária para os EUA. Ela é importante para garantir o suprimento de petróleo necessário à continuação e à melhoria da qualidade da economia norte-americana. É objetivo que se torna cada vez mais evidente.
A ‘temperatura’ dessa ameaça está aumentando paulatina e planejadamente.
A revista norte-americana “Defense News” de 12/12/2007 revelou que, em 08 de fevereiro do ano passado, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), Gen. Michael Mosely, considerou a Venezuela, a China e o Irã como as maiores ameaças militares aos EUA, diminuindo a importância das ameaças do Iraque e do Afganistão.
Por sorte, Hugo Chávez, por milagre ou conscientemente, agora se refreou e não agiu fora das suas fronteiras, não adotou a mesma atitude colombiana. (Obs: onde se lê ‘Colômbia’, leia-se ‘Forças militares dos EUA na Colômbia, com apoio colombiano’)”.
Concluindo esta postagem, informo que em artigos seguintes desta série aprofundaremos a análise do comportamento belicoso sem princípios dos governos norte-americanos. Os quais evidenciam que não é devaneio antiamericano antever-se intervenção militar dos EUA na América do Sul, até mesmo no Brasil.
RETROSPECTIVA
Até este momento, foram postados os seguintes artigos:
1) “Risco de guerras na América do Sul”, em 3 de março;
2) “Os EUA e a mídia” e “O terror atômico suavizado na mídia”, de 11 de março;
3) “O terror no Panamá por ‘justa causa’”, de 12 de março;
4) “Ataques dos EUA contra Granada, Somália, Sudão e outros”. Também foram lembrados os ataques ao Haiti, em 1994 e em 2003, bem como os ataques ao Afeganistão e ao Paquistão na noite de 20/08/2008. Postado em 15 de março;
5) “A primeira guerra dos EUA contra o Iraque, em 1991”; artigo de 17 de março;
6) “A segunda guerra contra o Iraque”, postado em 19 de março, no 5º aniversário daquela guerra;
7) “Fatos muito estranhos na guerra dos EUA contra o Afeganistão”, publicado em 22 de março.
Hoje, 30 de Março, continuaremos com:
AS GUERRAS “PREVENTIVAS” DOS EUA NA AMÉRICA DO SUL
QUASE ATAQUE AO BRASIL
Em 17 de fevereiro de 2008, no artigo deste blog com o título “O petróleo e a pergunta: ‘Forças Armadas para quê’?”, relatamos que o Brasil, há poucos anos, quase foi atacado militarmente pelos EUA. E de surpresa.
O jornal Folha de S. Paulo, em 30/06/2004, noticiou que o Departamento de Defesa dos EUA (DOD) vê a região da tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai como “financiadora de terroristas árabes”.
Naquela região, situa-se a gigantesca usina de Itaipu, fornecedora de mais de 25% da energia elétrica consumida pelo Brasil. Além disso, ela possui um enorme manancial subterrâneo de água doce e é uma importante região estratégica para dominar militarmente o sul e o sudeste do Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai.
O DOD chegou a propor uma “ação forte” dos EUA na tríplice fronteira ao final de 2001, antes do ataque ao Afeganistão.
O “Jornal da Band” (TV Bandeirantes) divulgou em 02/08/2004 que, “logo após o atentado de setembro de 2001 em Nova Iorque, o Pentágono propôs à Casa Branca um forte ataque de surpresa ao Brasil (e ao Paraguai e Argentina) naquela região, antes de os EUA atacarem o Afeganistão e o Iraque”.
SEMPRE O PETRÓLEO
Afirmamos naquele artigo de 17/02: “As gigantescas reservas petrolíferas agora descobertas pelo Brasil, as maiores já descobertas no mundo nos últimos dez anos, agravam muito mais o grave quadro de ausência de capacidade de defesa do patrimônio brasileiro.”
O petróleo tem sido o motivo básico das principais intervenções militares dos EUA no mundo. Logicamente, isso não é confessado. Mas sempre acaba revelado.
Na parte 7 desta série, em “Fatos muito estranhos na guerra dos EUA contra o Afeganistão”, aqui postado em 22 de março, mencionamos que um dos principais motivos não declarados daquele ataque dos EUA ao Afeganistão também foi o petróleo.
Foi o fato de a região da Ásia Central abrangida pelos países Azerbaijão, Cazaquistão, Usbequistão e Turcomenistão ter sido identificada como possuindo reservas de petróleo e gás maiores que as do Golfo Pérsico. E o Afeganistão é o caminho mais conveniente econômica e geopoliticamente para o escoamento daquele petróleo para os EUA.
A VENEZUELA COMO PRÓXIMO ALVO
Tudo indica que a primeira “preemptive war” dos EUA neste continente deverá ser na Venezuela. Esse país é o primeiro alvo mais provável na América do Sul nessa luta obsessiva dos EUA pelo petróleo indispensável à manutenção da qualidade de vida da sua população e do seu status de hiperpotência.
Este blog foi inaugurado em 07/01/2008, por coincidência motivado pela preocupante notícia que o Jornal do Brasil publicara naquela data. Escrevi naquela 1ª postagem que “a notícia do JB é, para mim, mais um indício forte de que os EUA (e a Inglaterra) preparam, para médio prazo, talvez menos de 10 anos, uma ocupação militar da Venezuela para garantir o suprimento de petróleo necessário à continuação e à melhoria da qualidade das economias daquelas potências”.
(...) “Vários outros indícios secundários dessa preparação estão presentes intensamente na nossa grande mídia e nos partidos mais de direita que têm sido instrumentos dos grandes interesses norte-americanos. Por exemplo, já é um sucesso a campanha de demonização do Presidente Chavez”. “Ela já conquistou grande parte dos corações e mentes brasileiros. Predispõe a nossa aceitação e a atitude colaborativa para a invasão norte-americana (e inglesa). “Eis a referida notícia do JB: "Missão Jobim 2: “Não é mero capricho do poder. É questão de soberania sul-americana. Notícias que correm entre os oficiais dão conta de que o Suriname pretende ceder aos Estados Unidos uma grande área para instalação de uma base militar americana. A Guiana (vizinha da Venezuela) está negociando com o Reino Unido a concessão de 25 mil hectares para o mesmo fim."
ATAQUE À VENEZUELA: REVELAÇÕES DE AGENTES DO FBI E DA CIA
A “guerra contra a Venezuela” já foi alertada sutilmente também pelo ex-chefe do FBI no Brasil (1999-2003). Ele declarou que “os EUA sacam da economia mundial o máximo que podem...somos 4% da população, mas consumimos entre 45% e 50% da matéria-prima do planeta (especialmente o petróleo)...Muito em breve, para manter sua hegemonia e padrão de vida, os Estados Unidos terão que lutar diplomática e militarmente” (Entrevista dele à “Carta Capital”, no 283, de 24/03/2004).
No blog “Vi o mundo”, de Luiz Carlos Azenha, li esta semana (27) o artigo “Ex-agente da CIA: como os Estados Unidos financiam a derrubada de governos que atrapalham”.
Transcrevo alguns trechos:
“No dia 22 de março de 2005, o site ‘Venezuelanalysis.com’ publicou uma entrevista com o ex-agente da Central de Inteligência Americana (CIA) Philip Agee.”
Uma das perguntas para o entrevistado da CIA foi:
“O ex-agente da CIA Felix Rodriguez recentemente disse a um programa de televisão em Miami que os Estados Unidos estavam de olho em mudança na Venezuela, possivelmente através de violência. Ele deu como exemplo a tentativa feita durante o governo Reagan de matar o líder líbio Muammar Qaddafi. Existe um cenário como esse, de intervenção dos Estados Unidos na Venezuela?”
A resposta do ex-agente Philip Agee da CIA foi:
“Uma coisa é muito importante para o movimento de Chávez, o movimento bolivariano. É preciso ter em mente, sempre, que os Estados Unidos jamais vão deixar de tentar fazer voltar o relógio.”
“Os interesses dos Estados Unidos são definidos como acesso desimpedido a recursos naturais, à mão de obra e aos mercados de países estrangeiros.”
“São países como os da América Latina que asseguram a prosperidade dos Estados Unidos. Quanto mais governos com seus próprios projetos, com algum elemento de nacionalismo, que se opõem às políticas dos Estados Unidos (como a agenda neoliberal) assumirem o poder, mais esses movimentos serão vistos como ameaças em Washington, porque o que está em jogo é a estabilidade do sistema político dos Estados Unidos e a segurança da classe política dos Estados Unidos.”
“Os venezuelanos terão de lutar pela sobrevivência assim como os cubanos tiveram de lutar por 45 anos. Nos próximos 45 anos, os Estados Unidos continuarão tentando subverter o processo político na Venezuela se ela continuar no caminho de hoje, assim como (os EUA) continuam tentando destruir a revolução cubana.”
Em 6 de março último, este blog postou o artigo “Hugo Chávez foi menos "destemperado" do que queriam”. Nele discorremos sobre o grande risco que houve de ataque militar dos EUA na Venezuela ainda este ano de 2008.
Transcrevo um trecho do artigo:
“O comportamento dos EUA nos últimos trinta anos dá margem para a seguinte linha de raciocínio: o desejado passo seguinte à invasão militar colombiana no Equador (feita no estilo ‘preemptive war’) seria Hugo Chavez cair na armadilha e desencadear uma ação militar contra a Colômbia.
Após isso, toda a comunidade internacional daria suporte para uma ação militar norte-americana na Venezuela.
Assim, rapidamente, ainda durante o governo republicano de Bush, estaria atingido o objetivo de lá controlar a produção e a exportação de petróleo para os EUA.
Após Hugo Chávez passar a privilegiar os interesses nacionais venezuelanos (na PDVSA), a ocupação militar da Venezuela tornou-se prioritária para os EUA. Ela é importante para garantir o suprimento de petróleo necessário à continuação e à melhoria da qualidade da economia norte-americana. É objetivo que se torna cada vez mais evidente.
A ‘temperatura’ dessa ameaça está aumentando paulatina e planejadamente.
A revista norte-americana “Defense News” de 12/12/2007 revelou que, em 08 de fevereiro do ano passado, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), Gen. Michael Mosely, considerou a Venezuela, a China e o Irã como as maiores ameaças militares aos EUA, diminuindo a importância das ameaças do Iraque e do Afganistão.
Por sorte, Hugo Chávez, por milagre ou conscientemente, agora se refreou e não agiu fora das suas fronteiras, não adotou a mesma atitude colombiana. (Obs: onde se lê ‘Colômbia’, leia-se ‘Forças militares dos EUA na Colômbia, com apoio colombiano’)”.
Concluindo esta postagem, informo que em artigos seguintes desta série aprofundaremos a análise do comportamento belicoso sem princípios dos governos norte-americanos. Os quais evidenciam que não é devaneio antiamericano antever-se intervenção militar dos EUA na América do Sul, até mesmo no Brasil.
sábado, 29 de março de 2008
MARTA (29%) ULTRAPASSA ALKMIN (28%)- NOVA PESQUISA DATAFOLHA
A Folha Online publicou, há uma hora atrás, o resultado da nova pesquisa Datafolha. A matéria completa sairá no jornal Folha de São Paulo amanhã (30). Antecipo trechos:
“A ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), subiu quatro pontos percentuais e divide a liderança com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na corrida à Prefeitura de São Paulo.”
(...) “Segundo o Datafolha, Marta aparece com 29%, em empate técnico com o tucano, que tem 28%, um ponto percentual abaixo do registrado no levantamento anterior (fevereiro). Até então, o tucano tinha "leve vantagem", diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino. "Hoje, não existe mais", diz. Mas a simulação de segundo turno continua dando vitória de Alckmin sobre Marta (53% a 41%).”
(...) “O prefeito Gilberto Kassab (DEM) está com 13% da preferência. Na pesquisa de fevereiro, aparecia com 12%.”
(...) “A pesquisa mostra ainda Paulo Maluf (PP) com 8% (dois pontos a menos) e Luiza Erundina (PSB) com 7% (um ponto a menos).”
(...) “O instituto ouviu 1.089 pessoas nos dias 25 e 26 de março. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.”
“A ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), subiu quatro pontos percentuais e divide a liderança com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na corrida à Prefeitura de São Paulo.”
(...) “Segundo o Datafolha, Marta aparece com 29%, em empate técnico com o tucano, que tem 28%, um ponto percentual abaixo do registrado no levantamento anterior (fevereiro). Até então, o tucano tinha "leve vantagem", diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino. "Hoje, não existe mais", diz. Mas a simulação de segundo turno continua dando vitória de Alckmin sobre Marta (53% a 41%).”
(...) “O prefeito Gilberto Kassab (DEM) está com 13% da preferência. Na pesquisa de fevereiro, aparecia com 12%.”
(...) “A pesquisa mostra ainda Paulo Maluf (PP) com 8% (dois pontos a menos) e Luiza Erundina (PSB) com 7% (um ponto a menos).”
(...) “O instituto ouviu 1.089 pessoas nos dias 25 e 26 de março. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.”
FHC COLOCA A CULPA EM COLLOR PELO DESASTRE DO SEU GOVERNO
O “blogdomello”, em postagem de ontem, 28/03/08, nos traz à memória um ótimo texto do renomado e já falecido jornalista Aloisio Biondi, publicado na Folha de São Paulo em 20 de fevereiro de 1997.
É muito oportuno relembrá-lo agora, quando FHC e os políticos do PSDB e do PFL(DEM) estão sendo muito ouvidos, lidos e reverenciados na grande imprensa brasileira.
O pretexto deste momento para eles serem as estrelas da mídia é o “escândalo” de ter o governo Lula (a Casa Civil) levantado dados de gastos da presidência também do período FHC. Para a grande mídia e os partidos a ela associados, esse levantamento, abrangendo também o governo FHC, constitui “crime de organização de dossiê”.
Para a melhor compreensão do diferente conceito de “dossiê” para a oposição e a grande mídia, sugiro ao leitor ver o artigo “Dossiês Fajutos?” aqui postado ontem.
Para relembrar os tempos do governo FHC/PSDB/PFL, sugiro a leitura, também, do início do artigo “Panelaço na Argentina” por nós postado anteontem (27). Outro artigo em que retrato o governo FHC e que também explica esse comportamento a ele favorável por parte da imprensa brasileira é o “Por que a grande mídia brasileira é tucanopefelista”, de 10 de fevereiro último.
Vejamos o artigo de Aloisio Biondi:
“RETRATO DO GOVERNO FHC, POR ELE PRÓPRIO”
O presidente Fernando Henrique Cardoso fez uma declaração espantosa em sua viagem à Itália. Pela primeira vez, desde que foi ministro da Fazenda no governo Itamar Franco, FHC admitiu que a “abertura” da economia brasileira às importações foi demasiado rápida.
