terça-feira, 30 de setembro de 2014

O MAQUIAVELISMO DA IMPRENSA




[OBS deste blog 'democracia&política': 


Nos últimos dias, tenho notado inusitados textos na imprensa tucana favoráveis a Dilma. Em especial, no "Estadão" e na "Folha". [Ver exemplo abaixo e, também nesta página, nas postagens "VAZAMENTO PREMIADO" e "MARINA SE APEQUENA E VOLTA AO SEU TAMANHO"]

Sabemos que é impossível que a grande mídia brasileira tenha, repentinamente, se tornado imparcial e abandonado seu tradicional receituário conservador, de direita, e agora elogie ou defenda, mesmo que indireta e levemente, um governo progressista que prioriza o social. 

Depreendo que é apenas tática conjuntural maquiavélica da mídia. Ao elogiar algum aspecto do governo Dilma, disfarçada de "imprensa isenta", o que objetiva é prejudicar a concorrente Marina e, assim, levar o seu autêntico tucano, Aécio, para o 2º turno. 

Vejamos o texto seguinte, da tucana "Folha de São Paulo" (via "Jornal GGN")]: 
"Para candidata do PSB, Dilma só construiu 7% das 6 mil creches prometidas. Mas, segundo o jornal, 98% foram feitas pela petista.

Propaganda de Marina: 




Do "Jornal GGN":


A "Folha de S. Paulo" publicou um caderno especial na segunda-feira (29), fazendo um balanço do que foi cumprido por Dilma Rousseff (PT) desde a eleição de 2010. Segundo o jornal, Dilma prometeu construir 6 mil cresces e escolas primárias, e conseguiu fazer 5.902 unidades até 2013. Mas, nas redes sociais, a candidata Marina Silva (PSB) espalha que a adversária petista concluiu apenas 7% do que prometeu...

A campanha de Marina sustenta que parte dessas obras foi autorizada no governo Lula, retirando o volume da conta de Dilma. Ela ainda sustenta que unidades ainda não foram entregues, embora a reportagem da "Folha" tenha cravado que Dilma fez o que prometeu. Ainda de acordo com a reportagem da "Folha", Dilma deixou de concluir, no quadro geral, apenas 14 das 69 promessas que fez na campanha de 2010. O resultado equivale a 20% de todo o programa apresentado naquele ano.

Apesar do desempenho, a "Folha" manchetou que Dilma deixou de concluir 43% das propostas. O jornal computa 23% dos projetos alojados na categoria "fez pouco", mas muita coisa analisada nesse prisma independe exclusivamente da gestão da presidente. Um exemplo é a reforma política, que dependia de um esforço maior do Congresso e da sociedade".


Reprodução: "Folha"

FONTE: do "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/folha-contradiz-marina-dilma-fez-quase-100-das-creches-que-prometeu).

VAZAMENTO PREMIADO




Vazamento premiado e o fator Youssef

Por Ricardo Melo,  colunista da [tucana] "Folha"

[Ver acima, nesta página, observação deste blog 'democracia&política' expressa no início da postagem "MAQUIAVELISMO DA IMPRENSA TUCANA"]

Moeda de troca eleitoral, ações da PF favorecem governo aparentemente disposto a investigar roubalheiras.

Novembro/dezembro de 1989: com a possibilidade de um candidato metalúrgico chegar ao poder, a elite dominante se uniu para fechar a porta do Planalto. A empreitada produziu momentos inesquecíveis da baixaria eleitoral.

Primeiro, foram atrás de uma ex-mulher de Lula para acusá-lo de defender o aborto. Não bastou. Com a ajuda da polícia paulista, o sequestro do empresário Abilio Diniz foi atribuído a grupos internacionais supostamente simpáticos ao PT. Fotografias de sequestradores com a camiseta do partido circularam sorrateiramente, de preferência nem tanto.

Também era pouco. Faltava a televisão. Numa edição que o então diretor de jornalismo da TV Globo, Armando Nogueira, admitiu anos depois ter sido enviesada, o debate entre Lula e Collor carregou nas tintas em favor do autointitulado "caçador de marajás". Para fechar o cerco, denúncias de fraude em massa na Bahia foram sufocadas para selar a vitória de Collor. O resto é de todos conhecido.

Setembro/outubro de 2014: numa sucessão galopante, denúncias e mais denúncias aparecem para tentar provar que o governo petista não passa de uma quadrilha de saqueadores. A origem são as tais delações premiadas, diante das quais dispensam-se provas ou evidências cabais. O réu fala o que quiser, e seria um sinal de retardo mental acreditar que vá falar algo em seu prejuízo.

Basta ver as reportagens. Os verbos mais usados são indicam, sugerem, supõem, fazem crer, sinalizam -tudo com muito cuidado para, ao mesmo tempo, espalhar a dúvida e escapar de processos. Chega-se ao ponto de acusar o ex-ministro Antonio Palocci de pedir a doleiros recursos para a campanha de Dilma. Mas a mesma reportagem reconhece não haver provas de que o dinheiro jorrou. Lembra aquela outra peça de ficção, assinada por um hoje influente assessor de governo tucano, que acusava petistas de ganhar por fora, mas declarava, ao mesmo tempo, não ter condição de confirmar ou desmentir as próprias afirmações transformadas em capa! Nota: nada foi comprovado.

O clima agora é parecido, mas os personagens atrapalham a oposição. O frisson do momento é a delação premiada de Alberto Youssef. Mas quem é Youssef? Um mergulho num passado não tão distante mostra que ele foi um dos doleiros usados pelo então operador do caixa do PSDB, Ricardo Sérgio, para "externalizar", num linguajar ao gosto da legenda, propinas da privatização selvagem dos anos 1990.

Youssef é velho de guerra tanto em delitos com em delação premiada. Já fez uma em 2004, na época da CPI do Banestado, quando se comprometeu a nunca mais sair da linha. O tamanho de sua confiabilidade aparece em sua situação atual. Está preso de novo. Quem diz é o Ministério Público: "Mesmo tendo feito termo de colaboração com a Justiça (...), voltou a delinquir, indicando que transformou o crime em verdadeiro meio de vida". É num sujeito com tal reputação que oposicionistas apostam suas fichas.

Resumo da ópera: sem investigação a fundo, nada vale. Espera-se que a esdrúxula teoria do "domínio do fato" tenha sido enterrada na gestão Joaquim Barbosa, atualmente mais preocupado com tarifas telefônicas. Goste-se ou não, o bueiro escavado em governos pregressos e nas privatizações feitas "no limite da irresponsabilidade" está sendo aberto pelas administrações petistas. Talvez por isso Dilma tenha deslanchado nas pesquisas, enquanto Marina e Aécio (com aquele ar de falsa virgem já inúmeras vezes deflorada) patinam nas intenções de voto". 


FONTE: escrito por Ricardo Melo,  colunista da [tucana] "Folha"  (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/09/vazamento-premiado-e-o-fator-youssef.html).

MARINA SE APEQUENA E VOLTA AO SEU TAMANHO




[Ver, nesta página, observação deste blog 'democracia&política' expressa a no início da postagem "Maquiavelismo da Imprensa Tucana"]

Do Blog Dener Giovanini, no [tucano] "Estadão", via blog "Os amigos do Presidente Lula"

"Faltando poucos dias para a derradeira escolha dos eleitores brasileiros, uma tendência se consolida a cada divulgação de novos números das pesquisas: Marina Silva cai, despenca, rola ladeira abaixo. E o motivo para tanto desencanto dos eleitores não são as críticas de seus adversários ou a orquestração de uma “campanha de desconstrução” como bradam seus aliados. Marina Silva cai por uma única razão: saco vazio não para em pé.

A candidata do PSB não subiu nas pesquisas por que tinha propostas interessantes ou por que tinha poder de mobilizar grandes massas de seguidores entusiasmados. Marina só subiu porque o avião caiu. Se não fosse o triste acidente que ceifou a vida de Eduardo Campos, hoje Marina Silva estaria em casa costurando a barra de suas saias, como mostrou a imagem vazada por sua campanha, na tentativa de maquiá-la como uma mulher simples e humilde.

Humildade e simplicidade nunca fizeram parte da personalidade de Marina Silva. E o eleitor percebeu isso ao longo dessa campanha. Nem a sua tentativa de se mostrar como “a ungida” funcionou. Seus xales messiânicos, usados como adereço de fantasia de escola de samba, não conseguiram cumprir o seu papel de capa da mulher maravilha.

Marina Silva despenca porque, na sua tentativa de agradar a gregos e troianos, só conseguiu semear desconfiança, contradições e falsidades. Nessa campanha, todos sabem o que exatamente pensam Luciana Genro, Aécio, Dilma, Eduardo Jorge, Pastor Everaldo e até o infame Levy Fidelix. Marina segue sendo uma incógnita.

A desconstrução da candidata do PSB é real e é capitaneada pela própria Marina Silva. Em seus “disse e não disse”, em suas contradições, em suas idas e vindas, em suas mentiras (vide o caso da votação da CPMF no Senado) e, principalmente, em suas constantes submissões a grupos que antes dizia combater, mostraram-na como realmente é: um saco vazio.