Isto é, FHC agora reconhece que toda a base de sua política econômica é um desastre, e está provocando a destruição da indústria brasileira, desempregando milhões de pessoas, reduzindo a produção nacional, “torrando” dólares, provocando rombos na balança comercial em virtude da explosão das importações e, acrescente-se, vai provocar nova e grave onda recessiva no país.
Noticiada quase exclusivamente por esta Folha, a declaração de FHC foi, porém, acompanhada de falseamento da verdade histórica. O presidente da República atribuiu o “escancaramento” da economia brasileira ao governo Collor.
Na verdade, seu antecessor deu início ao processo. Mas, reconheça-se, a abertura do mercado, apresentada à sociedade como “nova política industrial”, seria feita de forma gradual, ao longo de alguns anos. Ou, sinteticamente, o imposto sobre as importações (tarifas) seria reduzido um pouco a cada ano, com o objetivo de “dar tempo” à indústria nacional de investir para produzir melhor e mais barato, enfrentando a concorrência estrangeira.
Quem mudou da noite para o dia as regras do jogo foi a equipe do governo FHC/BNDES, que reduziu para 10%, 3% ou mesmo 0% (isenção total de imposto) as tarifas sobre produtos importados.
Em lugar de reconhecer os erros monumentais cometidos por ele próprio e sua arrogante equipe, o ex-sociólogo FHC limita-se a inculpar Collor. Nenhuma autocrítica, capaz de trazer a expectativa de mudanças nos rumos desastrosos da política econômica. E o país paga, dramática e bovinamente, o preço dos equívocos.
Com a declaração de FHC, como ficam os de-formadores de opinião que há três ou quatro anos vêm tecendo loas incontidas à “abertura”?”
É muito oportuno relembrá-lo agora, quando FHC e os políticos do PSDB e do PFL(DEM) estão sendo muito ouvidos, lidos e reverenciados na grande imprensa brasileira.
O pretexto deste momento para eles serem as estrelas da mídia é o “escândalo” de ter o governo Lula (a Casa Civil) levantado dados de gastos da presidência também do período FHC. Para a grande mídia e os partidos a ela associados, esse levantamento, abrangendo também o governo FHC, constitui “crime de organização de dossiê”.
Para a melhor compreensão do diferente conceito de “dossiê” para a oposição e a grande mídia, sugiro ao leitor ver o artigo “Dossiês Fajutos?” aqui postado ontem.
Para relembrar os tempos do governo FHC/PSDB/PFL, sugiro a leitura, também, do início do artigo “Panelaço na Argentina” por nós postado anteontem (27). Outro artigo em que retrato o governo FHC e que também explica esse comportamento a ele favorável por parte da imprensa brasileira é o “Por que a grande mídia brasileira é tucanopefelista”, de 10 de fevereiro último.
Vejamos o artigo de Aloisio Biondi:
“RETRATO DO GOVERNO FHC, POR ELE PRÓPRIO”
O presidente Fernando Henrique Cardoso fez uma declaração espantosa em sua viagem à Itália. Pela primeira vez, desde que foi ministro da Fazenda no governo Itamar Franco, FHC admitiu que a “abertura” da economia brasileira às importações foi demasiado rápida.
Isto é, FHC agora reconhece que toda a base de sua política econômica é um desastre, e está provocando a destruição da indústria brasileira, desempregando milhões de pessoas, reduzindo a produção nacional, “torrando” dólares, provocando rombos na balança comercial em virtude da explosão das importações e, acrescente-se, vai provocar nova e grave onda recessiva no país.
Noticiada quase exclusivamente por esta Folha, a declaração de FHC foi, porém, acompanhada de falseamento da verdade histórica. O presidente da República atribuiu o “escancaramento” da economia brasileira ao governo Collor.
Na verdade, seu antecessor deu início ao processo. Mas, reconheça-se, a abertura do mercado, apresentada à sociedade como “nova política industrial”, seria feita de forma gradual, ao longo de alguns anos. Ou, sinteticamente, o imposto sobre as importações (tarifas) seria reduzido um pouco a cada ano, com o objetivo de “dar tempo” à indústria nacional de investir para produzir melhor e mais barato, enfrentando a concorrência estrangeira.
Quem mudou da noite para o dia as regras do jogo foi a equipe do governo FHC/BNDES, que reduziu para 10%, 3% ou mesmo 0% (isenção total de imposto) as tarifas sobre produtos importados.
Em lugar de reconhecer os erros monumentais cometidos por ele próprio e sua arrogante equipe, o ex-sociólogo FHC limita-se a inculpar Collor. Nenhuma autocrítica, capaz de trazer a expectativa de mudanças nos rumos desastrosos da política econômica. E o país paga, dramática e bovinamente, o preço dos equívocos.
Com a declaração de FHC, como ficam os de-formadores de opinião que há três ou quatro anos vêm tecendo loas incontidas à “abertura”?”
sexta-feira, 28 de março de 2008
NOTA DA CASA CIVIL SOBRE SUPOSTO DOSSIÊ - 28/03/2008
A Folha Online publicou às 17h40 de hoje a nota da Ministra Dilma Roussef sobre a matéria da 1ª página do jornal Folha de São Paulo, o qual acusa a Casa Civil de organizar um dossiê sobre as contas "tipo B" do governo FHC. Reproduzo a nota:
"1. Com relação à matéria de capa da Folha, de 28/03, a Casa Civil reafirma que, em momento algum, organizou qualquer dossiê com denúncias sobre o uso de cartões corporativos e contas tipo B no governo anterior. O que o jornal insiste em chamar de dossiê são fragmentos de uma base de dados em fase de digitação para alimentação do SUPRIM -, que visa unicamente organizar os dados relativos aos gastos com suprimento de fundos desde 1998 até hoje, fato já explicado em nota de 22/03. Trata-se de uma ferramenta de gestão e não de um dossiê.
2. O vazamento desses fragmentos da base de dados para a imprensa é lamentável. Algumas das informações estão cobertas por sigilo e sua divulgação contraria a legislação vigente. Por isso mesmo, a Casa Civil instituiu comissão de sindicância para apurar o episódio, composta por funcionários estáveis da Advocacia Geral da União, da Controladoria Geral da União e da própria Casa Civil.
3. A matéria, de forma maliciosa, dá a entender que a secretária-executiva, Erenice Guerra, teria assumido a responsabilidade de "organizar processo de despesas de FHC, isentando a chefe (no caso, a ministra Dilma Roussef) de ter tomado a decisão". Isso não é verdade. Se "processo de despesas de FHC", nas palavras do jornal, é sinônimo para dossiê, a secretária-executiva nunca assumiu essa responsabilidade pelo simples fato de que nunca existiu qualquer dossiê. Se a expressão anterior refere-se à alimentação de base de dados do SUPRIM, não haveria motivo para a insinuação maldosa. Afinal, trata-se de uma ferramenta de gestão cuja supervisão é competência institucional da Secretaria-Executiva, na forma do regulamento que disciplina as competências da Casa Civil.
4.Quanto à suposta reunião, que segundo a Folha, teria sido convocada pela secretária-executiva com "membros da secretaria de Administração, da Secretaria de Controle Interno da Presidência e de outras áreas da Casa Civil", para organizar uma força-tarefa para produzir o chamado dossiê, a Casa Civil afirma peremptoriamente que tal reunião nunca ocorreu.
Casa Civil da Presidência da República."
"1. Com relação à matéria de capa da Folha, de 28/03, a Casa Civil reafirma que, em momento algum, organizou qualquer dossiê com denúncias sobre o uso de cartões corporativos e contas tipo B no governo anterior. O que o jornal insiste em chamar de dossiê são fragmentos de uma base de dados em fase de digitação para alimentação do SUPRIM -, que visa unicamente organizar os dados relativos aos gastos com suprimento de fundos desde 1998 até hoje, fato já explicado em nota de 22/03. Trata-se de uma ferramenta de gestão e não de um dossiê.
2. O vazamento desses fragmentos da base de dados para a imprensa é lamentável. Algumas das informações estão cobertas por sigilo e sua divulgação contraria a legislação vigente. Por isso mesmo, a Casa Civil instituiu comissão de sindicância para apurar o episódio, composta por funcionários estáveis da Advocacia Geral da União, da Controladoria Geral da União e da própria Casa Civil.
3. A matéria, de forma maliciosa, dá a entender que a secretária-executiva, Erenice Guerra, teria assumido a responsabilidade de "organizar processo de despesas de FHC, isentando a chefe (no caso, a ministra Dilma Roussef) de ter tomado a decisão". Isso não é verdade. Se "processo de despesas de FHC", nas palavras do jornal, é sinônimo para dossiê, a secretária-executiva nunca assumiu essa responsabilidade pelo simples fato de que nunca existiu qualquer dossiê. Se a expressão anterior refere-se à alimentação de base de dados do SUPRIM, não haveria motivo para a insinuação maldosa. Afinal, trata-se de uma ferramenta de gestão cuja supervisão é competência institucional da Secretaria-Executiva, na forma do regulamento que disciplina as competências da Casa Civil.
4.Quanto à suposta reunião, que segundo a Folha, teria sido convocada pela secretária-executiva com "membros da secretaria de Administração, da Secretaria de Controle Interno da Presidência e de outras áreas da Casa Civil", para organizar uma força-tarefa para produzir o chamado dossiê, a Casa Civil afirma peremptoriamente que tal reunião nunca ocorreu.
Casa Civil da Presidência da República."
EUA: EXPRESSÃO MILITAR vs EXPRESSÃO PSICOSSOCIAL
Sobre esse assunto, li um bom artigo publicado ontem no “Monitor Mercantil”, o “Jornal do Empresário”, de autoria de Manuel Cambeses Jr., coronel-aviador da reserva da Força Aérea, conferencista especial da ESG, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil e vice-diretor do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.
EUA: expressão militar versus expressão psicossocial
"No dia 6 de fevereiro do ano passado, o polêmico Secretário de Defesa norte-americano apresentou, ao Congresso de seu país, o Informe de Defesa Quadrienal. Nele, aparecem listadas as prioridades de seu Departamento para os próximos quatro anos.
Como elemento central, dentro dessa lista, está a luta contra o terrorismo. No informe, se enfatiza os novos desenvolvimentos em matéria de armamentos, bem como as áreas que deverão ser privilegiadas em termos de prioridade.
Nesse mesmo dia, foi tornado público o orçamento para o ano de 2008, no qual os gastos militares atingem a expressiva marca de US$ 439,9 bilhões. Estes dados, certamente, merecem algumas considerações.
Em primeiro lugar, vale a pena citar o desmesurado orçamento destinado à área militar. Apenas quinze nações no mundo dispõem de um Produto Interno Bruto superior aos gastos bélicos estadunidenses. Entre aqueles que não dispõem de um PIB que alcance esse montante, se encontram a Rússia (antiga rival), Suíça, Bélgica, Suécia e Noruega (The Economist, World in Figures, London, 2006).
Em segundo lugar, se encontra a absoluta desproporção entre o seu orçamento militar e os do resto do mundo. Seus gastos bélicos representam mais de 40% dos gastos mundiais de defesa e equivalem ao orçamento combinado das seguintes nove potências militares que a seguem. E mais, seu poder bélico é duas vezes e meia superior ao de seus nove possíveis adversários combinados, ou seja, países como Rússia, China, Coréia do Norte, Irã, etc. (Ziauddin Sardar, Merryl Wyndavies, Why do People Hate America?, London, 2003).
Em terceiro lugar, está o absurdo de seguir desenvolvendo novos sistemas armamentistas, a custos gigantescos, quando os atuais lhes garantem uma vantagem militar esmagadora. Um só exemplo pode justificar esta afirmativa. Os Estados Unidos dispõem de mais de mil aviões F-15, um dos mais avançados da parafernália militar existente. Entretanto, segundo explicitou o The Economist de 11 de fevereiro de 2006, se planeja investir US$ 61,3 bilhões para o desenvolvimento de sistemas ultra-sofisticados como as armas espaciais, os caças F-22 e os armamentos robóticos, que tornariam os F-15 obsoletos.
Em quarto lugar, poderíamos citar a falta de correlação entre as prioridades de defesa e o que se considera como a maior ameaça à segurança norte-americana. Enquanto esta última é identificada com o terrorismo, sua ênfase armamentista está no desenvolvimento de sistemas altamente sofisticados, como as armas espaciais e as aeronaves F-22. Estes, entretanto, servem muito pouco ou nada para combater os terroristas dentro do contexto de uma confrontação assimétrica.
Em quinto lugar, é facilmente detectável a existência de uma desconexão entre o que a simples vista aparece como uma de suas maiores necessidades e o que está efetivamente explicitado nos planos de governo.
O furacão Katrina, por exemplo, evidenciou que a Guarda Nacional da Louisiana não pôde ser acionada a tempo, pois significativa parcela de seu contingente se encontrava no Iraque.
A guerra no país mesopotâmico demonstra, claramente, a insuficiência de tropas americanas para controlar integralmente a situação. Não obstante, o Informe de Defesa Quadrienal sugere a redução, de forma paulatina, de mais de cem mil soldados, como fórmula para reduzir os altos custos da ocupação.
Em sexto lugar, aparece a irracionalidade de gastos como os delineados dentro do contexto dos reais problemas do país. O gasto militar não somente é diretamente responsável pelo déficit fiscal, que supera 3% do PIB, o que, evidentemente, pressupõe tremendos cortes em seguridade social.
Ainda de acordo com a citada edição do The Economist, o gasto militar conduz a uma redução obrigatória de quase US$ 40 bilhões no sistema de atendimento médico a menores de idade, conhecido como Medicaid, e conduzirá, fatalmente, a cortes orçamentários na ordem de US$ 65 bilhões, nos próximos cinco anos, no plano de atendimento aos pobres, intitulado Medicare.
Do anteriormente exposto, depreende-se que, ao privilegiar o poder militar com orçamento tão vultoso, os Estados Unidos correm o risco de comprometer, seriamente, a médio prazo, a expressão psicossocial do poder nacional, criando um generalizado clima de insatisfação, acarretando sérios prejuízos às camadas menos favorecidas da sociedade estadunidense, o que poderá desdobrar-se em nocivo clima de instabilidade e, conseqüentemente, no indesejado esgarçamento do tecido social.”
EUA: expressão militar versus expressão psicossocial
"No dia 6 de fevereiro do ano passado, o polêmico Secretário de Defesa norte-americano apresentou, ao Congresso de seu país, o Informe de Defesa Quadrienal. Nele, aparecem listadas as prioridades de seu Departamento para os próximos quatro anos.
Como elemento central, dentro dessa lista, está a luta contra o terrorismo. No informe, se enfatiza os novos desenvolvimentos em matéria de armamentos, bem como as áreas que deverão ser privilegiadas em termos de prioridade.
Nesse mesmo dia, foi tornado público o orçamento para o ano de 2008, no qual os gastos militares atingem a expressiva marca de US$ 439,9 bilhões. Estes dados, certamente, merecem algumas considerações.
Em primeiro lugar, vale a pena citar o desmesurado orçamento destinado à área militar. Apenas quinze nações no mundo dispõem de um Produto Interno Bruto superior aos gastos bélicos estadunidenses. Entre aqueles que não dispõem de um PIB que alcance esse montante, se encontram a Rússia (antiga rival), Suíça, Bélgica, Suécia e Noruega (The Economist, World in Figures, London, 2006).
Em segundo lugar, se encontra a absoluta desproporção entre o seu orçamento militar e os do resto do mundo. Seus gastos bélicos representam mais de 40% dos gastos mundiais de defesa e equivalem ao orçamento combinado das seguintes nove potências militares que a seguem. E mais, seu poder bélico é duas vezes e meia superior ao de seus nove possíveis adversários combinados, ou seja, países como Rússia, China, Coréia do Norte, Irã, etc. (Ziauddin Sardar, Merryl Wyndavies, Why do People Hate America?, London, 2003).
Em terceiro lugar, está o absurdo de seguir desenvolvendo novos sistemas armamentistas, a custos gigantescos, quando os atuais lhes garantem uma vantagem militar esmagadora. Um só exemplo pode justificar esta afirmativa. Os Estados Unidos dispõem de mais de mil aviões F-15, um dos mais avançados da parafernália militar existente. Entretanto, segundo explicitou o The Economist de 11 de fevereiro de 2006, se planeja investir US$ 61,3 bilhões para o desenvolvimento de sistemas ultra-sofisticados como as armas espaciais, os caças F-22 e os armamentos robóticos, que tornariam os F-15 obsoletos.
Em quarto lugar, poderíamos citar a falta de correlação entre as prioridades de defesa e o que se considera como a maior ameaça à segurança norte-americana. Enquanto esta última é identificada com o terrorismo, sua ênfase armamentista está no desenvolvimento de sistemas altamente sofisticados, como as armas espaciais e as aeronaves F-22. Estes, entretanto, servem muito pouco ou nada para combater os terroristas dentro do contexto de uma confrontação assimétrica.
Em quinto lugar, é facilmente detectável a existência de uma desconexão entre o que a simples vista aparece como uma de suas maiores necessidades e o que está efetivamente explicitado nos planos de governo.
O furacão Katrina, por exemplo, evidenciou que a Guarda Nacional da Louisiana não pôde ser acionada a tempo, pois significativa parcela de seu contingente se encontrava no Iraque.
A guerra no país mesopotâmico demonstra, claramente, a insuficiência de tropas americanas para controlar integralmente a situação. Não obstante, o Informe de Defesa Quadrienal sugere a redução, de forma paulatina, de mais de cem mil soldados, como fórmula para reduzir os altos custos da ocupação.
Em sexto lugar, aparece a irracionalidade de gastos como os delineados dentro do contexto dos reais problemas do país. O gasto militar não somente é diretamente responsável pelo déficit fiscal, que supera 3% do PIB, o que, evidentemente, pressupõe tremendos cortes em seguridade social.
Ainda de acordo com a citada edição do The Economist, o gasto militar conduz a uma redução obrigatória de quase US$ 40 bilhões no sistema de atendimento médico a menores de idade, conhecido como Medicaid, e conduzirá, fatalmente, a cortes orçamentários na ordem de US$ 65 bilhões, nos próximos cinco anos, no plano de atendimento aos pobres, intitulado Medicare.
Do anteriormente exposto, depreende-se que, ao privilegiar o poder militar com orçamento tão vultoso, os Estados Unidos correm o risco de comprometer, seriamente, a médio prazo, a expressão psicossocial do poder nacional, criando um generalizado clima de insatisfação, acarretando sérios prejuízos às camadas menos favorecidas da sociedade estadunidense, o que poderá desdobrar-se em nocivo clima de instabilidade e, conseqüentemente, no indesejado esgarçamento do tecido social.”
DOSSIÊS “FAJUTOS”?
A grande mídia e a oposição são muito eficientes em classificar como fajutos, falsos, criminosos, todos os documentos que revelem algo contra o PSDB, o PFL (DEM), FHC, Serra e outros do mesmo grupo de interesses.
Foram inúmeros os casos. Relembrarei somente alguns.
Recordam-se do levantamento de dados de escutas telefônicas que descobriram uma articulação do ex-presidente do BNDES, Mendonça de Barros, e o então presidente FHC para influenciar em uma licitação (das teles) “até o limite da irresponsabilidade”?
O que ocorreu após? A grande mídia e os partidos do governo, PSDB e PFL, conseguiram eficientemente transformar o fato em somente um crime de escuta clandestina de conversas telefônicas. Foi o “escândalo dos arapongas”, resquício dos governos militares...
Lembram-se da revelação publicada em 2005, documentada, de todos os políticos que fizeram campanha usando caixa dois com dinheiro público da estatal FURNAS Centrais Elétricas S.A.?
Lá constam políticos como José Serra (R$ 7 milhões), Geraldo Alkmin (R$ 9,3 milhões), Rodrigo Maia (R$ 200 mil), ACM Neto (R$ 150 mil), Gilberto Kassab (R$ 100 mil), Eduardo Azeredo (R$ 500 mil), Aluízio Nunes Ferreira (R$ 50 mil), Roberto Jefferson (R$ 75 mil) e muitos outros, especialmente do PSDB e do PFL (nenhum do PT, na época).
A veracidade do documento de Furnas foi analisada pela polícia, com o apoio do “Laboratório de Perícias” de Campinas. A conclusão, assinada pelo Prof. Dr. Ricardo Molina em 28/10/2005, afirma “a ausência de indícios de falsidade na cópia” (apesar de isso não garantir a autenticidade do suposto original). Conclui o Dr. Molina: “o documento não apresenta indícios de manipulação fraudulenta”.
Oficial e publicamente, o deputado Roberto Jefferson confirmou que, na sua parte, o documento de Furnas era verdadeiro. Recebera exatamente os nele especificados R$ 75 mil.
O que aconteceu após? Aquilo foi rotulado de “dossiê fajuto” e nunca mais se ouviu falar nisso na mídia.
Lembram-se da relação dos 'sanguessugas', dos 'vampiros', das centenas e centenas de ambulâncias ocas vendidas para órgãos públicos com grande superfaturamento na gestão do ex-Ministro da Saúde Serra (o melhor do mundo segundo FHC e o PSDB)?
A grande mídia, com galhardia, conseguiu, depois de muitas idas e vindas e ajuda de delegado não ligado à investigação, reduzir tudo, na cabeça do eleitor, ao caso do 'suposto dossiê contra Serra', fajuto, elaborado pelos "aloprados do PT".
Lembram-se do espetáculo televisivo no ano passado, em cadeia nacional, do STF julgando a aceitação da denúncia do “mensalão” contra integrantes do PT? Os ministros do STF que aceitaram as denúncias viraram heróis nacionais, com capas de revistas e reportagens especiais a eles dedicadas. E onde está o dossiê do “mensalão do PSDB” que inteligentemente a mídia o reduziu, como camuflagem, a “mensalão mineiro”?
Agora, hoje, vejo a grande mídia e a oposição denominando o levantamento em curso das despesas com cartões corporativos, e do seu anterior equivalente “contas tipo B” usado pelo governo FHC, como dossiê fajuto, ilegal, criminoso etc naquilo que concerne ao governo FHC/PSDB/PFL(DEM). A Folha de São Paulo, na 1ª página, menciona até a possibilidade de queda da Ministra da Casa Civil.
É!...Eles são muito coordenados e eficientes nisso...
Foram inúmeros os casos. Relembrarei somente alguns.
Recordam-se do levantamento de dados de escutas telefônicas que descobriram uma articulação do ex-presidente do BNDES, Mendonça de Barros, e o então presidente FHC para influenciar em uma licitação (das teles) “até o limite da irresponsabilidade”?
O que ocorreu após? A grande mídia e os partidos do governo, PSDB e PFL, conseguiram eficientemente transformar o fato em somente um crime de escuta clandestina de conversas telefônicas. Foi o “escândalo dos arapongas”, resquício dos governos militares...
Lembram-se da revelação publicada em 2005, documentada, de todos os políticos que fizeram campanha usando caixa dois com dinheiro público da estatal FURNAS Centrais Elétricas S.A.?
Lá constam políticos como José Serra (R$ 7 milhões), Geraldo Alkmin (R$ 9,3 milhões), Rodrigo Maia (R$ 200 mil), ACM Neto (R$ 150 mil), Gilberto Kassab (R$ 100 mil), Eduardo Azeredo (R$ 500 mil), Aluízio Nunes Ferreira (R$ 50 mil), Roberto Jefferson (R$ 75 mil) e muitos outros, especialmente do PSDB e do PFL (nenhum do PT, na época).
A veracidade do documento de Furnas foi analisada pela polícia, com o apoio do “Laboratório de Perícias” de Campinas. A conclusão, assinada pelo Prof. Dr. Ricardo Molina em 28/10/2005, afirma “a ausência de indícios de falsidade na cópia” (apesar de isso não garantir a autenticidade do suposto original). Conclui o Dr. Molina: “o documento não apresenta indícios de manipulação fraudulenta”.
Oficial e publicamente, o deputado Roberto Jefferson confirmou que, na sua parte, o documento de Furnas era verdadeiro. Recebera exatamente os nele especificados R$ 75 mil.
O que aconteceu após? Aquilo foi rotulado de “dossiê fajuto” e nunca mais se ouviu falar nisso na mídia.
Lembram-se da relação dos 'sanguessugas', dos 'vampiros', das centenas e centenas de ambulâncias ocas vendidas para órgãos públicos com grande superfaturamento na gestão do ex-Ministro da Saúde Serra (o melhor do mundo segundo FHC e o PSDB)?
A grande mídia, com galhardia, conseguiu, depois de muitas idas e vindas e ajuda de delegado não ligado à investigação, reduzir tudo, na cabeça do eleitor, ao caso do 'suposto dossiê contra Serra', fajuto, elaborado pelos "aloprados do PT".
Lembram-se do espetáculo televisivo no ano passado, em cadeia nacional, do STF julgando a aceitação da denúncia do “mensalão” contra integrantes do PT? Os ministros do STF que aceitaram as denúncias viraram heróis nacionais, com capas de revistas e reportagens especiais a eles dedicadas. E onde está o dossiê do “mensalão do PSDB” que inteligentemente a mídia o reduziu, como camuflagem, a “mensalão mineiro”?
Agora, hoje, vejo a grande mídia e a oposição denominando o levantamento em curso das despesas com cartões corporativos, e do seu anterior equivalente “contas tipo B” usado pelo governo FHC, como dossiê fajuto, ilegal, criminoso etc naquilo que concerne ao governo FHC/PSDB/PFL(DEM). A Folha de São Paulo, na 1ª página, menciona até a possibilidade de queda da Ministra da Casa Civil.
É!...Eles são muito coordenados e eficientes nisso...
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO, SEGUNDO O PFL (DEM)
O prefeito de São Paulo revelou-nos ontem a causa dos engarrafamentos constantes, imensos e crescentes no trânsito da cidade. Ela foi, finalmente, descoberta. É o resultado de uma conspiração. Não é conseqüência de sua boa ou má administração.
O jornal Folha de São Paulo, sempre muito 'prestimoso' em nos trazer a verdade, logo publicou hoje com destaque essa revelação bombástica.
“Gestão Kassab diz que ação orquestrada prejudica trânsito de SP”
“A administração de Gilberto Kassab (DEM) apresentou ontem uma nova versão para explicar os recentes e consecutivos recordes de trânsito na capital"
“Pela manhã, Kassab afirmou que "existem pessoas querendo prejudicar o trânsito de São Paulo". "Disse isso ao comentar a prisão de um homem em M'Boi Mirim, na zona sul da cidade, que furou dois pneus de um ônibus alegando estar irritado com o serviço”.
Segundo a Folha, "o acusado, Marcelo Lima do Monte, alegou à polícia que agiu por ter ficado irritado com o atraso do veículo". Essa justificativa, de acordo com o secretário de transportes da administração de Kassab, apenas reforça a tese. "Se você entrevistar na penitenciária, todo mundo é inocente".
Continua a Folha: “O secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, detalhou que há uma conspiração contra a cidade. Ninguém na prefeitura diz publicamente, mas o que os kassabistas espalham, sem apresentar provas, é que seria uma ação da oposição para prejudicar a sua candidatura a um novo mandato.” (Obs. deste blog: isso significa uma acusação contra Alkmin? contra Marta?).
A polícia, pelo que informou a prefeitura, "foi acionada para investigar o suposto complô.”
Antes de essa importante conspiração ser denunciada por Kassab, diz a Folha: "a explicação oficial da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) era sempre relacionada a acidentes e chuvas. Em um dos casos, a quebra de três semáforos também foi citada como causa.”
Este blog acrescenta: também, dizia-se que era conseqüência do governo Lula, pois houve nos últimos anos um grande aumento na produção de veículos e na aquisição de automóveis pela população.
O jornal Folha de São Paulo, sempre muito 'prestimoso' em nos trazer a verdade, logo publicou hoje com destaque essa revelação bombástica.
“Gestão Kassab diz que ação orquestrada prejudica trânsito de SP”
“A administração de Gilberto Kassab (DEM) apresentou ontem uma nova versão para explicar os recentes e consecutivos recordes de trânsito na capital"
“Pela manhã, Kassab afirmou que "existem pessoas querendo prejudicar o trânsito de São Paulo". "Disse isso ao comentar a prisão de um homem em M'Boi Mirim, na zona sul da cidade, que furou dois pneus de um ônibus alegando estar irritado com o serviço”.
Segundo a Folha, "o acusado, Marcelo Lima do Monte, alegou à polícia que agiu por ter ficado irritado com o atraso do veículo". Essa justificativa, de acordo com o secretário de transportes da administração de Kassab, apenas reforça a tese. "Se você entrevistar na penitenciária, todo mundo é inocente".
Continua a Folha: “O secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, detalhou que há uma conspiração contra a cidade. Ninguém na prefeitura diz publicamente, mas o que os kassabistas espalham, sem apresentar provas, é que seria uma ação da oposição para prejudicar a sua candidatura a um novo mandato.” (Obs. deste blog: isso significa uma acusação contra Alkmin? contra Marta?).
A polícia, pelo que informou a prefeitura, "foi acionada para investigar o suposto complô.”
Antes de essa importante conspiração ser denunciada por Kassab, diz a Folha: "a explicação oficial da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) era sempre relacionada a acidentes e chuvas. Em um dos casos, a quebra de três semáforos também foi citada como causa.”
Este blog acrescenta: também, dizia-se que era conseqüência do governo Lula, pois houve nos últimos anos um grande aumento na produção de veículos e na aquisição de automóveis pela população.
quinta-feira, 27 de março de 2008
OS FALSOS HONESTOS: RICO BURLA IMPOSTO DE RENDA.