Ela se diz vítima da falta de tempo na TV. Os dois minutos a que tem direito pela legislação eleitoral não a impediram de crescer nas pesquisas. Crescer ela cresceu, só não se sustentou. E não se manteve em ascensão por que seus pés de barro ruíram.

A história de vida de Marina Silva lembra o roteiro do filme “A mão do macaco”, onde essa parte da anatomia dos símios era dada de presente às pessoas com o objetivo de realizar seus desejos. E toda vez que alguém recebia a tal “mão” e desejava algo, ele se concretizava. Só que de forma trágica. Lembro-me de uma cena em que um empresário falido e desesperado “pediu” à mão que o ajudasse a conseguir um milhão de dólares. No mesmo instante, o avião em que viajava a mãe do empresário caiu e ele recebeu exatamente um milhão de dólares do seguro de vida da pobre senhora.

Marina Silva é como um tsunami. Eles surgem do desequilíbrio na harmonia natural da vida e deixam marcas de destruição por onde passam. Assim foi sua passagem pelo PT, pelo PV, está sendo agora no PSB e assim será em qualquer outra agremiação partidária que se deixar iludir. E também assim como todos os Tsunamis, sempre acabará na praia, em meio aos entulhos e o desespero daqueles que conseguiram sobreviver. E o saco vazio continuará seguindo a esmo."

FONTE: do Blog Dener Giovanini, no [tucano] "Estadão", via blog "Os amigos do Presidente Lula"  (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/09/marina-silva-se-apequena-ou-melhor.html)

BRASIL TEM MENOR INFLAÇÃO QUE MAIORIA DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO



Foto Ichiro Guerra


Brasil tem inflação menor do que maioria dos países em desenvolvimento

"Embora a oposição ainda mantenha alarmismo em relação aos preços, o assunto está em baixa nas pautas dos jornais e dos debates

Por Helena Sthephanowitz, no "Rede Brasil Atual"

Em debate, candidatos da oposição ainda citam a inflação como alvo de críticas, apesar do contexto mundial.

A inflação está em baixa, inclusive, na pauta eleitoral da oposição partidária e midiática. Parece não sensibilizar mais a maioria do eleitorado que a enxerga estável e vê seu poder aquisitivo aumentado nos últimos anos, com ganhos reais nos salários.

Mesmo assim, candidatos da oposição ainda citam a inflação como alvo de críticas. No debate entre presidenciáveis na TV Record na noite de domingo (28), Aécio Neves (PSDB), em suas considerações finais, falou em “apresentar uma proposta ao país que permita que a inflação volte a ser controlada”. Pastor Everaldo (PSC), que tem feito “tabelinha” com o tucano nos debates, focou mais tempo nessa pauta. Acontece que o assunto se tornou secundário, tanto no debate quanto na campanha.

Será que haveria fundamento nas críticas ou um alarmismo foi desencadeado pela imprensa oposicionista para abastecer os candidatos da oposição, desde o aumento momentâneo do tomate no ano de 2013? Ou será que o mercado financeiro bate nessa tecla para fazer pressão por juros [SELIC] mais altos e para colocar a raposa tomando conta do galinheiro, capturando o Banco Central para o sistema financeiro privado?

Do ponto de vista da economia interna do Brasil, a inflação vem sendo mantida [por Lula e Dilma] controlada dentro da meta estabelecida, sempre dentro da faixa perseguida até 6,5% ao ano. Considerando os desafios de manter e criar empregos em um ambiente de crise internacional, faz sentido para qualquer governo responsável com o bem-estar social equilibrar a criação de empregos com o limite tolerável de inflação, em vez de forçar a taxa cair para o centro da meta (4,5%) ao custo de maior desemprego.

Mais curioso é jornalistas de economia, como Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, que sempre comparam a outros países quando há números desfavoráveis ao Brasil, ignorarem completamente o que se passa no mundo na hora de falar sobre inflação.

Entre as grandes potências mundiais em desenvolvimento composta pelos BRICS, só a China, com 2,3%, está melhor do que o Brasil no quesito inflação. A Rússia está com taxa de 7,6% ao ano. A Índia, 7,8%. A África do Sul, 6,4%. Mesmo a China, que adota a política econômica de “um país, dois sistemas”, tem inflação de 6,07% em Macau e 3,9% em Hong Kong.

Entre outros países em desenvolvimento do G-20, os maiores também administram uma inflação maior do que o desejável nas épocas de fartura. Nigéria tem hoje taxa de 8,5%; Egito, 11,49%; Indonésia, 3,99%; Irã, 14,60%; Paquistão, 6,99%; Turquia, 9,54%; México, 4,15%; Chile, 4,5%, e Argentina, 10,9%.

Entre as grandes economias, quem está com inflação realmente baixa no mundo, salvo exceções, é quem adotou políticas recessivas e enfrenta alto desemprego, como a Europa e Estados Unidos. Até o Japão tem inflação alta para seus padrões (3,3%). A Europa já quer desesperadamente elevar a inflação, que está abaixo da meta, para aquecer a economia.

Praticamente todos os países cujo povo menos sofre as consequências da crise estão com inflação um pouco acima do que seria normal em outras circunstâncias mais favoráveis. Por isso, é falsa como uma nota de R$ 3 a ideia de que estejam com inflação descontrolada. O que há é um equilíbrio entre medidas de controle da inflação e, ao mesmo tempo, preservação de empregos. As propostas da oposição estão em linha com a ruptura desse equilíbrio, sacrificando empregos, salários e aposentadorias, para agradar ao apetite insaciável do mercado financeiro."


FONTE: escrito por Helena Sthephanowitz no "Rede Brasil Atual"  (http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2014/09/brasil-tem-inflacao-menor-do-que-maioria-dos-paises-em-desenvolvimento-3078.html).

PARA A RÚSSIA, OS EUA SE ENROLARAM NA PRÓPRIA TEIA


 

RIA Novosti/Vladimir Pesnya

Para a Rússia, o duplo critério cegou os EUA sobre Estado Islâmico

"O ministro russo de Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov, assegurou que a política de duplo critério dos Estados Unidos lhe impediu apreciar a ameaça real que representava o Estado Islâmico (EI).

Os países ocidentais começaram a reagir somente após a televisão difundir o repugnante vídeo da execução dos jornalistas estadunidenses, afirmou o chanceler em declarações à rede russa Canal 5.

Depois de qualificar de inaceitável e desumano esse crime, Lavrov perguntou por que os estadunidenses não se deram conta antes dessa ameaça? E respondeu que a causa foi a política de duplo critério aplicada por Washington na batalha antiterrorista.

Recordou que os Estados Unidos e seus aliados ignoraram os chamados de Moscou a unir esforços e ajudar o governo sírio a criar, junto à oposição moderada e patriótica, uma única frente para combater os terroristas que invadiram o país árabe.

Lavrov sublinhou que o EI, proclamado agora inimigo número um de Washington, se fez forte graças ao financiamento estrangeiro [e armas] durante a derrubada do governo líbio, e às tentativas de repetir esse roteiro na Síria.

O chanceler russo se referiu aos reiterados chamados de atenção de Moscou a respeito da presença de muitos extremistas e terroristas entre os que combatiam as autoridades oficiais da Líbia e da Síria.

Nos asseguraram que esse assunto se solucionaria após a queda dos regimes, afirmou, ao lamentar que os governantes ocidentais não atenderam à Rússia.

Ao se referir à criação neste momento de uma coalizão antiterrorista, Lavrov expressou que "mais vale tarde que nunca", mas insistiu na necessidade de obter o [prévio] consentimento das nações em cujo território se luta contra os terroristas, e em particular, a autorização da Síria.

Sobre a posição do Kremlin nesse tema, o chanceler recordou que a Rússia fornece há muito tempo armamentos ao Iraque, Síria e outros países da região para ajudá-los a reforçar seu potencial no combate aos terroristas.

Lavrov criticou, na entrevista, que alguns políticos ocidentais pretendam igualar o que denominam "ameaça russa" com os crimes dos extremistas do EI.

Criticou um artigo com esse ponto de vista publicado pelo presidente estadunidense Barack Obama e o primeiro-ministro britânico David Cameron, e concluiu que essa calúnia "está totalmente fora de lugar, para além do limite do bem e do mal".

FONTE: do "Prensa Latina". Transcrito no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/250366-9).

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

DICIONÁRIO DA HIPOCRISIA ELEITORAL



DICIONÁRIO PARA ENTENDER A TEMPORADA ELEITORAL


A semântica das urnas

"Você é um marciano recém-chegado? Descubra aqui como separar o joio do trigo – ou entender o que é verdade e o que é só interesse no calor da temporada eleitoral.

Por Nirlando Beirão, na revista "Carta Capital"


Desde a primeira eleição de lula, em 2002, o discurso político ganhou um léxico próprio. Vários conceitos dos tempos da Guerra Fria foram reciclados, outros claramente copiam a retórica da neodireita norte-americana reunida no "Tea Party". O objetivo central dessa linguagem é tirar o PT do poder a qualquer custo. A cada campanha, o rosário de termos se renova, embora certas palavras nunca percam sua importância ("corrupção", "aparelhamento do Estado" etc.). 