QUE TAL O IMPOSTO SOBRE AS GRANDES FORTUNAS?
Ontem, a Folha de São Paulo publicou a seguinte declaração do Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy: “Rico não paga Imposto de Renda no Brasil”.
“A declaração foi feita em seminário sobre a reforma tributária em um dos anexos da Câmara dos Deputados. A platéia era formada, principalmente, por advogados tributaristas.
Apesar das críticas, Appy disse que o governo não está preparando a criação de um imposto sobre grandes fortunas.(*)
O secretário disse que os ricos encontram outras formas de prestar contas ao fisco. A mais comum é abrir uma empresa. Em vez de pagar IR, o contribuinte (rico) recolhe o imposto sobre o rendimento na forma de “lucro presumido”. As alíquotas do imposto pago por micro e pequenas empresas são mais baixas que as do IR, entre 15% e 27,5%, que incidem sobre o rendimento bruto mensal.”
Acrescento: segundo pesquisas já divulgadas em 2006, a maior parte dessa classe rica é eleitora do PSDB ou DEM. Essa classe e esses partidos revoltam-se profundamente contra qualquer desvio ilegal de dinheiro que deveria destinar-se aos cofres públicos. Mesmo que seja um lanche de tapioca feito por um ministro. Tragicomédia hipócrita.
Que tal voltar-se a discutir o imposto sobre as grandes fortunas?
(*) O IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS (IGF) E A REFORMA TRIBUTÁRIA
Considerando a grande ansiedade da elite econômica, financeira e dos partidos da oposição em implantar rapidamente no país uma nova ordem tributária que lhes seja favorável, seria oportuno voltar à tona o imposto sobre grandes fortunas. Até agora, em todos os debates sobre a reforma tributária, nunca houve a discussão do IGF.
Previsto no inciso VII do art. 153 da Constituição de 1988, o IGF, apesar de ter sido objeto de alguns anteprojetos de lei complementar, não o foi até o presente regulado.
Segundo Roberto Saraiva Romera, economista pela Fundação Santo André, publicou no site Correio da Cidadania em 13/08/2007, “pesquisa realizada pelas consultorias Merrill Lynch e Cap Gemini indicou que o número de milionários no Brasil cresceu 10% em 2006 em relação à última pesquisa realizada em 2005 e estaria em 2006 em 120.400 milionários.
Segundo a mesma pesquisa, milionário é todo aquele que possui 1 milhão de dólares líquido para investir. Assim, com sua aprovação, o IGF incidiria em um percentual muito pequeno da população brasileira, mas poderia contribuir significativamente para a redução da carga tributária de setores produtivos, propiciando um aumento na produção, no nível de contratação e até o repasse aos salários.
Não se trata de um aumento da carga tributária, mas sim que esta seja concentrada no alto da pirâmide e que se desonere atividades produtivas, contribuindo assim para a racionalização e para o combate à regressividade do sistema tributário brasileiro.”
Do texto de Olavo Nery Corsatto na revista Informação Legislativa, extraí o seguinte:
Razões que justificariam a criação do IGF:
1) a distribuição da renda e da riqueza nacionais é extremamente assimétrica e perversa;
2) o IGF seria, por isso, importante instrumento de justiça fiscal;
3) o número de contribuintes do IGF seria limitado e relativamente pequeno;
4) o número limitado de contribuintes facilitaria a administração e o controle do imposto;
5) o IGF seria também instrumento de controle do imposto de renda e dos demais impostos sobre o patrimônio;
6) conseqüentemente, seria também instrumento de controle da evasão fiscal, o que o reforçaria como fator de justiça fiscal;
7) ao fato de alguns países não haverem adotado um imposto geral sobre o patrimônio e de outros o haverem abandonado se contrapõe o fato de que países de expressão política e econômica internacional persistem nele;
8) isso significa que somente experimentando-o é que viremos saber se ele seria ou não vantajoso para o País;
9) mesmo que o imposto não venha a ser importante instrumento de arrecadação, a sua receita seria muito bem-vinda para o País equilibrar suas finanças;
10) como última e fundamental ratio, acrescente-se que o IGF está previsto na Carta Magna.
Segundo o JB Online de 03 deste mês, o Executivo quer tentar, de novo, criar o IGF. Todavia, enfrenta reações fortes no Congresso.
O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) já apresentou proposta para retirar do artigo 153 da Constituição o trecho que prevê o imposto sobre grandes fortunas.
Lembrando o fim da CPMF, reflito: sempre o PSDB e o PFL-DEM, por coincidência, defendem os ricos."
Ontem, a Folha de São Paulo publicou a seguinte declaração do Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy: “Rico não paga Imposto de Renda no Brasil”.
“A declaração foi feita em seminário sobre a reforma tributária em um dos anexos da Câmara dos Deputados. A platéia era formada, principalmente, por advogados tributaristas.
Apesar das críticas, Appy disse que o governo não está preparando a criação de um imposto sobre grandes fortunas.(*)
O secretário disse que os ricos encontram outras formas de prestar contas ao fisco. A mais comum é abrir uma empresa. Em vez de pagar IR, o contribuinte (rico) recolhe o imposto sobre o rendimento na forma de “lucro presumido”. As alíquotas do imposto pago por micro e pequenas empresas são mais baixas que as do IR, entre 15% e 27,5%, que incidem sobre o rendimento bruto mensal.”
Acrescento: segundo pesquisas já divulgadas em 2006, a maior parte dessa classe rica é eleitora do PSDB ou DEM. Essa classe e esses partidos revoltam-se profundamente contra qualquer desvio ilegal de dinheiro que deveria destinar-se aos cofres públicos. Mesmo que seja um lanche de tapioca feito por um ministro. Tragicomédia hipócrita.
Que tal voltar-se a discutir o imposto sobre as grandes fortunas?
(*) O IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS (IGF) E A REFORMA TRIBUTÁRIA
Considerando a grande ansiedade da elite econômica, financeira e dos partidos da oposição em implantar rapidamente no país uma nova ordem tributária que lhes seja favorável, seria oportuno voltar à tona o imposto sobre grandes fortunas. Até agora, em todos os debates sobre a reforma tributária, nunca houve a discussão do IGF.
Previsto no inciso VII do art. 153 da Constituição de 1988, o IGF, apesar de ter sido objeto de alguns anteprojetos de lei complementar, não o foi até o presente regulado.
Segundo Roberto Saraiva Romera, economista pela Fundação Santo André, publicou no site Correio da Cidadania em 13/08/2007, “pesquisa realizada pelas consultorias Merrill Lynch e Cap Gemini indicou que o número de milionários no Brasil cresceu 10% em 2006 em relação à última pesquisa realizada em 2005 e estaria em 2006 em 120.400 milionários.
Segundo a mesma pesquisa, milionário é todo aquele que possui 1 milhão de dólares líquido para investir. Assim, com sua aprovação, o IGF incidiria em um percentual muito pequeno da população brasileira, mas poderia contribuir significativamente para a redução da carga tributária de setores produtivos, propiciando um aumento na produção, no nível de contratação e até o repasse aos salários.
Não se trata de um aumento da carga tributária, mas sim que esta seja concentrada no alto da pirâmide e que se desonere atividades produtivas, contribuindo assim para a racionalização e para o combate à regressividade do sistema tributário brasileiro.”
Do texto de Olavo Nery Corsatto na revista Informação Legislativa, extraí o seguinte:
Razões que justificariam a criação do IGF:
1) a distribuição da renda e da riqueza nacionais é extremamente assimétrica e perversa;
2) o IGF seria, por isso, importante instrumento de justiça fiscal;
3) o número de contribuintes do IGF seria limitado e relativamente pequeno;
4) o número limitado de contribuintes facilitaria a administração e o controle do imposto;
5) o IGF seria também instrumento de controle do imposto de renda e dos demais impostos sobre o patrimônio;
6) conseqüentemente, seria também instrumento de controle da evasão fiscal, o que o reforçaria como fator de justiça fiscal;
7) ao fato de alguns países não haverem adotado um imposto geral sobre o patrimônio e de outros o haverem abandonado se contrapõe o fato de que países de expressão política e econômica internacional persistem nele;
8) isso significa que somente experimentando-o é que viremos saber se ele seria ou não vantajoso para o País;
9) mesmo que o imposto não venha a ser importante instrumento de arrecadação, a sua receita seria muito bem-vinda para o País equilibrar suas finanças;
10) como última e fundamental ratio, acrescente-se que o IGF está previsto na Carta Magna.
Segundo o JB Online de 03 deste mês, o Executivo quer tentar, de novo, criar o IGF. Todavia, enfrenta reações fortes no Congresso.
O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) já apresentou proposta para retirar do artigo 153 da Constituição o trecho que prevê o imposto sobre grandes fortunas.
Lembrando o fim da CPMF, reflito: sempre o PSDB e o PFL-DEM, por coincidência, defendem os ricos."
12 MILHÕES DE BRASILEIROS DEIXARAM A CLASSE POBRE EM 2007
DIMINUIÇÃO DA DESIGUALDADE DE RENDA
CLASSE MÉDIA PASSOU A SER A MAIOR DO PAÍS
A coluna Dinheiro da Folha Online, em texto de Karen Camacho, publicou ontem à tarde a notícia da financeira Cetelem, privada, parte do grupo francês BNP Paribas, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ipsos, de que 12 milhões de brasileiros deixaram as classes D/E em um ano. A classe média passou a ser a maior no país. Vejamos o texto da Folha:
"As classes mais baixas da população, D e E, deixaram de ser maioria no Brasil. Em 2007, segundo estudo da financeira Cetelem em parceria com a Ipsos, o número de brasileiros nas classes mais baixas era de 72,9 milhões, cerca de 39% da população.
Isso significa que 11,9 milhões de brasileiros passaram para classes mais altas em um ano, já que, em 2006, eram 84,8 milhões de brasileiros na base.
De acordo com o estudo, a classe C recebeu, tanto das mais baixas (D e E) como das mais altas (A e B), quase 20 milhões de integrantes, passando de 66,7 milhões em 2006 para 86,2 milhões em 2007, o que significa 46% da população.
O grupo que está nas classes A/B, por sua vez, reduziu de 32,8 milhões de pessoas em 2006 para 28 milhões em 2007, o que representa 15% da população.
Segundo a Cetelem, a pesquisa demonstra que houve diminuição na desigualdade de renda, com uma ligeira queda da renda média das classes A/B, ascensão de um grande contingente para a classe C e um pequeno aumento da renda média das classes D/E.
Em 2005, a renda média familiar das classes A/B era R$ 2.484. Ela caiu sucessivamente para R$ 2.325 e atingiu R$ 2.217 em 2007 --o que corresponde a uma redução de cerca de 11%. Nas classes D/E, a renda média familiar subiu de R$ 545 em 2005, para R$ 571 em 2006 e depois a R$ 580 em 2007, um crescimento de pouco mais de 6%.
Já a renda média da classe C permaneceu no mesmo patamar nesses três anos: algo em torno de R$ 1.100. A pesquisa ressalta ainda que o número de pessoas que passou de D/E para C teve um aumento de sua renda média mensal de R$ 580, para os atuais R$ 1.100.
Outro destaque da pesquisa foi a melhoria da renda disponível das classes C e D/E, aquela que sobra após o pagamento de contas e obrigações financeiras. A renda disponível das classes D/E foi negativa, em 2005, em R$ 17, terminando o ano no vermelho. No entanto, em 2006, a renda disponível ficou em pouco mais de R$ 2, subindo a R$ 22 no ano passado.
A classe C também registrou aumento nesse item. Ela era R$ 122 em 2005, passou para R$ 191 em 2006 e caiu para R$ 147 em 2007. Apesar da queda de 23,04% no último ano, quando se toma todo o período, o crescimento foi de 20%. Apenas as classes A/B viram diminuir sua renda disponível, caindo de R$ 632 em 2005 para R$ 506 em 2007, uma redução de 20%.
As classes sociais adotadas na pesquisa levaram em consideração o resultado padrão da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa que considera, não apenas a renda familiar, mas também escolaridade, bens de consumo duráveis, propriedades e hábitos dos brasileiros."
CLASSE MÉDIA PASSOU A SER A MAIOR DO PAÍS
A coluna Dinheiro da Folha Online, em texto de Karen Camacho, publicou ontem à tarde a notícia da financeira Cetelem, privada, parte do grupo francês BNP Paribas, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ipsos, de que 12 milhões de brasileiros deixaram as classes D/E em um ano. A classe média passou a ser a maior no país. Vejamos o texto da Folha:
"As classes mais baixas da população, D e E, deixaram de ser maioria no Brasil. Em 2007, segundo estudo da financeira Cetelem em parceria com a Ipsos, o número de brasileiros nas classes mais baixas era de 72,9 milhões, cerca de 39% da população.
Isso significa que 11,9 milhões de brasileiros passaram para classes mais altas em um ano, já que, em 2006, eram 84,8 milhões de brasileiros na base.
De acordo com o estudo, a classe C recebeu, tanto das mais baixas (D e E) como das mais altas (A e B), quase 20 milhões de integrantes, passando de 66,7 milhões em 2006 para 86,2 milhões em 2007, o que significa 46% da população.
O grupo que está nas classes A/B, por sua vez, reduziu de 32,8 milhões de pessoas em 2006 para 28 milhões em 2007, o que representa 15% da população.
Segundo a Cetelem, a pesquisa demonstra que houve diminuição na desigualdade de renda, com uma ligeira queda da renda média das classes A/B, ascensão de um grande contingente para a classe C e um pequeno aumento da renda média das classes D/E.
Em 2005, a renda média familiar das classes A/B era R$ 2.484. Ela caiu sucessivamente para R$ 2.325 e atingiu R$ 2.217 em 2007 --o que corresponde a uma redução de cerca de 11%. Nas classes D/E, a renda média familiar subiu de R$ 545 em 2005, para R$ 571 em 2006 e depois a R$ 580 em 2007, um crescimento de pouco mais de 6%.
Já a renda média da classe C permaneceu no mesmo patamar nesses três anos: algo em torno de R$ 1.100. A pesquisa ressalta ainda que o número de pessoas que passou de D/E para C teve um aumento de sua renda média mensal de R$ 580, para os atuais R$ 1.100.
Outro destaque da pesquisa foi a melhoria da renda disponível das classes C e D/E, aquela que sobra após o pagamento de contas e obrigações financeiras. A renda disponível das classes D/E foi negativa, em 2005, em R$ 17, terminando o ano no vermelho. No entanto, em 2006, a renda disponível ficou em pouco mais de R$ 2, subindo a R$ 22 no ano passado.
A classe C também registrou aumento nesse item. Ela era R$ 122 em 2005, passou para R$ 191 em 2006 e caiu para R$ 147 em 2007. Apesar da queda de 23,04% no último ano, quando se toma todo o período, o crescimento foi de 20%. Apenas as classes A/B viram diminuir sua renda disponível, caindo de R$ 632 em 2005 para R$ 506 em 2007, uma redução de 20%.
As classes sociais adotadas na pesquisa levaram em consideração o resultado padrão da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa que considera, não apenas a renda familiar, mas também escolaridade, bens de consumo duráveis, propriedades e hábitos dos brasileiros."
NASCE HOJE NOVA E GRANDE EMPRESA AÉREA BRASILEIRA
O Portal Valor Online publicou há uma hora atrás as notícia do nascimento de uma nova empresa brasileira, que utilizará os maiores aviões fabricados pela EMBRAER, o EMB-195, para até 122 passageiros. Reproduzo a matéria de José Sergio Osse, do "Valor Onlinede":
Dono da JetBlue lança companhia aérea no Brasil com investimento recorde de US$ 150 milhões
"A mais nova empresa aérea brasileira, lançada hoje pelo empresário David Neeleman, surge sem um nome definido.
Mesmo assim, já entra para o mercado como sendo a segunda empresa mais capitalizada no lançamento em toda a história da aviação mundial, com aporte de US$ 150 milhões - recorde no Brasil.
Com início de operações previsto para janeiro de 2009, a empresa também será a primeira companhia instalada no país a utilizar aviões da fabricante Embraer.
Com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de outros bancos privados, a companhia fechou um contrato de US$ 1,4 bilhão com a Embraer por 36 jatos modelo EMB 195 - os maiores da fabricante, com capacidade para até 122 passageiros.
Além desses pedidos firmes, foram adquiridas também 40 opções para o mesmo avião, que, se exercidas, podem elevar a transação para US$ 3 bilhões. As três primeiras aeronaves devem ser entregues em dezembro, segundo Neeleman.
Concorrer com ônibus
"Vamos operar com uma estratégia de dois pontos em mente: uma é fazer crescer o bolo para ter mais passageiros em rotas hoje desatendidas ou mal servidas. A outra é baixar alguns preços para pegar passageiros que hoje utilizam ônibus ou simplesmente não viajam", diz Neeleman.
"Mesmo ajustando a proporção entre o Brasil e os EUA, uma análise do tamanho do PIB em relação ao número de viagens aéreas no país mostra que há espaço para um mercado três ou quatro vezes maior", acrescenta.
O presidente da fabricante Embraer, Frederico Fleury Curado, concorda: "Nos EUA, em média, cada pessoa viaja duas vezes por ano de avião. No Brasil, apenas uma em quatro pessoas viaja uma vez por ano dessa forma. As oportunidades são imensas", afirma.
Segundo Neeleman, o avião da Embraer é um dos fatores que permitem perseguir essas metas.
"Menores, mas não pequenos", como explica, eles são adaptados para o modelo que a empresa quer adotar, sem roubar passageiros das grandes, mas estimulando o tráfego em rotas alternativas. "Há muitas cidades grandes no Brasil que não são ligadas diretamente e isso é um inconveniente que limita o mercado", avalia.
Baixo custo
Sobre o quanto poderia reduzir os preços das passagens, o empresário faz mistério: "Não sei (quanto podemos reduzir). Na verdade sei, mas não vou falar", brincou, garantindo que não vai "fazer loucura".
Segundo ele, o tipo de operação da empresa no país vai garantir um
custo por viagem mais competitivo, embora o custo por assento, por conta do preço dos combustíveis no Brasil, fique um pouco ("apenas um pouco", ressalta) acima do que o verificado pela JetBlue.
Ele diz que, embora o EMB-195 represente um aumento de 5% no consumo em relação aos EMB-190 da irmã norte-americana, ele garante também um aumento de 18% no número de assentos.
"O número de pessoas que precisamos ter no avião para tornar a viagem lucrativa é menor no nosso modelo", afirma Neeleman.
Guerra' com TAM e Gol
Ele explica, inclusive, que uma eventual guerra tarifária iniciada pelas grandes TAM e Gol não seria prejudicial à empresa, embora não acredite nessa possibilidade.
"Eles têm grande competência com seus modelos e não creio que tentem afetar nossas operações. Mas somos a segunda empresa mais capitalizada em seu início no mundo, e se quiserem uma guerra, temos dinheiro o suficiente para nos manter", diz Neeleman.
Segundo ele, o mercado brasileiro tem espaço o suficiente para acomodar uma terceira empresa aérea de grande porte.
Empresário ignora OceanAir
Na sua avaliação, simplesmente ignora a OceanAir, atual terceira colocada no ranking nacional e que tem a intenção de ampliar sua fatia no país.
De acordo com Neeleman, as condições econômicas brasileiras são muito favoráveis, especialmente para o modelo que quer implantar.
O empresário afirma que a percepção do espaço para uma nova companhia no país é equivocado, como era em Nova York quando lançou a JetBlue.
US$ 1 bi em caixa
Hoje, afirma, cinco anos após investir US$ 135 milhões na empresa (a JetBlue), ela já tem em caixa US$ 1 bilhão, apesar da competição acirrada.
Mas, apesar das semelhanças com a JetBlue, Neeleman reiterou que as duas companhias serão totalmente independentes, embora ele tenha uma participação significativa em ambas, sendo inclusive presidente do conselho da norte-americana. O empresário vive nos Estados Unidos, mas nasceu no Brasil."
Dono da JetBlue lança companhia aérea no Brasil com investimento recorde de US$ 150 milhões
"A mais nova empresa aérea brasileira, lançada hoje pelo empresário David Neeleman, surge sem um nome definido.
Mesmo assim, já entra para o mercado como sendo a segunda empresa mais capitalizada no lançamento em toda a história da aviação mundial, com aporte de US$ 150 milhões - recorde no Brasil.
Com início de operações previsto para janeiro de 2009, a empresa também será a primeira companhia instalada no país a utilizar aviões da fabricante Embraer.
Com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de outros bancos privados, a companhia fechou um contrato de US$ 1,4 bilhão com a Embraer por 36 jatos modelo EMB 195 - os maiores da fabricante, com capacidade para até 122 passageiros.
Além desses pedidos firmes, foram adquiridas também 40 opções para o mesmo avião, que, se exercidas, podem elevar a transação para US$ 3 bilhões. As três primeiras aeronaves devem ser entregues em dezembro, segundo Neeleman.
Concorrer com ônibus
"Vamos operar com uma estratégia de dois pontos em mente: uma é fazer crescer o bolo para ter mais passageiros em rotas hoje desatendidas ou mal servidas. A outra é baixar alguns preços para pegar passageiros que hoje utilizam ônibus ou simplesmente não viajam", diz Neeleman.
"Mesmo ajustando a proporção entre o Brasil e os EUA, uma análise do tamanho do PIB em relação ao número de viagens aéreas no país mostra que há espaço para um mercado três ou quatro vezes maior", acrescenta.
O presidente da fabricante Embraer, Frederico Fleury Curado, concorda: "Nos EUA, em média, cada pessoa viaja duas vezes por ano de avião. No Brasil, apenas uma em quatro pessoas viaja uma vez por ano dessa forma. As oportunidades são imensas", afirma.
Segundo Neeleman, o avião da Embraer é um dos fatores que permitem perseguir essas metas.
"Menores, mas não pequenos", como explica, eles são adaptados para o modelo que a empresa quer adotar, sem roubar passageiros das grandes, mas estimulando o tráfego em rotas alternativas. "Há muitas cidades grandes no Brasil que não são ligadas diretamente e isso é um inconveniente que limita o mercado", avalia.
Baixo custo
Sobre o quanto poderia reduzir os preços das passagens, o empresário faz mistério: "Não sei (quanto podemos reduzir). Na verdade sei, mas não vou falar", brincou, garantindo que não vai "fazer loucura".
Segundo ele, o tipo de operação da empresa no país vai garantir um
custo por viagem mais competitivo, embora o custo por assento, por conta do preço dos combustíveis no Brasil, fique um pouco ("apenas um pouco", ressalta) acima do que o verificado pela JetBlue.
Ele diz que, embora o EMB-195 represente um aumento de 5% no consumo em relação aos EMB-190 da irmã norte-americana, ele garante também um aumento de 18% no número de assentos.
"O número de pessoas que precisamos ter no avião para tornar a viagem lucrativa é menor no nosso modelo", afirma Neeleman.
Guerra' com TAM e Gol
Ele explica, inclusive, que uma eventual guerra tarifária iniciada pelas grandes TAM e Gol não seria prejudicial à empresa, embora não acredite nessa possibilidade.
"Eles têm grande competência com seus modelos e não creio que tentem afetar nossas operações. Mas somos a segunda empresa mais capitalizada em seu início no mundo, e se quiserem uma guerra, temos dinheiro o suficiente para nos manter", diz Neeleman.
Segundo ele, o mercado brasileiro tem espaço o suficiente para acomodar uma terceira empresa aérea de grande porte.
Empresário ignora OceanAir
Na sua avaliação, simplesmente ignora a OceanAir, atual terceira colocada no ranking nacional e que tem a intenção de ampliar sua fatia no país.
De acordo com Neeleman, as condições econômicas brasileiras são muito favoráveis, especialmente para o modelo que quer implantar.
O empresário afirma que a percepção do espaço para uma nova companhia no país é equivocado, como era em Nova York quando lançou a JetBlue.
US$ 1 bi em caixa
Hoje, afirma, cinco anos após investir US$ 135 milhões na empresa (a JetBlue), ela já tem em caixa US$ 1 bilhão, apesar da competição acirrada.
Mas, apesar das semelhanças com a JetBlue, Neeleman reiterou que as duas companhias serão totalmente independentes, embora ele tenha uma participação significativa em ambas, sendo inclusive presidente do conselho da norte-americana. O empresário vive nos Estados Unidos, mas nasceu no Brasil."
AVALIAÇÃO IBOPE/CNI - 73% APROVAM A MANEIRA DE LULA GOVERNAR
Agora há pouco, foi divulgada pela Folha Online, com texto de Gabriela Guerreiro, o resultado da pesquisa do CNI/IBOPE divulgado hoje. Transcrevo:
Avaliação positiva do governo Lula atinge maior nível desde 2003, diz CNI/Ibope
"O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou avaliação positiva de 58% em março deste ano, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira. O índice é o mais alto desde março de 2003, primeiro ano de Lula na Presidência da República. Somente 11% dos entrevistados avaliaram o governo federal como ruim ou péssimo, enquanto 30% consideraram a condução do governo como "regular".
Em dezembro de 2007, na última edição da pesquisa CNI/Ibope, a avaliação do governo foi de 51%. Em março de 2003, o índice de aprovação ao governo federal também foi de 51% --o que foi considerado pela CNI/Ibope como um crescimento considerável para a avaliação do governo federal.
Já a aprovação ao presidente Lula também cresceu em março deste ano. No total, 73% dos entrevistados aprovam a maneira do presidente governar o país. O índice também foi o segundo melhor registrado pela pesquisa.
Somente em março de 2003, a avaliação pessoal do presidente obteve índice maior, de 75%. Em março do ano passado, a avaliação de Lula foi aprovada por 55% dos entrevistados.
Confiança
No mesmo índice de crescimento, a confiança no presidente registrou índice de 68%, enquanto apenas 28% dos entrevistados afirmaram que não confiam em Lula.
Em dezembro do ano passado, o índice de confiança no presidente foi de 60%. Já em abril de 2006, o índice registrou 62%.
Segundo a CNI/Ibope, o movimento expressivo das avaliações positivas também repercutiu na expectativa em relação ao segundo mandato de Lula. Dos entrevistados, 42% afirmaram que o atual mandato de Lula está sendo melhor que primeiro. O percentual dos que consideram o segundo mandato pior que o primeiro caiu de 21% em dezembro para 16%.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre os dias 19 e 23 de março, em 141 municípios. A margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos."
Avaliação positiva do governo Lula atinge maior nível desde 2003, diz CNI/Ibope
"O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou avaliação positiva de 58% em março deste ano, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira. O índice é o mais alto desde março de 2003, primeiro ano de Lula na Presidência da República. Somente 11% dos entrevistados avaliaram o governo federal como ruim ou péssimo, enquanto 30% consideraram a condução do governo como "regular".
Em dezembro de 2007, na última edição da pesquisa CNI/Ibope, a avaliação do governo foi de 51%. Em março de 2003, o índice de aprovação ao governo federal também foi de 51% --o que foi considerado pela CNI/Ibope como um crescimento considerável para a avaliação do governo federal.
Já a aprovação ao presidente Lula também cresceu em março deste ano. No total, 73% dos entrevistados aprovam a maneira do presidente governar o país. O índice também foi o segundo melhor registrado pela pesquisa.
Somente em março de 2003, a avaliação pessoal do presidente obteve índice maior, de 75%. Em março do ano passado, a avaliação de Lula foi aprovada por 55% dos entrevistados.
Confiança
No mesmo índice de crescimento, a confiança no presidente registrou índice de 68%, enquanto apenas 28% dos entrevistados afirmaram que não confiam em Lula.
Em dezembro do ano passado, o índice de confiança no presidente foi de 60%. Já em abril de 2006, o índice registrou 62%.
Segundo a CNI/Ibope, o movimento expressivo das avaliações positivas também repercutiu na expectativa em relação ao segundo mandato de Lula. Dos entrevistados, 42% afirmaram que o atual mandato de Lula está sendo melhor que primeiro. O percentual dos que consideram o segundo mandato pior que o primeiro caiu de 21% em dezembro para 16%.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre os dias 19 e 23 de março, em 141 municípios. A margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos."
O “PANELAÇO” NA ARGENTINA
A grande mídia brasileira destacou positivamente, ontem e hoje, o “panelaço” realizado pela população de Buenos Aires. A razão da manifestação seria protestar contra as medidas tomadas pelo governo de Cristina Kirchner neste momento de crise de alimentos, de privilegiar o abastecimento interno com produtos agropecuários, em detrimento de exportações.
Pareceu-me estranho a população se mobilizar por aquele motivo. A aparência dos manifestantes mostrados nas TV era de pertencentes à classe média superior.
Por que aquele segmento da população, com o destaque, o estímulo e o enaltecimento das grandes mídias argentina e brasileira, saiu às ruas?
Para compreendermos melhor, é oportuno fazer uma retrospectiva dos últimos 15 anos na Argentina e no Brasil. Recorrerei a textos deste blog já publicados, mas convém repetí-los, pois muitos visitantes não o leram.
A COMPETIÇÃO NEOLIBERAL ENTRE O BRASIL E A ARGENTINA
Na década de 90, o Brasil e a Argentina estavam eufóricos em competir (Menem x Collor e Menen x FHC) quem fazia melhor e mais rápido as lições de casa das medidas ditas neoliberais prescritas desde 1990 pelos EUA em Washington.
Fomos por isso muito elogiados em Wall Street. Segundo Rodrik, D., Journal of Economic Literature, EUA, mar. 1996, os dois países e “os latino-americanos em geral, no tocante à decorrente abertura unilateral de suas economias, realizaram em um ano (1995) o que os asiáticos fizeram em trinta anos, surpreendendo e ganhando muitos elogios até dos propugnadores das medidas, via FMI e Banco Mundial”.