A seguir, como distinguir no palavrório que aquece as campanhas a verdade factual do discurso criado para escamotear os interesses, a fraude e a má-fé:

"Alternância do poder"


Você passa a defendê-la com convicção religiosa, quando o partido do qual é inimigo permanece no poder, ao longo de reeleições sucessivas, ainda que avalizadas democraticamente pelo voto. O primeiro passo é atacar a reeleição, instituída, aliás, criada de uma maneira bem marota pelo ex-presidente Fernando Henrique/PSDB, na esteira do projeto de 20 anos de poder do PSDB e à base da compra de votos no Parlamento. Um golpe constitucional sem nenhuma sutileza democrática a beneficiar o mandatário em exercício, o qual, por mera coincidência, você apoia. "Alternância" só é necessária quando se está fora do poder. Caso contrário, "atrapalha o aperfeiçoamento da democracia". Em São Paulo, ela é especialmente execrada. Os paulistas preferem perpetuar um mesmo grupo político, enquanto bradam contra o risco de uma ditadura em nível federal.

"Aparelhamento do Estado"

Quem aparelha o Estado são os adversários. Duvida? Basta ler jornais e revistas, sempre muito zelosos em fiscalizar os adversários, ainda que só a eles, e acusar o partido no poder, desde que não seja o de sua preferência, de “aparelhar o Estado”. Isso significa, basicamente, o seguinte: o partido no poder nomeia para os cargos de confiança pessoas... de sua confiança. Você reclama, iracundo: o Estado faz a festa da “companheirada”. A imprensa partidariamente engajada trata de denunciar a “farra das nomeações”. Dá para imaginar a perplexidade do leitor: o que queriam os jornalões? Que o partido no poder nomeasse adversários?

A vigilância ética é de mão única: se um presidente da República simpático a você nomeia para um importante cargo na área de energia um genro [caso de FHC que colocou o genro para a ANP], não é por nada, seus maldosos, apenas uma coincidência. Quando o partido que você apoia aparelha o Estado com a sua companheirada, tenha certeza: os apadrinhados são gente de bem, de notório saber e reputação ilibada. Se aquele diretor da estatal nomeado por você ou pelos seus for pego mais tarde com a mão na botija, é um caso de cooptação estimulado pelo clima corrupto instaurado por seus adversários.

"Bolivariano"


Se você se interessa pela sorte dos pobres, excluídos e vítimas de discriminação, a ponto de criar programas sociais compensatórios de emergência, é "bolivariano". Se a política externa que você defende não se rebaixa aos ditames da Casa Branca, busca parcerias com nações fora da órbita imperial do dólar e do euro e chega ao cúmulo de lançar as bases de um FMI dos emergentes, trata-se de “ilusão bolivariana”. "Bolivariano" é o neocomunista. O comunismo morreu, mas o anticomunismo continua a gerar bons negócios. Embora o termo seja démodé, um "bolivariano" pode ser chamado de "populista", na falta de termo melhor. Antônimo: Racionais. São os almofadinhas da Escola de Chicago e da PUC-Rio que não ligam para a sorte da maioria, mas se apegam fervorosamente a crenças que a realidade teima em desmentir. "Estado mínimo", por exemplo.

"Choque de gestão"

Significa cortar salários, promover demissões em massa e diminuir o investimento público, com base na teoria de que "Estado mínimo é Estado eficiente". Faz muito sucesso entre aqueles que não sofrem os seus efeitos imediatos. No "choque de gestão" não cabem as migalhas assistencialistas do "Bolsa Família", um jeito de perpetuar a miséria, não de reduzi-la, conforme a tese. Recomenda-se, porém, não ser explícito. Melhor dizer que os programas sociais “serão aperfeiçoados”.

"Deus"


Entidade abstrata, costuma irromper muito concretamente na cena política em anos eleitorais. Todo mundo simula acreditar em Deus, em especial quem não crê. A história da humanidade mostra, porém, que piores costumam ser aqueles que acreditam. Relegar a fixação da meta de inflação e a taxa de juros às interpretações de um I Ching errático que tenha na Bíblia uma plataforma não parece combinar com as práticas de um Estado leigo e não confessional. Bíblia na qual se confia cegamente, mesmo quando se afronta o conhecimento adquirido pelos seres humanos ao longo dos tempos. Ela é sempre propícia a uma leitura seletiva, que permite pular os versículos sobre os fariseus.



"Crises" e "bonanças" internacionais

As crises servem de justificativa para governos amigos. Se uma administração aliada vai mal, a culpa é do cenário externo. Inverte-se a lógica no caso dos adversários. Se a gestão inimiga vai bem, as condições internacionais a favoreceram. Caso se saia mal, é resultado exclusivo da incompetência de quem está no poder, que mente descaradamente ao evocar os efeitos deletérios globais, mesmo quando se trata da maior 'debacle' planetária desde o início do século XX.

"Coligações" e "governabilidade"

Seu partido, no poder ou quando em disputa eleitoral, consegue seduzir legendas de aluguel para uma teia de alianças convenientes para garantir a governabilidade ou engrossar o tempo no horário eleitoral gratuito? Parabéns, você é uma figura de aguda sensibilidade política, negociador de fino trato. Seu adversário fez o mesmo? Denuncie a falta de escrúpulos, a atroz barganha de princípios por conveniências, da honradez pela ambição. Conte sempre com os amigos na mídia para corroborar a sua tese. Aquele seu ex-ministro do PMDB que era honrado, mas mudou de lado, será descrito como um homem desprezível.

"Corrupção"

Prática entranhada nos governos... dos outros. Infelizmente, a corrupção às vezes ganha fatos comprovados e nomes ilustres de aliados seus. Mas não se preocupe. Vale o mesmo do item "Coligações". A mídia amiga estará a postos para jogar esse tipo de acusação, obviamente gratuita e injusta, para debaixo do tapete. Há corruptos e corruptos. Aqueles do partido adversário expõem uma maquinação coletiva, um assalto aos cofres públicos, uma quadrilha organizada e perene, destino manifesto da tal legenda e da administração partidária. Os seus representam casos isolados, sem nenhuma relação com as práticas e princípios de sua agremiação. Também vale dizer que a corrupção desenfreada dos adversários é um mal tão grande que afeta até gente da sua base. É a tal falta de exemplo “de cima”.

"Corruptores"


Sem eles, não existe corrupção. Como alguns podem eventualmente (ou frequentemente) financiar candidaturas amigas, melhor esquecer o assunto.

"Delação premiada"

Ela só tem valor se for vazada cirurgicamente para atingir os nossos concorrentes. Se, no meio do lamaçal, surgir o nome de um aliado, diga que as revelações são açodadas e precisam ser apuradas a fundo, doa a quem doer. Quanto ao fato de o vazamento ser também um crime, de responsabilidade, inclusive, do ministro da Justiça, caso envolva a Polícia Federal, bem… esqueça.

"Dossiês"

Se a mídia está do seu lado, fique tranquilo. O esforço de reportagem visará descobrir quem produziu dossiês caluniosos contra você e os seus. Editoriais e colunistas vão denunciar as “baixarias” de campanha (ver o próximo item). Não importa se o dossiê não é um dossiê, mas denúncias comprovadas e comprováveis. Mas, se a imprensa te enxergar como inimigo, se cuide. Tudo poderá ser usado contra você, de declarações sem lastro de notórios bandidos a contas falsas no exterior ou fichas “frias” na polícia.

"Marqueteiros"

Se um adversário sobe nas pesquisas de intenção de voto, é hora de atribuir o preocupante sucesso à ação mistificadora dos marqueteiros. Vale dizer, eles são capazes de botar em pé um pacote vazio de ideias e até eventualmente eleger “um poste”. Nesse caso, não convém lembrar que o seu candidato igualmente possui um exército de experts em bruxarias político-eleitorais, pois isso comprometeria o argumento de que o candidato, aquele que você e a imprensa do privilégio apoiam, apenas expõe suas ideias reais, é de uma espontaneidade radical e nunca se deixaria manipular por técnicas artificiais de persuasão ou pela maquiagem mercadológica. Os adversários, esses sim, fazem o que for preciso para chegar ao poder, ou para mantê-lo (verbete "Alternância de Poder"). Você e os seus nunca participam de uma eleição para ganhar, mas em nome de um bem maior. Mensagens subliminares são a maior especialidade dos inimigos. Uma doutora em semi-óptica, perdão, semiótica, alerta a respeito das novas ciclovias, traçadas pelo prefeito inimigo de São Paulo, para “o efeito das cores sobre o nosso sistema nervoso central” e sugere que a cor escolhida “não passa de uma descarada propaganda vermelha do PT”. Em todo o mundo, as faixas para bicicletas costumam ser vermelhas, mas não importa.

"Liberdade de expressão"

É o direito inapelável, intocável, irreversível dos meios de comunicação de exprimir o pensamento único de seus proprietários, em consonância com seus interesses pecuniários e sua pauta eleitoral. É facultado o direito de mentir e distorcer. Em temporadas eleitorais, a toada de uma nota só torna-se uma obsessão, de forma a impedir que vaze para o noticiário algum acorde dissonante por parte da ralé das redações ou dos candidatos do outro lado. Quando os adversários pretendem exercer, eles também, a liberdade de expressão, valem-se de um eufemismo: quem responde a seus desmandos defende a censura."




FONTE: escrito por Nirlando Beirão, na revista "Carta Capital"   (http://www.cartacapital.com.br/revista/818/a-semantica-das-urnas-593.html).[Título e imagens do google adicionadas por este blog 'democracia&política'].

COMO MARINA SE TORNOU ENTREGUISTA




Bláblá: assim se fez uma entreguista !

Do portal "Conversa Afiada":


O passo-a-passo de uma carreira para fazer o desmanche do interesse nacional brasileiro. 

"Delmiro (Gouveia) deu a ideia, Apolônio aproveitô, Getúlio fez o decreto e Dutra realizô"

A visita de Bláblárina aos Estados Unidos na reta final da campanha a Presidente é apenas uma metáfora.

Ela foi a Roma.

Ela foi entregar o ouro.

A carreira de Bláblá é, por si só, uma estratégia de desmanche do Estado nacional e a alienação dos interesses nacionais brasileiros.

A fadinha da floresta está mais para a floresta (desmatada) do "Pacific Northwest" do que para a Amazônia.

(Porque lá não tem “Código Florestal”….)

Ela é um instrumento dos americanos, disfarçada de “única candidata negra”, que “passou fome” (passou mesmo ?) e saiu do meio do mato.

Vamos analisar como a carreira dessa dissimulada é a de um entreguista consistente.

Por que ela é contra Belo Monte, que seus apoiadores chamam de “Belo Monstro” ?

(A NeoEnergia deu-lhe uma resposta à altura.)

Por que ela tentou usar a cópula dos bagres para impedir a construção de Jirau e Santo Antonio no Madeira ?

Porque o patrimônio energético do Brasil é uma dádiva.

NENHUM país do mundo tem a [nossa] possibilidade de se mover com a energia limpa e RENOVÁVEL como a hidroeletricidade.

O Brasil tem água e tem chuva.

E ninguém sabe construir hidrelétrica como o brasileiro, desde Paulo Afonso.

(Clique aqui e se emocione com Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga e ouça “Paulo Afonso” – leia “em tempo”)

Um dos pais do neolibelismo pátrio, Eugenio Gudin dizia que não era preciso construir Paulo Afonso porque o Nordeste não tinha demanda que justificasse...)

É um valor estratégico imenso e, por isso, um instrumento de nossa singularidade como força econômica mundial.

E, portanto, não interessa aos Estados Unidos, no que era seu quintal, enfrentar um concorrente com esse ativo permanente.

Bláblá já tem uma conta a ajustar com o Brasil, breve, quando deixar a ribalta da campanha eleitoral e se recolher à dimensão verdadeira.

É a conta do “fio d’água”.

Instalada no Ministério do Meio-Ambiente, foi ela quem deu que deu curso às teses americanas que obrigaram as hidrelétricas brasileiras a abandonar o sistema da queda d’água se se tornar a ”fio d’água”.

Esses pseudo-verdes – que são azul e vermelho – conseguiram roubar do patrimônio energético brasileiro [milhões e milhões] de megawatts com a defesa dos saguis e de meia dúzia de indígenas, que viveriam muito melhor com as hidrelétricas cheias do que em suas aldeias precárias.

Essa conta ela ainda vai pagar – politicamente.

Quando o Brasil passar a defender – como fazem os americanos, com unhas e dentes – seu interesse nacional.

Veja o depoimento do ansioso blogueiro sobre o nefasto papel dos “verdes” em Teles Pires.

Por que ela não dá a menor prioridade ao pré-sal ?

Porque os Estados Unidos dão.

E porque os americanos levam o pré-sal a sério, recriaram a 4ª Frota.

Com um comandante negro.

Ela vai ficar estacionada entre o pré-sal brasileiro e o pré-sal da costa Ocidental da África.

O pré-sal é o bilhete ÚNICO para um Brasil desenvolvido, saudável e educado.
Renunciar ao pré-sal é um crime de lesa-pátria !

Uma traição !

Entregá-lo aos americanos da Chevron [como o PSDB/Serra comprometeu-se secretamente] é outra !

É por isso que a CIA e a NSA não estão minimamente interessados no que os brasileiros falam: eles querem saber o que a Petrobras fala !

E por isso fizeram entroncar no fundo do Atlântico brasileiro e africano sua rede de cabos de espionagem.

Por que ela foi contra o “Código Florestal” do Aldo Rebelo, a mais moderna legislação do mundo sobre a matéria ?

Porque ela quer fazer o desmanche do agronegócio brasileiro.

Pode botar mil Betos Albuquerques ao lado dela, porque não serão capazes de apagar de seu currículo a hostilidade ao agronegócio.

Agronegócio, que, entre outras virtudes, reduziu dramaticamente o peso da alimentação na renda do brasileiro.

O Brasil tem uma das alimentações mais baratas do MUNDO !

Por que ?

Porque esse agronegócio que ela quer desmanchar é muito, muito eficiente !

Ela não quer que a soja, o milho, o algodão e a carne brasileiras sejam competitivas a ponto de fechar a agricultura americana, se não fosse protegida pelas mais sólidas barreiras protecionistas do mundo !

E lá vem os neolibelês na boleia do caminhãozinho dela defender uma política externa “aberta” com os Estados Unidos...

Por isso ela foi e é contra os transgênicos.

Por que ela não faz uma passeata em Iowa, em Illinois e diz que os transgênicos dão câncer ?

Leva o Beto junto !

Por que ela é contra o Mercosul ?

O "Cerra", o Fernando Henrique e o Titio que detêm o controle da chave [do aeroporto particular da família de Aécio construído com dinheiro público] também são contra o Mercosul.

Preferem a ALCA, que transformou o México num Estado Associado aos Estados Unidos – um grande Porto Rico.

Como o Brasil sepultou a ALCA, sob a batuta de Lula e Celso Amorim, agora eles reinventaram o "Pacto do Pacífico".

O que significa o "Pacto do Pacífico" ?

Entregar a América do Sul aos americanos, já que o Mercosul e a Unasul são instrumentos da resistência à hegemonia americana.

O "Pacto do Pacífico" reúne a Colômbia, já praticamente mexicanizada, e o Chile, além de todos os países asiáticos que são contra a China !

Contra China.

Porque o "Pacto do Pacífico" é um pacto americano, pluricontinental contra a China – e o Brasil !

E por que a Bláblá – e os Estados Unidos – querem detonar os BRICS e seu banco ?

Não interessa à hegemonia americana uma organização alternativa.

Uma “world order”, como diz o último livro do Henry Kissinger, que não reproduza o Império.

E é por isso que a Bláblárina vem com essa conversinha mole de “sustentabilidade”.

A sustentabilidade se sustenta no sustentável”.

Porque os Estados Unidos agridem a China com a poluição de Beijing.

Mal sabem eles que a China vai substituir a geração a carvão em Beijing por termas a gás.

A China desenvolve, hoje, os mais modernos mecanismos de combate à poluição do mundo.

Enquanto os Estados Unidos e o "shale gas", o óleo de xisto, poluem com o apoio feroz do Partido Republicano, o Brasil, consistentemente – depois que ela saiu do Ministério -, reduz o desmatamento da Amazônia.

E o mesmo lenga-lenga americano dos “direitos humanos” ?

É conversa para atingir a Rússia e a China – dos BRICS – e se esquecer da Arábia Saudita, uma das sociedades mais agressoras dos direitos humanos !

Por que ela é contra o BNDES e tomou aquela tesourada ?

Porque o BNDES é o Pentágono do Brasil.

Apesar dos absurdos como o financiamento à BrOi, em vias de extinção (e sobre a BrOi, ela e o PiG se calam), apesar da BrOi, o BNDES, o maior banco de investimentos do MUNDO, é para financiar o Brasil.

Como o Pentágono financia a indústria e a pesquisa “privadas” americanas.

O BNDES do Dr Getúlio e do JK é para botar dinheiro nos interesses nacionais brasileiros.

(O FHC/PSDB pretendia transformá-lo num banco de investimentos, como o "Morgan Stanley" de Francisco Gros …)

Por isso, a Bláblá quer substituir o BNDES pelo Acordo do Trigo, o Ponto 4, o Eximbank …

Ela também não vai tirar incentivos, mas “qualificar”…

Quer fechar o Banco do Brasil e a Caixa para “qualificar” o crédito e descapitalizar o "Minha Casa Minha Vida", a infraestrutura e o financiamento da safra.

Quer “reavaliar”, “meditar sobre” a CLT ?

Para ajudar o Citibank a terceirizar, o Citibank que ofereceu o seu “tesoureiro de campanha”, Álvaro de Souza, ex-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

E a indústria da Defesa, para proteger o pré-sal ?

A Marinha do Brasil constrói em Itaguaí uma moderna e poderosa indústria de submarinos.

Trabalha, no momento, com três mil operários no canteiro de obras, em submarinos convencionais a diesel-eletricidade.

Daqui a pouco, começa a construir o submarino a propulsão nuclear.
Sabe por que, amigo navegante ?

Porque o Brasil tem reservas fabulosas de urânio e desenvolveu uma tecnologia própria, Made in Brazil, tupiniquim, de enriquecimento de urânio.

Que os americanos adorariam conhecer …

É por isso que ela é contra a energia nuclear !

Os americanos e europeus se entopem de energia nuclear e ela quer que a gente viva à base de energia do cuspe.