O BRASIL
A determinação política brasileira de concordar radicalmente com aquilo tudo era muito forte. O Presidente FHC, com o total respaldo do PSDB e do PFL (DEM), expressou em abril de 1995, com grande vigor e determinação: “Vamos abrir. Vamos privatizar também. Não nos iludamos. Não vai bastar a concessão (de serviços públicos). Não vai bastar a joint-venture, a parceria. Nós vamos ter que abrir...As privatizações serão aceleradas...Está prevista também a participação de capital estrangeiro na privatização de bancos oficiais, inclusive os estaduais. Não me refiro aqui a parcerias, mas à venda de controle acionário.” (Coletânea oficial de “Pronunciamentos do PR”, 1995).
Um fato que achei audaz, perigoso para o futuro do Brasil, mas que na época pouca repercussão teve, foi a decisão de FHC de abrir para empresas estrangeiras a exploração e a apropriação do petróleo brasileiro (Lei no 9.478/1997).
Naqueles anos, havia no Brasil uma generalizada e fortíssima compulsão de abrir. Isso partia tanto do setor governamental como da grande parte da elite e da nossa imprensa. Era a vontade de conceder o acesso ao nosso mercado sem exigir reciprocidades dos EUA e das demais potências. Era dar por paixão cega de dar, pelas virtudes do neoliberalismo unilateral. Perplexante.
Deve ser reconhecido que o nosso presidente FHC passou a ser muito admirado pelos líderes das grandes potências, pelos grandes empresários e banqueiros estrangeiros e por toda a grande mídia. A imprensa nacional, para a ufania de muitos brasileiros, sempre jactava que no exterior o achavam “muito culto, um intelectual, preparado, fala vários idiomas, é ‘chic’, tem uma elegância cosmopolita”. Segundo a imprensa, também eram muito admirados lá fora o nosso Ministro da Fazenda e o Presidente do Banco Central.
Muitos brasileiros e órgãos da grande imprensa, até hoje, estão orgulhosos e saudosos dos tantos elogios e homenagens que aqueles nossos dirigentes recebiam no Primeiro Mundo.
AS REELEIÇÕES
Menen e FHC, para terem mais tempo para implantar, mais profundamente ainda, aquelas “importantes medidas do agrado do mercado internacional”, empenharam grande parte do tempo e do esforço político dos seus países em ampliar a base parlamentar para alterar a Constituição, visando a permitir as suas próprias reeleições.
Conseguiram. Não foi fácil. No Brasil, muitos parlamentares foram acusados, mas apenas dois cassados, por vender votos favoráveis à reeleição. Nada se soube sobre quem comprava aqueles dispendiosos votos (US$ 150 mil cada, segundo a imprensa), nem com recursos de onde. Não prosperou a idéia de uma investigação parlamentar (CPI) para o assunto. A imprensa também não deu a devida importância, o assunto morreu e não ocorreram outras averiguações.
Alguns dias após a reeleição, o Real, que vinha sendo mantido artificialmente valorizado com grande prejuízo para o Brasil, inclusive assim facilitando as importações e inviabilizando as exportações, despencou à metade. A inflação imediatamente tornou a subir, as taxas de juros dispararam para níveis de meliantes (cerca de 45% a Selic).
A grande aprovação popular ao reeleito, assim, caiu em poucos meses a 23%.
O FMI e os grandes bancos, como o Citibank, no entanto, queriam adicionais medidas liberalizadoras brasileiras e, por isso, apoiavam o nosso governo e o argentino. Emprestaram ao Brasil quarenta e dois bilhões de dólares, para que pudéssemos continuar pagando os elevados juros da enorme e muito crescente dívida externa e não alterássemos o curso do aprofundamento no Brasil do modelo que muitos chamavam de neoliberal. (não me interessa discutir sobre apelidos do modelo).
O GOL DO BRASIL MUITO ELOGIADO NO EXTERIOR
O Brasil marcou, logo após, um tento surpreendente e inédito no mundo, que foi muito elogiado no exterior e aqui também. Foi ao passar 100% do controle dos serviços de telecomunicações de longa distância do país (a EMBRATEL) para somente uma empresa norte-americana! Foi para a pré-concordatária MCI, ex-WorldCom, que veio a ser famosa no mundo pelas gigantescas fraudes contábeis em seus balanços.
Aquela decisão brasileira, inusitada no mundo e ousada, de em 1998 tudo passar para os norte-americanos da MCI, até as nossas comunicações militares sigilosas (banda X) e a propriedade e o controle dos satélites que serviam ao Brasil, foi designada pelo nosso governo, modestamente, como disse FHC, simples “moderna flexibilização do monopólio estatal no setor das telecomunicações”. Obteve, por demais, até o apoio do então Ministro-Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA)!
A ARGENTINA
Voltemos à emocionante competição neoliberal Menen x FHC. Menen, por intermédio do seu Ministro das Relações Exteriores (Guido di Tella) não quis ficar atrás do Brasil naquela partida e também ousou desmesuradamente. Confessou, com grande coragem, que aquele país desejava e estava em “relações carnais” com os EUA, o que levou a inteira nação argentina a posições constrangedoras.
O pagamento para aquelas relações não lhe veio a ser compensador. Ela foi deixada em estado lastimável, apesar do humilhante alinhamento incondicional e automático com os EUA e de, exemplarmente, ter obedecido a todos os desejos e às prescrições das agências internacionais de empréstimos, sendo alvo de constantes elogios do G-7, do FMI e do então presidente Clinton.
Mesmo com a Argentina ainda sofrendo alguns anos após, o presidente George W. Bush ironizou: a cura de suas feridas “é problema dela, que desse modo quis soberanamente, e näo do contribuinte americano”.
O único mimo que a Argentina recebeu foi um enfeitado diploma de “aliada dos EUA extra-OTAN” honorária (major non-Nato ally - MNNA), sem qualquer benefício prático significativo.
Assim, Menen venceu FHC por pequena diferença, naquela acirrada competição.
Contudo, ao final de seus respectivos extensos mandatos, Menen (1989-1999) e FHC (1994-2002) ainda tinham, e têm, muitos admiradores influentes.
Tanto Menen quanto FHC saíram orgulhosos e com planos de passarem enaltecidos para a história e, quem sabe, voltar ao governo. Publicou-se que cada um portara bens, documentos e presentes recebidos no longo exercício do cargo. Não para eles, segundo a imprensa. Foi para criarem uma grande ONG, cada um no seu país, e nela colocar aqueles bens.
FHC adiantou-se. No Brasil, foi inaugurado já em 23/05/2004 o luxuoso “instituto Fernando Henrique Cardoso” (iFHC; grafia dessa forma pedida por ele à imprensa). É uma ONG e, segundo divulgado pelo instituto e pela grande mídia, não é destinada a ser plataforma política ou a cultuar a imagem e obras do nosso ex-presidente. É sem fins lucrativos, de utilidade pública, não visa a benefícios pessoais. Para sustentá-la, somente em um jantar alguns empresários lhe doaram dez milhões de dólares (FSP, 19/05/2004). Para cuidar da aplicação das grandes somas recebidas, passou a contar com a ajuda do seu ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
RESULTADOS PARA OS EUA DAQUELA COMPETIÇÃO
Para os EUA (e para os outros países industrializados que vieram na esteira, aproveitando a nossa abertura), tudo aquilo implantado no Brasil, na Argentina e na América Latina em geral na década de 90 deu muito certo.
Para os norte-americanos, logo acarretou muitos novos empregos de alta qualificação. Já no terceiro ano da nossa "mudança modernizante", 1993, ainda no reflexo do governo Collor, a América Latina comprava mais dos EUA do que lá compravam o Japão ou a Alemanha (US$ 65 bilhões). A taxa de crescimento das exportações dos EUA para a América Latina foi três vezes maior do que para todas as demais regiões do planeta.
Aquilo crescia exponencialmente. Em 1997, por exemplo, o nosso déficit com os EUA no comércio bilateral já dobrava em relação ao ano anterior. O comércio com os norte-americanos já respondia por 70% do déficit comercial brasileiro.
Havia, por outro lado, somente insignificantes aumentos das nossas exportações para os EUA, em especial por causa das barreiras (tarifas, quotas, subsídios) decorrentes dos “lobbies” de diversos setores da economia estadunidense, que se protegiam com pressões eleitorais sobre o Congresso e ações diretas sobre o Executivo americano.
Se ameaçássemos aqui fazer o mesmo, logo vinham as reações internas, bradando que haveria a contrariedade do governo dos EUA e a nossa obsolescência tecnológica, se diminuíssemos ou taxássemos a importação de produtos norte-americanos.
Também, se esboçássemos qualquer medida protecionista, logo se tornavam iminentes para o Brasil as severas penalidades e retaliações dos países do G-7 e dos organismos internacionais reguladores do comércio e das finanças.
Após Menen e FHC e até hoje, os EUA têm influentes e ardorosos defensores no Brasil e na Argentina.
O jornal “Folha de S. Paulo”, em 19/04/2004, emitiu a sua “opinião” sobre posicionamentos do novo governo brasileiro (Lula). Por exemplo, os contrários à invasão do Iraque e os contrários a algumas imposições dos Estados Unidos para a ALCA. O jornal divulgou: ...”o governo agarra-se a picuinhas, supostamente com alto valor moral, apenas para contrariar os EUA”... “o Brasil, mesmo acusando as políticas de Washington, tem nos EUA seu principal parceiro de negócios”.
As críticas ao modelo que nos foi induzido ou imposto pelos EUA, quando aqui surgiam, partiam somente daqueles que --como diziam professoralmente na imprensa FHC e os mais altos dirigentes nacionais-- “não têm imaginação, são neobobos que culpam os EUA (e os brasileiros implantadores das medidas neoliberais) por muitas de suas frustrações e ficam com nhenhenhém”.
Didaticamente, explicavam-nos na TV que os EUA tinham as melhores e as mais nobres intenções e ações em relação ao Brasil. Os únicos culpados pelos nossos problemas eram os próprios brasileiros, que estavam tornando este país o mais injusto do mundo. Eram, nomeadamente, os funcionários públicos ('máquina inchada'), os sindicatos e os partidos a eles ligados (que não concordavam, por exemplo, com a 'flexibilização do trabalho'), os aposentados (muitos deles vagabundos, que se aposentaram antes dos 60 anos) e “os vinte anos de ditadura” dos militares.
Tudo aquilo era radicalmente apoiado e pregado intensa e diariamente pela grande mídia, que fazia a cabeça especialmente da classe média. Aliás, essa campanha continua forte até hoje.
Recordei esse cenário para melhor compreendermos o atual “panelaço” em Buenos Aires focalizado com muita simpatia pelas grandes mídias argentina e brasileira.
Hoje, ao iniciar a pesquisa sobre o tema, encontrei um bom texto no Blog “Óleo do Diabo”, de Miguel Rosário. Reproduzo:
BLOGUEIROS DESMASCARAM GOLPISMO ARGENTINO
“Achei muito estranho este novo panelaço em Buenos Aires. Quem acompanha a história recente do país, sabe que, por mais problemas que haja na gestão dos Kirchnner, eles literalmente "salvaram" a pátria, fazendo o país crescer a taxas chinesas e o desemprego retornar a patamares razoáveis.
Além disso, a vitória de Cristina Kirchner, há somente alguns meses, foi esmagadora.
Como não aconteceu nada de muito grave desde então, porque cargas d'água os argentinos iriam fazer "cacerolazo"? Na época de Menen ou De La Rua, explicava-se: a economia estava descendo ladeira abaixo e o desemprego explodindo, mas agora? Tudo bem ser crítico ao governo Kirchner, mas daí partir para a gritaria?
Desconfiei e hoje fui a caça de blogs argentinos. Dito e feito. Os blogueiros políticos estão perplexos com o que houve. A mídia fazia convocação a cada 15 minutos e repetia que era "espontâneo". Tudo para desgastar Cristina, que sofre com uma oposição de direita raivosa sediada nas redações dos grandes jornais e canais de TV.
O impressionante é a pressa, e quase ansiedade, com que a mídia brasileira repercute o que diz a mídia argentina, mostrando que, na América Latina, formou-se uma verdadeira irmandade midiática reacionária, que opera no continente de norte a sul.”
Eu gostei desse texto do “Óleo do Diabo”. Logo postei para ele um comentário:
“Prezado Miguel do Rosário,
Obrigado. Eu começava a pesquisar a razão desse estranho panelaço na Argentina quando deparei com o seu esclarecedor texto. Todos nós, brasileiros e argentinos, sabemos da tragédia para os dois países causada pela triste competição Menen x FHC para ver quem obedecia mais cegamente os ditames de Washington. Menen ganhou por diferença de milésimos. Também, o ministro das relações exteriores argentino apelou e confessou que a Argentina estava em conjunção carnal com os EUA de Clinton. Os EUA usaram e abusaram da Argentina e a chutaram. Ela, arrasada, ganhou somente um ridículo e inócuo diploma de "aliada extra-OTAN" honorária...Contudo, a grande imprensa da AL continua submissa aos interesses dos EUA. Daí, o panelaço.
Maria Tereza, "democraciapolitica.blogspot.com"
Pareceu-me estranho a população se mobilizar por aquele motivo. A aparência dos manifestantes mostrados nas TV era de pertencentes à classe média superior.
Por que aquele segmento da população, com o destaque, o estímulo e o enaltecimento das grandes mídias argentina e brasileira, saiu às ruas?
Para compreendermos melhor, é oportuno fazer uma retrospectiva dos últimos 15 anos na Argentina e no Brasil. Recorrerei a textos deste blog já publicados, mas convém repetí-los, pois muitos visitantes não o leram.
A COMPETIÇÃO NEOLIBERAL ENTRE O BRASIL E A ARGENTINA
Na década de 90, o Brasil e a Argentina estavam eufóricos em competir (Menem x Collor e Menen x FHC) quem fazia melhor e mais rápido as lições de casa das medidas ditas neoliberais prescritas desde 1990 pelos EUA em Washington.
Fomos por isso muito elogiados em Wall Street. Segundo Rodrik, D., Journal of Economic Literature, EUA, mar. 1996, os dois países e “os latino-americanos em geral, no tocante à decorrente abertura unilateral de suas economias, realizaram em um ano (1995) o que os asiáticos fizeram em trinta anos, surpreendendo e ganhando muitos elogios até dos propugnadores das medidas, via FMI e Banco Mundial”.