(Não me venha com energia eólica, porque a Dilma montou o segundo maior parque eólico do MUNDO !)

O Brasil vai ser um dos seis países do mundo capazes de produzir, em escala, submarinos nucleares: para defender o pré-sal e exportar !

Ela ainda não teve tempo de entregar Itaguaí ao Pentágono.

Mas, chega lá, até às eleições.
Se é que já não entregou nessa insólita viagem !

Em tempo: aqui, a letra de Humberto Teixeira, um gênio !

"Delmiro (Gouveia) deu a idéia
Apolônio aproveitô
Getúlio fez o decreto
E Dutra realizô
O presidente Café
A usina inaugurô
E graças a esse feito
De homens que tem valô
Meu Paulo Afonso foi sonho
Que já se concretizô

Olhando pra Paulo Afonso
Eu louvo nosso engenheiro
Louvo o nosso cassaco
Caboclo bom verdadeiro
Oi! Vejo o Nordeste
Erguendo a bandeira
De ordem e progresso
A nação brasileira
Vejo a indústria gerando riqueza
Findando a seca
Salvando a pobreza

Ouço a usina feliz mensageira
Dizendo na força da cocheira
O Brasil vai, o Brasil vai
O Brasil vai, o Brasil vai
Vai, vai, vai, vai, vai, vai."


FONTE: do portal "Conversa Afiada" do jornalista Paulo Henrique Amorim  (http://www.conversaafiada.com.br/economia/2014/09/28/blabla-assim-se-fez-uma-entreguista/).

"NOVA" É ESSA MARINA SILVA...



A candidata Marina Silva praticando a velha política


Nova é esta Marina Silva

"A candidata do PSB pratica a velha política enquanto prega o contrário. Destruiu o ideário de Eduardo Campos e talvez consiga demolir o próprio partido que representa

Por Mino Carta, na revista "Carta Capital" 



"Não há quem segure a candidata Marina Silva nesta caminhada final rumo à eleição. Em Florianópolis, subiu ao palanque de Paulinho Bornhausen [!!!] e com empenho apaixonado pediu votos para sua candidatura a senador. Precioso trunfo para o filho de Jorge Bornhausen, governador biônico de Santa Catarina durante a ditadura, liderança do ex-PFL-DEM e patriarca de uma das mais ricas famílias do estado. Direita reacionária na sua acepção mais desbragada.

Essa adesão eufórica à velha política assinala a enésima contradição de pregadora da "nova". Uma análise da personagem do ponto de vista psicológico exibe, isto sim, uma nova Marina. A contida, austera ambientalista na qualidade de candidata em campanha mudou radicalmente o seu estilo, a ponto de pôr em xeque as crenças professadas até ontem. A perspectiva do poder leva-a a renovar seu verbo e seus gestos e a buscar a companhia de quantos aparentemente haveriam de ser seus adversários, se não inimigos. Vale tudo para chegar lá, é o que se deduz sem maiores esforços.

Confesso minha surpresa. Marina Silva revela uma determinação obcecada que não imaginava. Certo é que a candidatura de Eduardo Campos, sua plataforma, suas ideias, seus projetos e propósitos, Marina conseguiu destruir. Receio que logre ir além, para demolir o próprio Partido Socialista. Em lugar da nova política, temos "a nova Marina".

Humoristas midiáticos

Há momentos de puro humorismo propiciados pela mídia nativa. No momento, a "Folha de S.Paulo" celebra a instituição do ombudsman há 25 anos, de sorte a estabelecer a autocrítica dentro do próprio jornal. O "Folhão" se apressa a esclarecer, pomposo, que o exemplo não foi acompanhado pelas demais publicações brasileiras enquanto em vários países do mundo a prática salutar é adotada. O nome "ombudsman", admito, me soa desagradável. De todo modo, tivesse funcionado sempre para valer, viveria física e moralmente esgotado.

A leitura e a audiência que parcimoniosamente dedico à mídia nativa me revelam o autêntico responsável por todos os males no momento padecidos pelo Brasil. Ou melhor, a responsável, Dilma Rousseff, a começar, pasmem, pela crise econômica mundial, que ninguém poupa, até a inflação e o desemprego. Mas os porcentuais não são bastante baixos em relação aos números globais? Segundo o Cérbero da família Marinho, o cão de três cabeças à porta do Hades, a presidenta maquia os dados. Ou finge ignorá-los?

Tudo é culpa da Dilma, até, quem sabe, o 7 a 1 imposto pela seleção alemã aos canarinhos, ou o tráfego congestionado, ou falta de luz em casa. Só mesmo a crescente, inexorável escassez de água em São Paulo não pode ser atribuída à presidenta. No caso, entretanto, o culpado, o governador, Alckmin, é prontamente perdoado e se prepara ao passeio eleitoral".

FONTE: escrito por Mino Carta na revista "Carta Capital"  (http://www.cartacapital.com.br/revista/819/nova-e-esta-marina-silva-6775.html).

JORNAL FRANCÊS ACUSA MARINA DE LIGAÇÕES COM BANDIDO INTERNACIONAL



('zoom' para ampliar)



Jornal francês: Marina tem ligações com bandido

Por Miguel do Rosário

"Jornal francês importante, o "Charlie Hebdo", que apesar de ser humorístico, também traz artigos de política e denúncias, publicou um texto demolidor sobre a principal adversária de Dilma Rousseff.

A dica é do internauta Denis Oliveira Damasio.

Sábado, divulgamos aqui que a revista "L’Humanité Dimanche", que pertence ao jornal do mesmo nome, publicou matéria dizendo que Marina é “cria de Washington para derrubar Dilma Rousseff”, e que ela é a “nova direita”. [Ver postagem complementar abaixo]

Houve gente que chiou dizendo que o "L’Humanité" é esquerdista.

Ora, claro que é esquerdista, como a maioria dos franceses.

Se fosse um jornal de direita, teria falado bem da Marina.

Mas há poucos dias, mais exatamente no dia 17 de setembro último, um outro jornal, não-esquerdista (ou pelo menos não tão francamente como o L’Humanité), publica um artigo ainda mais contundente contra Marina Silva.

É uma denúncia.

O jornal acusa Marina de ligações com um dos maiores criminosos internacionais do planeta, o senhor Stephan Schmidheiny, o rei do “amianto”.

O "Charlie" lembra que Schmidheiny, após um julgamento histórico que durou anos, foi condenado a 18 anos de prisão pelo tribunal de Turin, como responsável pela morte de três mil operários italianos expostos ao amianto nas fábricas da sua família.


Após cumprir parte da pena, Schmidheiny saiu da Europa e refez sua vida na América Latina, onde fundou o grupo "Avina", que, por sua vez, começou a patrocinar conferências ambientais.

E aí entra Marina Silva.

Segundo o jornal, a candidata tem feito reuniões frequentes com membros da "Avina", em Durban, Santiago do Chile, Quito etc.

As ligações de Marina Silva com a "Avina", de Schmidheiny, já foram denunciadas por sites latino-americanos, como o "La Rebellion". A blogosfera suja também vinha dando essa informação há algum tempo.

Mas a grande imprensa nunca investigou melhor essas informações.

Agora, faltando uma semana para as eleições, e após a denúncia desse jornal francês, é importante que isso fique esclarecido.

Qual a relação de Marina com a "Avina"?

Marina recebeu dinheiro de Schmidheiny, o assassino de 3 mil operários italianos?"


FONTE: escrito pelo jornalista Miguel do Rosário no blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/?p=21584).

COMPLEMENTAÇÃO

Imprensa francesa desmascara Marina: ela é a direita


Por Miguel do Rosário



"Um internauta atento nos repassa a informação de que o "L’Humanité" – um dos principais jornais da esquerda francesa, fundado em 1904, com papel importante no apoio à Resistência contra o nazismo, durante a II Guerra – publicou uma reportagem especial sobre a campanha eleitoral brasileira.

O gancho principal da matéria é Marina Silva. O jornal francês já entendeu o que ela significa, por isso o título (foto acima) deixa bem claro:

"Marina, a nova direita brasileira".

E a direita, no Brasil, não pode nem ser confundida com o conservadorismo austero porém nacionalista da direita europeia ou norte-americana.

A direita brasileira é a pior direita do mundo, porque, além de ser antipovo, é também entreguista, antinacional, antidemocrática e golpista.

Na chamada de capa, o "L’Humanité" acusa Marina de ser uma “criação de Washington para derrubar Dilma Rousseff”.



Não duvido nada."


FONTE da complementação: escrito pelo jornalista Miguel do Rosário no blog "Tijolaço"   (http://tijolaco.com.br/blog/?p=21515).

A VIRADA




A VIRADA



Por EMIR SADER, 
sociólogo e cientista político

"A candidatura da Marina ainda pode se recuperar, embora seja difícil. Porém, o que se pode dizer é que o projeto com que foi lançada sua candidatura, fracassou.

Ou é a politica social, imbecis!

A candidatura da Marina ainda pode se recuperar, embora seja difícil. Porém, o que se pode dizer é que o projeto com que foi lançada sua candidatura – o envoltório, a equipe, as posições – fracassou.

O efeito inicial foi fulminante: "nova política", superando a dicotomia entre PT e PSDB e entre esquerda e direita. Um ar fresco que se aproveitava da saturação das denúncias – de corrupção, de terrorismo econômico, entre outras. No início, sua imagem não tinha praticamente nenhum tipo de rejeição, parecia um anjo que vinha dar um novo alento ao país.

O acidente de avião – provocado ou não – parecia coincidir com um 'timing' perfeito, para que uma operação com o forte tom emotivo da morte de Eduardo Campos, pudesse ser revertido. De 13 de agosto até 5 de outubro – menos de dois meses -, para que um adversário atônito pudesse se readaptar às novas condições, extremamente desfavoráveis para quem ficava na defensiva, perdia a iniciativa e tinha que se mover em um cenário novo, despolitizado, que deslocava os temas centrais da campanha da Dilma – as realizações do governo, as políticas sociais.

A transferência maciça e rápida de votos do Aécio para a Marina confirmava o que foi claro desde o começo da campanha: o candidato da oposição era quem tivesse melhores condições de derrotar o PT. Aécio foi um instrumento que se esgotou, Marina o substituía com vantagens eleitorais evidentes.

No final de agosto, Marina assumia a liderança nas pesquisas, como um tsunami, abrindo 10 pontos na frente no segundo turno, com a pretensão de vencer no primeiro turno. Dois meses depois do lançamento da sua candidatura a presidente, ela foi perdendo força, até que a Dilma assume a liderança também no segundo turno.

O diagnóstico da oposição é de que tudo seria fruto da desconstrução da Marina pelas críticas do PT, que o medo teria triunfado. Na realidade, uma análise do tal do medo revela a verdadeira causa da virada da Dilma: a defesa das políticas sociais, colocada em risco pela política do grande ajuste fiscal anunciado, complementado pela independência do Banco Central, que seriam tiros mortais na prioridade das políticas sociais. Não à toa foi no nordeste onde a Marina mais perdeu votos – 9 pontos – e a Dilma mais ganhou – 6 pontos -, ali onde as políticas sociais mais diretamente transformaram a vida das pessoas.

Um medo realmente existente, pelo retrocesso que as promessas e a equipe da Marina representam. A liderança da Dilma em lugar onde não havia triunfado antes – em todos os estados do sul, por exemplo -, se deve ao sucesso das políticas sociais implementadas desde 2003. Por isso, a liderança da Dilma – hoje generalizada, incluindo os setores jovens – é mais acentuada entre os pobres, nas regiões que antes foram mais marginalizadas, como o nordeste e o norte do Brasil.

Esse clima ajuda a disputas renhidas nos estados, como no Rio Grande do Sul, na Bahia, no Ceará, alterando o quadro desfavorável, até aqui, nas eleições regionais. Um quadro que deve ajudar também a aumentar a bancada parlamentar da esquerda".


FONTE: escrito por EMIR SADER, sociólogo e cientista político (artigo originalmente publicado na revista "Carta Maior"). Transcrito no jornal digital "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/154981/A-virada.htm).

GLOBO E FIESP PROPÕEM: "O BRASIL QUE SE DANE!"





A entrega cabal da economia pela política externa do "Globo"

Por JOSÉ CARLOS DE ASSIS
Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB

"No editorial “Ideologização de política externa isola o país e afeta economia”, o jornal "Globo" assume o ponto de vista dos entreguistas da FIESP que preferem um alinhamento subalterno aos Estados Unidos a uma política que oriente opções estratégicas externas soberanas, fundamentais para o Brasil no século XXI. 


A tese da FIESP foi exposta pelo seu conselheiro de política exterior Rubens Barbosa em artigo recente no próprio jornal que analisei anteriormente. Claro que há nisso uma articulação ideológica, o que revela que estamos diante dos passos iniciais de uma campanha.

A dialética nos ensina que há sempre um ponto de vista oposto a qualquer argumento, pelo que, muitas vezes, a verdade se encontra numa síntese em nível superior. Acontece que as teses levantadas por "O Globo" para provar o caráter ideológico da atual política externa brasileira não se sustentam num primeiro nível. É possível contestá-las com os próprios argumentos do "Globo" desde que os recoloquemos na perspectiva correta. 


Vou examinar os cinco pontos destacados pelo jornal sobre o que, a seu ver, é a política ideológica atual:

Primeiro ponto:O país passou a depender bastante do Mercosul, mas o bloco entrou em crise, devido a Argentina.

Conclui-se por essa observação que, segundo "O Globo", o fato de termos exportado muito para o Mercosul nos tornou “perigosamente” dependentes da América do Sul. O jornal deveria perguntar aos industriais brasileiros por que cargas d´água não exportaram para os Estados Unidos e a Europa, admiráveis países de olhos azuis, o que exportaram para esses cucarachas cujo único elemento positivo é ter um mercado manufatureiro e de bens de capital compatível com nossa oferta, e uma capacidade de pagamento circunstancialmente alimentada por exportações de produtos primários para a China. Naturalmente, não pudemos evitar a crise argentina, mas também não evitamos a europeia.

Segundo ponto: Como a China ganhou grande importância para o Brasil, o desaquecimento chinês preocupa.

Ah, então é isso. Deveríamos ter moderado nossas exportações de primários para a China a fim de evitarmos a decepção de um desaquecimento chinês. Entretanto, para quem exportaríamos o que se “economizaria” em vendas para a China? Será que "O Globo" não se preocupa com a terrível estagnação europeia e o vaivém da economia norte-americana? Onde deveríamos ter procurado mercados para evitar o “excesso de confiança” na China, a economia que desde 30 anos é a que mais cresce no mundo, continuamente, e cujo "desaquecimento" aponta para a taxa absolutamente fantástica nos tempos atuais de 7,5%?

Terceiro ponto: A queda de preços internacionais de matérias-primas contribui para déficits comerciais brasileiros.”


Então deveríamos lamentar que não tenhamos dado ainda maior ênfase ao comércio com a América do Sul e a América Latina, pois esses são os nossos mercados possíveis de manufaturados para compensar a queda dos preços dos primários. Nossa indústria de bens de capital, por exemplo, não pode competir tecnologicamente a não ser nos mercados sul-americanos e, em parte, africanos. Foram os dois mercados que, desde Lula, a inteligente política do Itamaraty valorizou. Não temos outra alternativa estratégica porque não temos tecnologia em bens de capital para concorrer com americanos e alemães em outras regiões do mundo.

Quarto ponto: Crise à parte, descaso de fundo ideológico com os EUA se reflete no comércio externo.”

Nosso “descaso” com os EUA, de janeiro a agosto, representou um déficit comercial de US$ 5,8 bilhões para com eles. Até o fim do ano, o déficit representará cerca de US$ 10 bilhões. Acaso "O Globo" imagina que, se o futuro Governo fizer um acordo de "livre comércio" com os Estados Unidos, como pretende a FIESP, suas exportações para nós crescerão menos que as importações? Ou simplesmente nos levarão à quebra, esgotando as reservas cambiais que fizemos graças às exportações para a China?

Note-se que, desde 2010, os discursos inaugurais de Obama a cada ano repetem o objetivo estratégico de dobrar as exportações norte-americanas a cada cinco anos. É um dos poucos objetivos econômicos do Governo americano que vêm sendo cumpridos religiosamente. Por outro lado, seria interessante que "Globo" e FIESP prestassem atenção nos discursos de encaminhamento ao Congresso dos acordos de "livre comércio" com o grupo da "Aliança do Pacífico". A premissa invariável é que se trata de um instrumento para “aumentar as exportações e o empregonos EUA, não as importações. A propósito, todos os países da "Aliança do Pacífico" entraram em déficit comercial no ano passado, o que continua este ano.

Quinto ponto: Brasil voltou a ser essencialmente um grande exportador de matérias-primas.”

É verdade. Esse foi o país herdado dos tucanos que se limitaram a uma aliança literária com os EUA tendo em vista os predicados acadêmicos de FHC muito valorizados no norte. Essa situação, que perdura, pode ser revertida mediante uma aliança econômica estratégica com a Unasul e os BRICS, principalmente a China, pela qual será possível deslocar o eixo do nosso desenvolvimento para o sul, tendo em vista a estagnação do norte. É nossa única alternativa, tendo em vista o visível esgotamento do ciclo capitalista ocidental e a dinâmica asiática.

Já expus aqui a tese que venho defendendo com outros economistas de fora e mesmo de dentro do Governo: fazer um grande acordo de suprimento de metais para a China mediante industrialização de recursos naturais no Brasil e no resto da América do Sul, com financiamento chinês dessa industrialização garantido por contratos de suprimento de longo prazo desses metais. Com isso, ajudaremos a China a lidar com seus problemas de escassez de água, de energia e de poluição, e mobilizaremos as mais importantes bases de recursos naturais que temos para industrialização na própria região com rigoroso controle ambiental.

A alternativa da FIESP é simples: fazemos um acordo de "livre comércio" com os EUA e outro com a União Europeia, entregamos nossa indústria à sanha de uma competição com recursos tecnológicos muito superiores aos nossos, destruímos o que resta de emprego na área e nos entregamos, por algum tempo, à autofagia de nossas reservas até seu completo esgotamento e a crise cambial. Durante esse tempo, os barões da FIESP terão vendido para americanos e europeus suas indústrias, que serão convertidas em braços comerciais de matrizes estrangeiras. E o Brasil que se dane!"