O BRASIL
A determinação política brasileira de concordar radicalmente com aquilo tudo era muito forte. O Presidente FHC, com o total respaldo do PSDB e do PFL (DEM), expressou em abril de 1995, com grande vigor e determinação: “Vamos abrir. Vamos privatizar também. Não nos iludamos. Não vai bastar a concessão (de serviços públicos). Não vai bastar a joint-venture, a parceria. Nós vamos ter que abrir...As privatizações serão aceleradas...Está prevista também a participação de capital estrangeiro na privatização de bancos oficiais, inclusive os estaduais. Não me refiro aqui a parcerias, mas à venda de controle acionário.” (Coletânea oficial de “Pronunciamentos do PR”, 1995).
Um fato que achei audaz, perigoso para o futuro do Brasil, mas que na época pouca repercussão teve, foi a decisão de FHC de abrir para empresas estrangeiras a exploração e a apropriação do petróleo brasileiro (Lei no 9.478/1997).
Naqueles anos, havia no Brasil uma generalizada e fortíssima compulsão de abrir. Isso partia tanto do setor governamental como da grande parte da elite e da nossa imprensa. Era a vontade de conceder o acesso ao nosso mercado sem exigir reciprocidades dos EUA e das demais potências. Era dar por paixão cega de dar, pelas virtudes do neoliberalismo unilateral. Perplexante.
Deve ser reconhecido que o nosso presidente FHC passou a ser muito admirado pelos líderes das grandes potências, pelos grandes empresários e banqueiros estrangeiros e por toda a grande mídia. A imprensa nacional, para a ufania de muitos brasileiros, sempre jactava que no exterior o achavam “muito culto, um intelectual, preparado, fala vários idiomas, é ‘chic’, tem uma elegância cosmopolita”. Segundo a imprensa, também eram muito admirados lá fora o nosso Ministro da Fazenda e o Presidente do Banco Central.
Muitos brasileiros e órgãos da grande imprensa, até hoje, estão orgulhosos e saudosos dos tantos elogios e homenagens que aqueles nossos dirigentes recebiam no Primeiro Mundo.
AS REELEIÇÕES
Menen e FHC, para terem mais tempo para implantar, mais profundamente ainda, aquelas “importantes medidas do agrado do mercado internacional”, empenharam grande parte do tempo e do esforço político dos seus países em ampliar a base parlamentar para alterar a Constituição, visando a permitir as suas próprias reeleições.
Conseguiram. Não foi fácil. No Brasil, muitos parlamentares foram acusados, mas apenas dois cassados, por vender votos favoráveis à reeleição. Nada se soube sobre quem comprava aqueles dispendiosos votos (US$ 150 mil cada, segundo a imprensa), nem com recursos de onde. Não prosperou a idéia de uma investigação parlamentar (CPI) para o assunto. A imprensa também não deu a devida importância, o assunto morreu e não ocorreram outras averiguações.
Alguns dias após a reeleição, o Real, que vinha sendo mantido artificialmente valorizado com grande prejuízo para o Brasil, inclusive assim facilitando as importações e inviabilizando as exportações, despencou à metade. A inflação imediatamente tornou a subir, as taxas de juros dispararam para níveis de meliantes (cerca de 45% a Selic).
A grande aprovação popular ao reeleito, assim, caiu em poucos meses a 23%.
O FMI e os grandes bancos, como o Citibank, no entanto, queriam adicionais medidas liberalizadoras brasileiras e, por isso, apoiavam o nosso governo e o argentino. Emprestaram ao Brasil quarenta e dois bilhões de dólares, para que pudéssemos continuar pagando os elevados juros da enorme e muito crescente dívida externa e não alterássemos o curso do aprofundamento no Brasil do modelo que muitos chamavam de neoliberal. (não me interessa discutir sobre apelidos do modelo).
O GOL DO BRASIL MUITO ELOGIADO NO EXTERIOR
O Brasil marcou, logo após, um tento surpreendente e inédito no mundo, que foi muito elogiado no exterior e aqui também. Foi ao passar 100% do controle dos serviços de telecomunicações de longa distância do país (a EMBRATEL) para somente uma empresa norte-americana! Foi para a pré-concordatária MCI, ex-WorldCom, que veio a ser famosa no mundo pelas gigantescas fraudes contábeis em seus balanços.
Aquela decisão brasileira, inusitada no mundo e ousada, de em 1998 tudo passar para os norte-americanos da MCI, até as nossas comunicações militares sigilosas (banda X) e a propriedade e o controle dos satélites que serviam ao Brasil, foi designada pelo nosso governo, modestamente, como disse FHC, simples “moderna flexibilização do monopólio estatal no setor das telecomunicações”. Obteve, por demais, até o apoio do então Ministro-Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA)!
A ARGENTINA
Voltemos à emocionante competição neoliberal Menen x FHC. Menen, por intermédio do seu Ministro das Relações Exteriores (Guido di Tella) não quis ficar atrás do Brasil naquela partida e também ousou desmesuradamente. Confessou, com grande coragem, que aquele país desejava e estava em “relações carnais” com os EUA, o que levou a inteira nação argentina a posições constrangedoras.
O pagamento para aquelas relações não lhe veio a ser compensador. Ela foi deixada em estado lastimável, apesar do humilhante alinhamento incondicional e automático com os EUA e de, exemplarmente, ter obedecido a todos os desejos e às prescrições das agências internacionais de empréstimos, sendo alvo de constantes elogios do G-7, do FMI e do então presidente Clinton.
Mesmo com a Argentina ainda sofrendo alguns anos após, o presidente George W. Bush ironizou: a cura de suas feridas “é problema dela, que desse modo quis soberanamente, e näo do contribuinte americano”.
O único mimo que a Argentina recebeu foi um enfeitado diploma de “aliada dos EUA extra-OTAN” honorária (major non-Nato ally - MNNA), sem qualquer benefício prático significativo.
Assim, Menen venceu FHC por pequena diferença, naquela acirrada competição.
Contudo, ao final de seus respectivos extensos mandatos, Menen (1989-1999) e FHC (1994-2002) ainda tinham, e têm, muitos admiradores influentes.
Tanto Menen quanto FHC saíram orgulhosos e com planos de passarem enaltecidos para a história e, quem sabe, voltar ao governo. Publicou-se que cada um portara bens, documentos e presentes recebidos no longo exercício do cargo. Não para eles, segundo a imprensa. Foi para criarem uma grande ONG, cada um no seu país, e nela colocar aqueles bens.
FHC adiantou-se. No Brasil, foi inaugurado já em 23/05/2004 o luxuoso “instituto Fernando Henrique Cardoso” (iFHC; grafia dessa forma pedida por ele à imprensa). É uma ONG e, segundo divulgado pelo instituto e pela grande mídia, não é destinada a ser plataforma política ou a cultuar a imagem e obras do nosso ex-presidente. É sem fins lucrativos, de utilidade pública, não visa a benefícios pessoais. Para sustentá-la, somente em um jantar alguns empresários lhe doaram dez milhões de dólares (FSP, 19/05/2004). Para cuidar da aplicação das grandes somas recebidas, passou a contar com a ajuda do seu ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
RESULTADOS PARA OS EUA DAQUELA COMPETIÇÃO
Para os EUA (e para os outros países industrializados que vieram na esteira, aproveitando a nossa abertura), tudo aquilo implantado no Brasil, na Argentina e na América Latina em geral na década de 90 deu muito certo.
Para os norte-americanos, logo acarretou muitos novos empregos de alta qualificação. Já no terceiro ano da nossa "mudança modernizante", 1993, ainda no reflexo do governo Collor, a América Latina comprava mais dos EUA do que lá compravam o Japão ou a Alemanha (US$ 65 bilhões). A taxa de crescimento das exportações dos EUA para a América Latina foi três vezes maior do que para todas as demais regiões do planeta.
Aquilo crescia exponencialmente. Em 1997, por exemplo, o nosso déficit com os EUA no comércio bilateral já dobrava em relação ao ano anterior. O comércio com os norte-americanos já respondia por 70% do déficit comercial brasileiro.
Havia, por outro lado, somente insignificantes aumentos das nossas exportações para os EUA, em especial por causa das barreiras (tarifas, quotas, subsídios) decorrentes dos “lobbies” de diversos setores da economia estadunidense, que se protegiam com pressões eleitorais sobre o Congresso e ações diretas sobre o Executivo americano.
Se ameaçássemos aqui fazer o mesmo, logo vinham as reações internas, bradando que haveria a contrariedade do governo dos EUA e a nossa obsolescência tecnológica, se diminuíssemos ou taxássemos a importação de produtos norte-americanos.
Também, se esboçássemos qualquer medida protecionista, logo se tornavam iminentes para o Brasil as severas penalidades e retaliações dos países do G-7 e dos organismos internacionais reguladores do comércio e das finanças.
Após Menen e FHC e até hoje, os EUA têm influentes e ardorosos defensores no Brasil e na Argentina.
O jornal “Folha de S. Paulo”, em 19/04/2004, emitiu a sua “opinião” sobre posicionamentos do novo governo brasileiro (Lula). Por exemplo, os contrários à invasão do Iraque e os contrários a algumas imposições dos Estados Unidos para a ALCA. O jornal divulgou: ...”o governo agarra-se a picuinhas, supostamente com alto valor moral, apenas para contrariar os EUA”... “o Brasil, mesmo acusando as políticas de Washington, tem nos EUA seu principal parceiro de negócios”.
As críticas ao modelo que nos foi induzido ou imposto pelos EUA, quando aqui surgiam, partiam somente daqueles que --como diziam professoralmente na imprensa FHC e os mais altos dirigentes nacionais-- “não têm imaginação, são neobobos que culpam os EUA (e os brasileiros implantadores das medidas neoliberais) por muitas de suas frustrações e ficam com nhenhenhém”.
Didaticamente, explicavam-nos na TV que os EUA tinham as melhores e as mais nobres intenções e ações em relação ao Brasil. Os únicos culpados pelos nossos problemas eram os próprios brasileiros, que estavam tornando este país o mais injusto do mundo. Eram, nomeadamente, os funcionários públicos ('máquina inchada'), os sindicatos e os partidos a eles ligados (que não concordavam, por exemplo, com a 'flexibilização do trabalho'), os aposentados (muitos deles vagabundos, que se aposentaram antes dos 60 anos) e “os vinte anos de ditadura” dos militares.
Tudo aquilo era radicalmente apoiado e pregado intensa e diariamente pela grande mídia, que fazia a cabeça especialmente da classe média. Aliás, essa campanha continua forte até hoje.
Recordei esse cenário para melhor compreendermos o atual “panelaço” em Buenos Aires focalizado com muita simpatia pelas grandes mídias argentina e brasileira.
Hoje, ao iniciar a pesquisa sobre o tema, encontrei um bom texto no Blog “Óleo do Diabo”, de Miguel Rosário. Reproduzo:
BLOGUEIROS DESMASCARAM GOLPISMO ARGENTINO
“Achei muito estranho este novo panelaço em Buenos Aires. Quem acompanha a história recente do país, sabe que, por mais problemas que haja na gestão dos Kirchnner, eles literalmente "salvaram" a pátria, fazendo o país crescer a taxas chinesas e o desemprego retornar a patamares razoáveis.
Além disso, a vitória de Cristina Kirchner, há somente alguns meses, foi esmagadora.
Como não aconteceu nada de muito grave desde então, porque cargas d'água os argentinos iriam fazer "cacerolazo"? Na época de Menen ou De La Rua, explicava-se: a economia estava descendo ladeira abaixo e o desemprego explodindo, mas agora? Tudo bem ser crítico ao governo Kirchner, mas daí partir para a gritaria?
Desconfiei e hoje fui a caça de blogs argentinos. Dito e feito. Os blogueiros políticos estão perplexos com o que houve. A mídia fazia convocação a cada 15 minutos e repetia que era "espontâneo". Tudo para desgastar Cristina, que sofre com uma oposição de direita raivosa sediada nas redações dos grandes jornais e canais de TV.
O impressionante é a pressa, e quase ansiedade, com que a mídia brasileira repercute o que diz a mídia argentina, mostrando que, na América Latina, formou-se uma verdadeira irmandade midiática reacionária, que opera no continente de norte a sul.”
Eu gostei desse texto do “Óleo do Diabo”. Logo postei para ele um comentário:
“Prezado Miguel do Rosário,
Obrigado. Eu começava a pesquisar a razão desse estranho panelaço na Argentina quando deparei com o seu esclarecedor texto. Todos nós, brasileiros e argentinos, sabemos da tragédia para os dois países causada pela triste competição Menen x FHC para ver quem obedecia mais cegamente os ditames de Washington. Menen ganhou por diferença de milésimos. Também, o ministro das relações exteriores argentino apelou e confessou que a Argentina estava em conjunção carnal com os EUA de Clinton. Os EUA usaram e abusaram da Argentina e a chutaram. Ela, arrasada, ganhou somente um ridículo e inócuo diploma de "aliada extra-OTAN" honorária...Contudo, a grande imprensa da AL continua submissa aos interesses dos EUA. Daí, o panelaço.
Maria Tereza, "democraciapolitica.blogspot.com"
quarta-feira, 26 de março de 2008
O DISCURSO DE McCAIN SOBRE O BRASIL NO G8
A BBC Brasil.com publicou agora à noite a notícia que transcreverei ao final dos comentários.
Por um lado, ela traz um elogio para os brasileiros. É bom saber que o Brasil já é considerado por autoridade dos Estados Unidos (EUA) para integrar o grupo dos países mais ricos do mundo (G8), que o Brasil é denominado “democracia líder”. Por outro lado, o discurso do candidato republicano à presidência dos EUA contém algumas mensagens preocupantes nas suas entrelinhas. Tomara que eu esteja exagerando.
Comento alguns conceitos inquietantes colocados por McCain e os trechos do seu discurso a eles ligados:
1) REACENDIMENTO DA GUERRA FRIA – “excluir a Rússia (do G8)”; “os Estados Unidos precisam lidar com os perigos representados por uma Rússia revanchista”; "em vez de tolerar a chantagem nuclear da Rússia ou os seus 'cyberataques', as nações ocidentais deveriam deixar claro que a solidariedade da Otan, do Báltico ao Mar Negro, é indivisível”. O Brasil e a Índia podem ter entrado no seu discurso somente como apoio para uma provocação à Rússia.
2) TORNAR A RÚSSIA MAIS ABERTA AO 'LIVRE COMÉRCIO' - Tentativa de forçar a Rússia a ser uma “democracia de mercado”, um país de 'livre comércio' na concepção norte-americana. Isto é, os EUA não encontrarem barreiras para vender seus produtos, mas colocarem equivalentes a barreiras, impedindo o livre acesso ao mercado norte-americano com dificuldades indiretas (subsídios, normas ambientais, sanitárias e outras).
3) ESTIMULAR O BRASIL E A ÍNDIA A SEREM CADA VEZ MAIS “ECONOMIAS DE MERCADO”, todavia, sempre na concepção norte-americana acima mencionada.
3) ENFATIZAR O PAPEL MESSIÂNICO, DIVINO, CONCEDIDO POR DEUS AOS NORTE-AMERICANOS – “o papel de liderança exercido pelos Estados Unidos: Deus nos criou e nos colocou na atual posição de poder e força por alguma grande razão"; "no século 21, os Estados Unidos ainda devem seguir liderando".