FONTE: escrito por José Carlos de Assis, economista, doutor pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB. Artigo publicado no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/a-entrega-cabal-da-economia-pela-politica-externa-do-globo-por-j-carlos-de-assis).

"VEJA" DÁ UM TIRO NO PÉ




UM TIRO NO PÉ

Por RIBAMAR FONSECA

A “Veja” já se habituou de tal modo a lançar, impunemente, lama na reputação alheia que pouco importa se a acusação seja verdadeira ou não.

Embora anunciem que o inquérito que investiga as atividades de Roberto Costa corre em segredo de justiça, inclusive com os depoimentos sendo criptografados e guardados em cofre, a mídia oposicionista continua tendo acesso às declarações do ex-diretor da Petrobrás. Pelo menos é o que afirmam quando publicam revelações seletivas atribuídas a ele, o que deve ser verdade porque não há nenhum desmentido da Polícia Federal. Então, pergunta-se: que tipo de mágica a "Veja" utiliza para obter tais depoimentos, tão bem protegidos, já que nem a CPI da Petrobrás consegue ter acesso a eles?

Na verdade, não existe mágica nenhuma. É óbvio que alguém que participa do inquérito – e que por alguma razão compartilha do ódio devotado ao PT – vem repa$$ando informações à revista e a outros veículos da Grande Imprensa oposicionista com objetivos eleitorais. O que surpreende é a aparente inércia do Ministério da Justiça que, até agora, não moveu um dedo para identificar e, naturalmente, punir o informante que usa da sua posição no processo investigativo para fazer o jogo dos adversários do governo, empenhados em derrotar a presidenta Dilma Rousseff e eleger o tucano Aécio Neves.

Todos os brasileiros, incluindo a própria Presidenta da Republica, querem que tudo seja rigorosamente investigado e os corruptos punidos de maneira exemplar, mas ninguém que pretenda efetivamente ver tudo em pratos limpos, sem partidarismos, pode concordar com o uso passional das investigações, por parte da mídia comprometida, para atingir o governo e, desse modo, influir no resultado das eleições presidenciais. Até porque todas as acusações até agora tornadas públicas não estão acompanhadas de nenhuma prova, o que as torna inconsistentes. Portanto, o tom de escândalo que a imprensa oposicionista empresta a elas tem única e exclusivamente um objetivo eleitoreiro.

Prova desse comportamento antiprofissional vergonhoso foi a reportagem deste final de semana da revista "Veja", segundo a qual Roberto Costa teria dito em depoimento que foi procurado pelo ex-ministro Antonio Palocci, nas eleições de 2010, para conseguir R$ 2 milhões para a campanha de Dilma. Disse ainda, segundo a publicação, que acionou o doleiro Alberto Youssef para conseguir a ajuda, mas não sabe se o dinheiro foi repassado. E a revista conclui que "a revelação é de alta gravidade, independente de o dinheiro ter sido repassado ou não". Ou seja, a "Veja" já se habituou de tal modo a lançar, impunemente, lama na reputação alheia que pouco importa se a acusação seja verdadeira ou não. Tanto isso é fato que, consciente da fragilidade da informação, não deu capa à reportagem.

Com a publicação da matéria, no entanto, deflagrou o processo já manjado para transformar o factóide, como disse a presidenta Dilma Rousseff, num escândalo de proporções gigantescas: os outros veículos que integram a Grande Imprensa oposicionista repercutem a "bomba", os parlamentares oposicionistas botam a boca no trombone no Congresso Nacional e os candidatos que concorrem à Presidência se declaram estarrecidos. Embora tenha dito que as denúncias "precisam ser comprovadas", o candidato tucano Aécio Neves as classificou de "graves" e "assustadoras". E a candidata Marina Silva, do PSB, disse que o ex-diretor da Petrobrás, com suas acusações, faz a República "estremecer".

Até o jogador Ronaldo que, embora integrando a comissão organizadora, se disse "envergonhado" com a Copa no Brasil – e ficou com cara de tacho depois que o mundo inteiro, inclusive a Fifa, elogiou a realização do evento – se disse indignado com a corrupção no país. Ronaldo, que se tornou garoto-propaganda da candidatura de Aécio Neves, na verdade não se deu conta de que não apenas ele, mas todo brasileiro fica indignado com a corrupção. A diferença entre ele e os outros é que estes sabem que a Policia Federal é um órgão do Executivo e, portanto, vem investigando os corruptos justamente por determinação do governo. Nunca, em toda a história do país, se combateu tanto a corrupção como agora.

Os brasileiros sérios também sabem que se há tanta noticia de corrupção é porque o governo garante a liberdade de imprensa, o que não existia, por exemplo, no governo de FHC/PSDB, quando o noticiário era controlado pelo generoso fluxo de caixa. As denúncias, quando conseguiam driblar a vigilância dos editores e eram publicadas, só sobreviviam um dia. Eram esquecidas no dia seguinte, ao contrário do que ocorre hoje, quando o assunto fica rendendo durante semanas. Hoje tem mais corrupção? Não, hoje tem mais [investigação e] divulgação. E precisamente por ter consciência disso é que expressiva parcela do povo já não se deixa mais influenciar pelo noticiário escandaloso passional da Grande Mídia, o que é facilmente comprovado pela posição de liderança da presidenta Dilma nas pesquisas de intenção de votos.

O eleitor, no entanto, deve ficar atento, pois nesta reta final da campanha eleitoral, faltando apenas uma semana para o pleito, a Grande Mídia oposicionista deverá utilizar todos os seus recursos para impedir que Dilma seja reeleita no primeiro turno. Até porque ela revelou, na entrevista aos blogueiros, que se o povo lhe outorgar mais quatro anos de mandato vai dar atenção especial à regulação da mídia, como acontece nos países de primeiro mundo. Na verdade, já é tempo de se garantir a liberdade de expressão, mas com responsabilidade, pondo fim à impunidade dos que já se habituaram a destruir reputações sem arcar com as suas consequências."

FONTE: escrito por Ribamar Fonseca, jornalista, membro da Academia Paraense de Jornalismo e da Academia Paraense de Letras; tem 16 livros publicados. Artigo publicado no jornal digital "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/155013/Um-tiro-no-p%C3%A9.htm).

AÉCIO E IMPRENSA MENTIRAM SOBRE LEGALIDADE DA "GUERRA AO TERRORISMO"




Imprensa mentiu sobre "guerra ao terrorismo"

Por Miguel do Rosário

"Na longa entrevista que deu aos blogueiros, na tarde de sexta-feira, a presidenta Dilma fez uma observação que me deixou intrigado.

Ao acusar a imprensa de ter distorcido integralmente o seu discurso na ONU, ela explicou que não defendeu, obviamente, nenhum “diálogo” com nenhuma organização terrorista.

Em seu pronunciamento, Dilma disse o óbvio: mais bombardeios não resolverão nada.

Na entrevista, a presidenta alertou que a mídia brasileira divulgou uma mentira.

A mídia deu a entender que Dilma estava se posicionando "contra a decisão do Conselho de Segurança da ONU", e que este "havia aprovado ataques aéreos às bases do ISIS", sigla do Estado Islâmico.

Mentira.

Os bombardeios americanos e europeus acontecem, mais uma vez, ao arrepio da lei internacional.

Dilma estava certa, e seu discurso foi infinitamente mais sensato que o de Obama.

O Conselho de Segurança da ONU não aprovou nenhum bombardeio, nem a invasão de espaço aéreo [da Síria e do Iraque].

Ao contrário, o texto da resolução da ONU, aprovado no último dia 24, aponta a necessidade de se construir soluções não violentas para o crescente nível de terrorismo da região do Iraque e Síria.

O texto fala em endurecimento, aí sim, do combate ao financiamento ao terrorismo e ao livre trânsito de terroristas entre os países.

Mas sugere, claramente, que a prioridade deve ser dada às estratégias não-violentas.

Menciona a necessidade de investimento maciços em educação e cultura, para frear a influência da “retórica terrorista” junto às populações traumatizadas pela guerra.

Bombardeios matam inocentes, destroem infraestrutura, produzem mais miséria e mais desespero.

E mais terroristas.

O Estado Islâmico nasceu das guerras no Iraque e na Síria.

Guerras idiotas conduzidas ou patrocinadas criminosamente pelos EUA.

Saddam Hussein podia ser um tarado, um déspota, um homem corrompido pelo poder. Mas o Iraque de seu tempo era um país laico, um dos únicos do oriente médio, onde as mulheres saíam às ruas livremente, sem rosto coberto, e podiam exercer funções públicas.

Antes das sanções, era o país mais próspero e mais livre da região.

E não tinha “armas de destruição em massa”.

Hoje se sabe que aquilo foi uma invenção do governo Bush, com a conivência criminosa da mídia americana.

Hoje, a região foi tomada por religiosidade violentíssima, trevosa, atrasada. Milhões de mulheres estão sob o risco de amputação genital, por resolução do Estado Islâmico contra o prazer sexual da mulher.

É uma coisa de louco, criada pela guerra.

Não aceito e não aprovo o apoio que a imprensa americana dá ao belicismo do governo Obama.

Mas sei que a guerra é uma indústria bilionária, gera empregos e divisas para os EUA.

Para o Brasil, não.

Além de ser uma infâmia moral, a guerra, mesmo num lugar distante como o Iraque, fere os interesses econômicos do Brasil, porque exportamos para o oriente médio.

Faturamos bilhões de dólares exportando carnes, café, serviços de infraestrutura, para a região.

Dilma estava certa.

Não à guerra, não aos bombardeios.

O terrorismo tem de ser combatido por meios não-violentos.

O terrorismo foi criado pela estratégia de guerra, e tem crescido assustadoramente, para desespero de milhões de pessoas no mundo inteiro, sobretudo no oriente médio, e para o lucro da indústria de armas, americana e europeia".


FONTE: escrito pelo jornalista Miguel do Rosário em seu blog "O Cafezinho"  (http://www.ocafezinho.com/2014/09/27/imprensa-brasileira-mentiu-sobre-guerra-ao-terrorismo/).

EUA BOMBARDEIAM E FAZEM CRESCER OS PROBLEMAS


 



Estados Unidos, condenados à repetição

Obama continua uma tradição de bombardear problemas que há décadas os faz crescerem

Por Antonio Luiz M. C. Costa

Treze anos de luta contra Bin Laden trouxeram um fundamentalismo ainda mais brutal

"Se forem somados os países que participaram das duas “Conferências Internacionais sobre Paz e Segurança no Iraque”, nos dias 11 (em Jeddah, Arábia Saudita) e 14 (em Paris), chega-se a 30, mas é prematuro considerá-los parte de uma nova “coalizão dos dispostos” à maneira de George W. Bush e Tony Blair. Os únicos governos dispostos a lutar com tropas terrestres contra o Estado Islâmico, os do Irã e da Síria, foram explicitamente desconvidados. Se os próprios Estados Unidos e Reino Unido pretendem se limitar a ataques aéreos, o papel dos demais é ainda mais nebuloso.

A única consequência até agora foi os EUA dispensarem o pretexto de proteger seu pessoal e instalações, invocado ao atacar as forças jihadistas perto de Erbil, no Curdistão, para bombardear os fundamentalistas perto de Bagdá. A coalizão de 2003 reuniu-se com alarde e entusiasmo para cometer um ato de banditismo internacional contra um governo falsamente acusado de terrorismo contra o Ocidente e de possuir “armas de destruição em massa”


A atual é muito mais tímida contra uma ameaça real e explícita, marcada pelo massacre e execução cruel de milhares de sírios e iraquianos e agora também pela decapitação de reféns ocidentais. Para isso, no caso da vítima mais recente, o trabalhador humanitário britânico David Haines, contrariou a própria Al-Qaeda, que tentou persuadi-lo a suspender a execução.

A relutância de Washington explica-se pela resistência a admitir que, republicana ou democrata, sua política no Oriente Médio, da Líbia ao Afeganistão e também no Egito, Síria e Palestina, é um fracasso. Um acordo com Teerã e Damasco seria a resposta mais eficaz, mas a meia-volta equivaleria a confessar ter criado a atual situação com décadas de erros políticos e estratégicos que plantaram o caos na região e impuseram um enorme sofrimento em nome de ideais abstratos que, aos olhos dos povos muçulmanos, nunca foram mais que folhas de parreira para defender os interesses militares e petrolíferos do Ocidente e de Israel à sua custa.

A irrupção do Estado Islâmico foi um efeito colateral que os estrategistas ocidentais não previram e por isso subestimaram o quanto puderam, como quem se esforça por ignorar os sintomas cada vez mais alarmantes de uma doença grave, cujo tratamento exigiria uma mudança drástica de planos e hábitos. Só quando ameaçou as reservas curdas de petróleo começou a ser levado a sério. Ainda é possível ler analistas e políticos protestarem que o califado “não ameaça o Ocidente” e foi “superdimensionado” para insistirem em mais recursos a seus planos e apadrinhados para destituir Bashar al-Assad, pedir bombardeios ao Irã ou reforços ao sistema de vigilância da NSA, tão eficiente na espionagem de cidadãos e aliados quanto inútil contra o terrorismo real.

Daí a insistência em treinar e armar “rebeldes sírios moderados” que se sabe terem vendido ao califado armas, munições e pelo menos um dos reféns decapitados, aprisionado tropas da ONU perto do Golã e se transferido em bandos para a folha de pagamento de Al-Baghdadi à medida que este conquista mais vitórias e recursos e levam consigo armas, equipamentos e treinamento pagos pelo Ocidente.

Os EUA aproveitaram a "Primavera Árabe" para tentar um golpe estratégico e derrubar um aliado de Teerã e Moscou. Não importa se o impulso democrático nesse movimento tenha sido sufocado há muito, Washington vê como questão de credibilidade continuar a pintar Bashar al-Assad como a encarnação do Mal, embora na prática tenha recuado de uma intervenção direta ante as advertências de Vladimir Putin. Voltou a ouvi-las ao dar a entender que atacaria o Estado Islâmico na Síria sem consultar Damasco: isso será considerado “um ato de agressão”. É compreensível, depois de uma mera autorização da ONU para impor uma “zona de exclusão aérea” na Líbia ter sido usada por Barack Obama como carta-branca para intervir no país.

A própria obsessão com isolar e enfraquecer os aiatolás depois de décadas de normalização do regime e fim de seu impulso revolucionário é sintoma da dificuldade de ajustar o curso e o discurso a novas realidades, tanto quanto os mais de 50 anos do embargo a Cuba. Em nome da “credibilidade” e da satisfação de lobbies internamente importantes, Washington tem um longo histórico de persistir em políticas externas não só fracassadas, como cada vez mais disfuncionais.

Enquanto isso, a organização de Al-Baghdadi, que em 2013 era estimada em 5 mil combatentes, cresce para 31,5 mil segundo a CIA. Muitos são sírios e iraquianos sunitas, mas 15 mil vieram de outros países e esse número continua a crescer. Apesar do extremo conservadorismo islâmico, a organização atrai milhares de mulheres, algumas das quais recrutadas no próprio coração dos EUA, em Minneapolis-St. Paul, aponta investigação recente, e pessoal suficientemente culto e capacitado para permitir ao califado usar tecnologias avançadas, administrar um Estado do século XXI e promover nas redes sociais uma campanha de propaganda e recrutamento mais eficaz que aquela de qualquer outra organização islâmica. A peça mais recente, um vídeo com o título "Flames of War", com ameaças aos EUA e à Casa Branca, poderia ser um trailer hollywoodiano.

O antigo ISIS não apenas controla militarmente, mas governa de fato um território considerável, onde exerce poderes de polícia e mantém em funcionamento agricultura, mercados, padarias, infraestrutura e assistência social. Mesmo se os EUA conseguirem cortar o fluxo de doações de simpatizantes nas monarquias árabes e de resgates pagos por aliados europeus, a organização não depende mais desses recursos. Exporta de 1 milhão a 2 milhões de dólares diários em petróleo e arrecada impostos nos seus domínios.

Recebeu adesões e juramentos de lealdade de grupos fundamentalistas da Argélia, Afeganistão e Filipinas e do nigeriano Boko Haram, que se apoderou de uma parte do noroeste de seu país e o transformou em extensão do califado. Com o anúncio da coalizão pelos EUA, recebeu o apoio moral da rival Al-Qaeda (que controla territórios na Somália, Iêmen, Síria e Mali), e afirmou ante seus admiradores a imagem de principal adversário de um Império odiado e inimigo do Islã, o que atrai mais militantes, une seu pessoal e previne dissenções.

O preço da teimosia pode ser contrariar mais frontalmente a promessa com a qual Obama foi eleito, a da retirada definitiva do Iraque. Em depoimento ao Congresso na terça-feira 16, o general Martin Dempsey, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, explicou que, se a atual estratégia falhar e o Estado Islâmico se revelar uma ameaça aos EUA, recomendará o uso de forças terrestres ao presidente.

Sem uma mudança de postura, isso apontaria não o caminho da vitória, mas o de outro Vietnã, ou muitos, se os focos jihadistas continuarem a se multiplicar. 

Tanto quanto seus antecessores, o governo Obama age como se acreditasse que os povos muçulmanos abraçariam o liberalismo, se submeteriam aos EUA e às transnacionais e se tornariam felizes consumidores de produtos ocidentais se não fossem impedidos por um punhado de líderes malvados e anacrônicos. 

A eliminação de Saddam, Kaddafi, Bin Laden e 13 anos de “guerra ao terror” que só aumentaram o ódio a Washington e tornaram o fundamentalismo cada vez mais popular e poderoso não bastaram para dissipar a ilusão. A cada inimigo caído, os EUA voltam a proclamar “missão cumprida” e a vitória definitiva, apenas para vê-lo ser sucedido por um grupo ainda mais impiedoso e intransigente. De nada adianta eliminar mensageiros. Se as massas tiverem motivos para dar ouvidos à mensagem, ela encontrará portadores".

FONTE: escrito p
or Antonio Luiz M. C. CostaReportagem publicada originalmente na edição 818 da revista "CartaCapital", com o título "Condenados à repetição"  (http://www.cartacapital.com.br/revista/818/condenados-a-repeticao-6413.html).