4) COBIÇA? (petróleo?) “A América Latina atualmente é cada vez mais vital para o destino dos Estados Unidos”.
5) DEPRECIAÇÃO DOS LATINOAMERICANOS CRÍTICOS DOS EUA (Chávez e outros) – “demagogia antiamericana".
6) VEM CHUMBO – “nossa determinação em fazer avançar (na América Latina) os valores da civilização americana”.
7) NOVA ALCA AINDA MAIS DRACONIANA – "o continente poderá ser o primeiro hemisfério completamente democrático, onde o comércio é livre e cruza todas as barreiras, onde o império da lei e o poder dos livres mercados contribuem para aprimorar a segurança”.
Vejamos o discurso de McCain segundo a matéria da BBC Brasil.com:
“G8 deveria incluir Brasil e Índia, e não Rússia, diz McCain”
“O senador John McCain, pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira que o G8 (grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo e a Rússia) deveria incluir o Brasil e a Índia, mas excluir a Rússia.
A declaração do pré-candidato republicano fez parte de um discurso sobre política internacional realizado por McCain em Los Angeles, na sede californiana do instituto de pesquisas World Affairs Council.
De acordo com o senador, os Estados Unidos precisam lidar com os "perigos representados por uma Rússia revanchista".
Uma das maneiras de fazer isso, segundo McCain, seria "garantir que o G8, o grupo de oito nações altamente industrializadas, se torne novamente um clube das principais democracias de mercado: ele deveria incluir Brasil e Índia e excluir a Rússia".
O candidato republicano acrescentou ainda que "em vez de tolerar a chantagem nuclear da Rússia ou os seus 'cyberataques', as nações ocidentais deveriam deixar claro que a solidariedade da Otan, do Báltico ao Mar Negro, é indivisível e que as portas da organização permanecem abertas a todas as democracias comprometidas com a defesa da liberdade".
Novos líderes
McCain citou uma declaração do presidente americano Harry Truman sobre o papel de liderança exercido pelos Estados Unidos: "Deus nos criou e nos colocou na atual posição de poder e força por alguma grande razão".
O candidato afirmou que, no século 21, os Estados Unidos ainda devem seguir liderando, como no período de Truman.
Mas acrescentou que o conceito de liderança atualmente não é o mesmo do período posterior à Segunda Guerra Mundial, "quando a Europa e outras democracias ainda estavam se recuperando da devastação causada pela guerra, e os Estados Unidos eram a única superpotência democrática".
"Hoje, não estamos sozinhos", disse. "Existem poderosas vozes coletivas na União Européia, e existem as grandes nações da Índia e do Japão, da Austrália e do Brasil, da Coréia do Sul e da África do Sul, da Turquia e de Israel, para citar apenas algumas das democracias líderes."
América Latina
McCain voltou a citar outro presidente democrata dos Estados Unidos, desta vez John Kennedy, ao lembrar uma afirmação dele em relação à América Latina.
"Há quatro décadas e meia, John Kennedy descreveu o povo da América Latina como 'nossos fortes e antigos amigos, unidos pela história e pela experiência e por nossa determinação em fazer avançar os valores da civilização americana'."
O senador acrescentou que "com a globalização, o continente se tornou mais próximo, mais integrado e mais independente". "A América Latina atualmente é cada vez mais vital para o destino dos Estados Unidos", afirmou.
De acordo com McCain, "as relações com os vizinhos do sul devem ser regidas pelo respeito mútuo, não por um desejo imperial ou por demagogia antiamericana".
A declaração soou como uma referência ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, descrito por Washington como um líder com pretensões imperiais e adepto de uma política antiamericana.
O candidato republicano disse que "o continente" poderá ser o "primeiro hemisfério completamente democrático, onde o comércio é livre e cruza todas as barreiras, onde o império da lei e o poder dos livres mercados contribuem para aprimorar a segurança e a prosperidade de todos".
Por um lado, ela traz um elogio para os brasileiros. É bom saber que o Brasil já é considerado por autoridade dos Estados Unidos (EUA) para integrar o grupo dos países mais ricos do mundo (G8), que o Brasil é denominado “democracia líder”. Por outro lado, o discurso do candidato republicano à presidência dos EUA contém algumas mensagens preocupantes nas suas entrelinhas. Tomara que eu esteja exagerando.
Comento alguns conceitos inquietantes colocados por McCain e os trechos do seu discurso a eles ligados:
1) REACENDIMENTO DA GUERRA FRIA – “excluir a Rússia (do G8)”; “os Estados Unidos precisam lidar com os perigos representados por uma Rússia revanchista”; "em vez de tolerar a chantagem nuclear da Rússia ou os seus 'cyberataques', as nações ocidentais deveriam deixar claro que a solidariedade da Otan, do Báltico ao Mar Negro, é indivisível”. O Brasil e a Índia podem ter entrado no seu discurso somente como apoio para uma provocação à Rússia.
2) TORNAR A RÚSSIA MAIS ABERTA AO 'LIVRE COMÉRCIO' - Tentativa de forçar a Rússia a ser uma “democracia de mercado”, um país de 'livre comércio' na concepção norte-americana. Isto é, os EUA não encontrarem barreiras para vender seus produtos, mas colocarem equivalentes a barreiras, impedindo o livre acesso ao mercado norte-americano com dificuldades indiretas (subsídios, normas ambientais, sanitárias e outras).
3) ESTIMULAR O BRASIL E A ÍNDIA A SEREM CADA VEZ MAIS “ECONOMIAS DE MERCADO”, todavia, sempre na concepção norte-americana acima mencionada.
3) ENFATIZAR O PAPEL MESSIÂNICO, DIVINO, CONCEDIDO POR DEUS AOS NORTE-AMERICANOS – “o papel de liderança exercido pelos Estados Unidos: Deus nos criou e nos colocou na atual posição de poder e força por alguma grande razão"; "no século 21, os Estados Unidos ainda devem seguir liderando".
4) COBIÇA? (petróleo?) “A América Latina atualmente é cada vez mais vital para o destino dos Estados Unidos”.
5) DEPRECIAÇÃO DOS LATINOAMERICANOS CRÍTICOS DOS EUA (Chávez e outros) – “demagogia antiamericana".
6) VEM CHUMBO – “nossa determinação em fazer avançar (na América Latina) os valores da civilização americana”.
7) NOVA ALCA AINDA MAIS DRACONIANA – "o continente poderá ser o primeiro hemisfério completamente democrático, onde o comércio é livre e cruza todas as barreiras, onde o império da lei e o poder dos livres mercados contribuem para aprimorar a segurança”.
Vejamos o discurso de McCain segundo a matéria da BBC Brasil.com:
“G8 deveria incluir Brasil e Índia, e não Rússia, diz McCain”
“O senador John McCain, pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira que o G8 (grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo e a Rússia) deveria incluir o Brasil e a Índia, mas excluir a Rússia.
A declaração do pré-candidato republicano fez parte de um discurso sobre política internacional realizado por McCain em Los Angeles, na sede californiana do instituto de pesquisas World Affairs Council.
De acordo com o senador, os Estados Unidos precisam lidar com os "perigos representados por uma Rússia revanchista".
Uma das maneiras de fazer isso, segundo McCain, seria "garantir que o G8, o grupo de oito nações altamente industrializadas, se torne novamente um clube das principais democracias de mercado: ele deveria incluir Brasil e Índia e excluir a Rússia".
O candidato republicano acrescentou ainda que "em vez de tolerar a chantagem nuclear da Rússia ou os seus 'cyberataques', as nações ocidentais deveriam deixar claro que a solidariedade da Otan, do Báltico ao Mar Negro, é indivisível e que as portas da organização permanecem abertas a todas as democracias comprometidas com a defesa da liberdade".
Novos líderes
McCain citou uma declaração do presidente americano Harry Truman sobre o papel de liderança exercido pelos Estados Unidos: "Deus nos criou e nos colocou na atual posição de poder e força por alguma grande razão".
O candidato afirmou que, no século 21, os Estados Unidos ainda devem seguir liderando, como no período de Truman.
Mas acrescentou que o conceito de liderança atualmente não é o mesmo do período posterior à Segunda Guerra Mundial, "quando a Europa e outras democracias ainda estavam se recuperando da devastação causada pela guerra, e os Estados Unidos eram a única superpotência democrática".
"Hoje, não estamos sozinhos", disse. "Existem poderosas vozes coletivas na União Européia, e existem as grandes nações da Índia e do Japão, da Austrália e do Brasil, da Coréia do Sul e da África do Sul, da Turquia e de Israel, para citar apenas algumas das democracias líderes."
América Latina
McCain voltou a citar outro presidente democrata dos Estados Unidos, desta vez John Kennedy, ao lembrar uma afirmação dele em relação à América Latina.
"Há quatro décadas e meia, John Kennedy descreveu o povo da América Latina como 'nossos fortes e antigos amigos, unidos pela história e pela experiência e por nossa determinação em fazer avançar os valores da civilização americana'."
O senador acrescentou que "com a globalização, o continente se tornou mais próximo, mais integrado e mais independente". "A América Latina atualmente é cada vez mais vital para o destino dos Estados Unidos", afirmou.
De acordo com McCain, "as relações com os vizinhos do sul devem ser regidas pelo respeito mútuo, não por um desejo imperial ou por demagogia antiamericana".
A declaração soou como uma referência ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, descrito por Washington como um líder com pretensões imperiais e adepto de uma política antiamericana.
O candidato republicano disse que "o continente" poderá ser o "primeiro hemisfério completamente democrático, onde o comércio é livre e cruza todas as barreiras, onde o império da lei e o poder dos livres mercados contribuem para aprimorar a segurança e a prosperidade de todos".
MEDIDAS PROVISÓRIAS – GOVERNO PSDB/PFL/FHC AS EMITIU EM BEM MAIOR QUANTIDADE
O jornal Folha de São Paulo de hoje, em seu editorial, critica o mecanismo de emissão de medidas provisórias. Reproduzo a primeira parte do artigo, onde vê-se que a oposição, em qualquer época, é contrária ao uso desse instrumento legislativo:.
“MPs CORROMPEM”
“Acabar com o mecanismo do trancamento da pauta teria a virtude de obrigar o Planalto a mobilizar sua base no Congresso.
Nada como o exercício do poder para revelar a volubilidade de nossos governantes.
Quando na oposição, Luiz Inácio Lula da Silva classificava o uso excessivo de medidas provisórias como "forma autoritária de governar". Agora que detém a caneta presidencial, afirma que é "humanamente impossível" governar sem elas.
O súbito gosto pelas MPs não é uma idiossincrasia lulista. Também antes de ascender ao Planalto, Fernando Henrique Cardoso era ainda mais enfático. Dizia que a "enxurrada de MPs" conspurcava a própria democracia. A retórica, entretanto, não o impediu de, uma vez instalado no poder, usar e abusar desse instrumento legislativo emergencial..
Quem aprecia menos o mecanismo são a oposição, naturalmente, e as lideranças parlamentares, mas estas apenas a partir do momento em que passam a ser questionadas pelo fato de a pauta legislativa caminhar inteiramente a reboque do Executivo.(...)”
A Folha, os demais veículos da grande mídia e a atual oposição somente acordaram para os males de medidas provisórias recentemente.
Para melhor compreender a veracidade ou não do atual ataque feroz do PSDB e DEM e da grande mídia contra as medidas provisórias, gesto nobre, democrático e muito televisivo, é bom recordar como eles se comportaram quando estavam no governo.
O portal “estadao.com.br” em 18 de março publicou a seguinte estatística:
“MAIS DE MIL MEDIDAS PROVISÓRIAS”
Veja quantas MPs cada presidente editou, desde a redemocratização
Ao contrário do que expressa a Constituição, a edição de medidas provisórias é prática corriqueira. Desde a redemocratização, os últimos cinco presidentes editaram 1040 delas - sem contar as centenas de reedições. Ao longo de seus mandatos, as regras para edição das MPs mudaram, mas sem surtir o efeito de limitá-las ao que determina a Carta: questões urgentes e relevantes.
Os dados abaixo mostram o total de MPs em cada gestão. Fernando Henrique Cardoso (1º) e Luiz Inácio Lula da Silva (2º) aparecem à frente na comparação, o que reflete, em parte, o fato de que seus antecessores dispuseram do expediente por um período mais curto:
Sarney – 125;
Collor – 89;
Itamar – 142;
FHC – 365;
Lula – 319.”
“MPs CORROMPEM”
“Acabar com o mecanismo do trancamento da pauta teria a virtude de obrigar o Planalto a mobilizar sua base no Congresso.
Nada como o exercício do poder para revelar a volubilidade de nossos governantes.
Quando na oposição, Luiz Inácio Lula da Silva classificava o uso excessivo de medidas provisórias como "forma autoritária de governar". Agora que detém a caneta presidencial, afirma que é "humanamente impossível" governar sem elas.
O súbito gosto pelas MPs não é uma idiossincrasia lulista. Também antes de ascender ao Planalto, Fernando Henrique Cardoso era ainda mais enfático. Dizia que a "enxurrada de MPs" conspurcava a própria democracia. A retórica, entretanto, não o impediu de, uma vez instalado no poder, usar e abusar desse instrumento legislativo emergencial..
Quem aprecia menos o mecanismo são a oposição, naturalmente, e as lideranças parlamentares, mas estas apenas a partir do momento em que passam a ser questionadas pelo fato de a pauta legislativa caminhar inteiramente a reboque do Executivo.(...)”
A Folha, os demais veículos da grande mídia e a atual oposição somente acordaram para os males de medidas provisórias recentemente.
Para melhor compreender a veracidade ou não do atual ataque feroz do PSDB e DEM e da grande mídia contra as medidas provisórias, gesto nobre, democrático e muito televisivo, é bom recordar como eles se comportaram quando estavam no governo.
O portal “estadao.com.br” em 18 de março publicou a seguinte estatística:
“MAIS DE MIL MEDIDAS PROVISÓRIAS”
Veja quantas MPs cada presidente editou, desde a redemocratização
Ao contrário do que expressa a Constituição, a edição de medidas provisórias é prática corriqueira. Desde a redemocratização, os últimos cinco presidentes editaram 1040 delas - sem contar as centenas de reedições. Ao longo de seus mandatos, as regras para edição das MPs mudaram, mas sem surtir o efeito de limitá-las ao que determina a Carta: questões urgentes e relevantes.
Os dados abaixo mostram o total de MPs em cada gestão. Fernando Henrique Cardoso (1º) e Luiz Inácio Lula da Silva (2º) aparecem à frente na comparação, o que reflete, em parte, o fato de que seus antecessores dispuseram do expediente por um período mais curto:
Sarney – 125;
Collor – 89;
Itamar – 142;
FHC – 365;
Lula – 319.”
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